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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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Mundo Bita leva crianças a um voo lúdico no clipe “Sábia Coruja”

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem do clipe. (Divulgação)

A coruja é um símbolo de sabedoria que atravessa gerações. Não por acaso, a deusa grega Atena tem o animal como mascote e, na cultura japonesa, é uma figura de boa sorte, saúde e amor. O Mundo Bita, animação infantil com mais de 15 bilhões de visualizações no Youtube, lançou o clipe “Sábia Coruja” na última sexta, dia 3. O vídeo é o segundo da temporada “Bita e os Animais 3”, que estreou em janeiro.

Na aventura, a Tina encontra uma esperta coruja em um sonho cheio de magia e diversão. Junto de Bita, Lila, Dan e Tito, elas partem em um voo pelos céus, observando as casas lá do alto. Nesta viagem cheia de encanto, música e diversão, a turminha brinca entre as nuvens ao lado da mais nova amiga. Com um toque contemplativo, a canção tem a proposta de mostrar para os pequenos e pequenas a importância de ouvir o coração.

Um dos destaques do clipe é a abordagem de elementos como as estrelas e a noite de maneira alegre e em um ritmo. Segundo Chaps, criador do Mundo Bita, o público infantil pode aprender muito com os animais e apresentá-los com um olhar lúdico faz parte do papel da animação. “A coruja representa a sabedoria e a imaginação. Ela viaja pelos céus com o poder da criatividade, mostrando para as crianças que os sonhos podem se transformar em voos repletos de alegria”, afirma.

Confira um trechinho da letra:

“Eu viajo com você, Coruja

No meu sonho de verão

Pela lente dos teus grandes olhos

Hoje vou viajar

Para qualquer lugar

Em qualquer direção…”

Sobre O Mundo Bita

O Mundo Bita ganhou vida há 11 anos, no Recife (PE), nos estúdios da Mr. Plot, produtora de conteúdo fundada por Chaps e seus sócios, João Henrique Souza, Enio Porto e Felipe Almeida – todos pais. A princípio, Bita seria o protagonista de um livro digital, mas a ideia não vingou e a virada aconteceu quando o personagem foi transportado para o audiovisual. “Decidi compor algumas letras, melodias e fazer um teste”, conta Chaps.

A experiência deu tão certo que os mais de 100 clipes autorais lançados no Brasil ultrapassam 15 bilhões de visualizações no Youtube e o canal na plataforma conta com mais de 11 milhões de inscritos. As produções dos conteúdos autorais abordam, com leveza, cor e muita música, temáticas atuais e assuntos que contribuem para a formação saudável e solidária das crianças. Mundo Bita fala sobre a preservação da natureza, criação dos filhos, inclusão social, igualdade de direitos, família, sentimentos, higiene e outros temas importantes que permeiam o universo infantil.

Em 2023, um dos focos da produção será reforçar conteúdos já consolidados no Brasil no canal “Mundo Bita Español”, que conta atualmente com mais de 54 mil fãs e mais de 22 milhões de visualizações. Essa iniciativa faz parte do processo de internacionalização da marca “Mundo Bita”, iniciado em 2018 e que tem o objetivo de aumentar o alcance da produção principalmente na Espanha e em países latinos.

Site oficial

Youtube: Mundo Bita | Facebook: MundoBita | Instagram: mundobita | Tiktok: mundobita | Twitter: mundobita

América latina:

Youtube: Mundo Bita Espanol| Facebook: mundobitaespanol | Instagram: mundobitaespanol.

(Fonte: MNiemeyer Assessoria de Comunicação)

“Eva ou Lilith na Atualidade”: exposição coletiva homenageia mulheres

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Disposta sempre a garantir conexões com cultura de qualidade, a curadora Rosita Cavenaghi, da Art A3 Gallery, em São Paulo, anuncia a II edição da exposição coletiva “Eva ou Lilith na Atualidade”. O evento visa homenagear o Dia Internacional da Mulher. A exposição é gratuita e ficará disponível de 8 a 16 de março de 2023 no Shopping Parque da Cidade, piso térreo à Av. das Nações, 14401, Chácara Santo Antônio, São Paulo SP.

Os artistas participantes são Anne Walbring, Ara Vilela, Cláudio Takita, Edu Campos, Elisabeth Wortsman, Gisele Faganello, Gisele Ulisses, Ju Barros, Maria Estanislava, Maria Amelia Vianna, Marcelo Neves e Ricardo Muñoz.

