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Arte132 apresenta em 2023 “Tridimensional: Entre o sagrado e o estético”, um recorte da coleção de Vera e Miguel Chaia

São Paulo, por Kleber Patricio

Miguel Chaia, obras da coleção – 19, Arte 132, 11.2022. Foto: ©evertonball.

A Arte 132 Galeria inaugura, no dia 14 de janeiro de 2023, a exposição “Tridimensional: Entre o sagrado e o estético” – um recorte da coleção particular de Vera e Miguel Chaia, que reúne um conjunto de 46 obras. Entre telas, objetos e esculturas de 35 diferentes artistas brasileiros, a mostra apresenta desde nomes consagrados a jovens talentos do cenário artístico brasileiro. A curadoria é assinada por Miguel Chaia, Laura Rago e Gustavo Herz.

Dividida em dois pilares, o sagrado e o estético, ‘Tridimensional’ mescla de forma não linear os temas centrais – supõe-se que cada artista ou obra se aproxima ora mais ora menos do sagrado ou do estético; em algumas obras, o sagrado pode ser mais explícito e, em outras, menos.

O conceito de sagrado é aqui entendido no seu significado amplo de religioso, venerável, ritualístico, mítico, alquímico e metafísico — centrado nas questões do corpo e da sociabilidade, e aparece representado por cinco elementos: sangue, vinho, água, fogo e alimento. O estético é compreendido como a linguagem que, no desenvolvimento histórico da arte, em um processo autônomo e profano, opera revoluções nas formas de expressão, rompendo claramente vínculos com áreas externas à própria arte. O tridimensional aparece em restrito relacionado à forma das telas, objetos e esculturas – todas as obras apresentam três dimensões e/ou perspectivas de relevo.

Para o artista plástico Donald Judd, a tridimensionalidade não está próxima de ser uma esfera tão sedimentada quanto a pintura, mas a força das três dimensões, “simula e aumenta o objeto real, para equipará-lo a uma forma emocional. A metade, ou mais, dos melhores novos trabalhos que se têm produzido nos últimos anos não tem sido nem pintura nem escultura. Frequentemente, eles têm se relacionado, de maneira próxima ou distante, a uma ou a outra. Os trabalhos são variados e, dentre eles, muito do que não é nem pintura nem escultura também é variado”, explica Judd. Para ele, esses novos trabalhos tridimensionais não constituem um movimento, escola ou estilo, mas, sim, um avanço da linguagem a partir das especificidades e potencialidades dos suportes e materiais.

Sobre o processo curatorial

Três questões nortearam as reflexões abordadas pelo conjunto de obras expostas: Será possível perceber na arte contemporânea vestígios do sagrado? O que pode haver em comum entre a arte e o sagrado? E, ainda, a arte contemporânea, ao ganhar autonomia, fortalecendo seu significado estritamente estético, abandona o mítico, a religiosidade e a religião na busca da revolução da linguagem?

Miguel Chaia, obras da coleção – 29, Arte 132, 11/2022. Foto: ©evertonball.

Entre os destaques da exposição, aparecem Artur Lescher, Carmela Gross, José Resende, José Leonilson, Leda Catunda, Marcelo Cidade e Tunga. A exposição traz à tona a discussão do que é arte e suas conjugações e interlocuções entre o sagrado e o estético dentro de uma mesma obra. O resultado é uma mostra site specific, que surge a partir da proposta curatorial na qual concepção, temática e suporte contemplam a vocação e as particularidades da galeria Arte132, e que desdobra-se em um belo jardim de esculturas.

Para o curador e colecionador Miguel Chaia, a arte e o tridimensional são conceitos polissêmicos: abrem-se para múltiplas formulações ou definições. “A arte está aberta a qualquer pesquisa que assuma a perspectiva da política ou da filosofia, da religião, da economia, da semiótica e da estética. E, com frequência, essas perspectivas estão interligadas, uma vez que a arte é relacional enquanto produto da práxis humana, atravessada pelas múltiplas esferas da sociedade”, explica ele.

