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Chef brasiliense lança série de lives “Mestres pelo Brasil” em junho

Brasília, por Kleber Patricio

Fotos: Marília Lima.

O Brasil é um país repleto de culturas, crenças e vivências distintas, o que influencia diretamente na gastronomia de cada região. Após sua experiência no programa Mestre do Sabor, a chef Leninha Camargo embarca em mais um novo projeto: explorar ainda mais a sua experiência na gastronomia e nos produtos de origem brasileira, por meio de uma série de lives que exploram a diversidade gastronômica do nosso país. As lives, que começam no dia 2 de junho, serão promovidas no Instagram da chef e contam com a participação dos ex-participantes do Mestre do Sabor e também do reality Masterchef.

O intuito das lives é trazer para o público bate-papos sobre as mais variadas culturas gastronômicas de todo país, levantando a bandeira que a chef carrega, que é a supervalorização da gastronomia brasileira e dos produtos da terra, assim como o resgate das culturas de cada região e dos pequenos produtores, principalmente do cerrado. “Quero mostrar a qualidade e excelência da gastronomia brasileira, ressaltando sempre os ingredientes típicos daqui. Nosso país tem uma diversidade imensa de produtos e misturas e precisamos explorá-la”, destaca Leninha.

Nas lives, os chefs irão preparar ao vivo receitas fáceis e com produtos acessíveis, além do preparo detalhado de cada prato. A chef informará previamente em suas redes os ingredientes que serão utilizados em cada preparo, para que o público possa comprar e participar da dinâmica durante a transmissão. Para esse projeto, Leninha Camargo conta com convidados ilustres – chefs renomados de todo o país, que na sua maioria, comandam caçarolas por todo o Brasil, além de serem todos ex-participantes de realitys de gastronomia, como Mestre do Sabor e Masterchef.

Para iniciar o projeto, o primeiro convidado será o finalista do Mestre do Sabor Junior Marinho, de Goiânia, que conquistou o Brasil inteiro por sua simpatia e sorriso cativante e irá preparar um prato da chamada “cozinha afetiva” ao vivo. Outros grandes nomes que irão compor o time de Leninha nas lives serão os chefs Marcelo Cotrim, Moacyr Santana, Lui Veronese, Arthur Pendragon, Serginho Jucá, Francisco Pinheiro, Roberto Neves e Janete Borges, entre outros.

Quem fará o encerramento será o chef Thiago Chagas, enriquecendo a todos com o tema Nordeste no Prato. “Fiz uma seleção difícil para compor esse grupo de chefs que participarão das lives, pois no nosso país possuímos grandes talentos na gastronomia, mas acredito que fiz uma excelente escolha, pois cada um trará os sabores e a sua vasta experiência de cada região do nosso Brasil”, completa a chef.

Cronograma das lives

Live 1 – Prato da cozinha afetiva – Convidado: Júnior Marinho

Data e horário: 2/6 às 21h

Live 2 – Como gerar conteúdo com receitas criativas? – Convidado: Marcelo Cotrim

Data e horário: 3/6 às 21h

Live 3 – Sabores da cozinha baiana – Convidado: Moacyr Santana

Data e horário: 4/6 às 21h

Live 4 – As Riquezas do Bioma do Cerrado – Convidado: Luiz Veronese

Data e horário: 7/6 às 21h

Live 5 – Os Sabores do Bioma Baiano – Convidado: Arthur Pendragon

Data e horário: 8/6 às 21h

Live 6 – Cores, Texturas, Aromas e Sabores – Convidado: Serginho Jucá

Data e horário: 9/6 às 21h

Live 7 – Verdadeira Cozinha Sentimental – Convidado: Francisco Pinheiro

Data e horário: 10/6 às 21h

Live 8 – Amazônia na Panela – Convidado: Roberto Neves

Data e horário: 12/6 às 21h

Live 9  – Charcutaria do Mar – Convidada: Janete Borges

Data e horário: 14/6 às 21h

Live 10 – As Riquezas Sergipanas – Convidada: Seichele Barboza

Data e horário: 15/6 às 21h

Live 11 – Yakissoba em releitura – Convidado: Vinicius Rossignoli

Data e horário: 16/6 às 21h

Live 12 – Os Sabores Pernambucanos – Convidada: Gi Nacarato

Data e horário: 17/6 às 21h

Live 13 – Frutos do mar na brasa – Convidado: André Boratto

Data e horário: 18/6 às 21h

Live 14 – Cozinha de Sentimento – Convidado: André Barros

Data e horário: 21/6 às 21h

Live 15 – Ascensão da gastronomia: de hobby a profissão – Convidado: Thiago Gatto

