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Projeto apresentado pelo chef Laurent Suaudeau ensina a cozinhar de forma sustentável

São Paulo, por Kleber Patricio

Se seu sonho sempre foi aprender a cozinhar com um chef renomado, a hora chegou: o CyberCook, plataforma de receitas do Grupo Carrefour Brasil, lançou na semana passada o projeto Cozinha Sustentável, que traz uma série de conteúdos gratuitos e online pensados para estimular as pessoas a cozinharem com mais atenção à redução do desperdício de alimentos. Dentre esses conteúdos, estão vídeos apresentados pelo chef francês Laurent Suaudeau que ensinarão ao público habilidades básicas de cozinha e receitas feitas com foco na sustentabilidade.

Ao assistir todos os episódios, você será capaz de fazer diversas preparações em sua cozinha, além de aprender técnicas culinárias importantes para a execução das receitas. E o melhor: com foco no melhor aproveitamento dos alimentos, o que significa maior economia para você e toda sua família. “Em todo o ecossistema do Carrefour, temos como objetivo tornar a alimentação saudável acessível a todas as pessoas, trabalho que é materializado no Act for Food, posicionamento global do Grupo Carrefour. Por meio dele, desenvolvemos ações voltadas à disseminação de novos hábitos alimentares e ao combate ao desperdício, como o Cozinha Sustentável”, explica Alexandre Canatella, CEO do CyberCook e diretor de Negócios Digitais do Carrefour Brasil. “Ao agir assim, buscamos romper as barreiras da falta de informação, ao mesmo tempo em que fomentamos práticas mais sustentáveis de produção com fornecedores”.

Fotos: divulgação.

O projeto Cozinha Sustentável é composto por 10 “Aulas Sustentáveis” – vídeos de aproximadamente 10 minutos que abordam os preparos básicos de cozinha, com foco no melhor aproveitamento dos alimentos –, além de 20 vídeos curtos que trazem técnicas de cozinha relacionadas às receitas das aulas.

A cada 15 dias, o CyberCook lançará duas novas “Aulas Sustentáveis” juntamente com os vídeos de técnicas associadas a elas no seu canal do Youtube, nas redes sociais e em uma landing page criada na plataforma digital (https://cybercook.com.br/cozinha-sustentavel/p) que também conta uma seleção de 40 receitas e matérias publicadas semanalmente com conteúdos relacionados ao projeto e à sustentabilidade.

Confira alguns dos conteúdos que serão apresentados nas Aulas Sustentáveis e já vá se preparando: Caldos e Fundos | Molhos | Preparando uma refeição | Ovos além do básico | Cozimento de carnes | Cozimento de aves | Cozinhando legumes | Aproveitamento de vegetais | Cozinhando com frutas | Conservação de alimentos.

O projeto Cozinha Sustentável é mais uma das diversas iniciativas do Cybercook voltadas ao combate ao desperdício e aproveitamento integral dos alimentos. A plataforma trabalha para mostrar que o hábito de comer de forma saudável não tem relação com a renda, mas com conhecimento e planejamento, aspectos com os quais busca contribuir. As iniciativas do CyberCook estão alinhadas também ao programa Desperdício Zero, do Grupo Carrefour, que trabalha para evitar o desperdício de alimentos por meio de escolhas mais conscientes de compras e de economia.

Sobre o CyberCook | O CyberCook é uma plataforma com mais de 100 mil receitas disponíveis e que hoje conta com mais de 1,9 milhão de usuários cadastrados. O CyberCook foi criado em 1997 no Brasil e adquirido pelo Carrefour Brasil em 2018. A plataforma, munida de inteligência artificial, oferece informações sobre pratos e receitas e, assim, participa da decisão de compra dos consumidores do Carrefour Brasil. Para ter acesso a todas as receitas, acesse https://cybercook.com.br/.

Casa de Cultura do Parque recebe mostra individual de Marcelo Pacheco

São Paulo, por Kleber Patricio

“Cachorrada”, 2021. Fotos: Ana Pigosso.

