Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Publicação “Dez receitas de Ema Klabin” vem sendo organizada por Janka Babenco. Imagem: divulgação.
A Casa Museu Ema Klabin promove uma campanha de financiamento coletivo pela plataforma Benfeitoria, na internet, para garantir a produção de uma nova publicação com as receitas mais frequentemente servidas pela colecionadora e mecenas Ema Klabin para seus convidados. A arrecadação segue aberta até o dia 29 de junho de 2022 no site https://benfeitoria.com/projeto/receitasemaklabin.
A publicação “Dez receitas de Ema Klabin” vem sendo organizada pela pesquisadora e especialista de estudos da alimentação Janka Babenco. Ela vai reeditar as dez receitas mais servidas para os convidados nos famosos jantares e almoços realizados por Ema Klabin ao longo de 37 anos. Muitos desses convidados são figuras expoentes da cultura brasileira, como Magda Tagliaferro, João Carlos Martins, José Mindlin e Assis Chateaubriand, entre outros.
“Visitar as anotações dos almoços e jantares servidos pela D. Ema ao longo de mais de 30 anos e selecionar os pratos mais frequentes, além de muito divertido, foi um passeio pelo universo gastronômico desta grande anfitriã e mulher à frente do seu tempo”, diz Janka Babenco.
Para a superintendente da casa museu Ema Klabin, Fernanda Guimarães, a campanha em curso é repleta de significados. “Esta publicação, além de explorar uma memória que não é mais visível na casa, consolida a presença de Janka Babenco com sua pesquisa no nosso arquivo de receitas e oferece à nossa rede de apoiadores e visitantes a possibilidade de acessar essa memória afetiva”, comenta Fernanda.
Com um toque de chef | A partir da curadoria de Janka, o chef Rogério Maldonado desenvolverá as receitas, de forma a viabilizá-las para que sejam facilmente preparadas pelo público interessado.
Recompensas
As contribuições começam a partir de R$20, com itens desenvolvidos com exclusividade para os apoiadores do projeto, como por exemplo, cartões postais com obras da Coleção e receita de aperitivo no verso, exemplares da publicação “Dez receitas de Ema Klabin”, além de experiências únicas e imperdíveis como a participação, com acompanhante, no jantar de degustação das receitas.
A campanha pretende arrecadar R$95 mil para organizar a publicação. Se a primeira meta for alcançada, a instituição tem como meta estendida atingir a arrecadação total de R$160 mil, para proporcionar uma programação cultural de palestras, espetáculos musicais e ações educativas que se estenderá até dezembro de 2022. Confira aqui as recompensas: https://benfeitoria.com/pagamento/receitasemaklabin/contribuicao/valor.
Exposição “Faca, colher & garfo: uma história”
A publicação “Dez receitas de Ema Klabin” integra as ações paralelas à exposição “Faca, colher & garfo: uma história”, com curadoria de Paulo de Freitas Costa, aberta para visitação na Casa Museu Ema Klabin até 31 de julho de 2022.
O curador da Casa Museu Ema Klabin, Paulo de Freitas Costa, salienta que Ema Klabin tinha o hábito de registrar todos os seus jantares e receitas. “Seu rico arquivo pessoal, conservado pela casa museu, nos permite resgatar essa história, em conjunto com a exposição ‘Faca, colher & garfo’, que narra a história dos talheres por meio dos faqueiros por ela utilizados”, complementa o curador.
Sobre a Casa Museu Ema Klabin
Sala de jantar da Casa Museu Ema Klabin. Foto: Arquivo Ema Klabin.
Aberta ao público desde 2007, a Casa Museu Ema Klabin promove ações que, além da visitação regular, incluem a conservação e pesquisa do acervo, visitas escolares, cursos, palestras, apresentações musicais, exposições e publicações.
A coleção abrange artes decorativas, arte asiática, arte europeia, arte brasileira, moda, mobiliário, artes das Américas, artes africana, artes nativo-americanas e objetos arqueológicos. Assim, a programação busca dar continuidade a essa atuação e atingir o público mais amplo possível, oferecendo atividades gratuitas e direcionadas aos mais diferentes grupos.
