Mulheres pretas são o grupo mais afetado: 72% relataram sofrer discriminação por dois ou mais motivos; 21,3% dos pretos relatam ser seguidos em lojas, índice 2,5 vezes o de brancos (8,5%)


Brasil
Márcia Kambeba. Fotos: divulgação.
O Centro de Referência do museu Casa Mário de Andrade lança o projeto Faces de um Brasil Contemporâneo. Nos dias 19 e 26 de janeiro, e 2 e 9 de fevereiro, quartas-feiras, das 19h às 21h, palestras contam com os convidados Márcia Kambeba, Daniel Munduruku, Tadeu Kaçula, Victor Kinjo e Bento Andreato, entre outros.
O projeto Faces de um Brasil Contemporâneo, ao longo de 2022, tem por objetivo viabilizar ações inclusivas e dedicadas a valorizar a diversidade identitária brasileira por meio de cursos e palestras que promovam a acessibilidade de artistas e escritores vindos de grupos desprivilegiados da sociedade. Também é um caminho para apontar contrapontos e sugerir atualizações do que seria a Semana de Arte Moderna se ela fosse realizada nos dias de hoje.
No evento de lançamento, on-line pelo Zoom e com inscrição aberta até 19/1 neste link, a mediação será feita por Marcelo Tupinambá, coordenador da programação cultural da Casa Mário de Andrade. As atividades estarão divididas da seguinte forma:
– 19/1, o tema Artes e literatura indígena contará com a participação de Márcia Kambeba, indígena do povo Omágua/Kambeba, ouvidora geral da Prefeitura de Belém (PA) e escritora, e Daniel Munduruku, escritor e professor paraense, pertencente ao povo indígena Munduruku, e doutor em Educação pela USP;
– 26/1, o Patrimônio afro-brasileiro será debatido por Tadeu Kaçula, sociólogo, pesquisador e escritor, e Abilio Ferreira, jornalista e coautor de livros como Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata (2019);
– 2/2, Arte urbana e grafite como expressão artística contemporânea será o tema central da conversa entre Artur Spada, empresário e diretor do bloco carnavalesco Bateria Bem Bolada, e Bento Andreato, sócio da Andreato Comunicação e Cultura e diretor executivo do Almanaque Brasil;
Tadeu Kaçula.
– 9/2, o tema Artes, performance e cultura LGBTQIA+ reunirá Victor Kinjo, compositor, cantor e pesquisador pós-doutor no IEA-USP/ Centro de Síntese USP Cidades Globais, e Lufe Steffen, cineasta, roteirista e jornalista que vem produzindo obras ligadas ao público LGBT desde os anos 1990.
E, para iniciar a parte das ações formativas, Faces de um Brasil Contemporâneo traz o curso Panorama do cinema indígena, voltado à análise das produções cinematográficas realizadas por diretores indígenas. A cada encontro, um cineasta indígena convidado (a) fará uma breve apresentação profissional, seguida da exibição de trechos de seus filmes. As aulas estão programadas para os dias 20 e 27 de janeiro, 3 e 10 de fevereiro, quintas-feiras, das 19h às 21h, pelo Zoom, e com a mediação de Cristina Flória, especializada em Gestão Cultural pelo Senac/SP, cientista social pela PUC-SP e dirigiu o documentário Piõ Höimanazé – a mulher Xavante em sua arte. A inscrição fica aberta até 19 de janeiro (link). Para mais detalhes sobre os (as) convidados (as), clique aqui.
Para mais informações sobre o museu e sua programação, acesse o site.
Victor Kinjo.
Sobre a Casa Mário de Andrade | A Casa Mário de Andrade funciona no endereço da antiga casa do escritor Mário de Andrade, um dos principais mentores do modernismo brasileiro e da Semana de Arte Moderna de 1922. O museu abriga uma exposição permanente aberta à visitação com objetos pessoais do modernista, além de documentos de imagem e áudio relacionados à sua trajetória. O museu também realiza uma intensa programação de atividades culturais e educativas. A Casa integra a Rede de Museus-Casas Literários da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis.
