Mulheres pretas são o grupo mais afetado: 72% relataram sofrer discriminação por dois ou mais motivos; 21,3% dos pretos relatam ser seguidos em lojas, índice 2,5 vezes o de brancos (8,5%)


Brasil
Interior da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, instalada dentro do Bosque dos Italianos. Foto: divulgação.
A escritora Kátia Sentinaro estará na Biblioteca Pública Infantil Monteiro Lobato, no Bosque dos Italianos, em Campinas, para mais duas sessões de leitura de seu livro infantil Um Gato Diferente (Editora Coralina). A apresentação será no dia 18 de fevereiro, em dois horários: às 10h e às 14h.
O livro | “Uma menina bonita, louca para ter um bichano, pediu, chorou insistiu, levou um gatinho de pano” – Assim começa o livro “Um Gato Diferente”, que conta a história de uma menina que quer muito ganhar um gatinho, mas, por motivo de doença, os pais não podem atendê-la. A narração é curta, simples e feita em versos. Persistência e aceitação fazem parte do enredo, com um final surpreendente. As crianças vão se divertir e se identificar.
A biblioteca fica na Rua Albano de Almeida Lima, s/nº – Bosque dos Italianos – Praça Samuel Wainer, Jardim Guanabara. A atividade será realizada mantendo os protocolos sanitários, como uso de máscaras, disponibilização de álcool em gel, distanciamento social e quantidade de pessoas permitida no local.
Outros eventos de lançamento do livro ocorrerão na cidade de Campinas, em escola pública e em sessão de autógrafo na Padaria Pet Campinas, em datas ainda em definição.
“Um Gato Diferente” pode ser adquirido diretamente com a autora (Instagram @katiasentinaro) ou pelo site www.editoracoralina.com.br.
Kátia Sentinaro | Kátia Sentinaro reside em Campinas, natural de Araras, jornalista, pós-graduada em Marketing e Língua Portuguesa. “Um Gato Diferente”, pela Editora Coralina, é seu segundo livro infantil. O primeiro foi o título “Pet Poema”, coleção de poesias sobre cães e gatos, com site gratuito e interativo (www.petpoema.com.br). Faz parte do grupo dos trovadores da Seção Campinas da UBT (União Brasileira dos Trovadores), com prêmios pelo país: Nova Petrópolis/RJ (2020) como trovadora veterana; Juiz de Fora/MG, Arapongas/PR (2018) e Cantagalo/RJ (2017) como nova trovadora. Presente em coletâneas, antologias, blogs e sites literários. Ministra oficinas de poesias para crianças e é a atual coordenadora do projeto Juventrova em Campinas. Para mais informações, (19) 98148-1603.
(Fonte: Secretaria de Cultura e Turismo | Prefeitura de Campinas)
Fotos: Tainá Cavalcante.
No dia 17 de fevereiro (quinta-feira), às 22h30, o violonista Cainã Cavalcante faz show de lançamento do álbum instrumental “Sinal dos Tempos – Cainã toca Garoto” no Blue Note São Paulo.
Após o período de reclusão imposto pela pandemia, Cainã finalmente sobe ao palco presencialmente para apresentar um espetáculo de natureza intimista, que contará com Guto Wirtti no contrabaixo acústico e Edu Ribeiro na bateria, em uma noite mágica com músicas do inesquecível Garoto, um dos mais celebrados compositores de sua época. Garoto foi contemporâneo – com talento e sucesso equivalentes – de Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso, Dorival Caymmi e Jacob do Bandolim.
Suas composições, como “Gente Humilde”, “Lamentos do Morro”, “Duas Contas” etc., encantam geração após geração. Sete décadas depois de sua morte aos 39 anos, o compositor paulistano é estudado, reverenciado e tem seus tesouros musicais gravados por notáveis como Baden Powell, Bola Sete, Guinga, João Gilberto e Yamandu Costa. Agora é Cainã a prestar a homenagem, que o violonista considera “a realização de um sonho, tamanha é a enormidade em suas harmonias, inteligência nas composições e fluência na execução”.