A história da coleção de Vera e Miguel Chaia se confunde com a própria história da arte contemporânea brasileira. O casal começou a colecionar há 45 anos e, durante esse período, reuniu um acervo ímpar. Eles se conheceram em 1969, quando cursavam a faculdade de ciências sociais da PUC-SP, e logo descobriram o amor em comum pelas artes, passando a visitar, juntos, exposições. Começaram adquirindo gravuras e nunca mais pararam – assim surgia uma das mais importantes coleções de arte contemporânea brasileira. “Tridimensional – Entre o sagrado e o estético” será uma oportunidade para que os espectadores conheçam um recorte desse acervo.

Sobre os curadores:

Miguel Chaia (São Paulo, 1947) é graduado em Ciências Sociais pela PUC-SP, mestrado e doutorado em Sociologia pela USP. É professor da Pós-graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e do Curso “Arte: História, Crítica e Curadoria”, da PUC-SP, e coordenador e pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (Neamp).

Laura Rago (São Paulo, 1984) é curadora independente e jornalista de arte graduada em história e pós-graduada em Jornalismo Cultural e em Arte: Crítica e Curadoria, ambos os cursos realizados na PUC-SP. Pesquisadora na área de Arte e Política, História das Exposições, Arte e Tecnologia e Arte Pública.

Gustavo Herz (São Paulo, 1998) é graduado em Arte: História, Crítica e Curadoria pela PUC-SP. Ator e curador. Pesquisador na área de religiosidade. Promove eventos culturais independentes.

Miguel Chaia, obras da coleção – 18, Arte 132, 11/2022. Foto: ©everball.

Sobre a Arte132 Galeria | A Arte132 acredita que a arte de um país e de um período não é constituída apenas por alguns nomes definidos pelo mercado, mas por todos os artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em determinado momento; artistas estes que abriram e alargaram os caminhos da arte brasileira. Dessa forma, expõe e dá suporte a mostras com o compromisso de apresentar arte relevante e de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda, em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontros, diálogos e descobertas.

Serviço:

Exposição “Tridimensional: Entre o sagrado e o estético”

Curadores: Miguel Chaia, Laura Rago e Gustavo Herz

Local: Arte132 Galeria – Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo – SP

Evento de abertura: 14 de janeiro de 2023, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 14 de janeiro a 11 de março de 2023

Evento de encerramento: Recital de piano, em 11 de março, sábado, às 11h30

Horários de visitação: segunda a sexta, das 14h às 19h; sábados, das 11h às 17h

Entrada gratuita

https://arte132.com.br.

(Fonte: A4&Holofote comunicação)

José Lins do Rego reproduz suas lembranças em “Meus Verdes Anos”, lançado pela Global Editora

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa.

Como um bom romancista, José Lins do Rego expressa seus sentimentos de diversas formas ao reproduzir suas próprias memórias em livros. Seja por meio dos fragmentos da sua vida que são impressos na jornada de Carlinhos, protagonista de três livros do Ciclo da cana-de-açúcar, ou até mesmo na forma em que ele aborda o movimento do cangaço em “Pedra Bonita” e “Cangaceiros”, ambos lançados pela Global Editora em 2022.

Em “Meus verdes anos”, o autor continua com o contexto social e político ainda muito presente, mas contando um pouco das suas experiências na infância: a forma como chegou ao engenho do avô, como observava a relação do senhor do engenho com seus empregados e a forma como se sentia solitário na vida, abandonado por todos ao seu redor. Ao mesmo tempo, contextualiza o espaço ao seu redor mostrando situações como a disparidade de poder, a fome, febres e outros problemas do engenho – tudo isso sem perder a qualidade ingênua e doce do olhar de uma criança.

Assim como nas demais obras do autor, o lançamento da Global Editora conta com ilustrações de Mauricio Negro para a capa. A obra, publicada pela primeira vez em 1956, um ano antes de seu falecimento, é uma calorosa recordação dos momentos vividos durante sua trajetória, que foram essenciais para o desenvolvimento de suas narrativas sobre infância, amadurecimento e uma época que não volta mais. Zé Lins é reconhecido como um dos maiores escritores da literatura brasileira pela sua capacidade de envolver o leitor com sinceridade e sensibilidade ao retratar suas raízes.

Ficha Técnica:

Título: Meus verdes anos

Autor: José Lins do Rego

Apresentação: Iranilson Buriti de Oliveira

Páginas: 224

Preço de capa: R$49,00

ISBN: 978-65-5612-343-1

Formato: 14 X 21 cm.

