Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

‘Evento das Anas’ leva estilo Harley-Davidson a hotel em Caldas Novas (GO)

Caldas Novas, por Kleber Patricio

Ana Sofia e Ana Pimenta – Viagem de HD. Foto: Divulgação/ Grupo diRoma – Cacau 3 Comunicação.

Um final de semana reservado para passeios de Harley-Davison, treinamentos e muito lazer envolvendo as famosas águas termais de Caldas Novas é a proposta do Evento das Anas, que começa no dia 21 e vai até 24 de abril no hotel Thermas diRoma, em Caldas Novas, estado de Goiás. A empreitada parte de Ana Pimenta e Ana Sofia, duas empresárias que investem parte do tempo, paralelamente como sócias, em negócios dentro de um universo que quem é fã conhece muito bem: Harley-Davidson.

O Evento das Anas tem sua primeira edição após um hiato de mais de dois anos, quando as sócias deixaram de promover eventos presenciais envolvendo viagens e atividades motociclísticas, o que justifica a ideia de reunir os participantes em um hotel amplo, repleto de verde, com parque de piscinas termais e outras atrações pra lazer e relaxamento.

A programação no hotel Thermas diRoma conta com palestras, pool party, treino de moto habilidade, festa temática, jantares e almoços especiais que prometem mesa farta e, claro, um desfile de moto por Caldas Novas, um encerramento desejado para os amantes do motociclismo.

A programação completa e as informações para reserva no evento são disponibilizadas em perfil no Instagram @eventodasanas ou no site www.eventodasanas.com.br. Para contato diretamente com o departamento de reservas, www.diroma.com.br – 0800-648-9800/ (64) 3455-9393.

Sobre os projetos de Ana Pimenta e Ana Sofia | Em 2018, Ana Pimenta e Ana Sofia partiram do Brasil rumo à cidade-sede da marca norte americana de motos de luxo no projeto “The Ride 115”. De maio até a chegada em Milwaukee no final de agosto daquele ano foram mais de 28 mil km para enfim festejar os 115 anos da icônica marca Harley-Davidson, que transformou as duas amigas em parceiras de aventuras na estrada tendo percorrido juntas outros milhares de quilômetros dentro e fora do Brasil e mais que isso: as uniu em projetos envolvendo o estilo de vida motociclístico como sócias. As ‘Anas’ planejam outras edições de eventos como esse, assim como pretendem dar continuidade ao modelo do The Ride 115 com novas conquistas sob duas rodas.

(Fonte: Cacau 3 Comunicação)

Theatro São Pedro apresenta “Os Capuletos e Os Montéquios”, de Vincenzo Bellini

São Paulo, por Kleber Patricio

Carla Cottini (Giulietta) e Denise de Freitas (Romeo). Foto: Heloisa Bortz.

A montagem inédita de “Os Capuletos e os Montéquios”, ópera de Vincenzo Bellini, chega em abril ao palco do Theatro São Pedro. Com libreto de Felice Romani, a ópera não se baseia no famoso texto de Shakespeare, mas em uma fonte italiana da história, uma peça teatral de Luigi Scevola escrita em 1818. Estreada em 1830, no Teatro La Fenice, de Veneza, a obra é um dos maiores sucessos do compositor e tem como particularidade o fato de os dois protagonistas serem interpretados por mulheres: Giulietta por uma soprano, e Romeo por uma mezzo-soprano. Vincenzo Bellini (1801- 1835), conhecido por suas belas linhas melódicas, é considerado um dos maiores expoentes do bel-canto, ao lado de Gioachino Rossini e Gaetano Donizetti.

A produção inédita do Theatro São Pedro tem direção cênica de Antonio Araujo, fundador do Teatro da Vertigem e diretor artístico da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, iluminação de Guilherme Bonfanti, dramaturgismo de Antonio Duran e Silvia Fernandes, cenografia de André Cortez, coreografia de Cristian Duarte e visagismo de Tiça Camargo. A direção musical é de Alessandro Sangiorgi que comanda a Orquestra do Theatro São Pedro. A montagem conta ainda com a participação do Coral Jovem do Estado, grupo artístico de bolsistas da Emesp Tom Jobim.