A galerista Rosita Cavenaghi reforça que a Art A3 Gallery tem como propósito oferecer uma solução para tornar ambientes dos lares e também corporativos visualmente inspiradores. E com valores atraentes e dentro da realidade objetiva da decoração ou ainda, para colecionar obras de Arte de Artistas importantes dentro do cenário artístico contemporâneo. Uma excelente oportunidade de prestigiar obras com finalidade tão nobre como exaltar o Dia Internacional da Mulher.

Ainda hoje, grande parte das mulheres se identifica com uma das polaridades do modelo tradicional de adaptação: Eva ou Lilith. Enquanto Eva representa submissão, dependência, fraqueza, inferioridade e maternidade, Lilith é símbolo de liberdade, independência, igualdade, desejo, sensualidade. Qual o modelo mitológico mais reproduzido pelas mulheres atualmente?, questiona a curadora, que adiciona: o espaço expositivo é destacado e muito oportuno por estar nas proximidades de um dos centros médicos mais importante do país o que faz com que as obras apresentadas nesta exposição ganhem vida e brilho ainda maior.

“Eva ou Lilith na Atualidade” estará em exposição na Art A3 Gallery de 8 a 16 de março de 2023. O endereço é Shopping Parque da Cidade – piso térreo – Av. das Nações, 14401 | Chácara Santo Antônio, São Paulo (SP).

Serviço:

Exposição “Eva ou Lilith na Atualidade”

Quando: de 8 a 16 de março de 2023

Local: Shopping Parque da Cidade | piso térreo

Endereço: Av. das Nações, 14401 | Chácara Santo Antônio, São Paulo (SP)

Horário: segunda a sábado, das 10 às 20 horas | domingos e feriados, das 14 às 20 horas

Vernissage: 8 de março, das 17 h até 21h

Curadoria: Rosita Cavenaghi.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Gisele Lahoz)

True crime no teatro: “Stalking – um conto de terror documental” aborda caso de assédio que começou no ambiente de trabalho

São Paulo, por Kleber Patricio

“Stalking” é um grito coletivo de liberdade e emancipação. Foto: Betânia Dutra.

“Você é tão simpática. Por acaso foi simpática assim com ele também?”. Desde 2015, a atriz Livia Vilela lida com um stalker e com comentários como esse, que descredibilizam o seu mal-estar. A perseguição transformou-se em um espetáculo teatral: “Stalking – um conto de terror documental” faz uma temporada no Teatro Cacilda Becker entre os dias 17 de março e 9 de abril, com sessões às sextas e sábados, às 21h, e, aos domingos, às 19h. Os ingressos custam de R$15 a R$30 e podem ser adquiridos de forma antecipada no site Benfeitoria.

O que começou com um “inocente” bombom logo ganhou contornos dignos de um filme de terror, com direito a ameaças por e-mail e aparecimentos inesperados. Por isso, vários elementos típicos de histórias assustadoras, como iluminação mais baixa, som mais alto, gritos e até sangue falso foram incorporados na peça.

A partir da história de Livia, Paulo Salvetti construiu a dramaturgia. A dupla também forma o elenco. No processo, a equipe percebeu que a narrativa poderia ser ainda mais impactante se explorasse também dispositivos típicos dos contos de fadas. Seria uma forma de evidenciar como a sociedade foi estruturada a partir dos comportamentos machistas e abusivos presentes na maioria, se não em todas as histórias infantis.

Foto: Anna Carolina Bueno.

“Durante nossa pesquisa, entendemos como a educação está a favor dos valores do patriarcado, que são determinados desde sempre”, defende Elisa Volpatto, codiretora que estreia na função ao lado de Rita Grillo. Basta lembrar contos como o do Barba Azul, um notório assassino de esposas ou mesmo o da Bela Adormecida, que é beijada por um completo desconhecido enquanto dorme.

Para adentrar nesse universo fantasioso, todos os personagens masculinos são representados por meio de figuras grotescas, que remetem aos lobos das histórias infantis. Além disso, dança, máscaras e animação de objetos são incorporadas à encenação ao lado de documentos chocantes, como os áudios, canções e e-mails enviados pelo perseguidor.

“Em cena, a protagonista monta grandes quadros com evidências, e ao final, é como se toda uma cena de crime estivesse preparada no palco. Assim, a peça nunca perde seu caráter documental e de true crime”, conta Rita.

Foto: Anna Carolina Bueno.

A ideia da montagem é tirar o espectador da zona de conforto. “A plateia não é apenas voyeur dessa história. Quem se dispuser a tal, pode experienciar, por meio da arte, um pouco do que a Livia viveu nesse tempo”, explica Salvetti.