Data e horário: 22/6 às 21h

Live 16 – Preparação do Maria Izabel – Convidado: Renan Corrêa

Data e horário: 23/6 às 21h

Live 17 – Cores, Texturas, Aromas e Sabores do Bioma Amazônico – Convidado: Guto Medeiros

Data e horário: 24/6 às 21h

Live 18 – Cultura dos quilombolas – Convidada: Aline Guedes

Data e horário: 28/6 às 21h

Live 19 – Nordeste no Prato – Convidado: Thiago Chagas

Data e horário: 30/6 às 21h.

Sobre Leninha Camargo | Com formação na Itália, na conceituada Accademia Italiana della Cucina, mestrado em segurança alimentar na Universidade de Brasília (UnB) e especialista em azeites, a chef Leninha Camargo atua há cerca de 20 anos na capital e atualmente comanda o espaço de eventos Orpheum e o Empório Chef Leninha Camargo, localizados em Brasília, além de participar da última edição do programa Mestre do Sabor. Empreendedora criativa e inquieta, Leninha também desenvolve diversos projetos ligados à gastronomia, como o Vinho e Música; o programa Na Ilha com a Chef, que será lançado no final de maio e projetos para a indústria de alimentos, além de lives com chefs de todo o Brasil.

Nova edição do #MirantedaCasa debate história e memória no documentário brasileiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Frame de “Os Arrependidos”, de Ricardo Calil. Crédito: divulgação.

O #MirantedaCasa, programa de lives do Educativo da Casa de Cultura do Parque, convida o público a participar de sua nova edição sobre história e memória no documentário brasileiro, no dia 28 de maio, junto aos documentaristas Daniel Santiago, Ricardo Calil e Armando Antenore. A conversa, mediada por Gabriel Campos, acontece às 17h, no YouTube e Facebook da Casa.

O encontro tem como foco o filme vencedor do Festival É Tudo Verdade deste ano, Os Arrependidos, de Ricardo Calil e Armando Antenore. O longa retoma um momento chave da história nacional que ainda paira sobre os nossos dias: a Ditadura Militar. A conversa também discute o panorama dos filmes que participaram do festival esse ano, a recepção dos documentários exibidos em formato on-line e a situação crítica da memória cinematográfica brasileira com o fechamento da Cinemateca.

Para enriquecer o debate, uma série de filmes serão citados e analisados; entre eles Coração do Brasil e Família Alcântara, ambos de Daniel Santiago, (o último com direção conjunta de Lilian Solá Santiago) que contam e registram – sob outra perspectiva – a vida social do país e sua relação com o passado. Cine Marrocos, de Ricardo Calil, narra o dia a dia de ocupantes do famoso cinema no centro paulistano.

O diretor Ricardo Calil. Foto: divulgação.

Sobre Ricardo Calil | Codiretor do documentário Os Arrependidos (com Armando Antenore), vencedor do É Tudo Verdade 2021, e diretor de Cine Marrocos (2018), vencedor do É Tudo Verdade 2019 e premiado em Guadalajara (México) e DokLeipzig (Alemanha). Codirigiu, com Mônica Almeida e Gian Carlo Bellotti, a série Em Nome de Deus (2020), sobre o médium João de Deus, e o documentário musical Arnaldo, Sessenta (2020), ambos para o Globoplay. É codiretor, com Renato Terra, dos documentários Uma Noite em 67 (2010), Eu Sou Carlos Imperial (2016) e Narciso em Férias (2020) e da série Noites de Festival (2020); coautor do livro Uma Noite em 67 (Ed. Planeta), também com Terra; roteirista do programa Conversa com Bial; foi crítico de cinema da Folha de S. Paulo e do site NoMínimo.