No elenco, destaque para as cantoras Denise de Freitas e Carla Cottini, que interpretam, respectivamente, Romeo e Giulietta. Completam o elenco Aníbal Mancini (Teobaldo), Douglas Hann (Lorenzo) e Anderson Barbosa (Capelio). “Temos uma das histórias de amor mais conhecidas da humanidade; então, por que motivo vamos montá-la nos dias de hoje? Como essa história pode ser retomada e dialogar com novos sentidos nos tempos atuais? ”, questiona o diretor cênico Antonio Araujo. Para ele, compreender o sentido da montagem de um espetáculo nos dias atuais é um dos principais pontos de partida para a criação.

Foto: reprodução/Instagram/Theatro São Pedro.

O diretor parte de dois eixos principais. Um deles atualiza a luta entre os tradicionais clãs dos Capuletos e Montéquios e ganha nova roupagem mostrando a rivalidade entre milícia e tráfico. O outro critica a visão patriarcal da sociedade e da própria ópera, com a presença de Giulietta cercada por figuras masculinas. “Giulietta é a única personagem feminina e ela é um objeto de troca, passando de mão em mão, do pai para o pretendente. Para criticar esse espaço e trazer um contraponto eu decidi manter o casal principal na figura de duas mulheres, mostrando a relação entre elas como um ponto de oposição a esse universo masculino”, conta o diretor. Além disso, a presença de um coro de atrizes, que fará participações pontuais na montagem, também estabelece um distanciamento crítico em relação a essa predominância dos homens na narrativa.

Alessandro Sangiorgi, diretor musical, destaca que o público pode esperar uma versão que passa pelas tradições de interpretação do passado, que é importante conhecer, associadas a uma visão mais moderna e contemporânea. “Para o trabalho com o elenco, parto de uma ideia mais definida, passando pela tradição e considerando sempre as ideias e características que cada um traz para os ensaios. Assim chegamos a uma unidade criativa”, afirma o maestro.

“Os Capuletos e Os Montéquios” estreou no dia 15 de abril. As récitas continuam em 17, 20, 22, 24, 27 e 29 de abril, com encerramento no dia 1º de maio, quartas e sextas, às 20h, e domingos, às 17h. Os ingressos custam de R$80 a R$15 (meia).

Transmissão ao vivo | A récita do dia 24 de abril, domingo, às 17h, terá transmissão gratuita pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro.

Bilheteria | Os ingressos para todos os espetáculos devem ser adquiridos exclusivamente pelo site, clicando aqui.

Serviço:

“Os Capuletos e os Montéquios”, de Vincenzo Bellini

Libreto de Felice Romani

Orquestra do Theatro São Pedro

Coral Jovem do Estado

Alessandro Sangiorgi, direção musical

Antonio Araujo, direção cênica

Guilherme Bonfanti, iluminação

Antonio Duran e Silvia Fernandes, dramaturgismo

André Cortez e Carol Bucek, cenografia

Cristian Duarte, coreografia

Tiça Camargo, visagismo

Elenco:

Denise de Freitas, mezzo-soprano (Romeo)

Carla Cottini, soprano (Giulietta)

Aníbal Mancini, tenor (Teobaldo)

Douglas Hann, barítono (Lorenzo)

Anderson Barbosa, baixo (Capelio)

Récitas: 15, 17, 20, 22, 24, 27, 29 de abril e 1 de maio

quartas e sextas às 20h, domingos às 17h

Local: Theatro São Pedro

Endereço: Rua Barra Funda, 171 – Barra Funda, São Paulo (SP)

Ingressos: R$80 (inteira) a R$15 (meia)

Plateia: R$80/ R$40 (meia)

1º Balcão: R$50/ R$25 (meia)

2º Balcão: R$30/R$15 (meia)

Classificação Indicativa: 16 anos

Theatro São Pedro

Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de “La Cenerentola”, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional e obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país. Agora o Theatro São Pedro inicia uma nova fase, respeitando sua própria história e atento aos novos desafios da arte, da cultura e da sociedade.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

SESC estreia “Henrique IV”, de Luigi Pirandello, adaptado e dirigido por Gabriel Villela

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: João Caldas Fº.