“Sinal dos Tempos – Cainã Toca Garoto” | O repertório foi pinçado em busca de um equilíbrio entre obras mais conhecidas, como ”Gente Humilde”, ”Duas Contas”, “Jorge do Fusa” e “Lamento do Morro”, e aquelas menos ouvidas, como, por exemplo, ”Voltarei” e ”Esperanza”. As músicas são interpretadas de maneira alegre, apesar da necessária profundidade, com a fluência espontânea que o ”gênio das cordas” imprimiu às suas composições.
Repertório
1 – Desvairada (Garoto)
2 – Jorge do fusa (Garoto)
3 – Sinal dos tempos (Garoto)
4 – Esperanza (Garoto)
5 – Gente humilde (Garoto/ Vinicius de Moraes/ Chico Buarque de Hollanda)
6 – Duas Contas (Garoto)
7 – Lamentos do morro (Garoto)
8 – Gracioso (Garoto)
9 – Nosso choro (Garoto)
10 – Voltarei (Garoto)
Ficha Técnica
Artista: Cainã Cavalcante
Produzido por Cainã Cavalcante e Guto Wirtti
Produção executiva: Wilson Souto Jr. (Atração)
Gravado por Guido Pera, no estúdio Visom Digital – RJ, nos dias 1, 2 e 3 de março de 2021
Mixado no BRC estúdios – SP por Luis Paulo Serafim
Masterizado por Gian Correa
Produção de Estúdio: Carla Braga
Logística: Marcelo Cabanas
Fotos: Tainá Cavalcante
Arte final: Rhudá Cavalcante (Cajueiro Comunicação)
Realização: Gravadora Atração
Arranjos: Cainã Cavalcante
Músicos: Cainã Cavalcante (violão), Paulo Braga (bateria) e Guto Wirtti (produtor e contrabaixo acústico).
Sobre o artista | Com um pouco mais de 20 anos de carreira, Cainã nutre parcerias nos palcos e em gravações com grandes nomes da música do mundo. Logo no início de sua caminhada, no ano 2000, aos 10 anos de idade, foi o vencedor do concurso de violão erudito Musicallis, realizado em São Paulo. Destaque também para a parceria e o contato com seu padrinho de batismo Patativa do Assaré, que lhe rendeu o poema “Ao meu afilhado Cainã”, registrado em seu primeiro disco, “Morador do Mato” (2002), na regravação instrumental da canção “Vaca Estrela e Boi Fubá”, de autoria do poeta cearense.
Durante esse mesmo período, houve o encontro e início da amizade de Cainã com Yamandu Costa, que logo tratou de convidar o menino cearense para participar de seus shows em Fortaleza. É possível ver o registro dessa época na faixa “Sons de Carrilhões” (João Pernambuco), no disco de estreia de Cainã.
Em 2005, é lançado “Samburá”, segundo disco da carreira do violonista, que tem no repertório regravações de clássicos como “A Marcha dos Marinheiros” (Américo Jacomino) e “Trem de Ferro” (Lauro Maia), além da primeira composição gravada de Cainã, “Mariah”.
No mesmo ano, o cearense viaja à França para participar do 19º Festival Internacional de Musique Universitaire de Ville, em Belfort. Na mesma viagem, ao retornar a Paris para concertos solo, Cainã encontra Ronaldo do Bandolim (integrante do Época de Ouro e Trio Madeira Brasil), sendo convidado para realizar concertos junto do bandolinista carioca na capital francesa.
De volta ao Brasil, a fluência do menino, que já chamava a atenção de grandes nomes da música cearense e produtores culturais, desencadeou em vários convites para estar nos palcos e estúdios com Belchior, Fagner (produtor e diretor artístico do segundo álbum de Cainã), Amelinha, Manassés de Sousa, Adelson Viana, Rodger Rogério, Teti e tantos outros ilustres cearenses.
Após o segundo disco, já atuando com os músicos veteranos, aos 15 anos Cainã se destaca e começa a acompanhar e a participar de shows de artistas nacionais e internacionais no Ceará, dentre eles: Leny Andrade, Leila Pinheiro, Simone Guimarães, Leandro Braga, Vander Lee, Dominguinhos, Paulinho Pedra Azul, Chico César, Renato Borghetti, Danilo Caymmi, Omar Puente (Cuba), María Toro (Espanha) e até Plácido Domingo, com o honroso convite para participar do concerto do tenor espanhol na inauguração do Centro de Eventos do Ceará, em 2012.
