Pesquisadores da USP e do Hospital Sírio-Libanês alertam para impactos da pandemia e recessão no cenário atual


São Paulo
Foto: Pixabay.
O aleitamento materno e a qualidade da alimentação complementar – o período entre uma alimentação exclusivamente láctea e a da família – são fatores essenciais para a sobrevivência dos bebês, especialmente dos prematuros, aqueles que nascem antes de completar 37 semanas gestacionais. Assim, identificar o padrão alimentar dessas crianças pode colaborar para a criação de estratégias nutricionais mais assertivas. Um estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicado na sexta (20) na Revista Paulista de Pediatria sugere que o consumo de alimentos menos saudáveis é maior entre os bebês cujas mães têm menos de 20 anos de idade.
A pesquisa, que contou com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), avaliou as práticas de alimentação complementar de 135 crianças entre 6 e 23 meses, nascidas prematuramente e assistidas pelo ambulatório de acompanhamento do recém-nascido de risco do Hospital de Clínicas da UFPR, em Curitiba. Os dados foram coletados entre maio de 2018 a abril de 2019, em duas etapas. Na primeira, os pais ou responsáveis informaram, por meio de um recordatório, os hábitos alimentares das crianças, além de responderem sobre as condições socioeconômicas e demográficas da família. Informações sobre o nascimento e o histórico de saúde dos bebês foram obtidas de prontuários.
Com base na descrição do consumo alimentar do dia anterior à avaliação, os alimentos e bebidas foram registrados em quantidade, modo de preparo e apresentação, conforme as refeições realizadas. Depois, foram reunidos de acordo com sua semelhança nutricional e frequência de consumo, formando 15 grupos, como “frutas e suco de frutas”, “doces e bebidas doces” e “leite, derivados do leite e fórmula infantil”. A partir das informações coletadas, o estudo identificou dois padrões alimentares distintos: o “saudável”, composto de alimentos in natura e minimamente processados, como carnes, frutas, hortaliças, cereais e tubérculos; e o “não saudável”, com alimentos de alta densidade energética e baixa qualidade nutricional, como biscoitos, doces, pães, bolos e massas. A análise buscou identificar as associações entre esses padrões e as características da família, da mãe e da criança.
Além de identificar na amostra que o padrão “não saudável” foi maior para os bebês cujas mães têm menos de 20 anos, o trabalho também aponta que a idade da mãe também está relacionada à introdução alimentar precoce. “Isso significa que precisamos ter uma atenção maior com as mães mais novas. Ou seja, formular ações, projetos, programas e políticas de promoção à saúde voltadas para esta população”, diz Claudia Choma Bettega Almeida, uma das autoras do artigo. Por outro lado, mães com 30 anos ou mais tendem a oferecer alimentos mais saudáveis a seus filhos. E, conforme as crianças crescem, o consumo de alimentos considerados não saudáveis aumenta, pois elas passam a ser expostas e a consumir mais os alimentos considerados não saudáveis.
Segundo Almeida, que é professora do Programa de Pós-Graduação em Segurança Alimentar e Nutricional da UFPR, a fase da alimentação complementar traz muitos desafios. “É nessa etapa que os hábitos alimentares são formados, sendo de fundamental importância promover uma alimentação adequada e saudável. Com os bebês prematuros, isso se torna ainda mais preocupante devido à imaturidade fisiológica e o maior risco de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis.”
A nutrição infantil, especialmente de crianças pequenas, tem sido o foco de estudo da pesquisadora. “Sabemos que as crianças são consideradas um grupo de maior vulnerabilidade nutricional por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento acelerados. Estamos sempre avaliando o consumo alimentar delas em diferentes contextos e seus desfechos de saúde”, afirma.
(Fonte: Agência Bori)
Fotos: divulgação.
A artista visual Cecilia Akemi realiza sua primeira exposição individual, ‘Memória Corroída’, neste sábado, dia 21 de maio, no Espaço Subsolo – Laboratório de Arte, sob curadoria de Andrés I. M. Hernández. A mostra é uma leitura dos seus 39 anos de pesquisa artística tendo a cerâmica como eixo central. A partir das 12h, a artista receberá o público na Rua Proença, 1000, em Campinas. A entrada é gratuita.