“É conveniente a alguns que considerem certas pessoas como loucas para terem a desculpa de mantê-las presas. Sabe por quê? Porque é difícil escutar o que os loucos dizem.” (Trecho de “Henrique IV”)

O encenador Gabriel Villela apresenta “Henrique IV”, obra adaptada de texto de Luigi Pirandello, para comemorar a sua 50ª direção teatral. O espetáculo estreia em 28 de abril de 2022 no Teatro Antunes Filho, no SESC Vila Mariana, e narra a história de um nobre que acredita (ou finge acreditar) ser um imperador de oito séculos antes, depois de sofrer um acidente. A temporada estende-se até 5 de junho, de quinta a domingo, e a venda de ingressos se inicia em 26 de abril às 14h pelo Portal SESC SP e, no dia 27, a partir das 17h, em qualquer unidade do SESC no Estado. As sessões de 1 a 5 de junho contarão com intérprete de Libras.

Chico Carvalho interpreta Henrique IV; Rosana Stavis é a Marquesa Matilde da Toscana, seu amor não mais correspondido; Hélio Cícero, o Doutor Genoni, que tenta trazer Henrique IV de volta à sanidade e André Hendges, o Barão Tito Belcredi, amante da Marquesa. Acompanhando Chico Carvalho em cena, seus dois camareiros-cantores Artur Volpi, o Oração, e Breno Manfredini, o Sonho. Todo o elenco compõe o quadro de espelhamento disforme do protagonista, que toma distância da própria existência e vê a si mesmo ridicularizado pelo olhar dos outros.

O elenco tem ainda Regina França (como Frida) e Rogerio Romera (como Carlo Di Nolli), além do músico Jonatan Harold, que toca piano ao vivo para acompanhar o elenco e é responsável pela direção musical, juntamente a Babaya Morais.

A peça, em três atos sem intervalo, tem cenário de J.C. Serroni. Para essa nova parceria com Villela, o cenógrafo escolheu ressaltar os aspectos circenses e homenagear o encenador mineiro, com direito a picadeiro e arena. “E Gabriel Villela joga a encenação num circo teatro; não de cores vivas como de costume, já que ali habitam os fantasmas que rondam a cabeça do nosso Henrique, o que me traz um caminho claro para a encenação: um circo em desconstrução de uma trupe itinerante com sua carroça encenando por castelos medievais”, conta Serroni.

Os figurinos são de Gabriel Villela e trazem tecidos das mais variadas origens, muitos bordados, adamascados da igreja ortodoxa grega e muito colorido. A iluminação é de Caetano Vilela.

Elementos cênicos

Mestre na crítica ao mundo, às suas aparências e convenções, Pirandello monta em “Henrique IV” um cômico e revelador jogo de espelhos. Um jovem fantasiado de Henrique IV perde a razão a caminho de uma festa de Carnaval, passando a acreditar que é de fato o imperador. Nesta versão dirigida por Villela, a estória é contada por uma companhia de circo mambembe (e fictícia) italiana chamada “Francisco Eugydio do Calvário”, que apresenta o drama de circo-teatro “Enrico IV” ao público.

