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Rádios e TV Cultura homenageiam os 86 anos de Hermeto Paschoal

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/TV Cultura.

Em homenagem aos 86 anos do multi-instrumentista, compositor e arranjador brasileiro Hermeto Pascoal, a TV Cultura e as rádios Cultura Brasil (77,9 FM e 1.200 AM) e Cultura FM (103,3) transmitem, na quarta-feira (22/6), o show de Hermeto Pascoal & Banda gravado na “Noite Brasileira” do 13º Montreux Jazz Festival, realizado em julho de 1979 no Auditório Stravinsky, em Montreux, na Suíça.

“Bem-vinda”, “Pintando o Sete”, “Fátima”, “Lagoa da Canoa” e “Montreux’ são algumas das composições de Hermeto Pascoal apresentadas junto à sua banda, formada pelos músicos Jovino José dos Santos Neto (piano), Itiberê Zwarg (baixo), Nenê (bateria, cavaquinho, clavinete e percussão), Cacau e Nivaldo Ornelas (saxofones), Zabelê e Pernambuco (percussão).

Serviço:

Dia 22/6

TV Cultura – 23h30

Versão adaptada

Rádio Cultura FM – Programa Cultura Jazz – 00h

Rádio Cultura Brasil – 21h

Versão na íntegra

Roteiro e produção: Angelo Mugia

Apresentação: Fernando Uzeda.

(Fonte: TV Cultura)

Dona Onete é homenageada na segunda edição do “Troféu Tradições” da UBC

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Walda Marques.

Sempre reverenciando a música brasileira e dando visibilidade aos nossos artistas, a União Brasileira de Compositores (UBC) realizará, no lendário Theatro da Paz, em Belém, a segunda edição do “Troféu Tradições”. Neste ano, o evento, que acontecerá no dia 22 de junho, dia do aniversário de 80 anos da UBC, homenageia a cantora e compositora Dona Onete. Estrela responsável por sucessos como “No meio do Pitiú”, “Jamburana” e “Banzeiro”, a artista com 82 anos de vida já soma mais de 300 composições e segue compondo boleros e tantas outras nos gêneros carimbó “chamegado”, “bangüês” e “lundus”, entre outros.

O show é apresentado pela UBC, conta com o apoio do Theatro da Paz e da Secretaria de Cultura do Governo do Pará e tem parceria da Libra. As vendas acontecem por meio do site Ticket Fácil e na bilheteria do teatro.

“Estou radiante de felicidade. Todas as homenagens que quiserem me fazer, que façam em vida, que eu quero ver o quanto eu sou querida (risos). Fico muito feliz por um reconhecimento desse, que é de ordem nacional. Nunca pensei que isso ia acontecer comigo. Eu sou de Cachoeira do Arari (interior do Pará), caí de paraquedas na música. É uma honra muito grande poder representar o povo do Pará e da Amazônia”, comenta a artista, que lançou seu primeiro álbum aos 72 anos.

A homenageada fará um show presencial, com venda de ingressos, e transmissão ao vivo pelo canal da UBC no YouTube. A apresentação contará com participações especiais de Fafá de Belém, Jaloo, Mestre Damasceno, Lucas Estrela, Félix Robatto, Aqno e o grupo de Carimbó Sancari. A direção ficará a cargo de Batman Zavareze, artista visual e designer responsável por trabalhos com Marisa Monte, Los Hermanos, Roberto Carlos, Rubel e Tribalistas, dentre outros.

Sobre a apresentação, Dona Onete adianta que será uma noite muito alegre e com muita cantoria. “Quero me preparar, ir bem bonita receber as homenagens e cantar minhas músicas com outros artistas importantes que cantam o Pará pro mundo também. Vamos cantar o que é nosso, viver o que é nosso, fazer a festa no Theatro da Paz e festejar o que temos de especial”, afirma.

Segundo Paulo Sérgio Valle, diretor presidente da UBC, “Dona Onete é a tradição que não tem tempo, que se renova como o vento e nos surpreende a todo momento”. Marcelo Castello Branco, diretor executivo, reforça o compromisso da UBC em valorizar a pluralidade da música brasileira: “O Troféu Tradições deste ano vai para o Pará, o Carimbó, outra expressão da excelência e diversidade da riqueza da música brasileira exemplarmente representada pelo talento e coragem de Dona Onete, uma vida dedicada à cultura e à música. Seguimos com nosso propósito de valorizar a pluralidade e singularidade de nossos titulares em suas maiores capacidades”.