‘Memória Corroída’ é formada por um conjunto de séries com denominações como ‘Vazios’, ‘Inventário’, ‘Vazios Esféricos’ e ‘Rendilhados’. Esta última, criada em 2018, surgiu de uma visita ao Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (CMU), por intermédio da pesquisadora do Centro, Maria Alice Rosa Ribeiro. O CMU abriga inventários, testamentos e processos judiciais do Fórum da Comarca de Campinas e Jundiaí do século XVIII, XIX e metade do XX, que tratam em geral das propriedades de fazendas de café e engenhos de cana-de-açúcar.
A visão dos “rendilhados”, como são chamados os arquivos, foi uma surpresa para a artista. “Fiquei impactada com a imagem daqueles documentos corroídos por brocas, traças e fungos, tanto por pensar que a partir dela eu iria entrar em um processo criativo que me proporcionaria uma nova obra, como em testemunhar o que se perdeu de memória histórica”.
A artista sempre organizou exposições dando atenção para os alunos, com quem expunha lado a lado, e pensando no coletivo. “Mas agora senti que era o momento certo para minha exposição individual, principalmente em razão da pandemia, já que não podia reunir os alunos no ateliê. Assim, me ocupei de olhar para as minhas obras e realizar projetos pensados e guardados. Isso me deu a possibilidade de, em conjunto com o Hernández, propor uma exposição individual”, coloca Akemi.
Campinas e a carreira
Cecilia Akemi é designer, formada em desenho industrial pela Faculdade de Comunicações e Artes da Universidade Mackenzie de São Paulo. A artista visual afirma que sua vocação para o desenho sempre esteve presente em sua vida e acabou por influenciar diretamente o resultado de suas obras de arte.
Seus trabalhos exploram o tridimensional, trazendo volumes, arestas, profundidade, como pode ser visto em ‘Do Outro Lado’, de 2008, obra desenvolvida a pedido do município de Campinas para homenagear o centenário da imigração japonesa para o Brasil.
Cecília ouviu falar sobre cerâmica no início de 1980, quando a amiga Kimi Nii, com quem trabalhava em um escritório de design, a convidou para fazer um curso de cerâmica. Profunda pesquisadora do material, Akemi está sempre envolvida na criação de novos esmaltes, na busca da argila ideal para determinado trabalho, na queima que possa resultar naquilo que pensou, assim como em novas técnicas.
Ao longo de sua carreira, recebeu em 1992 o Prêmio Estímulo, da Prefeitura de Campinas, pela obra ‘Painéis’ e, em 2005, foi laureada com o Prêmio Triarte no Salão Bunkyo, em São Paulo, pela obra ‘Brotação’, formada por 25 peças em cerâmica.
Akemi também realizou, participou e foi curadora de várias exposições; entre elas, uma no Centro Cultural da Prefeitura de Montferrier-sur-Lez, na França, onde produziu uma queima a lenha de cerâmica, ao ar livre, em 2006. Exposições coletivas mais recentes aconteceram no CIS Guanabara (2014), ao lado de Heloisa Alvim, e no Espaço Avis Rara (2017), ambas em Campinas.
Serviço:
Abertura da exposição individual ‘Memória Corroída’, de Cecilia Akemi
Dia: 21 de maio de 2022 – sábado
Horário: das 12h às 17h
Período de visitação: de 24 maio a 18 de junho de 2022
Local: Rua Proença, 1000 – Campinas – SP
Agendamento para visitação pelo (11) 94965-5722, de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h
Os organizadores pedem o uso de máscara e álcool em gel para prevenir o covid-19 e suas cepas
Livre para todos os públicos
Entrada gratuita.
(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)
Geometria do Encontro. Foto: divulgação.
A Casa de Vidro, no Lago do Café, abre no sábado, 21 de maio, das 10h às 16h, a exposição “Geometria do Encontro”, do coletivo de artistas 1MULHERporM2. Às 18h, haverá o lançamento do livro “Ideopatuagramas”, seguido da exibição do documentário “Balaio”, às 18h30. A entrada é franca.
O público verá uma expografia em sete cubos vazados no qual 14 artistas usaram técnicas multimídia, pintura, desenho, colagem, gravura e fotografia. No caso do livro “Ideopatuagramas”, são as palavras esculpidas e carimbos imagéticos (com várias imagens). O autor do livro é Fausto Antonio Carlindo.
O documentário é um curta-metragem escrito, dirigido e produzido por Gilberto Alexandre Sobrinho. O filme toma como ponto de partida para sua realização “O Balaio das Águas”, encontro cultural, já com várias edições, realizado pelo Ponto de Cultura e Memória Ibaô e que abre o calendário dos eventos afro-brasileiros na cidade.