Além disso, fazem parte da montagem várias menções contemporâneas — as canções cantadas ao vivo pelos atores, figurino e maquiagem fellinianos, numa lembrança feita ao cinema, entre outras. A escolha das músicas levou em consideração alguns fatores como o diálogo das letras com o texto e com a ação da peça, e são cantadas em italiano e em inglês (os dois idiomas que referenciam o texto em cena). No repertório estão “The Logical Song”, do Supertramp, “Bang Bang (“My Baby Shot Me Down)”, de Nancy Sinatra, “Canzone Arrabbiata”, de Nino Rota, “I Started a Joke”, dos Bee Gees, e “Lascia Ch’io Pianga”, de Georg F. Händel.

“Confiar nas pessoas, isso sim é loucura! Estas roupas são para mim uma representação clara e voluntária desta encenação diária, da vida! E a vida nada mais é que uma mascarada contínua, de cada minuto, de que somos os palhaços involuntários e quando, sem saber, nos fantasiamos daquilo que pensamos ser.” (Trecho de “Henrique IV”)

“Pobre daquele que não sabe usar a sua máscara”

“Henrique IV” trata sobre a psicologia dos loucos e como a loucura é uma forma de representação e de simulação também. Henrique IV parece ser louco aos olhos de seus companheiros, mas finge estar louco porque só aos loucos é dado o direito de dizer certas verdades.

O drama “Henrique IV” foi escrito por Pirandello em 1922 e estreou um ano depois do sucesso de “Seis Personagens em Busca de Autor”, que já tratava sobre os desdobramentos de personalidades (e de personagens). A narrativa se desenvolve em Úmbria, no centro da Itália (Perugia), na época em que foi escrita. O nobre que dá nome à peça viveu nos anos 1500, e, ao cair do cavalo, considera ser o imperador da Alemanha (que reinou por volta de 1050) — por isso há saltos temporais no texto.

A peça faz um jogo imbricado e permite à plateia uma série de possíveis leituras, sempre mostrando que todos representam papéis — seja na sociedade, na vida e até mesmo os atores, nos palcos. A linguagem circense ainda possibilita a leitura segundo a qual a trupe em cena brinca de ser ou parecer louca.

Villela optou por combinar atores de diferentes idades e experiências, apesar de voltar a trabalhar com parte do elenco de “Estado de Sítio”, como Chico Carvalho, Rosana Stavis, André Hendges e Rogerio Romera.

A ideia é que a dicotomia do texto de Pirandello (entre lucidez e loucura, sinceridade e fingimento, clareza e obscurantismo, ser e parecer e entre o dia e a noite) possibilite o jogo cênico. O autor italiano em seus textos aproximava o relativismo existencial de seus personagens à teoria da relatividade de Einstein (documentos da época mostram um encontro dos dois, Einstein e Pirandello, em um camarim de teatro na Itália).

Mais sobre a trama

Na trama, depois de descobrir que Matilde, a mulher que ele ama, tem um caso com seu melhor amigo Belcredi, o protagonista cai de um cavalo e sofre um acidente, supostamente provocado pelo próprio Belcredi. Como bate a cabeça numa pedra, ele perde os sentidos da realidade, enlouquece e, estando a caminho de uma festa a fantasia, o nobre passa a acreditar que é o próprio imperador Henrique IV. Vendo-se incapaz de curá-lo e com pena de seu estado, a irmã constrói uma réplica da corte para que seu irmão possa viver nela, contratando atores para se fazerem passar por cortesãos.

Passado algum tempo, o nobre recupera a memória, mas continua a se fazer passar por louco ao perceber que não tem uma vida de verdade para a qual possa voltar. Sua farsa é descoberta no dia em que Matilde e Belcredi chegam à falsa corte para tentar curá-lo. Segue-se uma discussão violenta entre os três, durante a qual Henrique IV fere Belcredi mortalmente e se vê obrigado a refugiar-se de novo na loucura para escapar às consequências desse crime.

Como em quase toda a sua obra, Pirandello trabalha a tensão entre realidade e fantasia, deixando implícita a impossibilidade do estabelecimento de uma verdade absoluta. No fundo, sustenta que as coisas não são o que parecem ser, também reafirmando sua convicção de que a arte é muito mais real do que a vida, posto que eternizada em uma forma enquanto o homem em si é perecível.