Esta é a segunda vez que o troféu homenageia uma compositora. Na primeira edição do prêmio, em 2021, a UBC homenageou Anastácia, conhecida como “Rainha do Forró”. Natural do Recife, a artista é parceira de Dominguinhos em mais de 250 canções.

Segundo dados divulgados na edição deste ano do estudo “Por Elas Que Fazem a Música”, realizado pela própria UBC em 2021, dos quase 8 mil novos associados, 18% foram mulheres. Neste mesmo ano, elas representaram 16% do quadro total de associados, o que corresponde a um aumento de um ponto percentual em relação aos 15% de mulheres de 2020. Porém, mesmo com o aumento no número de associadas, pelo terceiro ano consecutivo, o valor distribuído para mulheres continua estagnado em 9% e, entre os 100 titulares com maior rendimento vindo do exterior, apenas 13 são mulheres.

A cantora e diretora da UBC Paula Lima fala sobre a representatividade de Dona Onete: “Dona Onete é referência, é representatividade. Uma paraense que traz na sua identidade a alegria, o orgulho do Norte, a liberdade em exercer o seu ofício de forma inspiradora”.

Quem é o fenômeno do Pará que conquistou o mundo

Foto: Adriano Fagundes.

Divertida, positiva, criativa e atenta a tudo. Aos 82 anos, Dona Onete é um fenômeno do Pará para o mundo. Lançando seu primeiro álbum aos 72 anos, a artista traz uma trajetória marcante como mulher forte e independente, professora e até secretária de cultura em cidades do interior, até chegar à sua carreira como cantora, compositora e artista pop. Dona Onete foi professora de História durante 25 anos, Secretária de Cultura e Fundadora de grupos de dança e música regional. Atualmente, segue compondo (soma mais de 300 composições) de maioria boleros e tantas outras nos gêneros carimbó “chamegado”, “bangüês”, lundus e mais.

Após ser uma das estrelas da série de espetáculos “Terruá Pará”, participar de importantes grupos folclóricos como o “Raízes do Cafezal” e do grupo pop com raízes regionais “Coletivo Rádio Cipó” e interpretar no cinema uma cantadora de carimbó no filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, é em 2012 Dona Onete grava e lança seu primeiro CD, “Feitiço Caboclo”, que marca seu primeiro hit, “Jamburana”.

Em 2013, tocou em muitos festivais de música nacionais e foi destaque de documentários sobre a música brasileira para TVs brasileiras e para a série “Music Journey”, da National Geographic, além de participações em importantes eventos de música e folclore como o FIFBA (Buenos Aires). Em 2014, seu CD “Feitiço Caboclo” foi lançado internacionalmente pela companhia “Mais Um Gringo Records”. Participou de grandes festivais europeus, tais como Womad e Black Power.

No ano de 2016, Dona Onete lança seu segundo álbum com músicas inéditas, “Banzeiro”. Este novo trabalho autoral trouxe um repertório inspirado no passado histórico-cultural da artista, relembrando as canções do rádio de outrora, e contando um pouco da história dos negros escravos que foram trabalhar nas lavouras de cana do Pará e trouxeram sua rica cultura de dança e ritmo que, mais tarde uniram-se aos caboclos, que lá já estavam, criando um ritmo denominado Bangüê. No final realizou tour norte americana com grandes shows em seis cidades. Sua música “Boto Namorador” foi destaque na novela da Rede Globo, “A Força do Querer”. Suas “Jamburana” e “Feitiço Caboclo” integraram novelas de sucesso também da TV Globo.

Em julho de 2017, Dona Onete foi capa da maior revista de world music no mundo, a Songlines, e fez sua quarta turnê na Europa passando por grandes festivais como Rudolstadt Festival na Alemanha, Zwarte Cross na Holanda e WorldWide Festival, em Sète – França.

Outra música de imenso sucesso é “No Meio do Pitiú”, com mais de 18 milhões de views no Youtube com seu clipe. A música foi eleita a melhor do ano na lista top 20 do super DJ Gilles Peterson da BBC de Londres e da Worldwide FM. No mesmo ano de 2018 mais turnês pelo México e Europa, sendo destaque de grandes festivais como Roskilde (Dinamarca) e Mimo (Portugal).

