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Sesc Paço da Liberdade lança edital para apresentações musicais em 2025

Curitiba, por Kleber Patricio

Fotos: Ivo Lima.

Estão abertas até o dia 20 de janeiro as inscrições do edital para seleção de propostas de apresentações musicais para o projeto Café e Sacada do Paço da Liberdade. Grupos, cantores e músicos de Curitiba e de todo o Brasil podem inscrever trabalhos autorais ou, ainda, interpretação de canções de composição própria ou de outros artistas e compositores. A temática do edital é livre e os projetos podem ser dos mais variados gêneros da música brasileira e mundial, nas vertentes popular ou erudita, em formações instrumentais ou vocais, de releitura, resgate ou de preservação da memória musical.

Segundo o edital, cada proponente pode inscrever no máximo duas propostas musicais por inscrição e por CNPJ. Uma comissão de seleção avaliará os critérios de qualidade, relevância e singularidade artísticas. Serão selecionadas até 15 propostas musicais, sendo até dez contempladas e cinco como suplentes.

A divulgação dos resultados ocorrerá a partir do dia 27 de janeiro e o período de apresentações terá início em abril de 2025. O edital completo está disponível em www.sescpr.com.br/editais/cultura e, para outras informações, entrar em contato por meio do telefone (41) 3234-4211 ou pelo e-mail relacionamento.pacodaliberdade@sescpr.com.br.

Sesc Paço da Liberdade

Localizado na Praça Generoso Marques, no Centro de Curitiba, a unidade Cultural Sesc Paço da Liberdade foi inaugurada em março de 2009. O prédio, que já havia abrigado as sedes dos governos executivo e legislativo da capital, sido sede do Museu Paranaense e tido outras ocupações ao longo de sua história, passou por um intenso e minucioso processo de restauro para preservar suas características arquitetônicas e construtivas originais. Depois de inaugurado, passou a abrigar uma unidade cultural do Sesc PR e um charmoso Café-escola do Senac PR.

Não apenas o prédio foi restaurado: a história do local foi resgatada com as escavações no subsolo que revelaram o piso do antigo mercado municipal. O comércio do entorno, que foi formado principalmente no fim do século XVIII e início do século XX e as construções que resistem até hoje também foram motivo de preocupação da entidade, que em parceria com o Sebrae/PR, desenvolveu o Programa de Revitalização de Espaços Comerciais. A ação conjunta deu tão certo que o projeto se tornou modelo replicado em todo o país.

Hoje o Sesc Paço da Liberdade conta com uma biblioteca com mais de três mil títulos de diversas áreas que podem ser emprestados ou consultados no local; um centro de informação digital permitindo o acesso livre à internet; uma sala de exibição de filmes com programação constante e aberta a diversas experiências audiovisuais; espaço de artes preparado para receber exposições e ofertar cursos; estúdio de gravação onde são realizados trabalhos de produção e pós-produção de áudios gratuitamente; laboratório de arte eletrônica, onde ocorrem cursos e oficinas com uma série de opções técnicas e artísticas para a produção digital; uma livraria e a Sala Cândido de Abreu – gabinete do primeiro prefeito e mentor do edifício – com mobiliário original e  alguns de seus pertences pessoais. Além disso, a Sala de Atos – um ambiente clássico e imponente, com destaque para o teto, que apresenta um conjunto artístico de 25 painéis com pintura a óleo sobre tela – recebe shows, concertos, recitais, palestras e conferências.

O Sesc Paço da Liberdade é aberto ao público de 3ª a 6ª feira, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 17h45 e, aos domingos e feriados, das 11h às 17h.

(Com Silvia Bocchese de Lima/Sesc PR)

Expo MinÁsia Te Leva: Maior exposição focada na Ásia chega a São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Jezael Melgoza/Unsplash.

Chegou a hora do primeiro evento totalmente focado na cultura e turismo da Ásia no Brasil. A Expo MinÁsia Te Leva acontece nos dias 25 e 26 de janeiro, no Centro de Eventos PRO MAGNO, localizado no Jardim das Laranjeiras, na Zona Norte de São Paulo, apresentando uma imersão nas culturas do Japão, Coreia do Sul, China e Tailândia.