Ficha Técnica

“Henrique IV“

Autor: Luigi Pirandello

Tradução: Claudio Fontana

Direção, adaptação e figurinos: Gabriel Villela

Elenco: Chico Carvalho, Rosana Stavis, Hélio Cícero, André Hendges, Regina França, Rogerio Romera, Jonatan Harold, Breno Manfredini e Artur Volpi.

Cenografia: J C Serroni

Iluminação: Caetano Vilela

Diretores assistentes: Ivan Andrade e Douglas Novais

Direção musical, canto e arranjos vocais e instrumentais: Babaya Morais e Jonatan Harold

Assistente de Figurinos: José Rosa

Adereços de arte: Jair Soares Jr

Costureira: Zilda Peres

Maquiagem: Claudinei Hidalgo

Fotografia: João Caldas Fº

Assistência de fotografia: Andréia Machado

Diretor de palco: Tinho Viana

Operador de lua: PH Moreira

Camareiras: Ana Lucia Laurino e Maria Helena Arruda

Produção executiva: Augusto Vieira

Direção de produção: Claudio Fontana

Apoio: Só Dança.

Serviço:

“Henrique IV”

Texto de Luigi Pirandello e direção de Gabriel Villela, com Chico Carvalho, Hélio Cícero, Rosana Stavis e elenco

Estreia dia 28 de abril de 2022, quinta-feira, às 21h

*Sessão de 1/6, às 15h

Temporada até dia 5 de junho

Quinta a sábado, às 21h

Domingos e feriados, às 18h

*Sessão de 1/6, às 15h

Teatro Antunes Filho – SESC Vila Mariana

Classificação: 14 anos

Ingressos: disponíveis online a partir de 19 de abril, em SESCsp.org.br, e presencialmente no dia 20, em qualquer unidade do SESC no Estado de São Paulo – R$20 (credencial plena, estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$40 (inteira)

*Obs.: desde 8 de fevereiro de 2022, os responsáveis pelas crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante de vacinação dos menores com ao menos a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. Já para maiores de 12 anos é necessário apresentar o comprovante de vacinação com no mínimo duas doses ou a dose única da vacina. O comprovante pode ser físico ou digital e deve ser mostrado juntamente com o documento com foto. É recomendável o uso de máscara, cobrindo nariz e boca, durante toda a permanência na unidade.

SESC Vila Mariana | Informações

Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo (SP)

Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante agendamento).

Bilheteria: terça a sexta, das 9h às 20h30; sábado, das 10h às 18h e das 20h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h.

Estacionamento: R$5,50 a primeira hora + R$2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes). R$12,00 a primeira hora + R$3,00 a hora adicional (outros). 125 vagas.

Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas

Informações: 5080-3000.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Início da campanha republicana no país, “Convenção de Itu” completa 149 anos

Itu, por Kleber Patricio

Foto: Hélio Nobre.

Foi em 18 de abril de 1873 que mais de 133 pessoas de 16 cidades paulistas, entre políticos, proprietários de fazendas de café, profissionais liberais e intelectuais, se reuniram para dar início à campanha republicana no país e ao surgimento do Partido Republicano Paulista. Conhecido por “Convenção Republicana de Itu”, o encontro foi realizado em um sobrado localizado na cidade de Itu, erguido nas décadas iniciais do século 19. Em 1923, após exatos 50 anos, a residência se transformou no atual “Museu Republicano de Itu”, uma extensão do Museu Paulista da USP.