Em 2019, lança quatro novos videoclipes e seu terceiro álbum, “Rebujo” (o primeiro single lançado junto com seu vídeo dirigido por Lirio Ferreira & Natara Ney, “Festa do Tubarão”. Neste mesmo ano, volta ao primeiro lugar na World Music Charts Europe com a música “Rebujo” (Festa do Tubarão) e segue entre as 5 mais tocadas do ano. Também ponteou o ranking da Transglobal Music Charts e o álbum foi eleito “Vinil do Mês”pela The Arts Desk (associação de críticos do Reino Unido).

Ainda em 2019, fez incursão pela Oceania em vários festivais pela Austrália e Nova Zelândia, incluindo WomAdelaide e Womad NZ, além de shows culinários com Onete apresentando sua cozinha maravilhosa do Pará. Esses shows culinários foram apresentados com sucesso também em Londres (duas vezes), São Paulo e Belo Horizonte. Ao lado de sua banda, foi mestre de cerimônias do espetáculo Pará Pop, no Palco Sunset do Rock In Rio, recebendo seus conterrâneos Lucas Estrela, Jaloo, Fafá de Belém e Gaby Amarantos. Em seguida, indo para a Finlândia atuar como único representante da Womex (maior feira do mercado da música) com seu show arrebatador, além de apresentações na Espanha, Bélgica e França. Em 2020 começou o ano lançando remixes de “Festa do Tubarão” (Imperatore Remix) e “Musa da Babilônia” (remix DJ Mam com Jonnathan Ferr), sucesso nas rádios alemãs e belgas.

Dona Onete segue compondo, fazendo lives, receitas, e planejando seu próximo álbum e turnês no Brasil e exterior.

Sobre a UBC

A União Brasileira de Compositores – UBC é uma associação sem fins lucrativos dirigida por autores que tem como objetivo principal a defesa e a promoção dos interesses dos titulares de direitos autorais de músicas e a distribuição dos rendimentos gerados pela utilização das mesmas, bem como o desenvolvimento cultural.

A UBC foi fundada em 1942 por autores e atua até hoje com dinamismo, excelência em tecnologia da informação e transparência, representando mais de 50 mil associados, entre autores, intérpretes, músicos, editoras e gravadoras.

Serviço:

Troféu Tradições UBC

Segunda edição: homenagem à Dona Onete

Participações: Fafá de Belém, Jaloo, Mestre Damasceno, Lucas Estrela, Félix Robatto, Aqno Carimbó Sancari

Data e horário: 22 de junho, às 20h30

Local: Theatro da Paz (Av. da Paz, S/N – Campina, Belém)

Ingressos: a partir de R$50,00

Vendas: Ticket Fácil

Transmissão ao vivo através do Youtube da UBC.

(Fonte: Lupa Comunicação)

Circo Crescer e Viver exibe filme do espetáculo “Cão sem plumas”, da diretora e coreógrafa Deborah Colker

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação/Cia. de Dança Deborah Colker.

Agente da cultura efervescente do Rio de Janeiro, o Circo Crescer e Viver vai exibir, dia 21 de junho, às 19h, o filme do espetáculo ‘Cão sem plumas’, da diretora e coreógrafa Deborah Colker, baseado no poema de mesmo nome de João Cabral de Melo Neto, seguido de uma conversa com a coreógrafa, sobre tudo o que envolve o universo da criação artística.

Em seu espetáculo ‘Cão sem Plumas’, que tem direção Claudio Assis, a coreógrafa marca esse híbrido de linguagens artísticas. O texto acompanha o percurso do rio Capibaribe, enquanto a obra mescla dança e documentário para denunciar tudo aqui que é inconcebível.

Sobre o espetáculo

Deborah Colker faz, em ‘Cão sem plumas’, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), seu primeiro espetáculo de temática explicitamente brasileira. A Cia. Deborah Colker conta com o patrocínio da Petrobras desde 1995.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.