O artista Marcelo Pacheco reúne pinturas e objetos na exposição individual Sementes no bolso a partir de 19 de junho no Gabinete da Casa de Cultura do Parque. Pacheco desdobra seu trabalho de pintura em objetos construídos com elementos de madeira colhidos ao acaso. Colocados lado a lado, os objetos reconfiguram-se a partir de cores, rotações de posições originais ou combinações, carregando experiência, traços de memória e a delicadeza do artista.

Inteiramente inédita, a exposição reúne obras desenvolvidas ao longo de 2020 e 2021. O espectador pode entrar no universo do artista por meio do texto da historiadora da arte Fernanda Pitta, escrito especialmente para a mostra. Pitta descreve o modus operandi do artista, que se vale dos “vazios de coisas úteis, colhidos no seu perambular cotidiano” para dar sentido aos objetos e encontrar no conjunto “um lugar de pertencimento”.

A repetição de elementos que atravessam esse conjunto, segundo a autora, advém de uma espécie de “sentido comunitário das coisas” e se relaciona com os conhecidos procedimentos de composição e decomposição da arte. “Os materiais oscilam entre o ordinário e o nobre, sem estabelecer hierarquias, tampouco preocupados na ênfase de suas propriedades singulares. Sendo assim, uma caixa pintada transforma-se facilmente numa reflexão visual sobre a moldura e seu poder de contenção e expansão do plano pictórico, na sua relação com o anteparo da parede”, pontua Fernanda Pitta.

“Sem título”, 2021.

As obras contêm antagonismos e questionamentos, no entanto, com um tom positivo. “A ideia do título Sementes no bolso tem a ver com o campo aberto de possibilidades para esses objetos encontrados se transformar em outra coisa, em qualquer coisa, como se carregassem várias obras em potencial, o que tem um sentido de esperança e liberdade”, propõe o artista.

Sementes no bolso convida o público a pensar a função e o limite dos objetos, suportes e materiais da pintura para além do senso comum, e de forma generosa e despretensiosa, guiada pelo olhar do artista e, sobretudo, por sua capacidade de colocar os elementos em conversa.

Sobre Marcelo Pacheco | Marcelo Pacheco (Campinas, SP, 1984) formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 2009 e defendeu mestrado em Direito Econômico em 2013, pela mesma instituição. Realizou intercâmbio acadêmico na Université Paris I – Panthéon Sorbonne, em 2008, quando começou a fotografar com uma câmera analógica. Em 2013, paralelamente ao seu trabalho de servidor público no Tribunal de Justiça de São Paulo, instalou-se em um ateliê coletivo, onde passou a se dedicar à pintura. A partir de 2016, participou de exposições coletivas e salões de arte; dentre eles, o Salão de Arte de Ribeirão Preto e o Salão dos Artistas Sem Galeria, em janeiro de 2017. Realizou exposição individual na Galeria Sancovsky, em agosto de 2018, com curadoria de Douglas de Freitas, quando apresentou um conjunto de pinturas e seu primeiro trabalho de escultura. Mudou-se para o ateliê Massapê Projetos (SP), onde participou da exposição Featuring, em agosto de 2019, com Thomaz Rosa e Leandro Muniz, inaugurando uma obra site specific para o espaço. Foi indicado ao Prêmio Pipa edição de 2020 e realizou exposição individual na Galeria Quadra Arte, no Rio de Janeiro, em março de 2021. Atualmente, vem expandindo sua pesquisa pictórica com a produção de objetos e esculturas pintadas e obras confeccionadas com colagem e costura de tecidos.

Sobre a Casa de Cultura do Parque |A Casa de Cultura do Parque, localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, é um espaço plural que busca estimular reflexões sobre a agenda contemporânea, promovendo uma gama de atividades culturais e educativas que incluem exposições de arte, shows, palestras, cursos e oficinas. A Casa tem como parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea – ICCo, uma oSCIP sem fins lucrativos. As duas iniciativas, de natureza socioeducativa, compartilham a mesma missão de ampliar a compreensão e a apreciação da arte e do conhecimento.