Do encontro de 1873, o Museu Republicano de Itu guarda o Livro de Ata da Convenção, peças e mobiliário dos convencionais que participaram do encontro, além de pinturas encomendadas pelo diretor do Museu, Afonso Taunay, baseadas em fotos cedidas por familiares dos participantes – algumas delas produzidas por artistas como Oscar Pereira da Silva, Tarsila do Amaral e Henrique Manzo. “No entanto, nem todas as famílias tinham ou enviaram as imagens; por isso, a coleção é formada por 116 quadros, que são expostos no Museu em revezamento”, explica a Profa. Dra. Maria Aparecida de Menezes Borrego, supervisora do Museu. “Mas, além do movimento republicano e da primeira fase da República brasileira, o acervo trata também da história de Itu e região, com exposições permanentes ou temporárias”, conclui a supervisora.

Fechado provisoriamente para adequação do edifício às normas de segurança contra incêndio, o público pode durante esse período visitar o museu virtualmente (por meio deste link) ou conferir as atividades que tem promovido no Centro de Estudos, prédio que também pertence à instituição, aberta à visitação todos os dias, das 10h às 17h. Mais informações, e-mail para edu.mrci@usp.br.

História do Museu Republicano

O Museu Republicano “Convenção de Itu” foi inaugurado pelo presidente do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Sousa, a 18 de abril de 1923 e desde então subordinou-se administrativamente ao Museu Paulista que, em 1934, tornou-se Instituto complementar da recém-criada Universidade de São Paulo e a ela se integrou em 1963.

É uma instituição científica, cultural e educacional especializada no campo da História e da Cultura Material da sociedade brasileira, com ênfase no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX e tendo como núcleo central de estudos o período de configuração do regime republicano no Brasil.

Encontra-se instalado em sobrado histórico em Itu, erguido nas décadas iniciais do século XIX, que se tornou residência da família Almeida Prado. Foi nesse local que se realizou, em 18 de abril de 1873, uma reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do país e que, posteriormente, se transformou na famosa Convenção Republicana de Itu, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.

(Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

De protagonistas climáticos a antagonistas dos interesses nacionais: pesquisa revela visões muito distintas a respeito dos povos indígenas no Brasil

Brasil, por Kleber Patricio

Indígenas da etnia Kariri-Xocó. Crédito da foto: Ulysses Fernandes.

Uma extensa pesquisa sobre as percepções da sociedade a respeito dos povos indígenas no Brasil na última década, está sendo lançada esta semana, em meio ao Abril Indígena. Conduzido ao longo de 2021, com a coordenação da pesquisadora Cristiane Fontes, da Amoreira Comunicação, o projeto contou ampla análise documental e 350 entrevistas em profundidade com diferentes segmentos da sociedade brasileira e detalhado mapeamento sobre a evolução das narrativas sobre povos tradicionais nas redes sociais. A íntegra do estudo está disponível no site Narrativas Ancestrais, Presente do Futuro.

Públicos não engajados desconhecem realidade indígena na atualidade

As entrevistas com os públicos não engajados, conduzidas pela empresa de pesquisa e de inteligência de mercado Ipsos, revelaram um profundo desconhecimento e distanciamento da importância e da realidade dos indígenas na atualidade e também antagonismo, desinteresse e rejeição aos direitos indígenas, especialmente o direito à terra. Esses direitos tendem a ser vistos por esses públicos como em “contraposição” aos direitos de outros segmentos da população geral — a perspectiva, portanto, é de um espaço de disputas em que, “se o outro ganha, sou eu que perco”. “Esse resultado é preocupante, uma vez que esses públicos são tomadores de decisão na economia e na política brasileira e suas percepções moldam o debate público no Brasil sobre o tema”, diz a coordenadora do projeto.

A conexão dos povos indígenas com o meio ambiente é, em geral, reconhecida pelos públicos não engajados, mas seus modos de vida tendem a ser associados a pobreza, necessidade de auxílios governamentais e carências em geral e não outras maneiras de estar no mundo, cada vez mais valorizadas pelos públicos engajados como respostas à crise climática.