Sobre Deborah Colker

A inquietação e o gosto pela diversidade não se tornaram uma marca do trabalho Deborah Colker por acaso. Criada entre a solidão do estudo do piano clássico e a prática de um esporte coletivo, o voleibol, a coreógrafa carioca iniciou-se na dança contemporânea como bailarina do Coringa, da uruguaia Graciela Figueroa, grupo que marcou época no Rio de Janeiro dos anos 1980.

Em 1984, a convite de Dina Sfat, atriz de contornos mitológicos na cena teatral brasileira, deu início àquela que seria a principal vertente de sua carreira nos dez anos subsequentes: diretora de movimento – expressão especialmente cunhada para ela pelo encenador Ulysses Cruz para sublinhar a relevância de seu trabalho no resultado final de algumas dezenas de espetáculos de teatro com que colaborou neste período. A rubrica, que acabaria se incorporando ao jargão cênico brasileiro, aplica-se, também e com precisão, ao papel que desempenhou, por exemplo, na criação dos movimentos dos bonecos-cachorros da TV Colosso – um marco na programação televisiva infantil brasileira dos anos 1990.

Sobre o Circo Crescer e Viver | Instalado na Cidade Nova desde 2004, o Circo Crescer e Viver desenvolve programas, projetos e atividades nos campos da formação, criação e difusão das artes circenses e performáticas que beneficiam centenas de crianças, adolescentes e jovens. O espaço também tem se consolidado como uma casa de entretenimento ao vivo, acolhendo e apresentando uma variada programação de shows musicais e espetáculos de circo, teatro e dança de diferentes grupos, companhias e artistas.

Serviço:

Local: Circo Crescer e Viver (Rua Carmo Neto, 143 – Cidade Nova) em frente ao metrô Praça Onze)

Data: 21 de junho

Horários: 19h

Classificação: Livre

Entrada gratuita

Retire o ingresso através do Sympla.

(Fonte: Agência Lupa)

Projeto busca na mandioca o terroir brasileiro da cerveja

Brasil, por Kleber Patricio

Projeto Manipueira surgiu de parceria entre a mineira Zalaz e a catarinense Cozalinda. Fotos: divulgação.

A Abracerva – Associação Brasileira de Cervejas Artesanais está empenhada na mais ampla busca pelo terroir das cervejas brasileiras. Para isso, a entidade abraçou o Projeto Manipueira, que incentiva cervejarias locais a utilizarem a microflora presente na mandioca para criar cervejas únicas, fermentadas por leveduras e micro-organismos selvagens. Vinte e duas fábricas de dez estados brasileiros já aceitaram o desafio.

O projeto nasceu de uma parceria entre as cervejarias Cozalinda (Florianópolis – SC) e Zalaz (Paraisópolis – MG), especialistas em fermentação selvagem e uso de barris de madeira, e chegou à Abracerva pelas mãos do Sommelier Jayro P. Neto, conselheiro da entidade e vencedor do 5º Concurso Brasileiro de Sommelier, em 2019.

“O objetivo da Abracerva é dar espaço para toda a comunidade cervejeira participar, dando mais visibilidade ao projeto, ampliando a troca de experiências e gerando novas oportunidades de negócios”, explica Neto.

Terroir local se expressa por meio de micro-organismos e características de solo, água e clima.

Tendo como inspiração o cauim, fermentado produzido pelos povos originários, a busca pelo terroir brasileiro terá como base a manipueira, liquido extraído da mandioca no processo de fabricação da farinha. Tóxica quando in natura, a água de manipueira, após fermentada, é um dos ingredientes do tucupi, iguaria típica da Amazônia marcante por sua acidez.

“Esta será a primeira e a maior exploração sobre cervejas com terroir no Brasil até agora. Cada cervejaria irá cultivar sua própria microflora que irá resultar em cervejas únicas e absolutamente locais”, explica Diego Rzatki, da cervejaria Cozalinda. “A mandioca foi escolhida justamente por ser uma fonte comum de microrganismos, encontrada em todo o Brasil”, detalha.

Para que as características da fermentação por microrganismos se expressem ao máximo em cada cerveja, a receita seguirá parâmetros e insumos fixos, como maltes simples e lúpulos de baixo amargor. A ideia é que as cervejas sejam produzidas ao mesmo tempo, no início da primavera, em cada uma das fábricas e passem pelo processo de fermentação lento, em barris de madeira, que é típico das cervejas selvagens. A meta é que as produções estejam no mercado após 12 meses.