Fundada em 2021 pelas sócias Luana Amorim, Fabiola Martins e Amanda Lopes, a empresa de viagem, turismo e eventos MinÁsia, responsável pelo evento, é pioneira em caravanas para a Coreia do Sul no pós-pandemia, além de ter acompanhado mais de 550 viajantes entre os países asiáticos e de ser um Hub de Soluções de Turismo para o Brasil e Mundo. “Nosso objetivo é criar uma experiência onde todos possam experimentar e conhecer um pouco da cultura de cada um dos países”, conta Luana.
Fabíola explica: “Além de promover uma experiência para o público, o evento também será um espaço para as marcas e instituições governamentais de cada país apresentarem seus produtos e culturas, proporcionando até mesmo oportunidades de networking”.

Com um público estimado de até 6 mil pessoas, distribuídas entre os dois dias de evento, além de expositores, a Expo MinÁsia Te Leva trará para o público o KOFF (Korean Filme Festival), os atores tailandeses MosBank, e o duo HELLO GLOOM e from20 da Coreia do Sul. “Essa é a primeira edição e, desde o anúncio da expo, tivemos um ótimo feedback dos nossos seguidores e parceiros; estamos ansiosas para ver o público podendo experimentar um pouco de cada país”, finaliza Amanda.

A Expo MinÁsia Te Leva promete ser um marco importante para o setor de turismo e cultura, reafirmando seu compromisso com o público e parceiros. Os ingressos já estão disponíveis no site www.expominasiateleva.com.br.

Serviço:

Data: 25 e 26 de janeiro (sábado e domingo)

Local: PRO MAGNO Centro de Eventos – Avenida Professora Ida Kolb, 513, Jardim das Laranjeiras, São Paulo, SP

Acompanhe a Expo MinÁsia Te Leva nas redes sociais:

Site: www.expominasiateleva.com.br

Instagram: https://www.instagram.com/minasiateleva/

Instagram: https://www.instagram.com/minasiaoficial/.

(Com Leticia Escobar/17 Zero 1)

Arte e ciência se unem no Museu do Amanhã em exposição sobre sonhos

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Obra do acervo do Museu Imagens do Inconsciente na exposição ‘Sonhos: História, Ciência e Utopia’, no Museu do Amanhã. Foto: Albert Andrade/Museu do Amanhã.

O Museu do Amanhã acredita no potencial da arte para a democratização do acesso aos conteúdos abordados pela instituição, que se autodescreve como um museu de ciências. Em sua nova exposição, ‘Sonhos: História, Ciência e Utopia’, 18 obras do acervo do Museu Imagens do Inconsciente – fundado pela doutora Nise da Silveira – representam o que o ser humano pode acessar por meio dos sonhos. A famosa psiquiatra brasileira entendia a arte como reveladora das riquezas do inconsciente, e percebia sua importante contribuição na luta contra os estigmas associados aos portadores de transtornos psíquicos. As peças em exibição são de autoria de artistas emblemáticos, como Adelina Gomes, Carlos Pertuis, Emygio de Barros e Fernando Diniz.

Sonhos: História, Ciência e Utopia, realizada sob a curadoria do neurocientista Sidarta Ribeiro, conta ainda com outras atrações artísticas, como uma série de obras interativas que se utilizam de recursos como inteligência artificial generativa e produção de vídeos, além da imersiva ‘Galeria de sonhos e de grandes sonhadores’, que traz sonhadores de nossa história como Bertha Lutz, Cacique Raoni, Chico Mendes, Darcy Ribeiro, Dona Ivone Lara, Lélia Gonzalez, Lynn Margulis, Martin Luther King, Nise da Silveira, Paulo Freire, Pepe Mujica e Yoko Ono.

A exposição é a primeira das iniciativas que comemoram dez anos desde a fundação do Museu do Amanhã, a serem completados em dezembro de 2025. Antes mesmo de completar um mês, a mostra já recebeu mais de 30 mil visitantes. Ingressos disponíveis no site oficial e na bilheteria do Museu; ao longo deste ano, terão preço promocional de R$10 no dia 10 de cada mês.

Sobre o Museu do Amanhã

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo. Exemplo bem-sucedido de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, o Museu conta com o Banco Santander Brasil como patrocinador master, a Shell, Grupo CCR e Instituto Cultural Vale como mantenedores e uma ampla rede de patrocinadores que inclui ArcelorMittal, Engie, IBM, Volvo e TAG. Tendo a Globo como parceiro estratégico e Copatrocínio da B3, Mercado Livre e Águas do Rio, conta ainda com apoio de Bloomberg, Colgate, EMS, EGTC, EY, Granado, Rede D’Or, Caterpillar, TechnipFMC e White Martins. Além da DataPrev, Fitch Ratings e SBM OffShore apoiando em projetos com a Lei de Incentivo Municipal, conta com os parceiros de mídia Amil Paradiso, Rádio Mix, Revista Piauí, Curta ON e Assessoria Jurídica feita pela Luz e Ferreira Advogados.