Serviço:
Campanha de financiamento coletivo para viabilizar a publicação “Dez receitas de Ema Klabin”
Período: até 29 de junho de 2022
Para colaborar com a Campanha: https://benfeitoria.com/projeto/receitasemaklabin
Site: https://emaklabin.org.br/
Instagram: @emaklabin
Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin
Twitter: https://twitter.com/emaklabin
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/emaklabin
YouTube: https://youtube.com/emaklabin
Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ
Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU.
(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)
Foto: João Paulo Krajewski.
A região de Abrolhos, na Bahia, perdeu 28% dos recifes desde 1861. Entre os recifes mais próximos à costa, a perda é ainda maior: 49%. É o que diz uma pesquisa inédita no Brasil, que utilizou uma carta náutica histórica para comparar as condições ambientais daquela época com os dados atuais. Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade de São Paulo e Universidade de Victoria – no Canadá – mergulharam nessa história, que resultou em artigo publicado na sexta (24) na revista “Perspectives in Ecology and Conservation”.
A carta náutica mostra como eram os recifes da região de Abrolhos, no Sul da Bahia, antes dos grandes impactos ambientais causados pelo ser humano. “O navegador francês documentou detalhes sobre o fundo dessa parte da costa brasileira: os tipos de organismos, conchas, recifes, etc. Então, fizemos comparações das informações de 160 anos atrás com os dados modernos obtidos por satélites. Assim, detectamos perdas na extensão dos recifes”, contextualiza a bióloga Mariana Bender, docente da UFSM e coautora da pesquisa.
Essa é a região de recifes mais complexa da parte sul do Oceano Atlântico. Sobre o que causou a degradação dos recifes, os autores apontam os motivos. “Durante muitos anos, os recifes de Abrolhos foram utilizados para a extração de corais. Blocos inteiros eram removidos para uso na construção civil – substituindo tijolos – e a fim de queimar para obter calcário. Essa extração durou séculos. Há relatos desde o século XVII”, explica Mariana.
Atualmente, a região também lida com estressores que comprometem a biodiversidade, tais como a poluição, o turismo desenfreado e o aquecimento global. Por conta disso, a autora da pesquisa Carine Fogliarini, da UFSM, utilizou diversas ferramentas da Ecologia Histórica durante o doutorado para avaliar as mudanças: “Visitei museus e bibliotecas à procura de documentos que fornecessem uma perspectiva de como eram os nossos recifes no passado. A carta náutica foi um desses documentos históricos achados”, relata.
O biólogo Guilherme Longo, da UFRN, também coautor do estudo, conclui explicando a importância de olhar para a natureza do passado para compreender como ela mudou durante os séculos: “Frequentemente, perdemos a referência do que é um ecossistema saudável ou a própria extensão dessas áreas. Por isso, este estudo é um marco importante, porque recupera uma referência do quanto já foi perdido”, explica. O pesquisador também afirma que a pesquisa permite definir objetivos mais realistas sobre como conservar os recifes. O projeto teve apoio do Instituto Serrapilheira.
(Fonte: Agência Bori)
Foto: Alessandra Nohvais.
De 25 a 27 de junho, entra em cartaz a peça “Um Estudo sobre Dora” no Theatro Municipal. O projeto, dirigido e atuado por Sara Antunes, foi indicado ao Prêmio APCA 2021 de melhor espetáculo, além da indicação ao Prêmio APTR de Teatro em quatro categorias, incluindo melhor atriz e espetáculo. Trata-se da abertura do processo de pesquisa para a estreia do espetáculo presencial, com novas cenas e participações especiais. A apresentação faz parte do projeto Teatro no Theatro, que traz espetáculos teatrais para o Theatro Municipal.