Microorganismos locais serão protagonistas nas cervejas.

A primeira reunião técnica do projeto aconteceu no dia 6 de junho, um encontro virtual para troca de informações sobre os aspectos técnicos iniciais como sanitização e preparação dos barris e a coleta de micro-organismos. Os organizadores do Manipueira também planejam envolver a comunidade homebrewer, apoiando na disseminação do conhecimento entre os cervejeiros caseiros para a produção não comercial.

Já aderiram ao projeto as cervejarias Alem Bier (Flores da Cunha – RS), Amazon Beer (Manaus – AM), Caatinga Rocks (Maceió – AL), Cerveja Blumenau/Mestres do Tempo (Blumenau – SC), Cervejaria Cabôca (Belém – PA), Cervejaria Kairós (Florianópolis – SC), Cervejaria Narcose (Capão da Canoa – RS), Cervejaria Prisma (Campo Limpo Paulista – SP), Cervejaria Tarantino (São Paulo – SP), Cozalinda Cervejaria (Florianópolis – SC), Devaneio do Velhaco (Porto Alegre – RS), Donner (Caxias do Sul – RS), Fermentaria Local (Janiru – SP) Hop Mundi (Natal – RN), Infected Brewing Co (Santos – SP), Japas Cervejaria (São Paulo – SP), Proa Cervejaria (Salvador – BA), Quinta do Belasca (Pinhalzinho – SC), Suricato (Porto Alegre – RS), Trilha Cervejaria (São Paulo – SP), Waybeer (São José dos Pinhais – PR) e Zalaz (Paraisópolis – MG).

(Fonte: Seja Opa)

Casa de Cultura do Parque apresenta exposição do coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin)

São Paulo, por Kleber Patricio

Integrantes do MAHKU – esq./dir. Cleiber Bane, Pedro Maná, Kássia Borges, Ibã Huni Kuin e Acelino Tuin. Foto: Daniel Dinato.

A Casa de Cultura do Parque, em parceria com a Carmo Johnson Projects, apresenta a primeira exposição do Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU) em território nacional. Parte do II Ciclo Expositivo 2022 da Casa, a exposição “MAHKU – Cantos de imagens” tem curadoria de Ibã Huni Kuin e Daniel Dinato, apresentando uma seleção de onze pinturas e uma grande instalação da artista Kássia Borges – MAHKU, que será montada junto ao público durante a abertura da mostra.

O MAHKU é um coletivo de artistas e pesquisadores Huni Kuin, povo indígena de cerca de 14 mil pessoas que vive no estado do Acre e no Peru. O grupo é composto atualmente por Ibã Huni Kuin, Kássia Borges, Pedro Maná, Cleiber Bane e Acelino Tuin. Fundado em 2012, no município de Jordão, no estado do Acre, o coletivo é um desdobramento das pesquisas de seu fundador, Ibã Huni Kuin, sobre os cantos huni meka (os cantos que conduzem os rituais com ayahuasca entre os Huni Kuin). Sua investigação de retomada dos cantos resultou no livro “Nixi pae, o espírito da floresta”, de 2006. Três anos depois, em 2009, seu filho Bane começou a desenhar esses cantos. Segundo ele conta, era mais fácil decorar as letras e compreender os cantos ao transformá-los em imagens. Bane criou assim um método de aprendizagem dos huni meka que foi posteriormente coletivizado e transformado no MAHKU.

Cleiber Bane – ‘MAHKU, Paxarumã Pae’ (Transformando em tabaco), 2021, acrílica sobre tela, 160cm x 180cm. Foto: Samuel Esteves.

Os cantos huni meka operam como pontes e funcionam como instrumentos de mediação entre os mundos visível e invisível e a transmutação destes em imagens, resultando em pinturas que são tecnologias de relação entre o mundo Huni Kuin e o circuito da arte contemporânea.