Serviço:

Sementes no bolso, de Marcelo Pacheco

Direção artística: Claudio Cretti

Texto curatorial: Fernanda Pitta

Abertura: 19 de junho, sábado, a partir das 11h

Período expositivo: 19 de junho a 19 de setembro de 2021

Local: Casa de Cultura do Parque – Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros – São Paulo/SP

Horário: de quarta-feira a domingo, das 11h às 17h.

Evento gratuito ajuda cinéfilos a assistirem filmes de maneira consciente

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.

Nos dias 14, 16 e 18 de junho o projeto Estudar Cinema promoverá um workshop gratuito e on-line para amantes da Sétima Arte que desejam aprimorar seu olhar enquanto assistem filmes. Durante o evento, os participantes aprenderão conceitos e ferramentas fundamentais no processo da análise crítica, que permitirão ao aluno um aprofundamento em sua relação com o cinema.

O evento é direcionado a todos aqueles que desejam aprimorar sua leitura acerca do cinema, podendo ser profissionais de comunicação que trabalham analisando filmes e até mesmo pessoas interessadas que nunca se aventuraram, mas que desejam começar a escrever sobre obras fílmicas. Nesse momento difícil da história política, social e econômica da realidade brasileira, o evento foi projetado para ser um momento alívio, diversão e muito aprendizado. Serão três encontros, que contemplarão as dimensões da teoria e da prática da análise crítica de filmes.

Durante a semana do workshop, técnicas e ferramentas de análise serão apresentadas em três encontros. No primeiro dia, os participantes aprenderão conceitos introdutórios e essenciais para a realização de uma boa análise fílmica. No segundo dia, será realizada uma análise ao vivo juntamente com os alunos. No encerramento, a aula será dividida em duas partes: conteúdo e debate. Assim será possível sanar as dúvidas e debater a partir dos comentários dos alunos.

As aulas serão ministradas pela idealizadora do projeto Estudar Cinema e Mestra em História pela Universidade de Brasília, professora e pesquisadora Karla Nayra. Segundo a ministrante, “a ideia é mostrar que qualquer pessoa pode ampliar seu olhar em direção ao cinema” e acrescenta: “acredito que mudar a forma como assistimos aos filmes pode mudar nossa visão crítica sobre o mundo”.

Pessoas de qualquer lugar do mundo podem participar, pois o evento é on-line e gratuito. Para isso é necessário realizar uma rápida inscrição. Ao se inscreverem, os participantes receberão todas as informações e materiais sobre o evento por e-mail e pelo grupo criado no WhatsApp.

Serviço:

Datas: 14, 16 e 18 de junho de 2021

Hora: 20h-21h30

Inscrições: https://www.karlanayra.com/8ai1dn71hp.

Obra de Victor Brecheret vai a leilão em SP

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Uma escultura de Victor Brecheret, uma das mais primorosas do artista, integrará um leilão virtual nos dias 22 e 23 deste mês de junho, a ser realizado pelo antiquário Marcio Molfi.

Feita em terracota na década de 1920, ao que tudo indica na França, a obra representa a languidez de uma mulher reclinada, com formas perfeitas, longilíneas e arredondadas, de incomparável qualidade artística e incomum beleza. Mede 54 centímetros de comprimento, 14 de largura e 18 de altura.

O Instituto Brecheret, dirigido pela família do artista, atesta a autenticidade da peça. O escultor foi um dos precursores do Movimento Modernista e uma das presenças marcantes na Semana de Arte Moderna de 1922. O icônico movimento teve os trabalhos de grandes nomes expostos no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro daquele ano. A comemoração de seu centenário, em 2022, amplia o foco sobre as obras de seus participantes.