A peça conta a história de Maria Auxiliadora Lara Barcelos, a Dora, uma estudante mineira de medicina que, aos 23 anos, entrou para a luta armada contra a ditadura militar. Ela foi presa, torturada e exilada para a Alemanha, onde suicidou-se em 1976, aos 31 anos.
A montagem é estruturada como um caleidoscópio fragmentado mesclando trechos de cartas, imagens de arquivos e relatos autobiográficos da atriz Sara Antunes. Angela Bicalho, mãe da atriz, faz uma participação especial traçando um paralelo da vida de Dora com a trajetória familiar de Sara. Dora, mineira como os pais de Sara, nasceu no mesmo ano que a mãe de Sara que também se envolveu na resistência à ditadura, assim também aconteceu com o pai da Sara, Inácio Bueno, que foi preso e exilado. “Ao reconstruirmos a subjetividade de períodos traumáticos que deixaram marcas profundas na história deste país, confrontamos a política da amnésia com que se pretende, reiteradamente, apagar um passado incômodo para criar campos de ignorância histórica que, novamente, convocam abertamente forças repressoras. Dora é um projeto importante de reparação histórica, de pretensão multidisciplinar em que as lutas femininas do Brasil estão em foco”, explica Sara Antunes.
Utilizando poucos elementos cênicos, a direção de arte se apoia na escrita a partir das cartas enviadas da prisão e do exílio trocadas entre Dora e sua mãe, Clélia Lara Barcelos. A direção tece uma metáfora através de fios vermelhos que viram vestidos e que viram cartas utilizando plataformas de escrita como retroprojetor, paredes, projeções.
Vestidos vermelhos, baldes e água são elementos que partiram de indicações nas cartas. A peça cobre o período de 1965 a 1976, e a trilha sonora inclui Tropicália, Violeta Parra e Torquato Neto, canções que marcaram a época e que Dora ouvia e até recomendava. Imagens de arquivo pessoais e documentos oficiais, como áudios de rádio, vídeos, fotos, recortes de jornais e revistas, são usados em cena, mesclando momentos de objetividade com experimentação, apoiados por elementos audiovisuais.
Para mais informações, acesse o site do Theatro Municipal de São Paulo.
Teatro no Theatro – Um Estudo sobre Dora
Theatro Municipal
25/6/2022 – 19h
26/6/2022 – 19H
27/6/2022 – 19H
[Theatro Municipal — Cúpula]
Ficha técnica
Sara Antunes, direção, texto, atuação e figurino
Henrique Landulfo, assistente de direção e direção audiovisual
Henrique Landulfo e Sara Antunes, concepção de imagem
Luiza Magalhães, pesquisa de dança
Camila Landulfo e Sara Antunes, direção de arte
Wagner Antônio, luz
Edson Secco, desenho sonoro
André Grynwask, projeção
Angela Bicalho, participação
Corpo Rastreado, produção
Classificação 14 anos
Duração 60 minutos
Ingressos R$30,00.
(Fonte: Approach Comunicação)
Fotos: divulgação.
No dia 25 de junho, sábado, às 16h, o Museu de Arte Moderna de São Paulo exibe o filme “Rubens Gerchman: O Rei do Mau Gosto”, no auditório Lina Bo Bardi, pela primeira vez de forma livre e gratuita na capital paulista. Com direção de Pedro Rossi e consultoria de Clara Gerchman, a produção destaca um período entre os anos de 1963 e 1978. A exibição do documentário faz parte de uma iniciativa do Instituto Rubens Gerchman, que também apresentou o filme no MAM do Rio de Janeiro no mês de maio.
O documentário retrata a criação artística e atuação política de Rubens Gerchman, artista plástico brasileiro ligado a tendências vanguardistas como o psicodelismo, movimento de contracultura que enfatiza o alcance de outros aspectos do subconsciente no desenvolvimento da arte, e ligado também à pop art. “Um país é também feito de símbolos que são permanentemente atualizados. Rubens Gerchman e seus companheiros de geração entenderam isso desde muito cedo. Neste bom combate buscaram mostrar que, como diria o crítico Frederico Morais, é possível fazer da nossa precariedade um valor”, comenta o diretor Pedro Rossi.