Sobre Armando Antenore | Iniciou a carreira em 1987. Trabalhou na Folha de S. Paulo por 12 anos como repórter e repórter especial. Também exerceu as funções de repórter e editor nas revistas Saúde!, Jovem Pan e Vip. Entre agosto de 2005 e julho de 2013, foi editor-sênior e redator-chefe da revista Bravo!, na editora Abril. Depois, virou repórter especial da Abril, onde permaneceu até novembro de 2014. Nessa função, fez matérias para as revistas Claudia e Playboy. Em 2015, atuou como diretor da Bella, editora especializada em livros de não ficção. Desde 2016, é editor e repórter da revista Piauí. Em 2018 e 2019, ficou entre os dez indicados ao Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo na categoria “texto”. O prêmio é concedido pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, que se localiza em Cartagena das Índias, na Colômbia. De 1999 a 2009, foi um dos coordenadores da Associação de Incentivo às Comunicações Papel Jornal, que ajudou a implantar. É autor dos livros infantis Júlia e Coió, Rita Distraída e Sorri, Lia!, lançados no Brasil pelo grupo espanhol SM. Em 2014, o Ministério da Educação escolheu Sorri, Lia! para fazer parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), programa que distribui livros em escolas públicas do país inteiro.

Sobre Daniel Santiago | Autodidata, o produtor e documentarista Daniel Solá Santiago possui larga experiência na área audiovisual. Participação em produções de filmes de longa-metragem, tais como Eles não Usam Black-Tie, Pixote, Carandiru e The Emerald Forest, entre outros. Dirigiu e produziu os documentários de longa-metragem Família Alcântara e Coração do Brasil. Finaliza os documentários Ecos do Teatro Experimental do Negro e Memória Possível. É presidente da Apaci – Associação Paulista de Cineastas no biênio 2020/2021.

Frame de “Uma Noite em 67”, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil. Crédito: Wilson Santos/CPDoc/JB.

Sobre o #MirantedaCasa | Programa do Educativo da Casa de Cultura do Parque, o #MirantedaCasa convida personalidades da cena contemporânea para debater assuntos que instigam a pensar o novo na História e na Cultura. Mediada por Gabriel Campos, a conversa é pontuada por leituras de trechos literários que precedem às perguntas – são provocações poéticas que caracterizam o programa. É um lugar de escuta, que estimula o debate, exercita e excita a memória, buscando alternativas para sair do lugar-comum olhando para o futuro. O saber é faísca e pólvora.

Sobre a Casa de Cultura do Parque | A Casa de Cultura do Parque, localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, é um espaço plural que busca estimular reflexões sobre a agenda contemporânea, promovendo uma gama de atividades culturais e educativas que incluem exposições de arte, shows, palestras, cursos e oficinas.

A Casa de Cultura do Parque tem como parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea – ICCo, uma oSCIP sem fins lucrativos. As duas iniciativas, de natureza socioeducativa, compartilham a mesma missão de ampliar a compreensão e a apreciação da arte e do conhecimento.

Serviço:

#MirantedaCasa sobre história e memória no documentário brasileiro

Live: 28 de maio, sexta-feira, às 17h

Participantes: Daniel Santiago, Ricardo Calil e Armando Antenore

Onde: Facebook e YouTube da Casa de Cultura do Parque.

Refugiados idosos estão sob alto risco de exclusão enquanto Covid-19 continua a atingir as Américas

Genebra, por Kleber Patricio

Mulheres venezuelanas da comunidade de refugiados indígenas Warao produzem artesanato em Manaus (AM). Foto: Felipe Irnaldo/ACNUR.

O ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e a HelpAge International alertaram ontem (26) que a pandemia da Covid-19 está colocando em risco pessoas idosas que se deslocam pela América Latina, prejudicando seu bem-estar e limitando seu acesso a direitos e serviços essenciais.

Uma avaliação conjunta na Colômbia, Equador, El Salvador, Honduras e Peru revelou que a pandemia está exacerbando as ameaças pré-existentes à saúde física e mental, nutrição, autonomia financeira e situação legal de refugiados idosos e pessoas idosas em deslocamento. Metade dos entrevistados descreveu ter sofrido discriminação, enquanto um número preocupante descreveu incidentes de abusos. “Há muito tempo, pessoas idosas em situação de deslocamento forçado se deparam com abandono e proteção insuficiente. Sua plena inclusão nas respostas nacionais à pandemia, inclusive nos planos de vacinação da Covid-19, é fundamental para garantir sua dignidade e direitos”, afirma Jose Samaniego, diretor do Escritório Regional do ACNUR para as Américas.