Sobre o IDG

O IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização social sem fins lucrativos especializada em conceber, implantar e gerir centros culturais públicos e programas ambientais. Atua também em consultorias para empresas privadas e na execução, desenvolvimento e implementação de projetos culturais e ambientais. Responde atualmente pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, Paço do Frevo, em Recife, e Museu das Favelas, em São Paulo. Atuou ainda na implantação e na gestão do Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro como gestor operacional do Fundo da Mata Atlântica e como realizador das ações de conservação e consolidação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro. Também foi responsável pela concepção e implementação do projeto museológico do Memorial do Holocausto, inaugurado em 2022 no Rio de Janeiro. Saiba mais no link.

(Com Luisa Mattos/Assessoria de Imprensa Museu do Amanhã)

Rosamaria Murtinho celebra 70 anos de carreira no palco na nova temporada de ‘A Vida Não É Justa’

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Cristina Granato.

Completando 70 anos de carreira, com mais de 65 peças no currículo, a atriz Rosamaria Murtinho, de 92 anos, sobe ao palco desta vez para viver três personagens no espetáculo ‘A Vida Não É Justa’, idealizado pelo produtor Eduardo Barata e baseado no livro da juíza Andréa Pachá. Uma das personagens, a Molhadinha25, comete adultério virtual provocando ciúmes do marido, vivido por Wilson Rabelo. A peça, dirigida por Tonico Pereira, com mais de 60 anos de trajetória artística, tem também no elenco Lorena da Silva, Marta Paret, Duda Barata, Bruno Quixotte e Rafael Sardão. Eles farão uma curtíssima temporada no Teatro Sesc Copacabana, de 10 de janeiro a 9 de fevereiro, sextas e sábados às 19h e domingos às 18h.

Dezoito mil audiências e uma sentença: A VIDA NÃO É JUSTA. Foi assim que surgiu a inspiração para o título do livro de Andréa Pachá, lançado em 2012, que ganhou os palcos com dramaturgia de Delson Antunes e direção de Tonico Pereira e foi sucesso de público nas duas temporadas anteriores no Rio e São Paulo. “A gente pode viver grandes guerras, pode viver grandes hecatombes, mas no final, o que define a nossa vida são essas pequenas questões que acontecem entre o nascimento e a morte. Como é que a gente ama, como é que a gente se relaciona, como é que a gente lida com a perda? Essas questões são as questões que me interessam e que nos interessam como humanidade, interessam para o teatro. E é por isso que conflitos, aparentemente tão banais, acabam despertando tanto interesse, porque eles falam de quem nós somos”, afirma Andréa. “No livro, há vários temas que se repetem, então busquei escolher casos que dessem ao texto uma maior variedade de conflitos de forma que as pessoas possam se identificar mais”, pontua Delson Antunes, responsável pela adaptação da literatura para o teatro.

Em 2016, o livro, composto por 35 contos, foi adaptado para a televisão e apresentado em um quadro no Fantástico, com Glória Pires interpretando a juíza. Para a versão teatral foram escolhidas 8 histórias, além do prólogo: Casamento não é emprego / Quem cuida dele? / Tem coisa que não se pergunta / Molhadinha25 / O que os olhos não veem / Sagrado é um samba de amor / Mas eu amo aquele homem… / Reconciliação. “O trabalho de dramaturgia do Delson Antunes é de sintonia fina com a Pachá”, explica Tonico.

Rosamaria subiu pela primeira vez ao palco aos 18 anos na companhia de teatro amador Studio 53. A convite de Paulo Francis, participou do Teatro dos Sete, companhia formada por Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Sérgio Britto e se destacou em trabalhos como O Canto da Cotovia, A Rosa Tatuada e Manequim. Foi numa dessas montagens que viria a conhecer o ator Mauro Mendonça, com quem se casou em 1959. Em A vida não é justa, ela interpreta as mesmas personagens que já ganharam vida na atuação da saudosa Dama do Teatro Léa Garcia, que nos deixou em 2023. Já seu par, Wilson Rabelo, dá vida ao mesmo papel interpretado pelo mestre Emiliano Queiroz, que também partiu em outubro de 2024, após 70 anos de dedicação à arte.