Sobre José Lins do Rego | José Lins do Rego nasceu em três de junho de 1901, em Pilar, na Paraíba, e faleceu em 12 de setembro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro. Publicou em 1932 seu primeiro livro, “Menino de engenho”, romance que foi seu passaporte de entrada para a história do moderno romance brasileiro. Viveu grande parte de sua vida no Recife e no Rio de Janeiro. O dia a dia e os costumes dessas cidades servem como panos de fundo para as suas obras. Em 1943, publicou “Fogo Morto”, livro considerado a sua obra-prima. Além de romancista, o escritor paraibano foi também contista, cronista, tradutor e jornalista, contribuiu ao longo de sua vida para vários periódicos brasileiros. Teve livros traduzidos para o inglês, francês, espanhol, alemão e italiano, dentre outras línguas. Em 1956, ano anterior ao de seu falecimento, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras.

(Fonte: Jô Ribes Comunicação)

Instituto capacita voluntários a estimular doação de órgãos e tecidos no Brasil

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

O ano vai terminando e 2023 se aproxima. Com a chegada do Ano Novo, muitas pessoas estabelecem planos, objetivos e metas para serem executados ou alcançados nos próximos meses. O desejo de se envolver em projetos voluntários e atividades cujos benefícios se direcionam ao outro também é uma tendência que chega com o novo ano.

A pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, divulgada em agosto de 2022, mês do voluntariado, indicou que o Brasil contava, em 2021, com 57 milhões de voluntários ativos. Segundo o levantamento, ainda, o tempo dedicado para ajudar vem aumentando. Enquanto em 2011, a quantidade média de dedicação por pessoa era de cinco horas mensais, em 2021 essa média cresceu para 18 horas/mês. O índice é três vezes maior do que há uma década. De acordo com a análise, 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava apenas 25% da população e, em 2001, 18%.

Outro estudo, este feito pela Atados, uma plataforma que conecta pessoas e organizações para atividades voluntárias, revelou que o número de brasileiros interessados em se tornar voluntário em 2021 cresceu 31% em relação a 2020. O fato foi percebido pela própria organização, que notou um aumento de 15% nas inscrições para atividades voluntárias em 2021 em relação ao ano anterior. A expectativa é de que os resultados cresçam ainda mais em 2022 e se mantenham ascendentes nos próximos anos.

Embaixadores da Chama

O projeto Embaixadores da Chama, por exemplo, realizado desde 2020 pelo Instituto GABRIEL para incentivar a doação de órgãos, busca voluntários interessados em receber capacitações para falar com o entorno de pessoas com as quais se relacionam sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

O programa atende 12 estados do Brasil e intenciona, em breve, contar com representantes em todas as regiões do país. “São pessoas comuns falando a pessoas comuns também, com uma linguagem acessível e correta, sobre a importância da prática da doação de órgãos”, explica Maria Inês Carvalho, presidente do Instituto GABRIEL.

Inês conta que o projeto surgiu por iniciativa do marido dela, Valdir Carvalho, que teve a ideia de criar uma “pirâmide do bem”, na qual cada pessoa que fosse capacitada a falar sobre doação de órgãos trouxesse mais duas pessoas para construir uma base sólida dessa pirâmide. “Com o falecimento do Valdir, em 2019, coloquei esse projeto como prioridade no Instituto e, em 2020, ele foi ganhador do prêmio Movimento Bem Maior”, recorda. O Movimento é uma organização social apartidária sem fins lucrativos, que tem como objetivo fortalecer o ecossistema filantrópico do Brasil. “Com isso, recebemos financiamento para construção de uma plataforma virtual para programa de estímulo à capacitação dos voluntários”.

Ela ainda explica que o curso ofertado às pessoas interessadas é totalmente gratuito e contempla os principais pontos do processo de doação e transplante de órgãos no Brasil. “São 12 aulas e 12 missões que o aluno precisa cumprir para receber a certificação de ‘Embaixador da Chama’. O programa é totalmente on-line, mas oferece monitoramento constante da equipe do projeto para ajudar nas dúvidas que surgem ao longo do processo”, conta.

O Instituto já está na quarta turma e, com as três primeiras, capacitou até hoje 59 pessoas em 12 estados brasileiros, que já impactaram mais de 83 mil com as informações apreendidas no curso. “Em 2023, temos a meta de formar mais três turmas de 30 alunos, o que impactaria milhares de novas pessoas. Também estamos programando um upgrade para as turmas já formadas, além de ampliar o programa já existente”, diz Maria Inês.