Além da escultura de Brecheret, o leilão de Marcio Molfi terá um quadro atribuído ao pintor italiano Filippo di Pisis, com trabalhos em acervos do Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma), da Coleção Peggy Guggenheim de Veneza e do Palazzo Ruspoli de Roma. Outro destaque refere-se a três centros para mesa de procedência inglesa feitos em metal espessado a prata da época vitoriana, Século 14, do renomado prateiro Elkington. Quadros europeus, tapetes orientais antigos, faianças portuguesas do Porto e coleção de porcelanas asiáticas completarão os pregões.

Serviço:

Exposição: de 10 a 21 de junho

Leilão: dias 22 e 23 de junho, apenas online

Realizado por VM Escritório de Arte do antiquário Márcio Molfi

Site do leilão: www.vmescritarteleiloes.com.br

Telefone: (11) 9 9134-4663.

Insegurança alimentar no Brasil: retrato da desigualdade de gênero

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Marcos Santos/Agência USP.

No primeiro trimestre de 2021, duas pesquisas sobre segurança alimentar e nutricional impactaram o Brasil. A primeira, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), mostrou que 55,2% da população brasileira vivenciava, em dezembro de 2020, insegurança alimentar, e 9% estava passando fome. Índices ainda mais altos foram apresentados pela segunda pesquisa, do Grupo de Pesquisa “Alimentos para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia”, que mostrou que 59,4% da população brasileira estava em situação de insegurança alimentar no mesmo período, sendo que 15% passava fome.

Esses dados nos impactaram por sua gravidade, mas também por expressarem os retrocessos nas condições socioeconômicas e alimentares da população brasileira. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, 2009 e 2013 vinham mostrando importante redução do percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar e nutricional em todo o país. Na PNAD de 2013, o Brasil apresentou seu menor índice de insegurança alimentar grave (3,2%) e, em 2014, o país saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No entanto, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017 já sinalizavam retrocessos, com o incremento da insegurança alimentar e nutricional no país. Ainda que a pandemia da Covid-19 tenha contribuído para o aumento dos números apresentados acima, as crises econômica e política que afetam o país nos últimos anos, associadas ao desmantelamento das políticas públicas em diversos setores, colaboram para a tragédia da insegurança alimentar atual.

A magnitude dos dados das pesquisas se revela ainda mais grave quando observamos como diferentes grupos sociais são impactados pela insegurança alimentar e nutricional. Historicamente, as pesquisas de insegurança alimentar mostram que esta situação é mais acentuada nos domicílios chefiados por mulheres de raça/cor da pele autodeclarada preta ou parda e com baixa escolaridade. Na pesquisa realizada pela Rede PENSSAN, enquanto a insegurança alimentar estava presente em 47% dos domicílios cuja pessoa de referência era masculina, este percentual alcançou 64% naqueles chefiados por mulheres. Esses percentuais foram, respectivamente, 60% e 73,8% na pesquisa do Grupo de Alimentos para Justiça.

A vulnerabilidade à insegurança alimentar desses domicílios é o ápice das desigualdades de gênero presentes na sociedade brasileira, que se manifestam nos altos índices de desemprego; nas diferenças salariais; na responsabilização do cuidado com os filhos, familiares e portadores de necessidades especiais; nas diversas formas de violência contra mulheres; nas dificuldades de participação na vida pública e nos espaços políticos. E não são poucas as pesquisas que evidenciam os impactos da pandemia da Covid-19 na vida das mulheres, seja em termos de agravamento do desemprego e sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidados com filhos e familiares, seja em termos de intensificação da violência física e psicológica.

Como o Estado brasileiro vem reagindo a este cenário de agravamento da insegurança alimentar e das suas repercussões na vida das mulheres e suas famílias? Por enquanto, infelizmente, prevalecem, no contexto político e institucional, negacionismos à pandemia, inação e desmantelamento das políticas de segurança alimentar e nutricional.

Sobre as autoras:

Catia Grisa, pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e membro da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC)

Silvia Zimmermann, pesquisadora na Universidade Federal da Integração Latino Americana, e membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).

(Fonte: Agência Bori)