Serviço:
Projeto Faces de um Brasil Contemporâneo – lançamento do Centro de Referência da Casa Mário de Andrade
Com Daniel Munduruku, Márcia Kambeba, Tadeu Kaçula e mais
Quartas-feiras, 19 e 26 de janeiro e 2 e 9 de fevereiro, das 19h às 21h
Mediação: Marcelo Tupinambá (Casa Mário de Andrade)
Inscrição aberta até 19/1 – aqui
Plataforma Zoom | 250 vagas | Grátis
Cronograma das atividades:
19/1 – Artes e literatura indígena | Convidados: Márcia Kambeba e Daniel Munduruku.
26/1 – Patrimônio afro-brasileiro | Convidados: Tadeu Kaçula e Abilio Ferreira
2/2 – Arte urbana e o grafite como expressão artística contemporânea | Convidados: Artur Spada e Bento Andreato
9/2 – Artes, performance e cultura LGBTQIA+ | Convidados: Victor Kinjo e Lufe Steffen
Casa Mário de Andrade
Telefone: (11) 3666-5803 | 3826-4085
Agende sua visita para as exposições e confira as medidas de segurança para se proteger da Covid-19 pelo site do museu
Horário de funcionamento: terça a domingo das 10h às 18h
Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda – São Paulo/SP
Acessibilidade: rampa de acesso ao andar térreo e fraldário móvel
Programação gratuita.
(Fonte: Assessoria de Imprensa | Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)
Escola da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba promove semana de aulas aberta à comunidade. Fotos: Felipe Gomes.
A Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (EMOSI) promove, de 24 a 28 de janeiro, uma programação de aulas gratuitas para a comunidade da cidade e região. O EMOSI de Portas Abertas é voltado para qualquer pessoa interessada em aprender mais sobre música e, ao longo da iniciativa, serão realizados cinco cursos, entre teoria e prática de instrumentos. As inscrições começam na segunda-feira, 17, de forma online.
A proposta, assim como todas as ações que permeiam o universo da EMOSI, é democratizar o acesso ao aprendizado de música àqueles que se interessam por ela – independente do repertório prévio, sempre possível de ser ampliado. Então, para estimular o potencial de futuros músicos, a Escola promoverá, durante o evento, aulas de Violino e Viola, Contrabaixo Acústico, Sopros (flauta, clarinete e saxofone), Violoncelo e Musicalização Infantil.
Cada encontro terá cerca de duas horas de duração e será guiado pelos músicos e professores David França, Valgerio Gianotto, Bruno Cabral, Alfredo Rezende, Sérgio Ribeiro, Joseane Porfirio e Jéssica Benedecte, profissionais que já atuam no ensino da EMOSI. A direção artística é do maestro Paulo de Paula e a coordenação pedagógica, de Marcel Murari.
Covid-19 | Ao participar das aulas, também é necessário levar comprovante de esquema vacinal de Covid-19 completo (duas doses ou dose única) ou, pelo menos, uma dose da vacina com apresentação de resultado negativo de teste para Covid-19 do tipo PCR realizado até 48 horas ou do tipo antígeno, realizado até 24 horas antes da data em questão. Menores de 12 anos devem respeitar a obrigatoriedade do uso de máscaras e demais protocolos de prevenção à Covid-19.
EMOSI de Portas Abertas | O projeto terá cinco dias de programação, com aulas às 16h e às 14h, a depender da grade, em dois locais: Centro Cultural Wanderley Peres e Estação Musical. As inscrições para participar vão até o dia 23, em um formulário online, disponível neste link.
Esta é uma iniciativa da AMOJI (Associação Mantenedora da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba), por meio da EMOSI, e com apoio da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. O Centro Cultural Wanderley Peres fica na Rua Padre Bento Pacheco, 802 – Centro; a Estação Musical está situada à Rua Convenção, 1 – Jardim Pompeia. Ambos os endereços estão em Indaiatuba (SP). Mais informações pelo e-mail secretaria.osindaiatuba@gmail.com ou pelo WhatsApp (19) 99937-2410.
PROGRAMAÇÃO
24/1 | 16h
Violino – professor: David França
Local: Centro Cultural Wanderley Peres
Contrabaixo acústico – professor: Valgerio Gianotto
Local: Estação Musical
25/1 | 16h
Flauta, clarinete e saxofone (sopros) – professor: Bruno Cabral
Local: Estação Musical
26/1 | 16h
Violino e Viola – professor: Alfredo Rezende
Violoncelo – professor: Sérgio Ribeiro
Local: Centro Cultural Wanderley Peres
27/1 | 14h
Musicalização infantil – professora: Joseane Porfirio
Local: Estação Musical
28/1 | 16h
Violino – professora: Jéssica Benedecte
Local: Centro Cultural Wanderley Peres
Emosi de portas abertas acontece de 24 a 28 de janeiro.