Mostra
A mostra cria um diálogo com novas obras que trabalham a resistência artística pela potência feminina. A exposição conta com as obras das artistas Adriana Bertini, Ana Roberta Lima, Bia Parreiras, Cami Onuki, Carla Venusa, Fulvia Molina, Iara Venanzi, Karen Caetano, Laura Corrêa, Lucrécia Couso, Lynn Carone, Melissa Haidar, Paula Marina e Tina Leme Scott.
Idealizado por Lucrécia Couso, 1MULHERporM2 propõe discussões sobre arte contemporânea realizando obras e intervenções em espaços públicos, institucionais e áreas não convencionais onde possam atingir um grande número de pessoas e fomentar reflexões e questionamentos em relação à condição feminina e humana.
Livro
A disposição e organização do livro “Ideopatuagramas” expõe carimbos, imagens, objetos e palavras esculpidas. Como gênero literário, os ideopatuagramas abordam conceitos e registram passagens, referências e produções atualizadas e presentes no conjunto da trajetória e obras literárias do autor Fausto Antonio Carlindo.
Documentário
O Instituto Baobá de Cultura, Ponto de Cultura e Memória IBAÔ, localizado na Vila Padre Manoel da Nóbrega, tem uma longa história na resistência afro-brasileira e isso agora é narrado no documentário intitulado “Balaio”. Entre os ancestrais desse território estão Mãe Iberecy e Mestre Tedi, importantes lideranças que trabalharam a religiosidade afro-brasileira e a capoeira e deixaram esse legado para seus continuadores.
O documentário integra um conjunto de realizações do diretor sobre a presença e o importante papel da cultura e religiosidade afro-brasileira na região metropolitana de Campinas, por meio de suas várias lideranças e comunidades. Para essa realização, contou com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação da Unicamp e PUC-Campinas, por meio de um projeto de extensão, e com o apoio financeiro da Faepex/Unicamp.
Serviço:
Exposição “Geometria do Encontro”
Lançamento do livro “Ideopatuagramas”
Exibição do documentário “Balaio”
Dia: 21 de maio
Local: Casa de Vidro/ Museu da Cidade, no Lago do Café
Av. Heitor Penteado, 2145 – Campinas – SP
Horário: de terça a sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 17h; aos sábados, das 10h às 14h
Lançamento do livro: a partir das 18h
Documentário “Balaio”: 18h30
Agendamento para grupos com monitoria: museudacidade@campinas.sp.gov.br
Entrada franca.
(Fonte: Prefeitura de Campionas)
Autor das serigrafias foi professor de diversas gerações de profissionais das artes visuais e da arquitetura. Foto: divulgação.
O Instituto Maurício Nogueira Lima inaugura no dia 21 de maio, com o apoio do ProAC Editais, o ciclo de exposições “Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor”, que percorrerá mais três cidades do Estado de São Paulo, ao longo de 2022. A abertura será às 11h no Espaço Pavão Cultural, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, com entrada franca. Serão expostas serigrafias produzidas entre as décadas de 1970 e 1990, além de outras peças documentais do acervo do artista. A visitação segue até o dia 18 de junho.
No dia 2 de junho, às 19h, haverá um encontro com a curadora da Mostra, Stela Politano, e o arquiteto e professor Yuri Quevedo para uma conversa com os visitantes sobre o tema da exposição. O Instituto Pavão Cultural fica na Rua Maria Tereza Dias Silva, 708, na Cidade Universitária, em Campinas. A exposição pode ser visitada de quarta a sábado, das 14h às 20h, com entrada franca.
O artista
Maurício Nogueira Lima foi arquiteto, pintor, desenhista, artista gráfico e professor universitário. Sua obra transita entre a pintura e a comunicação visual. Seus trabalhos são construídos a partir da abstração geométrica, da experimentação das cores e das imagens que percorrem os meios de comunicação de massa. Foi o mais jovem integrante do Grupo Ruptura, que reuniu, em São Paulo, artistas abstratos geométricos no início da década de 1950.
A partir dos anos 1960, Maurício Nogueira Lima passou a utilizar a serigrafia com o objetivo de atingir um público mais amplo, com sua linguagem concreta. A serigrafia, para Maurício, era como um exercício, uma forma de reproduzir o resultado do trabalho artístico de uma maneira mais acessível, com menor custo. Essa estratégia permitiria alcançar um público maior, incluindo setores de classe média, até então à margem desse mercado.