Para produzir esse efeito, Stalking foi construída para desarmar todas as estruturas exaustivas que apareceram nessa trajetória da atriz para pedir ajuda. Isso significa que, em vários momentos, os personagens masculinos atravancam esse processo.

Uma luta e seus desdobramentos

Ao mesmo tempo, o espetáculo-denúncia reflete sobre a impunidade comumente concedida aos homens. Em oito anos de reviravoltas envolvendo polícia, advogados, medidas protetivas e uma escalada crescente de violência por parte de seu perseguidor, Livia nunca se sentiu completamente segura. E somente em 2022 foi expedido um primeiro mandado de prisão.

Foto: Guilherme Radell.

Apesar da dificuldade que teve em ser ouvida, sua luta trouxe ganhos para todas as mulheres. Em 2015, o ato de stalkear alguém não era visto como um problema pela sociedade. A situação só mudou em 2021, com a aprovação da Lei 14.132, que determina que perseguir alguém continuamente, seja física ou virtualmente, é crime. E Livia se tornou uma das primeiras pessoas no Brasil protegidas pela Lei Maria da Penha por sofrer esse tipo de assédio.

Essa peça, então, surgiu como um grito coletivo de liberdade e emancipação. “É um trabalho sobre as marcas deixadas no corpo de uma mulher. É sobre o medo de falar por já se saber desacreditada. É sobre as potências interrompidas em razão de um masculino que se sobrepõe em todas as instâncias da vida. É sobre todo o caminho exaustivo a se percorrer por apenas querer dizer a verdade”, comenta a atriz.

Sinopse | “Stalking – um conto de terror documental” é uma peça true crime baseada em um caso real de perseguição: no ambiente de trabalho, uma mulher começa a sofrer uma relação de assédio que transforma sua vida em um verdadeiro conto de terror. Em clima de deboche do patriarcado, a linguagem do espetáculo flerta com o universo do terror e dos contos de fadas, mapeando estruturas que precisamos desarmar para combater o machismo patriarcal tão fortemente enraizado em nossa sociedade.

Ficha Técnica

Atuação: Livia Vilela e Paulo Salvetti

Codireção: Elisa Volpatto e Rita Grillo

Assistência de Direção: Jackeline Stefanski Bernardes

Dramaturgia: Paulo Salvetti

Trilha Sonora Original: Malka Julieta

Iluminação: Gabriele Souza

Direção de Arte: Beatriz Barros

Provocação: Janaína Leite

Fotos: Betânia Dutra, Anna Bueno e Guilherme Radell

Identidade Visual: Orú Florydo

Operação de Som: Jess Silva

Operação de Luz: Sancler Pantano

Edição Vídeo Benfeitoria: Igor Luís

Produção: Corpo Rastreado – Gabs Ambròzia

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques.

Serviço:

Stalking – um conto de terror documental

17 de março a 9 de abril, às sextas e sábados, às 21h, e, aos domingos, às 19h

Local: Teatro Cacilda Becker | Endereço: R. Tito, 295, Lapa – São Paulo (SP)

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada | Compre o ingresso com antecedência aqui: https://benfeitoria.com/projeto/stalkingsegundatemporada?fbclid=PAAaZeVKg6MWaNc34T32thW8fdWDxQrfLCCH_wYxRfxdJISRZudPhCMMA46Ec

Duração: 90 minutos | Classificação: 16 anos.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Apaixonado por café visita 4 continentes descobrindo novos sabores

São Paulo, por Kleber Patricio

Deiverson Migliatti em Nova Iorque (EUA). Foto: arquivo pessoal.

O empresário Deiverson Migliatti, CEO da rede de cafés especiais Sterna Café, retornou da sua quarta viagem pelo mundo em busca de sabores e culturas referentes a segunda bebida mais apreciada no planeta, perdendo apenas para água, o café.

Foram 22 dias percorrendo quatro continentes, africano, asiático, europeu e norte-americano, desbravando cafeterias icônicas e aprendendo sobre seus processos de torrefação, métodos de preparo, tipos de grãos e formas de servir em cada cultura.

Segundo Migliatti, a cada viagem ele traz na bagagem conhecimento que compartilha na Sterna Café. “Por ser um apaixonado pelo café especial, quero também ser um semeador deste conteúdo sobre um universo tão diverso. Meu sonho é democratizar o acesso ao café especial aqui no Brasil, como já vem acontecendo em outros países”.