Escola de Música abre vagas remanescentes para diferentes instrumentos | Em paralelo ao evento, a EMOSI também abre inscrições, no dia 17, para vagas remanescentes em nove cursos, destinados ao público jovem, entre 7 e 21 anos de idade. Entre as opções, estão Musicalização Infantil, para crianças de 7 a 8 anos; Contrabaixo Acústico, para quem tem entre 12 e 21 anos; Teoria Musical, para jovens acima de 15 anos; Violino, Viola clássica, Violoncelo, Flauta Transversal, Clarinete e Saxofone, todos para pessoas entre 9 e 18 anos.
Atualmente, a escola atende 193 alunos de forma integralmente gratuita e com a possibilidade de iniciar, posteriormente, a prática orquestral. Isso porque os estudantes em estágio intermediário de aprendizado; os que se destacam nos estudos são encaminhados para a Orquestra Jovem de Indaiatuba (OJI). No futuro, conforme avançam em suas experiências, os alunos também podem ser indicados para a Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (OSI).
O processo de inscrição vai até o dia 6 de fevereiro e, entre os critérios para participar, estão a faixa etária, como mencionado anteriormente, e a necessidade de residir em Indaiatuba. O nível de vivência musical não é um requisito; basta apenas o desejo de aprender. Para se candidatar a uma das vagas, é preciso preencher o formulário disponível neste link.
Sobre a AMOJI | A AMOJI (Associação Mantenedora da Orquestra de Indaiatuba) é responsável pela manutenção da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, que vem se destacando por sua intensa atuação na divulgação e popularização da música orquestral. Realizando, anualmente, mais de uma dezena de concertos gratuitos, com participação de músicos do município de Indaiatuba (SP) e solistas de renome. Também promove o Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que reúne uma série de concertos com grupos artísticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), além de masterclasses abertas para estudantes de música de todo país.
A Associação também é responsável por gerir e administrar a Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (EMOSI) e a Orquestra Jovem de Indaiatuba (OJI). Ambas viabilizam a muitos jovens instrumentistas da cidade e região oportunidade de desenvolvimento técnico e artístico, por meio de aulas gratuitas de instrumentos musicais, além de participarem dos ensaios e apresentações da Orquestra Jovem.
Serviço:
EMOSI de Portas Abertas
Data: de 24 a 28 de janeiro
Inscrições gratuitas: clique aqui
Locais: Centro Cultural Wanderley Peres – Rua Padre Bento Pacheco, 802, Centro, Indaiatuba, SP – mapa aqui
Estação Musical – Rua Convenção, 1 – Jardim Pompéia, Indaiatuba, SP – mapa aqui
Informações: e-mail secretaria.osindaiatuba@gmail.com | WhatsApp (19) 99937-2410
Site: www.orquestradeindaiatuba.org.br | Instagram: orquestrasinfonicadeindaiatuba | Facebook: orquestrade.indaiatuba
EMOSI – Instagram: emosindaiatuba | Facebook: EMOSI-Escola-de-Música-da-Orquestra-Sinfônica-de-Indaiatuba.
(Fonte: Armazém da Notícia)
Paula Daidone, Embaixadora do Vinho do Porto no Brasil. Foto: divulgação.
A plataforma de ensino de vinhos Reserva85 está lançando o curso Vinho do Porto com Paula Daidone de forma gratuita. O projeto foi desenvolvido depois de Paula Daidone conquistar a certificação internacional de Educadora do Vinho do Porto, chancelada pelo Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP) e tornar-se embaixadora da bebida no Brasil. Para o título, Paula participou da exclusiva formação Port Wine Educator ministrada pelo IVDP em Portugal.
Todo o conteúdo do curso foi desenvolvido pela educadora e baseado no material oficial do IVDP e aborda desde a origem e método de produção do Vinho do Porto, as diferentes famílias e suas características, até técnicas de harmonização e coquetelaria. “O conteúdo é completo, com qualidade equiparada aos melhores cursos pagos. Nosso objetivo é transmitir conhecimento de alto nível de um forma prática e acessível”, explica Paula.