A atriz e assistente de direção Marta Paret comenta sobre os personagens: “São todos muito ricos e diferentes. Na separação, enfrentam um momento em comum de ruptura, no qual devem encarar as consequências de suas escolhas para o resto da vida”. A atriz Duda Barata explica como a direção de Tonico a ajudou a superar os desafios de interpretar vários personagens: “Eu sou uma pessoa muito racional, e isso às vezes acaba por atrapalhar. O Tonico me balanceia, ele domina os sentimentos de forma maestral, suas dicas são pontuais e certeiras”.

A Justiça é acionada como tema central do espetáculo, com a função de solucionar conflitos, mas também de lembrar que “a felicidade não é um direito, muito menos uma obrigação. Compreender nossa humanidade nos faz mais responsáveis pelo nosso destino”, nas palavras da autora. Nesta encenação teatral, propõe-se um jogo em que os atores e os personagens se revezam ora na tarefa de vítima, ora na função de acusado, trazendo para a reflexão temas como diversidade, igualdade, justiça, respeito, tolerância e conflitos relacionais. “Cada ator vive mais de um personagem, dessa forma, o figurino se torna um elemento central para que o público reconheça de imediato essas mudanças”, comenta a figurinista Fernanda Fabrizzi.

A iluminação é de Paulo Denizot, que também assina o cenário com Janaina Wendling. “A peça explora o absurdo que a realidade é, e a luz acompanha esse caminho, um falso realismo absurdo. Ela busca enfatizar os dramas que as pessoas passam, dando plasticidade e dinâmica”, pontua Denizot. “No cenário, manequins são usados para representar a massa humana. Somos arquétipos, procuro de maneira prática e poética trabalhar essa massa que se encaixa em personagens da vida real”, detalha Janaina.

“As escolhas foram feitas a partir do entendimento de cada história contada. A música é uma personagem ativa durante toda a narrativa e faz uma ligação dramatúrgica entre cada cena, despertando nos atores e no público ‘emoções baratas’, aquelas que tocam na memória e são extremamente populares, causando identificação imediata”, comenta Máximo Cutrin, responsável pela trilha sonora. Segundo ele, “as músicas com vozes femininas, e em sua maioria brasileiras, são uma grande referência também”.

O amor acaba, divórcios acontecem, investigações de paternidade são necessárias, os filhos sofrem, reconciliações ocorrem, situações inusitadas e cômicas transformam-se em soluções e as famílias adquirem novas estruturas. Interpretando a juíza, Lorena da Silva comenta sobre dar vida a uma personalidade de reconhecimento como Andréa Pachá, “é uma honra e um barato. É um presente”.

O espetáculo é composto por um prólogo e oito cenas, a juíza (Lorena da Silva) está em todas as cenas:

PRÓLOGO: Todos em cena

1ª Cena: MOLHADINHA 25, com Rosamaria Murtinho, Wilson Rabelo e Bruno Quixotte

2ª Cena: CASAMENTO NÃO É EMPREGO, com Duda Barata, Bruno Quixotte e Rafael Sardão

3ª Cena: QUEM CUIDA DELE?, com Marta Paret e Rafael Sardão

4ª Cena: TEM COISA QUE NÃO SE PERGUNTA, com Rafael Sardão e Duda Barata

5ª Cena: SAGRADO É UM SAMBA DE AMOR; com Rosamaria Murtinho, Bruno Quixotte e Rafael Sardão

6ª Cena: O QUE OS OLHOS NÃO VEEM; com Duda Barata, Marta Paret e Bruno Quixotte

7ª Cena: MAS EU AMO AQUELE HOMEM…; com Marta Paret, Bruno Quixotte e Duda Barata

8ª Cena: RECONCILIAÇÃO; com Rosamaria Murtinho e Wilson Rabelo.