Como se inscrever | As pessoas interessadas podem fazer uma pré-inscrição neste link (https://gabriel.org.br/embaixadoresdachama/login – via QR Code) e aguardar a chamada do Instituto GABRIEL. Atualmente, existe uma fila de espera. “Na medida em que formos conseguindo mais aporte financeiro para custear a ampliação do programa no Brasil, ampliaremos as turmas e, com isso, vamos capacitando mais e mais pessoas para o tema”, destaca a presidente do Instituto.

Embaixadores

Vane Lopes é uma das embaixadoras já certificadas. Ela conhece o Instituto GABRIEL desde 2011, por conta de uma doença renal crônica que teve. “Hoje, transplantada, pude participar da turma 3 do programa. É um excelente programa, com vídeos bem didáticos feitos com linguagem simples e de fácil entendimento. As atividades são divertidas e causam um grande impacto do ponto de vista informativo”, diz. Para Vane, que também atua como coordenadora de projetos de comunicação do Instituto GABRIEL, falar sobre doação de órgãos vai além de suas tarefas profissionais. “Não é apenas meu trabalho, mas um propósito de vida”.

A pedagoga Suelen Freire também é embaixadora e conheceu o Instituto Gabriel e o programa de voluntariado, quando recebeu um transplante duplo (de pâncreas e rim) e se viu impulsionada a contribuir com a disseminação de informações sobre o assunto. “Felizmente, eu fiquei pouco tempo em fila à espera dos órgãos e não dominava o assunto o suficiente para responder todas as dúvidas que chegavam até mim. Então, surgiu a oportunidade para participar da primeira turma de embaixadores e me inscrevi. A experiência foi uma das melhores formações que fiz na vida. O curso me direcionou para que eu pudesse usar o meu potencial em prol do ativismo”.

Suelen é professora e a habilidade que revela em escrever textos e se comunicar a levou ao trabalho como editora voluntária da ONG Sou Doador. “Hoje, escrevo e edito textos para as publicações do blog e redes sociais, além de tirar dúvidas e direcionar pessoas em fila ou recém-transplantadas que me procuram”, conta. Suelen também criou uma marca de camisetas e outros produtos com a temática da doação aliada ao humor: a Doação Estampada. Este ano, a marca patrocinou o Salão de Humor Sobre Doação de Órgãos, promovido pelo Instituto GABRIEL.

A embaixadora conclui dizendo que a maior expectativa que ela mantém em relação ao Embaixadores da Chama é que ele chegue a todas as pessoas que, assim como ela, entendem e vivem a importância da doação de órgãos. “Sem a informação necessária, a família do Dô, que é como eu chamo meu doador falecido, poderia ter se recusado a doar e eu não estaria aqui para contar essa história. Eu precisei de apenas um ‘sim’ para que minha vida fosse salva, e esse ‘sim’ modificou a visão sobre doação de absolutamente todas as pessoas que me conhecem. Imagine um país todo munido de informações corretas e com pessoas dispostas a doar?”, complementa Suelen.

Hoje, mais de 50 mil pessoas ainda estão na fila e esperam por um transplante de órgão no Brasil. A desinformação ainda é a principal responsável para este cenário, já que 43% das famílias se recusam a doar os órgãos de seus entes falecidos.  “A doação é um ato de solidariedade que salva vidas, portanto, não há transplantes se não houver doador. A principal missão do Instituto GABRIEL é sensibilizar mais pessoas para isso”, conclui Inês, presidente do Instituto GABRIEL.

Sobre o Instituto GABRIEL

O Instituto GABRIEL é uma organização social sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem a Gabrielle de Azevedo Carvalho, que nasceu com anencefalia (ausência de cérebro), no dia 24 de maio de 1998. Gabrielle foi o segundo bebê do casal Maria Inês Toledo de Azevedo Carvalho e Valdir de Carvalho a apresentar a má formação congênita. Dez anos antes, eles já haviam perdido outra filha em decorrência do mesmo problema.

Maria Inês e Valdir optaram por manter a gestação de Gabrielle até o final para, após o nascimento do bebê e seu inevitável falecimento, efetuar a doação de seus órgãos na tentativa de ajudar crianças que aguardavam por um transplante. Entretanto, a doação não pôde acontecer em virtude de uma omissão na lei brasileira em vigor naquela época, que não previa a doação de órgãos de bebês portadores de anencefalia.