As serigrafias abstratas que compõem a exposição são muito pouco conhecidas hoje, principalmente por terem sido realizadas sobre papel. Para Maurício Nogueira Lima elas são, antes de tudo, exercícios de pensar as formas.
Instituto Maurício Nogueira Lima
O Instituto Maurício Nogueira Lima está estabelecido em Campinas desde 2015. Sua sede abriga um rico acervo de documentos pessoais, catálogos, hemeroteca, croquis e materiais de aula produzidos pelo artista e arquiteto, professor de diversas gerações de profissionais atuantes no campo das artes visuais e da arquitetura.
O Instituto Maurício Nogueira Lima está aberto para consultas, acessível a pesquisadores ou interessados na obra do artista. Sua missão é catalogar, preservar, garantir autenticidade, divulgar e fomentar a pesquisa da obra de Maurício Nogueira Lima e da arte brasileira.
Serigrafia
Segundo o material sobre métodos de produção artística, a serigrafia, ou silk-screen, consiste em um processo de impressão que é realizado a partir de um estêncil, em que a tinta é prensada para um substrato por meio de pequenos orifícios.
Originalmente, as telas foram confeccionadas com seda, dando o nome ao processo:
Serigrafia: seri (seda) e grafia (escrever ou desenhar) em grego
Silk-screen: silk (seda) e screen (tela) – em inglês.
A serigrafia é utilizada principalmente para a impressão de artigos comerciais, como camisas, canecas e cartazes, mas artistas também lançam mão do método para produzir obras de grande beleza e significado. É uma técnica bastante versátil, possibilitando a obtenção de diversos resultados.
Serviço:
Exposição “Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor”
Dia e hora: 21 de maio às 11h
Entrada franca
Local: Instituto Pavão Cultural
Endereço: Rua Maria Tereza Dias Silva, 708, na Cidade Universitária – Barão Geraldo, Campinas (SP).
(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)
Júlia Katherine, curadora da II Mostra Audiovisual da Casa.
A Casa de Cultura do Parque, centro cultural localizado no Alto de Pinheiros, apresenta a II Mostra Audiovisual da Casa, em formato híbrido e com recorte político. A Mostra ocorrerá de 1º a 4 de junho, com exibições on-line pelo YouTube da Casa e encerramento especial no sábado, com o filme “Como Ar, Sempre Nos levantaremos” seguido de debate presencial e música ao vivo – duo de sax e guitarra – em parceria da Casa de Cultura do Parque com a Emesp Tom Jobim. Os filmes on-line ficarão 24 horas no ar e começam sempre às 19h. No sábado, as atividades têm início às 15h.
Para a cineasta trans Júlia Katharine, “Meu Amigo Cláudia”, “São Paulo Hi-Fi”, “Assim Como o Ar, Sempre Nos Levantaremos” e “Jéssika” são filmes importantes, ainda mais relevantes nos dias de hoje. “Vejo neles um pouco da história da nossa inserção no cinema brasileiro. Dácio, Lufe, Clara Angélica e Jô apresentam nos seus documentários personagens reais que construíram o que hoje somos, uma comunidade, que apesar de muitas vezes negligenciada, segue lutando por seu espaço na sociedade”. Júlia já foi homenageada com o prêmio Helena Ignez na Mostra de Cinema de Tiradentes e realizou filmes com importantes diretores da nova geração, dentre eles “Gustavo Vinagre”, premiado este ano em Berlim.
“Jéssika”, com direção da cineasta Galba Gogóia, é o único filme ficcional da Mostra. “Galba conta a história de muitas de nós, mulheres trans e travestis, que retornam para suas origens em busca de afeto e entendimento. É uma pequena amostra do quanto somos muitas e diversas, de uma comunidade que cresce e não vai ceder a nenhum retrocesso imposto”. A potência e a beleza da narrativa fizeram com que Júlia, de certa forma, rompesse com a coesão das escolhas e colocasse uma ficção no meio dos documentários: “é uma ficção sobre a possibilidade de retomada da relação entre mãe e filha, interrompida no passado. Um filme que faz um gesto para um provável recomeço”, conta a curadora.