O CEO visitou 30 cafeterias em sete cidades, sendo em Atenas, entre outras, o Coffee Island, que conta com mais de 600 unidades distribuídas pelo mundo, a Kaoekonteia, LUKUMAΔΕΣ e Vales Coffee Shop.

No Cairo, o Social Coffee Roasters. Migliati conta que se surpreendeu com a evolução do segmento no Egito – quando esteve no país em 2007 pela primeira vez, não havia café especial e hoje são muitas cafeterias usando tecnologia de ponta, decorações instamagráveis e até torrefação própria. “Fiquei impressionado – todo cappuccino vinha com late art; dava para sentir, além do sabor, o cuidado em servir a bebida.”

Já em Doha/Catar, conferiu o Arabica, cafeteria japonesa que opera mais de 130 lojas em diversas localidades, a Ark, Nomad e Toby’s State.

Passando por Lisboa, o empresário desvendou os segredos da brasileira Baobá e da A Brasileira, onde Fernando Pessoa costumava praticar o hábito da leitura.

Em Londres, as cafeterias conhecidas foram Black Sheep Coffee, Grind e Ozone Coffee Roasters, onde conheceu o CEO Dale Harris, campeão mundial de barismo, em 2017, e falaram sobre mercado internacional de café e a Rendemption. Aliás, Migliatti diz que fica empolgado cada vez que retorna para a cidade e destaca que atualmente se encontra em cada esquina uma cafeteria voltada para cafés especiais. “O inglês tem escolhido muito bem a qualidade do café que vai consumir, por isso a crescente abertura de novas lojas”, enfatiza o empresário.

Para o fundador da rede Sterna Café, o amadurecimento do mercado é comprovado em Nova York, referência em cafeterias, onde contemplou a Blue Bottle e Intelligentsia.

A cidade luz, Paris, também não deixa a desejar, segundo o CEO, tendo a sua pesquisa incluído a visitação a Cafe Nuances e a Coutume.

Para os clientes da Sterna Café, a aventura degustativa do empresário traz bons ventos aqui para o Brasil, principalmente em termos de tecnologia. “Como a Sterna já trabalha com cafés especiais de várias regiões do Brasil e do mundo, meu foco foi sobre novas ferramentas para disponibilizar outras formas de comercialização e inovações tecnológicas para o setor. 2023 promete”, finaliza Migliatti.

(Fonte: Máxima Assessoria de Imprensa)

Pinacoteca de São Paulo recebe primeira grande mostra panorâmica do artista Chico da Silva

São Paulo, por Kleber Patricio

Chico da Silva, sem título, 1984, guache sobre tela. Acervo da Pinacoteca de São Paulo, doação da Galeria Galatea, 2022.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a primeira grande mostra panorâmica do artista Chico da Silva (região do Alto Tejo, Acre, 1910 ou 1922/23 – Fortaleza, Ceará, 1985), com abertura no dia 4 de março. “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu” ocupa a principal galeria expositiva da Pinacoteca Luz e convida o público a conhecer o legado do artista, que foi um dos responsáveis por transformar o cenário artístico cearense, a partir da década de 1940, com suas composições fabulares repletas de monstros mitológicos, animais fantásticos e outros personagens. Com curadoria de Thierry de Freitas, a mostra apresenta 124 trabalhos produzidos entre 1943 e 1984.

A exposição é a mais abrangente já realizada por uma instituição sobre o artista, reunindo um conjunto de importantes obras da trajetória de Chico da Silva, como “Caboclo peruano”, parte do singular grupo de desenhos realizados entre 1943 e 1944, emprestados da coleção da Pinacoteca do Ceará. A obra foi pintada no período em que se deu o encontro do artista com Jean Pierre Chabloz, crítico e artista suíço que primeiro se interessou pelos desenhos que Chico da Silva realizava livremente em muros de casas da região da Praia Formosa, em Fortaleza. Ao “descobrir” o então jovem artista, Chabloz fornece o material necessário para Chico criar trabalhos que posteriormente seriam comercializadas em lugares como Genebra, Lausanne e Lisboa. As principais obras desse período abrem a exposição.

Um hiato na produção de Chico acontece entre 1948 e 1960, período em que Chabloz esteve fora do Brasil. O artista não conseguiu seguir sozinho com a venda dos trabalhos e praticamente abandonou a carreira de pintor, retomando-a apenas com a volta do crítico ao país, no final da década de 1950. A produção deste período está representada por um grupo de obras da coleção do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC/UFC) – local em que Chico chegou a trabalhar no início da década de 1960, dentre as quais três foram agraciadas, em 1966, com a menção honrosa na Bienal de Veneza: “A sereia e os dragões”, “Os pertences do índio Guimarães” e “Os peixes de Vênus”.