O Instituto GABRIEL iniciou, então, um trabalho para que a normatização das doações acontecesse. Isto só se concretizou parcialmente em 02 de março de 2007, com a portaria do Ministério da Saúde, mas que ainda não atende por completo às necessidades desse tipo de doação.

No decorrer dos anos, o Instituto GABRIEL se especializou em desenvolver projetos para o incentivo à doação de órgãos e tecidos, como, também, de prevenção das malformações congênitas e das principais causas de doenças que levam ao transplante. Mais informações: www.gabriel.org.br.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Cartilha oferece dicas para aumentar inserção profissional de pessoas com deficiência

Curitiba, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

No dia 21 de novembro, Maria Gabriela Gimenez realizou um feito histórico para a inclusão: aos 27 anos, foi a primeira pessoa com deficiência intelectual contratada pelo setor administrativo do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT9ª), órgão público de máxima representação institucional da Justiça do Trabalho. Com apoio da mãe, Regiane Gimenez, ela participou do curso de auxiliar administrativo do Ensina Itinerante Pronas/PcD, projeto executado pela Ação Social para Igualdade das Diferenças (ASID Brasil) em parceria com o Ministério da Saúde, em Curitiba e região metropolitana (PR).

O curso, que oferece formação profissional para pessoas com autismo e pessoas com deficiência intelectual, auxiliou na sua contratação pelo TRT9ª e deu início não apenas a uma jornada de desenvolvimento pessoal e profissional, mas também à quebra de paradigmas sobre pessoas com deficiência.

No entanto, os números mostram que a história de Maria Gabriela é uma exceção. Segundo a pesquisa “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2019, a inserção no mercado de trabalho é um desafio para quem tem deficiência devido a fatores como capacitismo e falta de acessibilidade. Em 2019, a taxa de participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho era de 28,3%, ou seja, sete em cada 10 pessoas do grupo estavam fora do mercado de trabalho. A porcentagem é muito menor do que a participação de pessoas sem deficiência, 66,3%. O descompasso ocorre também na formalização, enquanto a taxa de pessoas com deficiência era de 34,3%, as pessoas sem deficiência tiveram uma formalização de 50,9%.

O IBGE revelou também uma diferença salarial significativa entre os dois grupos. As pessoas com deficiência tinham um salário de R$1.639, o que corresponde a dois terços do valor recebido pelas pessoas sem deficiência, que era de R$2.619. “Em uma escala de 0 a 10, minha avaliação do mercado de trabalho para quem tem deficiência é 2, porque mesmo os que estão trabalhando não conseguem ter os mesmos salários ou reconhecimento. No caso da Gabi, não é o acontece, mas infelizmente, a grande maioria não é recebida com o devido respeito. Pessoas com deficiência sempre vão sofrer preconceito, acontece de maneira velada. Talvez não seja nem por mal, mas principalmente devido ao capacitismo”, avalia Regiane.

Cartilha aborda diferentes momentos da entrevista

Em um mercado extremamente competitivo e desigual, destacar-se é uma tarefa ainda mais árdua para pessoas com deficiência. Para facilitar a inserção profissional do grupo, a ASID desenvolveu o “Guia de Boas Práticas para Entrevista de Emprego”, que disponibiliza dicas valiosas para o momento que antecede uma possível contratação. Com uma linguagem clara e sucinta, a cartilha aborda cinco aspectos relevantes para a ocasião: apresentação, hábitos e interesses pessoais, como o candidato soube da vaga, pontos fortes e conquistas do candidato. A cartilha ressalta que os candidatos devem levar consigo o RG, além do currículo e do laudo médico com a classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CID) atualizados.

O documento recomenda uma apresentação objetiva, com nome, idade, região de residência, ramo de atuação e escolaridade. Ao abordar os hábitos e interesses pessoais, é interessante que as pessoas com deficiência citem atividades que auxiliaram no desenvolvimento de alguma habilidade útil para o emprego almejado. Por exemplo: o hábito de cozinhar pode desenvolver o foco e a paciência. O momento é ideal também para mencionar as qualificações e cursos realizados. O candidato pode relatar como soube sobre a oportunidade e destacar porque a vaga despertou sua atenção.