Além de ser gratuito, outro diferencial do curso é ser oferecido exclusivamente pelo Instagram. O curso está disponível no perfil do Instagram do Reserva85 (www.instagram.com/reserva85). “Escolhemos o Instagram por ser uma plataforma de acesso rápido e por trazer mais envolvimento com o público”.
São 10 aulas + 1 aula bônus, compostas por material teórico, apresentado como post no feed, e aulas comentadas por meio dos Stories. Para quem não conseguir acompanhar o curso em tempo real, não tem problema: todo o conteúdo está armazenado no Guias e Destaques.
Capa do ebook.
Para realizar o curso o interessado, não precisa desembolsar nada, mas há possibilidade de receber um Certificado de Conclusão de Curso mediante a aquisição do Kit Degustação. “O intuito do kit é que o aluno conheça na prática as características de cada uma das famílias de Vinho do Porto e coloque à prova seu conhecimento. Dessa forma temos o controle de que o aluno realmente realizou o curso e absorveu todo o conteúdo”, explica a educadora.
O Kit Degustação é composto por ebook, teste para avaliação do conhecimento e 3 garrafas de 750 ml das categorias Branco, Ruby e Tawny. Cada kit dá o direito de duas pessoas realizarem o teste e ter acesso ao diploma. O Kit Degustação tem o valor de R$299 e pode ser adquirido pelo link https://reserva85.com.br/vinho-na-pratica/kit-degustacao-vinho/vinho-do-porto-kit-degustacao/.
Para fazer o curso sobre Vinho do Porto no Instagram é muito simples: basta seguir o perfil do Reserva85 e acompanhar as postagens no feed. Todas as aulas sobre Vinho do Porto estão identificadas com a capa do curso. Para facilitar o acesso e tornar o curso mais interativo, foi criada uma bolinha nos destaques do Instagram com toda a sequência de aulas e comentários exclusivos da Paula Daidone. Basta acessar o perfil do Reserva85 no Instagram e clicar no destaque e seguir a sequência de stories. O aluno pode aproveitar para interagir e tirar suas dúvidas sobre o vinho do Porto. Uma dica superespecial para quem vai fazer o curso é salvar as aulas sobre Vinho do Porto em uma coleção particular no Instagram. Assim você terá sempre o conteúdo do curso para consultar de forma rápida e prática.
Mais detalhes em: https://reserva85.com.br/noticias-vinho/curso-sobre-vinho-do-porto-online-no-instagram/.
Conteúdo teórico do curso: https://www.instagram.com/reserva85/guide/curso-vinho-do-porto/17905787408479228/?utm_medium=copy_link.
(Fonte: Reserva85)
Tríptico “Ateliê expandido”, do artista José De Quadros, em mostra na galeria Arte 132, que marca o aniversário de São Paulo. Crédito das fotos: Henrique Luz.
Próximo ao aniversário da capital paulista, ao centenário da Semana de Arte Moderna de 22 e ao bicentenário da Independência do Brasil, a galeria Arte132 apresenta São Paulo, sua, nossa Pauliceia Desvairada, individual de José De Quadros em cartaz a partir do sábado, 22 de janeiro de 2022. A mostra evidencia a realidade da capital longe das elites e enfatiza suas pluralidades com obras repletas de elementos que remetem à periferia e ao entorno do ateliê do artista, localizado no Itaim Paulista, extremo leste da cidade.
Por meio de pinturas e desenhos, José ressalta as minúcias do cotidiano, a arquitetura popular, varais, antenas de televisão e fios de alta tensão, em uma alusão às questões sociais, políticas e culturais. São 40 obras expostas, que convidam o visitante a conhecer São Paulo a partir da narrativa de quem realmente está inserido na diversidade paulistana. O título da exposição, inspirado na obra Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade, propõe o alargamento do olhar sobre a capital paulista. “O modernismo falava e retratava o centro de São Paulo. A periferia não, ela foi esquecida. José De Quadros busca outros elementos e propõe um diálogo horizontal sobre a cidade de São Paulo, o que é visto na série Atelier de São Paulo”, explica a curadora Tereza de Arruda.