O relatório Uma reivindicação pela dignidade: Envelhecer em movimento pode ser lido em https://ageingonthemove.org/. Clique aqui para acessar o texto completo no site oficial do ACNUR.

Exclusão digital afetou acesso ao auxílio emergencial das classes D e E na pandemia

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Marcello Casal Jr./Unsplash.

Muitos brasileiros não conseguiram receber o auxílio emergencial oferecido durante a pandemia de Covid-19 devido à exclusão digital, revela um estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGVcemif). A falta de habilidade para lidar com dispositivos digitais e as limitações de acesso à internet foram algumas das barreiras encontradas por esses trabalhadores para conseguir o auxílio, que voltou a ser pago no mês de abril de 2021, após interrupção de três meses.

O relatório, antecipado à Bori, mostra, ainda, que trabalhadores das classes D e E foram mais afetados pela exclusão digital com relação ao auxílio. Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif, lembra que um em cada quatro brasileiros ainda não utiliza a internet, proporção que representa aproximadamente 47 milhões de pessoas. A maior parte está nas classes D e E. “Isso acaba sendo um problema, já que as pessoas dessas classes são justamente aquelas que estão em maior condição de vulnerabilidade social e precisam de políticas de transferência de renda”, destaca González, que é um dos autores do estudo.

Tendo como base os dados secundários da segunda edição do painel TIC Covid-19, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), os pesquisadores aplicaram um questionário com usuários de internet com mais de 16 anos de todas as regiões do país entre junho e setembro de 2020. Dentre estes entrevistados, 38% afirmaram ter conseguido receber o auxílio emergencial. Outros 20% tiveram suas solicitações negadas, ou seja, não receberam o auxílio emergencial. Considerando apenas a porção de pessoas das classes D e E, a porcentagem dos que tentaram solicitar, mas não conseguiram sobe para 23%.

Entre os motivos para o não recebimento do auxílio, são apontados tanto barreiras tecnológicas como barreiras cognitivas, como a falta de habilidade de manuseio do aplicativo do programa do auxílio emergencial, disponibilizado pela Caixa. No primeiro grupo estão dificuldades como não ter um celular, não ter um espaço de armazenamento suficiente para baixar ou armazenar o aplicativo e não ter acesso à internet no aparelho. Com relação ao manuseio, temos a falta de habilidade dos solicitantes em baixar e utilizar o aplicativo para a solicitação do benefício.

Exclusão digital com relação ao auxílio é mais forte nas classes D e E | A falta de acesso a um celular é um motivo que afetou quase três vezes mais usuários das classes D e E na comparação com o total dos solicitantes que tentaram pedir, mas não receberam o auxílio emergencial do governo federal. “Cerca de 20% dos usuários de internet das classes D e E apontam indisponibilidade do celular como uma das razões para não conseguir o benefício”, reforça Gonzalez.

As limitações no acesso à internet, que afetaram 9% do total de solicitantes, também são bem piores para os usuários das classes D e E, cujo número alcança 22%. Dificuldades pessoais no download do aplicativo para celular da Caixa também aparecem com porcentagem duas vezes maior nas classes D e E (18%) do que o informado pelo total de entrevistados (9%). Ainda, 28% dos usuários destas classes relataram falta de habilidade em utilizar o aplicativo após tê-lo baixado em um aparelho celular, contra 12% do total dos entrevistados.

Diante destes dados, os autores frisam que é fundamental que a disponibilização do auxílio emergencial, que é voltado para a população mais afetada pela pandemia da Covid-19, seja realizada em interfaces amigáveis, intuitivas e alinhadas às especificidades dos dispositivos móveis destes usuários. “A formulação e implementação de políticas públicas precisa levar em consideração a realidade da baixa renda no uso de tecnologias sob pena de não atingir seus objetivos ou promover mudanças ‘para pior’”, alertam os autores do estudo. Além disso, os autores ressaltam a importância do papel das prefeituras e profissionais que atuam em nível local, em contato direto com os usuários dos serviços de assistência social, que podem ajudá-los a manusear o aplicativo.

Apesar de reconhecerem o papel da Caixa na implementação do auxílio emergencial, os pesquisadores se mostram especialmente preocupados com o fato dos aplicativos escancararem a desigualdade socioeconômica do Brasil com relação ao acesso a tecnologias. “A despeito dos progressos inesperados em meio à pandemia, a inclusão digital continua sendo uma promessa para as classes D e E”, concluem.