Para além das colaborações com outros artistas e ainda morando em Fortaleza, Cainã participou por diversas vezes com concertos e ministrando oficinas nos principais festivais de música do estado, como o consolidado Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga, o Festival Férias no Ceará e o Festival de Música da Ibiapaba, marcando o seu encontro com o violonista carioca Zé Paulo Becker, que na sequência convidou Cainã para um série de concertos na cidade do Rio Janeiro.
Com total afinidade entre os dois violões e receptividade do público, nasce o disco “Parceria”, composto por composições autorais dos violonistas, promovendo um encontro de gerações e estilos violonísticos. Com as idas ao Rio ficando mais frequentes, Cainã toca em alguns dos principais festivais, salas de concerto e espaços culturais da capital fluminense.
Os movimentos de expansão de carreira se deram com concertos pelo Brasil e América Latina, com destaque para a turnê na Argentina, com o disco “Parceria”, e idas frequentes à Europa (Alemanha, Áustria, Holanda, França, Letônia e Suécia). Atualmente, Cainã mora em São Paulo, tendo firmado parcerias com nomes como Hamilton de Holanda, Ney Matogrosso, Fabiana Cozza, Mestrinho, Elba Ramalho, Maria Gadu, Gian Corrêa, Rogério Caetano e Dani Black, entre outros.
Cainã Cavalcante – “Sinal dos Tempos – Cainã toca Garoto”
Blue Note São Paulo
Av. Paulista, 2073, 2° andar
Conjunto Nacional
Quinta-feira, 17 de fevereiro, às 22h30
Abertura da casa: 20h30
Duração: 80 minutos aproximadamente
Classificação: 16 anos
Vendas online: Eventim ( https://www.eventim.com.br/event/sinal-dos-tempos-caina-toca-garoto-blue-note-sao-paulo-14640770/)
Valor:
R$90,00 (inteira)
R$45,00 (meia)
R$45,00 (meia idoso)
R$45,00 (meia PCD)
Informações: https://bluenotesp.com/
Horário de funcionamento bilheteria oficial Blue Note São Paulo:
Central de vendas: (11) 94545-1511 (sem taxa de conveniência)
Formas de pagamento: dinheiro; cartão de crédito e débito.
Redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/CainaCavalcante
Facebook: https://www.facebook.com/CainaCavalcante
Site: https://www.cainacavalcante.com.br
Spotify: https://bityli.com/IsKRU
YouTube: https://www.youtube.com/c/Cain%C3%A3Cavalcante.
(Fonte: Graciela Binaghi Assessoria de Comunicação)
Imagem: divulgação.
O aclamado espetáculo “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa” chega a São Paulo para uma temporada no SESC Santana. Protagonizado por Laila Garin, ao lado de Claudia Ventura e Claudio Gabriel, com adaptação e direção de André Paes Leme, canções especialmente compostas por Chico César e direção musical e arranjos de Marcelo Caldi, o espetáculo ficará em cartaz até 27 de fevereiro, com sessões às sextas e sábados, às 21h e, aos domingos, às 18h.
A idealização e produção do projeto são de Andréa Alves, da Sarau Agência, responsável por espetáculos como “Elza”, “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”, “Sísifo” e “Macunaíma”. O projeto é patrocinado pela BB Seguros e pelo Banco do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
“A Hora da Estrela” foi o último livro escrito por Clarice Lispector, que faleceu pouco tempo após o seu lançamento. Suas páginas narram a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia. Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.
Na obra literária, a história é contada por um escritor, que vê Macabéa na rua e resolve narrar a vida de uma pessoa tão invisível, comum e sem brilho, em um exercício de alteridade. Para a versão teatral, o diretor André Paes Leme propõe uma inversão e esta figura do escritor se transforma em uma atriz. Desta forma, Laila Garin tem o desafio de se alternar entre a Macabéa e a Atriz, que não somente narra, mas também comenta e lança uma série de questões ao longo da encenação.
André Paes Leme, que já assinou elogiadas adaptações de Guimarães Rosa (“A Hora e Vez de Augusto Matraga”) e Nelson Rodrigues (“Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados”), teve ainda a parceria de Chico César no processo de criação. As músicas pontuam toda a dramaturgia e aparecem para ilustrar o estado emocional e o interior de cada personagem.