“O artista contemporâneo não vive de uma ambientação idílica e fictícia, mas da realidade que lhe é imposta. No caso de José De Quadros, estas características são marcantes, pois ele convive com as discrepâncias da Pauliceia, por viver na periferia de São Paulo, a transpor em suas obras parte deste universo em um ato de interlocução, inserção e visibilidade de seu entorno, que compõe a pluralidade desta cidade desvairada”, complementa Tereza.
Série: Retratos. Carvão, grafite, sanguínea e sépia sobre papel (desenho), 2012.
50 x 68 cm.
Momentos, perspectivas e acontecimentos são os temas centrais de seus trabalhos, alimentados pela observação e pela escuta. José De Quadros busca interpretar e materializar com atenção e, ao mesmo tempo, sem ser invasivo, as situações do dia a dia, assimilando e documentando o que está ao seu redor. Os retratos também são meios que usa para captar testemunhos de sua intimidade pessoal e de sua investigação a atentar para o outro. Na série de retratos da etnia indígena intitulada Selk’Nam, por exemplo, ele homenageia uma minoria em esquecimento.
Selk’nam era o nome de um grupo étnico que viveu na região patagônica do sul da Argentina e do Chile, incluindo as ilhas Tierra del Fuego, até a primeira metade do século XX. A partir de 1878, houve um genocídio como consequência da colonização da ilha por exploradores de ouro e criadores de ovelhas, causando a completa extinção desta etnia. Nas suas representações criadas pelo artista, destacam-se sua postura e seus ornamentos corporais, tendo o ouro como atributo a lembrar da ganância que causou sua extinção.
“Ao longo da história da arte, vários artistas fizeram trabalhos referentes a seus ateliês, sempre os mostrando de uma forma romântica ou mítica. Quando abordo o tema ateliê, não mostro o óbvio para um pintor, que seria pincéis, palhetas, cavaletes etc., mas, sim, o que está ao redor, despido de qualquer romantismo ou mítica. Tudo é interpretado com uma certa aridez, revelando o lugar como um mero espaço de trabalho, como outro qualquer. De certa forma, as coisas banais retratadas (escada, janela, cadeira, mesa) adquirem um outro sentido quando mostradas nesse contexto e passam a ter um valor superior, desprendido da nossa visão normal do cotidiano”, declara José.
Série: Retratos. Carvão, grafite, sanguínea e sépia sobre papel (desenho), 2012.
49 x 67 cm.
Nascido em 1958, em Barretos (SP), o artista iniciou seu percurso como autodidata ainda no Brasil. Morou no Itaim Paulista por anos e um longo caminho o levou à Alemanha, onde ingressou na Academia de Arte de Kassel, formando-se em 1998, com especialização em Pintura com o Prof. Kurt Haug. Ambas as cidades onde vive, tanto São Paulo quanto Kassel, sediam duas das mais importantes exposições de artes plásticas – a Bienal de São Paulo e a Documenta de Kassel. Frequentador assíduo destes contextos, José De Quadros sempre saciou nestas fontes sua sede, por meio de seu olhar curioso e aguda sensibilidade, do universo da arte contemporânea nacional e internacional. Ainda nestes contextos, foi assistente de Anselm Kiefer, Cildo Meireles e Tunga, entre outros.
Como vive há um tempo também na Alemanha, a evolução sócio-político-cultural deste país também é objeto de suas obras. Na exposição, são apresentados jornais originais do período nazista na série denominada Tempos para Desenhar. Sobre eles, o artista pinta insetos e outros animais que representam a praga a disseminar em seu entorno, uma poderosa referência sobre um perigo ideológico iminente. Esta obra, de caráter simultaneamente crítico e vigilante, repassa-nos uma nova perspectiva da esfera social durante o período do nazismo, quando todos os cidadãos que não atendiam a um padrão pré-estabelecido estavam destinados ao extermínio. Segundo José De Quadros, “Os desenhos e a sobrepintura velam a grande tragédia que ali atrás se esconde. Assim velados, eles se tornam misteriosos e aguçam a curiosidade: o que realmente aconteceu? Talvez esse seja o grande trunfo desse trabalho: destruir algo para construir o novo”.