Em seguida, o candidato deve identificar e comentar alguns pontos fortes que podem contribuir com o cargo. É possível citar exemplos que mostram como essas características aprimoram a rotina de trabalho. Relatar as conquistas profissionais é um complemento a essa etapa. Caso a pessoa não tenha nenhuma experiência profissional e queira ingressar no mercado, pode contar sobre conquistas alcançadas em projetos pessoais, como voluntariado, estudos, atividades cotidianas ou amparo de familiares.

“A cartilha é sucinta e passa a mensagem de que a entrevista de emprego é algo muito simples. É um momento muito tenso e precisamos nos preparar para levá-lo a sério, mas não é um monstro de sete cabeças. É um passo a passo e, se nos organizarmos para isso, facilita, principalmente, para alguns tipos de deficiência que precisam muito dessa organização e do passo a passo para quebrar as situações em pequenos momentos. Isso ajuda todas as pessoas com deficiência, especialmente aquelas que se beneficiam de um conteúdo assertivo como esse”, afirma Edilayne Ribeiro, líder de projetos da ASID.

Barreiras começam antes da entrevista

Formada em Psicologia, Edilayne realizou vários estágios na área durante a graduação. Mas, por ser uma pessoa com deficiência física, encontrou barreiras antes do momento das entrevistas: “Esses estágios eram em grupo e o meu tinha que priorizar a acessibilidade e minhas necessidades. Não podíamos ir a qualquer escola, essa sempre foi uma questão pra mim. Acho que isso interferiu muito nas minhas escolhas de trabalho e no meu percurso de estágio durante faculdade, tanto na pós-graduação como no mestrado. Sempre tive que selecionar locais acessíveis para depois pensar em outros critérios, como a distância da minha casa e o lugar mais legal. Isso impacta diretamente nas nossas escolhas profissionais. Às vezes, existe a empresa dos sonhos, mas ela é completamente inacessível. Nunca vou fazer uma entrevista de emprego lá, o que reforça a importância de as empresas prestarem cada vez mais atenção nas acessibilidades que propõem para pessoas com deficiência”.

Edilayne ressalta que as empresas também devem se preparar para uma inclusão atitudinal, sensibilizando a equipe para receber a pessoa com deficiência. No momento da entrevista, isso significa perguntar sobre as necessidades e preferências de quem tem deficiência para que a pessoa seja respeitada e sinta-se mais acolhida.

“No momento em que eu pontuava que era uma pessoa com deficiência física, era importante perguntar quais eram minhas necessidades, se eu queria escolher o local para a entrevista de emprego, como torná-lo mais confortável e espaçoso e se eu precisava de algum auxílio. Tudo isso começa na acessibilidade atitudinal de perguntar, ouvir e respeitar a pessoa com deficiência nas respostas que oferece para ocorrerem as outras acessibilidades. Isso foi determinante pra mim, já que eu precisava de outros itens. Por isso é muito importante as empresas saberem cada vez mais como ter essa acessibilidade, desde o momento de mapear e recrutar pessoas com deficiência até todo o processo de entrevista, relacionamento e levar essa pessoa para dentro da empresa, contratá-la e inseri-la na equipe”, conclui.

Para baixar a cartilha, clique aqui.

Sobre a ASID Brasil | A ASID é uma organização social voltada à construção de uma sociedade inclusiva por meio de projetos de responsabilidade social, como voluntariado, inclusão no mercado de trabalho e desenvolvimento de gestão de organizações parceiras. Com mais de dez anos de atividades, tem mais de 100 mil pessoas impactadas e mais de 7 mil voluntários. A ASID também possui reconhecimento a partir de prêmios de empreendedorismo social nacionais e internacionais, como o Melhores ONGs Época, United People Global, e o Prêmio Viva Idea como melhor solução de impacto coletivo da América Latina. Para mais informações, acesse www.asidbrasil.org.br.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Tailândia: confira seis destinos que merecem fazer parte do roteiro

Tailândia, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

A Tailândia é um dos destinos mais desejados pelos turistas que procuram belezas naturais, diversidade cultural e atrações artísticas. E, com tanto a ver e fazer, a maior dificuldade é escolher um roteiro que torne a viagem ainda mais inesquecível. De acordo com Renata Guedes, fundadora da Single Trips, agência de viagens especializada em solteiros, a Tailândia tem tudo para agradar a todos os gostos. Em meio a muitas possibilidades, ela indica seis atrações que merecem estar no roteiro de qualquer turista. Confira:

Bangkok | É a capital da Tailândia e uma referência em budismo. Dessa forma, não há como deixar de fora uma visita aos templos do lugar. Além disso, o turista pode aproveitar para conhecer o Grande Palácio Real, um dos mais belos exemplos da antiga corte tailandesa, e realizar uma visita ao Templo do Amanhecer (Wat Arun). “A história local diz que os cacos de cerâmica que decoram sua torre de 79 metros de altura vieram de um naufrágio próximo há 100 anos”, explica Renata.