(Fonte: Agência Bori)

Amazônia em foco: programação online com filmes e debates discute a região amazônica

Brasil, por Kleber Patricio

Cena de “Amazônia Eterna”. Fotos: divulgação/Ecofalante.

Um abrangente painel das questões, impasses e possíveis soluções para a Amazônia – esta é a proposta da Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia, que acontece de forma online e gratuita de 2 a 9 de junho. O evento ocorre no âmbito da Semana Nacional do Meio Ambiente, instituída em 1981 com o objetivo promover a participação da comunidade na preservação do patrimônio natural do Brasil.

Na programação, está a exibição de 16 filmes e duas séries para TV. Também são promovidos um ciclo de debates, webnário e master class. Toda a programação pode ser acessada pelo endereço www.ecofalante.org.br. Os filmes ficam em cartaz no site da Ecofalante e na plataforma Belas Artes à La Carte.

Na programação estão os seis episódios da série exclusiva HBO Transamazônica: Uma Estrada Para o Passado, série dirigida por Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, uma coprodução entre a HBO Latin America Originals e a Ocean Films. A elogiada produção percorre a rodovia BR-230, obra faraônica iniciada durante a ditadura civil-militar (1964-1985), com extensão implantada de 4.260 km e nunca finalizada. Da extração ilegal de madeira e a rotina nos garimpos ao total abandono da população, a série documental retrata a atual situação de quem vive nas regiões por onde passa a via.

Entre os títulos programados está BR Acima de Tudo, exibido em pré-estreia mundial. Dirigido por Fred Rahal Mauro, é uma produção do ((o))eco, um veículo de jornalismo voltado à conservação da natureza, biodiversidade e política ambiental. O filme trata dos impactos da possível expansão da rodovia BR-163, cujo traçado corta a floresta amazônica em direção à fronteira com o Suriname, projeto gestado durante a ditadura civil-militar (1964-1985). A produção foi realizada com o apoio do Rainforest Journalism Fund do Pulitzer Center.

Estão presentes na Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia títulos inéditos comercialmente no Brasil, como Edna, de Eryk Rocha, que teve estreia internacional no prestigioso festival suíço Visions du Réel e focaliza as marcas da guerra pela terra em uma moradora nas margens da rodovia Transbrasiliana (BR-153, ou rodovia Belém-Brasília), e A Última Floresta, do diretor Luiz Bolognesi, selecionado para a edição deste ano do Festival de Berlim e protagonizado por Davi Kopenawa, xamã da tribo Yanomami e corroteirista do filme que vive embates com garimpeiros que chegam a seu território.

Na programação, está incluído o multipremiado longa-metragem britânico Quando Dois Mundos Colidem, que aborda o violento conflito desencadeado na Amazônia peruana por um projeto de extração de petróleo, minério e gás que vitimou os povos indígenas ali residentes. A obra conquistou, no prestigioso Festival de Sundance, o prêmio especial do júri e foi laureada em eventos na Espanha, Suíça, China, Índia e Coréia do Sul.

“Mataram a Irmã Dorothy”. Foto: Carlos Silva.

Ficam disponíveis durante o evento seis episódios da série A Década da Destruição, coprodução Brasil/Reino Unido dirigida entre 1980 e 1990 por Adrian Cowell (1934-2011) e Vicente Rios e considerada um marco no documentário ambiental feito no Brasil. A produção apresenta a realidade amazônica, em especial, a luta pela terra e a violência de fazendeiros contra trabalhadores rurais, bem como o conflito entre a antiga mineradora CVRD (atual Vale S/A) e garimpeiros. O episódio Chico Mendes – Eu Quero Viver focaliza a trajetória do sindicalista, ativista político e ambientalista Chico Mendes (1944-1998), destacando sua luta a favor dos seringueiros da Amazônia.

Entre os filmes programados pelo evento estão os premiados estão Soldados da Borracha (de Wolney Oliveira), vencedor do prêmio de melhor filme (concedido pelo público) na Mostra Ecofalante de Cinema de 2020; Amazônia Sociedade Anônima (de Estevão Ciavatta), finalista do One World Media Awards, um dos mais importantes prêmios internacionais da área; Mataram Irmã Dorothy, coprodução EUA/Brasil que venceu o grande prêmio do júri e prêmio do público no cultuado Festival SXSW ao acompanhar o julgamento dos assassinos de irmã Dorothy Stang e Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro (de Victor Lopes), sobre o maior garimpo do Brasil e premiado como melhor filme no FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.