“Transitando entre a pintura e o desenho, ambos em diferentes técnicas e suportes, José de Quadros é um artista do ateliê, entendido como o território do exercício criativo, que em toda a sua obra se inspira e dialoga empaticamente com personagens e questões histórico-sociais relacionadas a suas vivências pessoais”, conclui a curadora Tereza de Arruda.
“Dunas da Joaquina” – Série: Memória Insular – Acrílica e óleo sobre papel encorpado. 1998. 52 x 72 cm.
Sobre a Arte132 | A Arte132 expõe, dá suporte e mantém em acervo artistas brasileiros reconhecidos – principalmente sua produção autoral menos conhecida –, artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em algum momento. Suas mostras sempre têm o compromisso de apresentar arte relevante de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda, em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontro e descobertas.
Serviço:
São Paulo, sua, nossa Pauliceia Desvairada, de José De Quadros
Curadoria: Tereza de Arruda
Local: Arte132 – Endereço: Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo/SP
Abertura: sábado, 22 de janeiro, das 11h às 17h
Período expositivo: de 22 janeiro a 5 de março de 2022
Horários de visitação: de segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
No dia 12 de fevereiro, às 15h, haverá uma visita guiada pela curadora Tereza de Arruda
Entrada gratuita
Clique aqui para acessar o site da Arte 132.
(Fonte: a4&holofote comunicação)
O grupo Magiluth. Fotos: Vitor Pessoa.
Em janeiro, o grupo Magiluth estreia o seu mais novo espetáculo: Estudo Nº 1: Morte e Vida. As apresentações acontecem no teatro do SESC Ipiranga de 14 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022, às sextas e sábados, às 21h (domingos, às 18h). Os ingressos começam a ser vendidos a partir das 14h do dia 11 de janeiro (para vendas no Portal do SESC) e 12 de janeiro (para venda nas bilheterias das unidades).
Haverá também o curso presencial Jogo da Pedra, em que os artistas compartilham a metodologia de trabalho do grupo e como se dá o diálogo entre a obra, o texto de João Cabral de Melo Neto e os debates contemporâneos sobre migrações forçadas. A atividade será presencial de 27 de janeiro a 17 de fevereiro, às quintas-feiras, das 16h às 20h. As inscrições acontecem a partir do dia 11 de janeiro, às 14h (as vagas são limitadas).
Depois de uma peça baseada em texto do autor francês Jean-Luc Lagarce (Apenas o Fim do Mundo), o Magiluth decidiu voltar seus olhos à literatura brasileira, desta vez com João Cabral de Melo Neto como elemento propulsor do debate. Mais do que trabalhar o Morte e Vida Severina textualmente, o grupo faz um estudo a partir dele. A obra atual, quase uma “peça-palestra”, usa o livro como disparador para discussões e como ele (escrito e lançado em 1954/55) se relaciona com questões contemporâneas.
Cópia de “Morte e Vida”.
Em Estudo Nº 1: Morte e Vida estão apontadas urgências sobressaltadas nos últimos anos, como a questão da migração em busca de condições “melhores” e da relação desse homem com a terra, com o trabalho, com a morte e com o poder político; a questão climática, da seca, e como isso tem afetado a(s) vida(s) em várias partes do mundo; como o assunto é perpassado pela política, que enriquece os coronéis e quem está no poder, enquanto empobrece a população e não atende aos cuidados básicos; o trabalho e a uberização (e a ideia que a competição e a flexibilização só têm provocado mais desemprego e pauperização).
No decorrer da história do país, em inúmeras circunstâncias, pessoas foram levadas a deixar os seus territórios de origem em busca de melhores condições. Hoje, os “severinos” (personagem principal do poema) assumem várias nacionalidades e a migração tem outros encadeamentos. São essas relações que o Magiluth explora na peça-palestra.
A encenação | Para a direção de Estudo Nº 1: Morte e Vida, o Magiluth convidou Luiz Fernando Marques, o Lubi – parceiro do grupo desde 2012 e diretor dos espetáculos Aquilo que meu olhar guardou para você e Apenas o Fim do Mundo; este último, juntamente com Giovana Soar e o ator e diretor Rodrigo Mercadante, que possui reconhecida experiência acerca de trabalhos cênicos construídos a partir de textos poéticos e não-dramáticos.