Chiang Mai | Na atração está o Templo Doi Suthep, que fica localizado no topo da colina no norte e contém a relíquia sagrada do Senhor Buda. Por lá, é possível ver a cidade de forma panorâmica. Outro passeio indicado pela fundadora da Single Trips é o acampamento de elefantes, onde o turista pode ver os animais em uma área de selva e ainda fazer um passeio pelas trilhas.

Chiang Rai | Um templo branco exclusivo construído por um dos melhores artistas nacionais é uma das grandes atrações do lugar. “O início do templo representa o ‘inferno’ e, o final, o ‘céu’. A experiência é maravilhosa, principalmente a vista, já que por dentro o templo é todo dourado”, narra Renata. Ela também sugere uma visita ao Karen Hilltribe Village e à Mãe Sai Border, a maneira mais fácil para qualquer turista que queira visitar Mianmar, o país místico.

Koh Yao Noi | Além da diversidade cultural, a Tailândia também possui belíssimas ilhas de águas transparentes. Uma delas é a Koh Yao Noi, que não pode ficar fora do roteiro.

Phi Phi | Nessa ilha, o turista pode visitar as belas paisagens da Baía de Maya, realizar snorkeling na baía de Loh Samah e também visitar a Ilha de Hong (lagoa de Pileh) para nadar ou tirar uma foto na caverna Viking.

Phuket | Finalmente, para completar um roteiro inesquecível, a sugestão é uma visita à ilha de Phuket. Cercada de águas de cor turquesa, a arquitetura do lugar recebeu influência dos navegantes portugueses do início do século XV, criando a arquitetura sino-portuguesa.

“Chamamos a Tailândia de ‘Terra dos Sorrisos’ em razão da receptividade e da alegria dos nativos. É uma viagem sem igual e um dos destinos que a Single Trips oferece para os viajantes solteiros que buscam companhia e suporte para aproveitar o melhor da viagem”, conclui Renata. A próxima expedição para a Tailândia com a Single Trips deve ocorrer em fevereiro de 2023.

Sobre a Single Trips 

A empresa nasceu em 2015, com o propósito de “Não deixe de ser feliz por não ter companhia”. Cada novo roteiro elaborado pela equipe gera uma rica transformação na vida de cada participante, que se permite descobrir novos caminhos incríveis, juntamente com um grupo de pessoas divertidas e, o melhor, sem preocupação com hospedagem, guia, passeios, alimentação, atrações e transporte proporcionando uma experiência única. Para mais informações, acesse https://www.singletrips.com.br/ ou pelas redes sociais @singletrips.

Sobre Renata Guedes

A fundadora da agência Single Trips, quando terminou um relacionamento duradouro, sentiu-se totalmente sozinha, sem amizades, sem energia e com baixa autoestima. Percebeu que poderia fazer algo para as pessoas, que como ela, não tinham perspectiva para curtir a vida sozinha. Ela reagiu. Decidiu que não seria alguém que desistiria de viver um sonho por estar solteira e foi buscar em grupos de viagem a companhia que faltava. Depois do primeiro roteiro deste tipo, ela se descobriu e mergulhou fundo no mundo dos solteiros viajantes.

Fez várias viagens deste tipo. E um belo dia, quando a ideia de estar solteira já não a assustava mais, ela decidiu que precisava ajudar outras pessoas que estavam passando pela mesma situação que ela tinha passado. Trocou a fisioterapia pelo turismo e passou a ajudar as pessoas trazendo autoestima, segurança e companhia. Criou a Single Trips, uma agência de viagens especializada em roteiros para solteiros, cujo objetivo é promover experiências compartilhadas e novas amizades.

(Fonte: Carolina Lara Comunicação)