Título selecionado para o Festival de Berlim, O Reflexo no Lago, de Fernando Segtowick, trata de comunidades ribeirinhas localizadas próximas da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Já projetos com propostas de uso da floresta de maneira sustentável estão em Amazônia Eterna, de Belisario Franca, vencedor do prêmio de melhor documentário no BRAFFTV – Festival de Cinema Brasileiro em Toronto. A atriz Christiane Torloni dirige, em parceria com Miguel Przewodowski, Amazônia, o Despertar da Florestania, uma discussão sobre questões ambientais da floresta amazônica. Sob a Pata do Boi, de Márcio Isensee e Sá, focaliza a relação da pecuária com a Amazônia e mereceu premiações na Mostra Ecofalante de Cinema e em eventos na França, Espanha, Portugal e Venezuela. Já no curta-metragem Ameaçados, a diretora Julia Mariano mostra a luta de pequenos agricultores do sul e sudeste do Pará, tendo acumulado premiações na Mostra Ecofalante de Cinema e em diversos festivais.

Cena de “Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro”. Foto: divulgação.

A Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia apresenta ainda três dos mais importantes filmes assinados por Jorge Bodanzky: o clássico Iracema, Uma Transa Amazônica (1974), codirigido por Orlando Senna, Jari (1979) e Terceiro Milênio (1981), ambos codirigidos por Wolf Gauer.

Um ciclo de debates coloca em discussão diferentes questões que afetam a Amazônia, como o uso das terras, infraestrutura, bioeconomia e crise climática. Participam dos encontros, entre outros, o documentarista João Moreira Salles, o professor Ricardo Abramovay, a secretária de Ciências e Tecnologia do Amazonas Tatiana Schor, Danicley de Aguiar, do Greenpeace Brasil, e os cineastas Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel.

Em 3/6, quinta-feira, às 19h00, acontece o debate Para Onde Leva a Transamazônica?.  Participam os diretores da série exclusiva HBO Transamazônica: Uma Estrada Para o Passado Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, o documentarista João Moreira Salles, Alessandra Munduruku (a confirmar) e Danicley de Aguiar, Sênior Campaigner no Greenpeace Brasil. A jornalista Flavia Guerra faz a mediação.

Cena de “Transamazônica: uma estrada para o passado”. Foto: divulgação.

Amazônia: Uma Questão de Terra(s) é o tema do debate agendado para 4/6, sexta-feira, às 19h00. São várias as atividades econômicas que fazem pressão sobre a maior floresta tropical do mundo e os povos tradicionais que lá vivem. Atualmente, uma série de leis em tramitação procura regular tais atividades. Quais são os principais beneficiários dessas leis? Participam do encontro Brenda Brito, pesquisadora do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), Marcello Brito, presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e Sônia Guajajara, líder indígena nacional (APIB). O jornalista acreano Fábio Pontes faz a mediação.

Na segunda-feira, 7/6, às 19h00, acontece o debate Amazônia: Infraestrutura Para Quem?. A Amazônia é palco de atividades econômicas desde o Brasil Colônia, mas foi só na ditadura militar que os projetos de desenvolvimento em grande escala surgiram, trazendo consigo uma ocupação desordenada e um forte desmatamento. Hoje, fala-se muito na necessidade de infraestrutura na região para alavancar a economia e apoiar um projeto de desenvolvimento sustentável. Como resolver o gargalo sem ampliar a destruição? Será necessário uma nova compreensão do território para alcançar esse objetivo? Integram a mesa Ana Cristina Barros, pesquisadora do CPI – Climate Policy Initiative, Suely Araújo, especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama, e Simão Jatene, ex-governador do Pará. Sérgio Leitão, diretor do Instituto Escolhas, faz a mediação.