A exibição homenageia o artista, que completaria 80 anos em 2022, trazendo à tona a importância de sua obra no contexto nacional. “O Gerchman está entre os protagonistas da arte brasileira nos anos 70. O filme mostra não apenas a atuação dele, mas também conta a história da arte experimental e sua relação com o contexto político e social”, comenta Cauê Alves, curador-chefe do MAM São Paulo.
Os ingressos são gratuitos. Para assistir a exibição do documentário é necessário realizar a inscrição pelo link.
Sinopse
Um país não é construído apenas com indústrias, ferrovias e um plano econômico. Um país se constrói também com imagens. O artista plástico Rubens Gerchman entendeu isso muito bem e criou uma série de ícones e cenas que falam da realidade brasileira, fazendo da nossa precariedade um valor. Compreendido entre os anos de 1963 e 1978, o documentário “Rubens Gerchman: O Rei do Mau Gosto” retrata a criação artística e a atuação política de uma geração que soube criar imagens daquele Brasil que se tornava urbano e experimentava os mais duros anos da sua vida política.
Equipe
Direção: Pedro Rossi
Produção: Isabel Joffily
Roteiro: Bianca Oliveira, Isabel Joffily e Pedro Rossi
Montagem: Bianca Oliveira e Pedro Rossi
Fotografia: Bernardo Pinheiro e Pedro Rossi
Edição de som: Guilherme Farkas
Finalização de imagem: Bernardo Neder
Consultoria: Clara Gerchman.
Sobre Rubens Gerchman
Rubens Gerchman realizou, ao longo de 50 anos de trajetória, diversos projetos entre os mais vastos segmentos culturais. Teve seu trabalho reconhecido como pintor, escultor, fotógrafo, desenhista, gravador, cineasta, cenógrafo e escritor. Utilizou ícones do futebol, do carnaval e da política em suas obras. O artista teve grande importância para a cultura nacional e a projeção de seus trabalhos no exterior, elevando e ratificando o nome do país e de seus artistas internacionalmente, fortalecendo a cultura brasileira pelo mundo.
Em 2020, o Instituto Rubens Gerchman (IRG) comemorou 10 anos de atividades desenvolvendo projetos de preservação e difusão do acervo arquivístico e museológico do artista. O Arquivo do IRG é de valor informativo e cultural conferindo a esse Acervo um alto grau de interesse social e de memória mundial, tendo recebido o selo de Memória do Mundo da Unesco 2015.
Em 2022 são comemorados os 80 anos do nascimento do artista. A efeméride traz à tona a importância de um projeto dedicado à recuperação histórica de sua obra, que é de relevância nacional. O projeto justifica-se por realizar a preservação, conservação e difusão de um patrimônio artístico cultural e histórico brasileiro.
Serviço:
Exibição do filme “Rubens Gerchman: O Rei do Mau Gosto”
Data: 25 de junho, sábado, às 16 horas
Local: MAM São Paulo | Auditório Lina Bo Bardi
Capacidade: 200 pessoas
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: gratuito – é necessário se inscrever aqui
(Fonte: a4&holofote comunicação)
Portinari – “Fauna e Flora Brasileiras”, 1934 – painel a óleo sobre madeira. Crédito: Projeto Portinari.
No dia 29 de junho, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura a exposição “Portinari Raros”, com cerca de 50 obras pouco vistas ou nunca antes expostas de Candido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros de todos os tempos. Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra apresenta a enorme diversidade da obra deste grande artista múltiplo, que explorou diversas linguagens, revelando uma faceta pouco conhecida de um dos nossos mais reconhecidos artistas.
Obras originais, raras, como a única cerâmica produzida pelo artista ao longo de toda a sua vida, estudos de dois cenários produzidos para o “Balé Iara”, da companhia Original Ballet Russe, e um dos estudos para o painel “Guerra”, da ONU, estarão na exposição, assim como pinturas e desenhos em diversas técnicas, e figurinos, mostrando um artista eclético, que se aventurou em diversas manifestações artísticas muito além de sua zona de conforto.