Os públicos não engajados ainda não conhecem ou compreendem a importância de estudos e do reconhecimento internacional por parte de organismos como o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da centralidade dos direitos territoriais dos povos indígenas para a agenda climática. Perguntados sobre o interesse internacional pelos povos tradicionais no Brasil, a maioria não concordou — creditando tal interesse a preocupações com o meio ambiente. “Quando falamos sobre o protagonismo do Brasil na agenda climática global, ainda precisamos dar muito mais visibilidade ao papel dos povos indígenas, assim como ampliar as discussões sobre modelos de prosperidade econômica para o país que incluam a gestão ambiental desses territórios, que já estiveram entre as políticas públicas do país desenvolvidas com apoio da cooperação internacional, assim como levar em consideração a crescente valorização dos indígenas como parte da identidade nacional e do crescente interesse, especialmente entre os mais jovens, pela nossa ancestralidade e em recontar a nossa história”, afirma Cristiane Fontes.

Maior visibilidade, organização e ocupação de espaços de discussão

Ainda que previsíveis e esperadas, as diferenças entre as percepções dos indígenas e públicos engajados e as dos públicos não engajados são gigantescas.

Entre os públicos engajados, a auto representação, o protagonismo e o processo de ocupação de espaços com vozes dos próprios indígenas a partir de uma organização inédita do movimento indígena, do aumento expressivo de estudantes indígenas nas universidades, da diversidade de influenciadores digitais e comunicadores indígenas nas redes sociais e da emergência de artistas e pensadores indígenas foram descritos como grandes novidades da última década.

Sônia Guajajara, Ailton Krenak, Jôenia Wapichana, Cacique Raoni e Davi Kopenawa foram descritos como as principais vozes indígenas deste período, por motivos que incluem a inserção na vida político-partidária, a publicação de livros icônicos e best sellers com críticas poderosas ao modelo de desenvolvimento da sociedade brasileira e global e as alianças estabelecidas com líderes e artistas no Brasil e internacionalmente.

O protagonismo de lideranças indígenas femininas no movimento indígena também foi uma mudança celebrada pelos entrevistados e destaque da análise sobre os conteúdos nas redes sociais. Os resultados da pesquisa sobre o debate nas redes sociais apontam para a centralidade de perfis indígenas e protagonismo crescente de mulheres ativistas, a exemplo de Sônia Guajajara, Célia Xakriabá e Alice Pataxó, cujo perfil passou a ser o com maior alcance potencial no debate sobre povos indígenas no Twitter em 2021, por exemplo.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) foi a organização mais destacada pelos públicos engajados, seguida pelo Instituto Socioambiental (ISA), considerada uma organização descrita como a principal referência e fonte de informação de formadores de opinião de diversos segmentos.

O Acampamento Terra Livre (ATL) foi apontado por esses públicos como o principal evento marco da última década e o que tem gerado algumas das imagens mais icônicas de luta e resistência, como as de indígenas ocupando espaços icônicos da capital política do país.

Já entre os públicos não engajados, a representatividade ainda foi atribuída a organizações como a Funai, as ONGs e lideranças religiosas, raramente foram citados nomes específicos de lideranças indígenas e, entre esses segmentos, a imagem dos povos indígenas foi mais associada à vulnerabilidade e não à força.

Visão distante e fragmentada e projeção negativa no Brasil de Bolsonaro

A concepção sobre os povos indígenas entre os públicos não engajados é formada a partir de fragmentos de informação na grande imprensa, às vezes, apenas títulos de reportagens, com pouco aprofundamento, e posts nas redes sociais, que a partir de 2018 passam a contar com contranarrativas produzidas pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados, como apontam os dados da DAPP/FGV.

Para os públicos engajados, apesar da produção jornalística ainda ser muitas vezes “pouco ou mal contextualizada”, ou “distorcida”, especialmente quando tratam do direito à terra e conflitos fundiários, houve aumento e melhoria da cobertura da grande imprensa nos últimos anos não só, mas principalmente porque o presidente Jair Bolsonaro colocou esse assunto no centro do debate político do país.