Raízes da Amazônia: Projetando o Futuro é o debate da terça-feira, 8 de junho, às 19h00. Quando o tema é o futuro da Amazônia, fala-se em bioeconomia, mercado de carbono, valorização da floresta em pé, inúmeros projetos que contemplam a biodiversidade da maior floresta do mundo e os ‘serviços ambientais’ não contabilizados que ela presta. Por outro lado, há também uma efervescência cultural – nas artes, na gastronomia, no pensamento e conhecimento milenar das múltiplas culturas da Amazônia que necessitam de reconhecimento. O debate propõe um novo olhar sobre a Amazônia, seu enorme potencial e a contribuição de seus povos. Participam Ricardo Abramovay, professor sênior do Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) e autor de Amazônia: Por uma Economia do Conhecimento da Natureza, a secretária de Ciências e Tecnologia do Amazonas Tatiana Schor e Eliakin Rufino, compositor e produtor musical de Roraima. Mariano Cenamo, diretor do Idesam/AMAZ faz a mediação.

Cena de “BR acima de tudo”. Foto: Fred Rahal Mauro

Encerra o ciclo de debates, na quarta-feira, 9 de junho, às 19h00, o evento Amazônia e os Futuros Possíveis. Trata-se de uma conversa sobre o documentário BR Acima de Tudo, que retrata a diversidade socioambiental em uma das partes mais preservadas da floresta brasileira e as perspectivas da chegada de uma rodovia na região. Participam da mesa Fred Rahal Mauro, diretor do filme e, a confirmar, Angela Kaxuyana, da Coiab – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, e Carlos Printes, da Arqmo – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná.

A programação da Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia conta ainda com o webnário A Crise Climática e a Amazônia, uma parceria do evento com a USP – Universidade de São Paulo agendada para a segunda-feira, 7 de junho, das 10h00 às 12h00. Entre os convidados estão dois dos mais influentes cientistas brasileiros da atualidade: o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, que atua principalmente nas questões de mudanças climáticas globais e meio ambiente na Amazônia, e o climatologista e meteorologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), especialista em mudanças climáticas e Amazônia. Com participação a confirmar, Sinéia do Vale, do CIR – Conselho Indígena de Roraima, a brasileira convidada pelo presidente norte-americano Joe Biden para a Cúpula do Clima. O webnário é fruto do Acordo de Cooperação Técnico-Educacional entre a Ecofalante e a USP, consolidado em 2018 por meio do Programa Ecofalante Universidades, da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA-USP) e da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU-USP). Mais detalhes sobre o webnário e informações sobre como participar serão divulgados em breve no site e nas redes sociais do evento.

Uma master class ministrada pelo cineasta Jorge Bodanzky acontece na terça-feira, 1º de junho, às 17h00, em uma parceria do evento com a Spcine, a empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Intitulada O Cinema Ambiental de Jorge Bodanzky, a atividade focaliza a questão ambiental nos filmes do cineasta exibindo e comentando trechos de alguns de seus documentários mais significativos. Com uma trajetória de mais de 50 anos dedicados ao cinema documental, o realizador tem revelado em seus trabalhos a realidade brasileira em seus múltiplos aspectos. Mais detalhes sobre como participar da master class serão divulgados em breve no site e nas redes sociais do evento.

A Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia é uma iniciativa da Ecofalante, entidade que atua nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade que é responsável pela Mostra Ecofalante de Cinema, considerado o maior evento audiovisual da América do Sul dedicado a temas socioambientais e cuja 10ª edição ocorre no mês de setembro.

A cerimônia de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia está agendada para o dia 2 de junho, quarta-feira, às 19h00, e pode ser acessada pelo endereço www.ecofalante.org.br. Participam do evento diretores das obras programadas.

A Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia é viabilizada através da Lei de Incentivo à Cultura e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC). Tem patrocínio do Mercado Livre, Colgate e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Conta com apoio da White Martins, Valgroup, Itaú,  Oji Papéis, HBO e WWF-Brasil. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Ministério do Turismo e do Governo Federal.

Os filmes são disponibilizados no site da ecofalante.org.br e na plataforma parceira Belas Artes à La Carte.

Serviço:

Mostra Ecofalante de Cinema – Semana do Meio Ambiente: Especial Amazônia

De 2 a 9 de junho de 2021

Online e gratuito

Acesso aos filmes e demais atividades: www.ecofalante.org.br

Redes sociais:

www.facebook.com/mostraecofalante

www.twitter.com/mostraeco

www.youtube.com/mostraecofalante

www.instagram.com/mostraecofalante.