“Portinari é o maior pintor da brasilidade; tem um papel chave no modernismo brasileiro e foi um artista bastante multidisciplinar no seu tempo, encontrou caminhos e linguagens, diversidade de estilos e possibilidades. Apesar de ser uma figura muito conhecida no Brasil, muita gente não tem noção da enorme diversidade de linguagens que ele explorou e é isso que a exposição mostrará”, afirma o curador Marcello Dantas.
Portinari – “A Morte Cavalgando”, 1955. Crédito: Projeto Portinari.
Ocupando o primeiro andar do CCBB RJ, a mostra será dividida em seis núcleos temáticos: “Fauna”, “Paisagens acidentais”, “Desenhos”, “Infância”, “Carajá”, “Balé” e “Flora”, que darão um amplo panorama das diversas facetas e linguagens exploradas por Portinari, revelando um artista eclético, pesquisador, capaz de se arriscar em outras formas de criatividade, como figurino, cenários, ilustrações e novas linguagens, trazendo à tona um Portinari invisível, ousado e pouco conhecido. “As obras vieram principalmente de coleções privadas, o que significa que várias nunca foram expostas ou estão há muitas décadas em casas de pessoas sem serem vistas pelo público. São trabalhos que circularam relativamente pouco e que vão surpreender muita gente”, ressalta o curador.
Completa a mostra a instalação digital “Carroussel Raisonnée”, que levará o público a uma viagem por todas as 4.932 obras catalogadas de Portinari. Os trabalhos serão apresentados em sequência cronológica, em uma projeção com mais de oito horas de duração, mostrando um panorama da enorme diversidade de estilos que é a produção do artista.
Obras em destaque
Portinari – “Meninos com balões”, 1951 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.
Entre os destaques da exposição estão as pinturas em óleo sobre tela “Meninos com Balões” (1951) e “Jangada e Carcaça” (1940), assim como o painel em óleo sobre madeira “Flora e Fauna Brasileiras” (1934), que tem 1,60m de comprimento, e “Menino Soltando Pipa” (1958), a única cerâmica feita por Portinari ao longo de sua vida.
Também se destacam “Paisagem com Urubus” (1944), projeto para cenário do “Balé Iara”, o primeiro balé brasileiro a entrar no circuito internacional. Com a Segunda Guerra Mundial, o Original Ballet Russe passou a excursionar pelas Américas e procurou enriquecer seu repertório incorporando concepções arrojadas e modernistas de importantes artistas locais. Desta forma, o argumento foi encomendado ao poeta Guilherme de Almeida; a música, ao maestro Francisco Mignone e os cenários e figurinos, a Portinari. Além do projeto para cenário em óleo sobre cartão, os figurinos criados por Portinari também estarão na mostra em uma animação digital.
A obra “A Morte Cavalgando” (1955) também ganha destaque por ser o estudo realizado para o painel “Guerra”, instalado na entrada da Assembleia Geral da ONU, em 1956.
Portinari – “Marinha”, 1953 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.
A obra “O Cemitério” (1955), em óleo sobre papel, presente na mostra, é a nona ilustração do livro “A selva”, de Ferreira de Castro, publicação comemorativa dos 25 anos da primeira edição da obra, ilustrada com doze gravuras de Portinari, executadas na Casa Bertrand.
A pintura “Marinha” (1953), em óleo sobre tela, se destaca por suas cores e luminosidade. Como afirmou Luís Carlos Prestes, “As cores do Portinari impressionam, são especificamente brasileiras. No Brasil, a luminosidade é muito diferente de qualquer outro lugar. E ele sabia dar essa luminosidade. E a vegetação verde, o mar azul e aquela listra branca, de areia branca. Não conheço outros pintores latino-americanos que tenham feito coisa parecida”.