Como ressalta Daniel Dinato, “na exposição ‘MAHKU – Cantos de imagens’, buscamos ressaltar a qualidade pessoal de manifestação artística, apresentando diferentes versões dos cantos e das mirações. Ainda que o fundo mítico e ritual das obras seja coletivo, cada artista transforma o canto huni meka de uma forma específica e, assim, o coletivo mantém também uma certa autonomia e independência interna. Como os integrantes do MAHKU costumam dizer, ‘mesmo que pintado mil vezes o mesmo canto, ele nunca sairá igual. Sempre diverso, sempre único’”. Além das pinturas e da instalação que serão apresentadas, também será possível escutar alguns dos cantos huni meka durante a visita à exposição, possibilitando um contato ao universo dos Huni Kuin que os artistas do MAHKU gentilmente nos dão acesso com a montagem dessa mostra.

‘Txain Punke Ruaken’, 2021. Acelino Tuin MAHKU – acrílica sobre tela. Foto: Samuel Esteves.

Atualmente, as obras do coletivo são parte da coleção do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte do Rio (MAR) e Fondation Cartier, em Paris.

O II Ciclo Expositivo de 2022 da Casa de Cultura do Parque também é composto por “Breve”, exposição individual do artista Rodrigo Bivar, e por “Feltragens”, da artista Teresa Viana, compondo a grande parede do Projeto 280 X 1020.

Sobre a Casa de Cultura do Parque

A Casa de Cultura do Parque, localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, é um espaço plural que busca estimular reflexões sobre a agenda contemporânea, promovendo uma gama de atividades culturais e educativas que incluem exposições de arte, shows, palestras, cursos e oficinas.

A Casa de Cultura do Parque tem como parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea – ICCo, uma OSCIP sem fins lucrativos. As duas iniciativas, de natureza socioeducativa, compartilham a mesma missão de ampliar a compreensão e a apreciação da arte e do conhecimento.

Sobre o Carmo Johnson Project

Fundada por Carmo Johnson, que busca realizar projetos específicos com um olhar que aproxime as relações entre o artista, sua obra e o meio, ocupando espaços itinerantes, inusitados ou habituais. Uma ação que brota de brechas abertas nas dinâmicas socioculturais da Arte Contemporânea e no diálogo com os artistas. Continuar ampliando a consciência de economia circular, inclusiva, dentro do Mercado da Arte Contemporânea. Re-significando e re-distribuindo produções artísticas, disponibilizando mais uma plataforma de ações e divulgação para a venda de obras de Arte.

Sobre Ibã Huni Kuin

Ibã Huni Kuin (1964) é artista, pesquisador e txana, especialista dos cantos Huni Kuin. Nos anos 80, ele começou a pesquisar com seu pai, Tuin, e seus tios para retomar os cantos huni meka e a língua hanxta kuin. Em 2012, junto de seu filho Bane, fundou o MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin. Ibã é também um ativista que luta pela afirmação da cultura Huni Kuin e pelo fortalecimento de sua autonomia econômica e política. Esta política de afirmação envolve uma estratégia de alianças com outros grupos indígenas, mas também com os txai (aliados não indígenas).

Sobre Daniel Dinato

Daniel Dinato (1990) tem formação em antropologia social e estudos curatoriais. Ele vem trabalhando em colaboração com o coletivo MAHKU desde 2016 e concebeu o projeto de exposição “MAHKU – Cantos de imagens” junto de Ibã Huni Kuin. Atualmente é estudante de doutorado na Université du Québec à Montréal, onde está desenvolvendo, em colaboração com a MAHKU, o conceito de curador-txai, uma prática curatorial a longo prazo sustentada pelos afetos e pela diferença. Membro do Centre interuniversitaire d’études et de recherches autochtones (CIÉRA), do Groupe de recherche interdisciplinaire sur les affirmations autochtones contemporaines (GRIAAC) e do Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas (NIT).

Serviço:

MAHKU – Cantos de imagens (Movimento dos Artistas Huni Kuin)

Curadoria: Ibã Huni Kuin e Daniel Dinato

Realização: Casa de Cultura do Parque e Carmo Johnson Project

Direção artística: Claudio Cretti

Abertura: 2 de julho, das 11h às 18h (gratuita e para todo o público)

Período expositivo: 2 de julho a 18 de setembro de 2022

Local: Casa de Cultura do Parque – Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros

Horário de funcionamento: de quarta a domingo, das 11h às 18h

Entrada gratuita mediante apresentação de comprovante de vacina.

Site da Casa de Cultura do Parque

Site Carmo Johnson Projects

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(Fonte: Comunicação|  Casa de Cultura do Parque)