A exposição “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu” tem patrocínio da B3 – A bolsa do Brasil, na cota Platinum, e Credit Suisse, na cota Bronze.

O ateliê do Pirambu

Por volta de 1963, Chico passa a trabalhar com auxílio de ajudantes, inicialmente crianças e adolescentes do seu bairro. Ao mesmo tempo em que ensinava suas técnicas para esses jovens, o artista incorporava sugestões e métodos trazidos por eles. No ateliê do Pirambu, surge uma produção em grande escala feita em parceria e coordenada pelo mestre. Os painéis exibidos na segunda sala representam o auge da manufatura realizada pela escola. Neles é possível visualizar, em grandes dimensões, os dragões, pássaros, serpentes e outras criaturas fantásticas, quase sempre figuradas em posição de ataque.

Enquanto a criação de um ateliê foi um dos principais fatores responsáveis pela difusão do trabalho do artista, a descoberta de uma manufatura coletiva pode ser indicada como causa de uma desvalorização comercial do trabalho na década de 1970. Na mostra da Pinacoteca, optou-se não apenas por assumir a importância do ateliê, mas por dar visibilidade aos artistas que o integraram, com a exposição de obras de ao menos cinco nomes: Babá (Sebastião Lima da Silva), Chica da Silva (Francisca Silva), Claudionor (José Claudio Nogueira), Garcia (José dos Santos Gomes) e Ivan (Ivan José de Assis).

Com a prática da produção coletiva, as obras que recebiam a assinatura de Chico foram ganhando novas características a partir da contribuição dos integrantes da escola, como aponta o pesquisador Roberto Galvão: Claudionor desenvolveu um universo de tipos fixos; Ivan de Assis agrega ao imaginário de Chico elementos novos, como os animais alados, e Babá teve grande influência em toda a produção artística da Escola do Pirambu. A filha de Chico, Chica da Silva, introduziu rosáceas e borboletas. Esses elementos podem ser vistos em obras reunidas em uma grande composição de quadros expostos na sexta sala.

“Sempre figurativos, a pintura e os desenhos de Chico apresentam corpos preenchidos por cores diversas e pontilhismos, e é comum que fundo e figura se mesclem. A partir do momento em que passam a ser produzidas em ateliê, as pinturas ganham um refinamento técnico e surgem novos personagens. Ao longo dos anos, a oficina criada por Chico foi tratada de forma dúbia pelo próprio artista. Apenas em 1977, em um evento realizado no Salão de Abril, Chico assumiu a existência do grupo. Sob coordenação do pintor, os cinco artistas realizaram em conjunto um grande painel. O registro da ação está presenta na exposição por meio de fotos e de um vídeo super-8”, conta o curador.

Diversas pessoas contribuíram para a construção do trabalho de Chico, que aos poucos extrapolou seu lugar de pintor e se tornou uma maneira de pintar, à época criando um estilo reproduzido por uma massa de autônomos no bairro do Pirambu, que teria na comercialização das obras a sua principal fonte de renda. O imaginário criado pelo pintor vem sendo reproduzido até os dias de hoje, como é possível observar em uma pintura feita por Garcia em 2022. Em renovado interesse pela vida e obra do artista, “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu” percorre o legado de um dos primeiros artistas brasileiros de origem indígena a alcançar destaque no cenário nacional e no exterior.

Sobre o artista | Chico da Silva (região do Alto Tejo, Acre, 1910 ou 1922/23 – Fortaleza, Ceará, 1985) foi um dos principais artistas sem treino artístico do Brasil na segunda metade do século XX. Seus trabalhos consistem em composições figurativas fabulares que apresentam seres mitológicos, animais fantásticos e personagens preenchidos por pontilhismo e fundos amplamente trabalhados. O artista funda o Ateliê do Pirambu na periferia de Fortaleza, em 1963, e dá início a um processo de produção coletiva que se tornaria uma grande manufatura. Da Silva participou de importantes mostras, como a Bienal de São Paulo em 1967, e teve três trabalhos agraciados com menção honrosa na Bienal de Veneza, em 1966.

Serviço:

Chico da Silva e a Escola do Pirambu – 4.3.2023 a 28.5.2023

Pinacoteca Luz

Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h

Ingresso: inteira, R$20,00 – meia: R$10,00.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)