Ao longo da montagem, as canções servem ainda para detalhar algum acontecimento e também para tirar as personagens do sofrido estágio em que se encontram, trazendo alguma fantasia para existências tão opacas. O espetáculo marca ainda a primeira vez em que Laila Garin atua em um espetáculo de composições inéditas, produzidas ao longo do processo de ensaios. “Interpretar a Macabéa, as canções de Chico e ser dirigida por André já seriam motivos mais do que especiais para estar em cena. Mas fazer ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ vai além, é um espetáculo que diz exatamente o que queremos falar neste momento. Estar em cena também como a Atriz é uma afirmação deste ato poético e político que é o teatro. É um grito de indignação com muita poesia, lutando com as armas que temos. ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ fala das pessoas supostamente invisíveis, fala de solidariedade, de olhar para o outro com afeto. Além de tudo, é uma peça sobre esperança”, analisa Laila.
Com passagem pelo Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Distrito Federal, o espetáculo já foi visto por mais de 68 mil pessoas, sendo mais de 64 por meio das lives transmitidas pelos canais BB Seguros e Banco do Brasil, ao longo de 2021.
Ficha técnica
Da obra de Clarice Lispector
Adaptação e Direção: André Paes Leme
Música:
Canção Original: Chico César
Direção Musical e arranjos: Marcelo Caldi
Idealização e Direção de Produção: Andréa Alves
Com Claudia Ventura, Claudio Gabriel e Laila Garin
Músicos: Fábio Luna, Pedro Aune e Pedro Franco
Diretor Assistente: Anderson Aragón
Figurinos: Kika Lopes
Cenário: André Cortez
Iluminação: Renato Machado
Design de som: Gabriel D’Angelo
Preparação Corporal: Toni Rodrigues
Assistente de figurino: Sassá Magalhães
Assistente de cenografia : Tuca Benvenutti
Assistente de preparação Corporal : Monique Ottati
Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno
Produção Executiva: Raphael Baêta e Janaína Santos
Assistente de Produção: Paulo Farias
Projeto Gráfico: Beto Martins
Assessoria de Imprensa: Factoria Comunicação.
Serviço:
Temporada de 4 a 27 de fevereiro de 2022
SESC Santana – Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana, São Paulo/SP
Sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h.
(Fonte: FSB Comunicação)
Foto: Marcos Santos/Imagens USP.
Mineral amplamente consumido no Brasil, o sódio – presente no sal – é um importante fator de risco para doenças crônicas quando ingerido em quantidade excessiva. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares mostram que, entre 2008 e 2018, alguns grupos da população brasileira apresentaram queda na ingestão do nutriente. No entanto, alguns perfis ainda sofrem com maior mortalidade ou anos vividos com incapacidade por consumo excessivo de sódio: homens e habitantes da região Nordeste do país. A análise é de um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) publicado na “Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical”, na segunda (7).
A pesquisa teve o objetivo de descrever a contribuição do consumo exagerado de sódio para a ocorrência de doenças crônicas (hipertensão arterial, por exemplo) entre a população brasileira. Para isso, foram analisados dados do estudo Global Burden of Disease (2019), que reúne informações de uma série de fontes, como a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, do IBGE) e a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Entre 1990 e 2019, o número absoluto de mortes por doenças crônicas causadas por consumo excessivo de sódio aumentou de 21.830 para 30.814 (41%), tornando o sal um fator de risco dietético relevante no Brasil. Esse aumento da mortalidade é esperado, visto que a população brasileira cresceu e envelheceu durante o período analisado. A diferença, no entanto, é vista nos recortes por gênero e região de moradia: as maiores taxas foram verificadas entre os homens e os habitantes da região Nordeste. Para se ter uma ideia, a mortalidade entre os homens (19 a cada 100 mil habitantes) foi o dobro da mortalidade entre as mulheres (8 a cada 100 mil habitantes).
“Os homens acabam sendo mais afetados por uma conjunção de fatores”, explica Ísis Machado, uma das autoras do estudo. “Eles costumam consumir mais calorias, então é esperado que acabem ingerindo mais sódio. Existem, ainda, diferenças hormonais entre os gêneros. Além disso, mulheres procuram serviços de saúde com mais frequência que homens e são historicamente responsáveis pelo cuidado e pela produção de refeições, enquanto homens tendem a comer fora de casa mais vezes, com maior exposição a alimentos ultraprocessados”.