Serviço:

A vida não é justa

Duração: 80 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

Local: Sesc Copacabana

Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana

Temporada: De 10 de janeiro a 9 de fevereiro

Dias e horários: Sextas a domingos, às 19h – *Excepcionalmente nesta quinta-feira, dia 9, haverá ensaio aberto e gratuito, também às 19h, sujeito à lotação

Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia), R$7,50 (comerciário)

Informações: (21) 4020-2101

FICHA TÉCNICA

Texto original: Andréa Pachá

Dramaturgia: Delson Antunes

Direção: Tonico Pereira

Idealização: Eduardo Barata

Elenco:

Rosamaria Murtinho

Bruno Quixotte

Duda Barata

Lorena da Silva

Marta Paret

Rafael Sardão

Wilson Rabelo

Gesto e movimento: Marina Salomon

Cenário: Paulo Denizot e Jana Wendling

Figurinos / 1ª temporada: Fernanda Fabrizzi

Figurinos / 2ª temporada: Tiago Ribeiro

Iluminação: Paulo Denizot

Trilha Sonora: Máximo Cutrim

Visagismo: Fernando Ocazione

Diretor de palco: Tom Pires

Operador de luz: Rogério Medeiros

Operador de som: Enrico Baraldi

Camareira: Sonia Martins

Maquiagem / cabelo: Alex Palmeira

Programação visual: Ricardo Barata

Fotos: Cristina Granato

Direção de produção: Elaine Moreira

Produção executiva: Bruno Luzes e Tom Pires

Produção: Barata Produções

Assessoria de Imprensa: Barata Comunicação e Dobbs Scarpa.

(Com Fabio Dobbs/Dobbs Scarpa)

Aves marinhas criam ninhos em terminal aquaviário, mas só 1 a cada 20 filhotes sobrevive, aponta estudo

São Sebastião, por Kleber Patricio

Trinta-réis-de-bico-vermelho formou ninhos em terminal da Petrobras em São Sebastião (SP). Foto: Leo Cordeiro/Acervo pesquisadores.

 

Em São Sebastião, no litoral norte paulista, a ave Sterna hirundinacea, também chamada de trinta-réis-de-bico-vermelho, pode ser avistada no Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), operado pela Petrobras. Por algum motivo, o bicho gostou da construção (que recebe boa parte da produção brasileira de petróleo) e achou que era um bom lugar para formar seus ninhos. A taxa de sucesso reprodutivo dos trinta-réis que habitam o Tebar, contudo, é de apenas 5,1% – ou seja, apenas 1 a cada 20 filhotes sobrevive e consegue alcançar voo. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicado nesta sexta (20) no periódico Ocean and Coastal Research.

Entre abril e setembro de 2021, Léo Fonseca, estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade de Ambientes Costeiros, monitorou 159 ninhos e 318 indivíduos de trinta-réis-de-bico-vermelho que circulam pelo Tebar. No total, 78 ovos foram postos, mas 63 foram perdidos, seja por causa de predadores (60,3%), por serem inviáveis para se desenvolver (34,9%) ou natimortos (4,8%). Entre os 15 saudáveis, 11 filhotes não sobreviveram também por conta de predadores ou por quedas no mar (54,5%), colisões com veículos (36,4%) ou causas naturais (9,1%). A maioria das mortes aconteceu nos primeiros nove dias após a eclosão dos ovos. Apenas quatro indivíduos conseguiram chegar à idade de aprender a voar.

Em comparação com outros estudos feitos em ambientes naturais, a taxa de sucesso reprodutivo da S. hirundinacea encontrada pelo grupo da Unesp é considerada muito baixa. Outros monitoramentos em habitats naturais registraram taxas acima de 35%. O registro mais baixo encontrado até então, que já era um ponto fora da curva, era de 2010, num trabalho em que os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento de 21 ovos, com taxa de sucesso reprodutivo, de 6%, em uma ilha em Santa Catarina.

“A principal causa da perda de ovos no terminal é a perturbação humana”, aponta Edison Barbieri, especialista em aves marinhas e autor sênior do estudo. “Não sabemos porque essa espécie se adaptou a este ambiente; pode ser por causa da coloração ou pela temperatura do concreto. Elas fazem ninhos onde acham que é seguro”, explica. A atividade humana na costa, no entanto, prejudica o desenvolvimento seguro dos filhotes: mais de um terço deles foi morto pelo fato de os ninhos estarem próximos à circulação de veículos.

“Essas aves são sentinelas ambientais, ou seja, podem indicar como está a saúde daquele ambiente, porque são predadores de topo”, afirma Barbieri. Segundo o pesquisador, o trabalho é pioneiro em medir o sucesso reprodutivo da Sterna hirundinacea em um ambiente artificial e, por isso, seu grupo espera poder continuar pesquisas para entender os efeitos de viver em ambientes similares na espécie.

(Fonte: Agência Bori)