Mesmo entre os públicos não engajados foi quase consenso que, sob o governo do atual presidente da República, os ataques de grileiros, garimpeiros e fazendeiros e a vulnerabilidade dos povos indígenas aumentaram ainda mais. Com Jair Bolsonaro reeleito, a regressão prevista para os povos indígenas aponta para um cenário, segundo os entrevistados, de assimilação cultural como possibilidade provável e muito próxima e, até mesmo, de extermínio.

Educação, atividades socioeducativas e novos apoiadores

Para muitos dos entrevistados dos públicos engajados/interessados, o respeito e a valorização dos povos indígenas pela sociedade brasileira só será possível após longos e massivos investimentos em educação, mudanças radicais no sistema político e reparação do Estado brasileiro.

Como essas são medidas de longo prazo e hoje distantes da realidade do Brasil, a pesquisa também inclui uma série de medidas que podem ser adotadas a curto prazo; entre as quais, ampliar a promoção de encontros, debates políticos e atividades socioculturais de indígenas com não-indígenas; a produção de campanhas e de materiais didáticos, testando diferentes linguagens simples e estéticas e sem jargões e linguagem confrontacional; traduzir e explicar o apoio à causa indígena por meio de vozes relevantes no cenário internacional; expandir o número de apoiadores entre diferentes segmentos da sociedade, a exemplo do que ocorreu com artistas nos últimos anos e obter compromisso com as pautas indígenas entre candidaturas não indígenas nas próximas eleições.

“Os achados apontam as barreiras, mas também caminhos para avançarmos, apesar de um contexto completamente desfavorável e, de maneira geral, de uma visão bastante atrasada no país e descolada de tendências internacionais sobre não apenas os desafios, mas as novas oportunidades e os novos modelos de prosperidade para a humanidade em tempos de colapso ecológico e crise climática. A pesquisa com os públicos não engajados mostrou que, quanto mais informados, mais conscientes são da diversidade e da complexidade do tema e mais interessados em compreender melhor a realidade dos povos indígenas”, conclui Cristiane Fontes.

Sobre a pesquisa

A pesquisa “Narrativas Ancestrais, Presente do Futuro” mapeou e analisou as percepções sobre os povos indígenas e as principais narrativas deles e sobre eles no Brasil na última década.

O estudo foi coordenado por Cristiane Fontes, da Amoreira Comunicação, jornalista que há mais de duas décadas trabalha com a agenda socioambiental, atualmente em Oxford, na Inglaterra; e implementado com a participação da Ipsos, uma das principais empresas de pesquisa e de inteligência de mercado; e da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV), referência mundial em pesquisas aplicadas em redes sociais.

A Ipsos conduziu o componente da pesquisa com os públicos não engajados, que contou com 100 entrevistas em profundidade, distribuídas entre população geral de perfil conservador e formadores de opinião – economistas, lideranças políticas, líderes empresariais e jornalistas regionais.

Além disso, foram entrevistadas 250 pessoas engajadas e interessadas na temática indígena, incluindo ativistas, antropólogos, cineastas, jornalistas, representantes de ONGs nacionais e internacionais, artistas, juristas, comunicadores e lideranças de organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas e indigenistas do país, além de cientistas políticos, comunicólogos, editores, autores e representantes de agências de pesquisa de tendências de comportamento e inovação. Embora a análise seja sobre as percepções do restante da sociedade a respeito do que é dito por indígenas e sobre eles, os pesquisadores também ouviram algumas das principais vozes indígenas hoje no Brasil, como lideranças, artistas, pesquisadores, comunicadores e influenciadores digitais.

As redes sociais, por sua vez, foram analisadas pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV) a partir da coleta de mais de 9,7 milhões de postagens no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube sobre pautas relativas aos povos tradicionais. No caso do Facebook, YouTube e Instagram, a análise cobriu uma década, entre 2011 a 2021; no Twitter, o período analisado foi 2019 e 2021.

(Fonte: AViV Comunicação)