A prevalência de doenças crônicas varia de acordo com a idade, visto que é muito mais comum que patologias como hipertensão, por exemplo, atinjam um número maior de pessoas mais velhas. Por isso, a análise incluiu uma padronização das taxas por idade, que mostrou que o consumo excessivo de sódio foi maior em estados da região Nordeste do Brasil, principalmente nos estados de Maranhão (28,9 a cada 100 mil habitantes homens e 10,3 a cada 100 mil habitantes mulheres), Alagoas (23,5 entre homens e 12,5 entre mulheres) e Pernambuco (23,9 entre homens e 10,6 entre mulheres). O estado de Minas Gerais apresentou as menores taxas (15,3 entre homens e 7,6 entre mulheres).
“Em geral, a hipertensão é uma condição silenciosa. Na região Nordeste, apenas 65% dos pacientes hipertensos que tiveram contato com serviços de saúde sabiam que tinham a doença e só 33% tinham a pressão arterial controlada”, conta Larissa Guedes, que também assina o artigo. Os dados publicados no estudo podem colaborar para a criação ou atualização de políticas públicas de promoção da saúde, levando em conta as disparidades regionais e priorizando grupos de risco para o desenvolvimento de doenças relacionadas ao consumo de sódio.
(Fonte: Agência Bori)
Foto: Lucas Thaynan/Agência Tatu.
Para que se possa falar em sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis é preciso promover formas de inclusão econômica das populações vulneráveis que habitam o Brasil rural e interiorano – ou seja, é preciso viabilizar formas de geração de trabalho e renda estáveis e o aumento da qualidade de vida deste amplo contingente de pessoas. Para fornecer evidências que melhorem as iniciativas voltadas ao tema, o Cebrap Sustentabilidade lança o relatório “Inclusão produtiva no Brasil rural e interiorano 2022” nesta semana.
Produzido em parceria com as fundações Arymax e Tide Setubal e com o Instituto Humanize, o documento traz um conjunto de dados sobre inclusão produtiva dividido em quatro capítulos. No primeiro, é feito um retrato dos estabelecimentos e das áreas rurais brasileiras, mostrando o caráter heterogêneo do Brasil rural. Na sequência, o relatório mostra uma análise das políticas públicas de inclusão produtiva rural em países latino-americanos, enfatizando aprendizados que o Brasil pode obter com as experiências estrangeiras.
Os capítulos 3 e 4 versam sobre dois temas que vêm ganhando espaço no ramo da inclusão produtiva: a digitalização das várias etapas da produção, consumo e comércio de alimentos e as oportunidades de usos econômicos da biodiversidade. “A ideia é que o relatório amplie o conhecimento de pesquisadores e dê suporte para o debate público e para processos de tomada de decisão, tendo impacto na qualidade de vida da população rural brasileira”, diz Arilson Favareto, um dos pesquisadores que assinam o documento.
O texto apresenta uma série de informações relevantes para a construção e aprimoramento de políticas públicas. Um exemplo é a análise de tendências experimentadas nos estabelecimentos agropecuários do país. De maneira geral, foi registrado um decréscimo da população ocupada no Brasil década após década, em um retrato diferente daquele que emerge quando se olha apenas para os dados mais recentes. Mas há, também, diferenças regionais importantes: as regiões Norte e Centro-Oeste são as que tiveram alta, o que teria relação com a abertura de novas fronteiras na região, algo associado ao desmatamento para a criação de novas áreas de pastagens.
No campo das inovações verdes, o relatório aponta um crescimento expressivo de estabelecimentos certificados em produção orgânica, principalmente na agricultura familiar. Apesar disso, o Brasil parece seguir, ao mesmo tempo, outra tendência: a de intensificação do desmatamento e do uso de agrotóxicos, resultando em um quadro paradoxal e insuficiente para melhorar os indicadores ambientais agregados.
Segundo os autores do documento, a solução para melhorar a inclusão produtiva rural exige o reconhecimento de que, ao contrário do que se costuma pensar, existe uma grande heterogeneidade nas áreas rurais do país. “Será preciso tratar afirmativamente essa diversidade”, diz Favareto. “Nesse sentido, as informações contidas no relatório podem tornar programas e políticas públicas mais condizentes com os desafios postos pelas diferenças contextuais.”
(Fonte: Agência Bori)