Ano passado, a Mostra Audiovisual da Casa de Cultura do Parque teve como curadora a crítica pernambucana Priscila Urpia, com obras realizadas somente por mulheres. Seus filmes foram exibidos on-line por conta da pandemia. Para esse ano, porém, a expectativa é que a Casa possa acolher presencialmente um público plural, interessado em conhecer suas atividades e refletir coletivamente sobre a cultura e a atualidade política do país. “Espero que o conhecimento de quem somos e de qual cinema estamos propondo fomente diálogos e afetos para construir pontes, estimular conversas sobre uma sociedade mais justa. Para isso, nada melhor que a Casa de Cultura do Parque, uma instituição educacional, artística, que agrega e acolhe a todes”, disse Katharine.
Júlia Katharine | Diretora, roteirista e atriz brasileira. Foi a primeira cineasta trans do Brasil a entrar no circuito comercial como diretora de um filme, o curta-metragem “Tea for Two”, em 2019, também exibido na Casa de Cultura do Parque.
Sinopses
“Meu amigo Cláudia” – Direção Dácio Pinheiro | “Meu Amigo Claudia” retrata a trajetória de Claudia Wonder (1955-2010), uma das artistas mais importantes da cena “underground” brasileira durante as décadas de 80 e 90. Transexual que ficou conhecida por suas performances e apresentações musicais na noite de São Paulo, Wonder também ganharia notoriedade por sua militância em prol do livre exercício da diversidade sexual. Além de seus shows, ela atuou em filmes da Boca do Lixo de São Paulo e também participou de espetáculos dirigidos por Zé Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina.
“São Paulo em Hi-Fi” – Direção Lufe Steffen | Documentário histórico que resgata a era de ouro da noite LGBTQIA+ paulistana, fazendo uma viagem pelas décadas de 1960, 70 e 80 – a bordo das lembranças de testemunhas do período, trazendo à tona as casas noturnas que marcaram época, as estrelas, as transformistas, os heróis, e até os vilões: a ditadura militar e a explosão da Aids, que marcou o fim dessa era, modificando os rumos da história.
Curta ficcional sobre uma viagem de reencontros e memórias. Anos após deixar sua casa, a travesti Jéssika retorna para sua cidade natal e para a casa de sua mãe. O filme é dirigido e protagonizado por travestis e dialoga diretamente com as discussões de representatividade e de lugar de fala leva. Jéssika se propõe a lançar um olhar diferente sobre as histórias das travestis contadas no cinema (em sua maioria dirigida por pessoas cis): não é mais um filme sobre prostituição; nem sobre disforias e procedimentos médicos e nem sobre violência e situações marginalizadas da população trans. Jéssika busca humanizar a vida de uma travesti. Existe para Jéssika o afeto, a família e a esperança.
“Assim como o ar, sempre nos levantaremos” – Direção Clara Angélica | Documentário sobre existência e resistência de mulheres LGBTs contra o fascismo no Brasil pós 2018, que lidera uma triste estatística: é o país que mais mata LGBTs no mundo, realidade que se agrava a partir do resultado das eleições. Diante desse cenário nasce “Assim como o ar sempre nos levantaremos”, filme documental de longa metragem que dá visibilidade às mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis, retratando suas angústias e medos; além de mostrar, na rotina de suas vidas e nas relações familiares, a resistência, a luta por seus direitos, por suas vidas. Um filme que fala sobre o amor.
Casa de Cultura do Parque
A Casa de Cultura do Parque, localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, é um espaço plural que busca estimular reflexões sobre a agenda contemporânea, promovendo uma gama de atividades culturais e educativas que incluem exposições de arte, shows, palestras, cursos e oficinas.
A Casa de Cultura do Parque tem como parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea — ICCo, uma OSCIP sem fins lucrativos. As duas iniciativas, de natureza socioeducativa, compartilham a mesma missão de ampliar a compreensão e a apreciação da arte e do conhecimento.
Serviço:
II Mostra Audiovisual da Casa de Cultura do Parque
Quando: de 1º a 3 de junho, às 19h (on-line no YouTube da Casa de Cultura do Parque).
Exibição presencial no sábado (4), a partir das 15h, com debate da curadora e realizadores. Filmes recomendados para maiores de 16 anos.
Local: Casa de Cultura do Parque – Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: de quarta a domingo, das 11h às 18h
Entrada gratuita mediante apresentação de comprovante de vacina.
Site da Casa de Cultura do Parque | Instagram | Youtube | Facebook.
(Fonte: Assessoria de imprensa | Casa de Cultura do Parque)