A ideia de estudo é muito presente. Elementos que geralmente ficam camuflados em uma encenação estarão aparentes aos olhos do público – como os sistemas de som e luz, por exemplo. “É um estudo no sentido de compartilhar a nossa aproximação no tema, mas também para que o público possa construir isso com a gente. É um convite de olhar para esse material, que é um clássico, mas com os olhos de hoje. E para isso a gente embaralha as cartas, coloca outras regras e, de alguma forma, muda algumas molduras nas quais esse tema está há muitas décadas encaixado e gera alguns deslocamentos”, diz Luiz Fernando Marques.
A trilha sonora reforça a ideia de ciclos da peça, com elementos originais e uso de músicas de artistas do punk e do hardcore de Pernambuco. A direção musical é de Rodrigo Mercadante.
Além disso, o título (morte e vida) vai estar presente o tempo todo, com vários começos e vários finais. Isso faz com que a peça tenha uma forma espiralar, parecendo que está sempre começando. “Pensando nesses fluxos migratórios, trazemos a linguagem do teatro. Assim, todos os recursos tão próprios do teatro – como as portas de entrada, de saída, a cortina, o terceiro sinal etc. – e que têm a ver com a ideia de percurso serão destacados. E essas características dão a ideia de um jogo, uma partida nossa com o público. É a nossa terceira parceria e a gente gosta muito disso – de jogar e de jogar junto”, completa o diretor.
Grupo Magiluth | Em dezoito anos de trajetória, o grupo Magiluth desenvolveu diversos trabalhos. Foram dez montagens de espetáculo, três livros publicados, a realização do Festival Pague Quanto Puder de Artes Integradas e inúmeras performances, intervenções urbanas e oficinas. Durante o período de suspensão social causado pela pandemia de Covid-19, criou uma trilogia de experimentos sensoriais em confinamento, composta pelas obras Tudo que coube numa VHS, Todas as histórias possíveis e Virá.
Sinopse | A partir do poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, o grupo Magiluth propõe um estudo cênico sobre a trajetória de imigrantes que deixam o sertão nordestino e seguem o caminho do rio em busca de melhores condições de vida e trabalho. O olhar híbrido e inquieto do coletivo pernambucano se volta, neste espetáculo, para os movimentos migratórios gerados por adversidades climáticas, políticas e sociais, buscando observá-los tanto em suas analogias quanto na heterogeneidade de seu conjunto.
Ficha Técnica
Criação e Realização: Grupo Magiluth
Direção: Luiz Fernando Marques
Assistente de Direção e Direção Musical: Rodrigo Mercadante
Dramaturgia: Grupo Magiluth
Elenco: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres e Mário Sergio Cabral
Produção: Grupo Magiluth e Amanda Dias Leite.
Serviço:
Estudo Nº 1: Morte e Vida, com o Grupo Magiluth [presencial]
SESC Ipiranga
Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga – São Paulo/SP | (11) 3340-2000
De 14 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022, sextas e sábados às 21h, domingos, às 18h
Ingressos: R$40,00 (inteira) | R$20,00 (meia e/ou credencial plena)
*o uso de máscaras é indispensável para o acesso à unidade
Ingressos à venda pelo Portal SESC SP e nas bilheterias da Rede SESC a partir do dia 11 de janeiro (para vendas no Portal) e 12 de janeiro (para venda nas bilheterias).
Classificação indicativa: 16 anos
No Teatro (200 lugares)
Curso Jogo da Pedra, com Grupo Magiluth [presencial]
O curso Jogo da Pedra visa fomentar a construção, junto aos artistas-criadores, de metodologias de trabalho baseadas no mais recente processo criativo desenvolvido pelo grupo Magiluth. O curso propõe, por meio de diálogos entre a obra de João Cabral de Melo Neto e debates contemporâneos acerca de migrações forçadas, uma investigação sobre as potencialidades de impulsos que deslocam posicionamentos, tanto no plano espacial e geográfico quanto nos aspectos simbólico e humano.
De 27 de janeiro a 17 de fevereiro, quintas das 16h às 20h
*o uso de máscaras é indispensável para o acesso à unidade
Inscrições a partir do dia 11 de janeiro, às 14h, no Portal SESC SP: sescsp.org.br/inscricoes
Grátis (vagas limitadas)
Site da unidade | Facebook | Instagram | YouTube.
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)