A pintura “Tempestade” (1943), em óleo sobre tela, que foi uma encomenda de Assis Chateaubriand, também estará na exposição. Ao ver a obra, Chateaubriand quis adquiri-la, mas Portinari explicou que ela já estava reservada para um amigo, prometendo-lhe fazer outra semelhante.
Ambientação
Mais do que trazer obras raras, a ideia da exposição é mostrar um Portinari que o público não conhece. Para isso, toda a ambientação da exposição foi cuidadosamente pensada para que as pessoas sejam imersas no universo de Portinari e entendam de forma ampla quem foi este grande artista.
Portinari – “Menino Soltando Pipa”, 1958 – óleo sobre cerâmica. Crédito: Projeto Portinari.
As paredes de duas salas da exposição serão compostas por desenhos do próprio Portinari, que deram origens às obras que estarão expostas naquele ambiente. “Com isso, será possível entender o seu processo de trabalho. As paredes estarão todas marcadas com os desenhos que depois vão se transformar em pinturas”, conta o curador Marcello Dantas.
No núcleo “Flora”, que mostra a série de pinturas que ele fez sobre flores, arranjos de verdade de flores secas, de espécies que inspiraram Portinari a pintar as obras, irão compor as paredes.
Sobre o curador
Marcello Dantas é um premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e múltiplos projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Nos últimos anos esteve por trás da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes e influentes nomes da arte contemporânea como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Bill Viola, Christian Boltanski, Jenny Holzer, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Atualmente, é responsável pela curadoria da próxima edição da Bienal do Mercosul que ocorre em 2022, em Porto Alegre, e é curador do SFER IK Museo em Tulum, México. Formado pela New York University, Marcello Dantas é membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.
Sobre o Projeto Portinari
Fundado dentro da área científica da PUC- Rio, o Projeto Portinari tem como objetivos, além do resgate abrangente e minucioso da vida e da obra de Candido Portinari, gravar a obra do artista na busca da nossa identidade cultural e consolidação da nossa memória nacional. Não menos importante, mobilizar a grande mensagem pictórica, ética e humanista de Portinari na promoção de valores mais atuais do que nunca, como a não violência, a justiça social, fraternidade entre os povos e o respeito à dignidade da vida. O projeto tem, ainda, uma ampla e importante contribuição sociocultural, buscando uma melhor compreensão do processo histórico-cultural brasileiro.
Portinari – “Tempestade”, 1943 – óleo sobre tela. Crédito: Projeto Portinari.
Por meio de um intenso trabalho de pesquisa, organização e digitalização de imagens, o projeto já catalogou mais de 5.300 pinturas, desenhos e gravuras; mais de 25 mil documentos sobre sua obra e vida; mais de 6 mil cartas, além de fotografias, filmes, recortes; mais de 10 mil publicações; mais de 70 depoimentos, totalizando 130 horas gravadas, de artistas, intelectuais e personalidades de seu tempo, realizou pesquisa de autenticidade das obras (Projeto Pincelada), além da publicação do Catálogo Raisonné “Candido Portinari – Obra Completa”, primeira publicação dessa natureza na América Latina.
Sobre o CCBB
O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro ocupa o histórico nº 66 da Rua Primeiro de Março, no centro da cidade, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios.
No final da década de 1980, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a cúpula sobre a rotunda.
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil conta com mais de 30 anos de história e celebra mais de 50 milhões de visitas ao longo de sua jornada. O CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade. Agente fomentador da arte e da cultura brasileira segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial.
Serviço:
Portinari Raros
Abertura: 29 de junho de 2022, às 9h
Exposição: até 12 de setembro de 2022
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3808-2020
Funcionamento: segunda, quarta e sábado, das 9h às 21h. Domingo, das 9h às 20h;
fechado às terças-feiras
Classificação indicativa: livre
Entrada franca, com ingressos disponibilizados na bilheteria do CCBB RJ ou pelo site Eventim: bit.ly/ccbbrjeventim.
(Fonte: Midiarte Comunicação)