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Indaiatuba anuncia programação da 31ª edição do Maio Musical

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Divisor de águas do show business brasileiro dos anos 80, espetáculo Rádio Pirata Ao Vivo ganha reedição. Foto: Bella Pinheiro.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba anuncia as atrações da 31ª edição do Maio Musical, que terá início no dia 1º de maio, com o show “Rádio Pirata – 35 Anos”, com Paulo Ricardo. No total, participam do projeto 343 músicos, somando-se as atrações locais, convidados e Organizações da Sociedade Civil (OSCs). O evento segue até o dia 30, também com programação especial no Topázio Cinemas.

“Depois da 30ª edição, em que tivemos mais de 100 mil pessoas conferindo todos os shows, o Maio Musical volta com mais uma edição caprichada”, destaca o prefeito Nilson Gaspar. “No total, teremos 343 músicos de Indaiatuba envolvidos no projeto, o que significa um aumento de quase 40% em relação ao ano passado. Isso demonstra a importância deste projeto, que é aguardado por toda a região”.

Grupo Fundo de Quintal encerra o Samba no Parque, dia 20, no Maio Musical. Foto: divulgação.

“Tivemos 35 projetos locais aprovados via edital e teremos shows dos mais diversos gêneros: rock, samba, reggae, jazz, choro, entre outros”, ressalta a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “Desta maneira, o Maio Musical mantém sua principal missão, que é incentivar e valorizar a produção artística do município”.

Outra novidade desta edição é o retorno da parceria com o Topázio Cinemas, que exibirá quatro documentários no Shopping Jaraguá Indaiatuba, com cada ingresso trocado por um litro de leite, que será doado ao Fundo Social de Solidariedade (Funssol) de Indaiatuba. As exibições acontecerão nos dias 9, 16, 23 e 30, às 19h30, com reapresentação nos dias 13, 20, 27 e 3 de junho, às 14h. Confira a programação abaixo.

As atrações selecionadas entre os dias 9 a 12 de maio integram ainda a Semana Nabor Pires de Camargo. Além disso, o Núcleo Nabor Pires Camargo promoverá duas Rodas de Choro, nos dias 14 e 28 de maio, no bosque do Casarão Pau Preto. Para participar, basta levar seu instrumento.

Grupo Fundo de Quintal encerra o Samba no Parque, dia 20, no Maio Musical. Foto: Alex Jegorow.

Assim como em 2022, as apresentações acontecerão no Parque Ecológico, em palco montado na alça de acesso em frente ao Paço Municipal, na Sala Acrísio de Camargo, no Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba (Ciaei) e no Casarão Cultural Pau Preto. A entrada é franca. Para os eventos realizados no Ciaei, a distribuição de ingressos acontecerá por ordem de chegada.

Confira a programação do 31º Maio Musical:

1º de maio, no Parque Ecológico

17h – A2 Rock, com O Melhor do Nacional 80

18h – Superbad, com Lendas do Rock

19h – Paulo Ricardo, com ‘Rádio Pirata: 35 Anos’

4 de maio, no Ciaei

19h30 – Banda Sinfônica do Exército

5 de maio, no Ciaei

19h30 – Arthur Raymundo e Laura Duarte, com ‘Cabaret: Uma Homenagem à Era de Ouro’

20h30 – Sônia Di Morais, com ‘As Canções que Você Fez pra Mim’

5 de maio, no Parque Ecológico

1ª Noite Sertaneja

19h – Alexandre Rizzo, com ‘Clássicos Eternos’

20h – Leandro & Lorena

21h – Matheus Reis, com ‘Primeiro Passo’

6 de maio, no Parque Ecológico

19h30 – Lenine e Orquestra Sinfônica de Indaiatuba

7 de maio, no Ciaei

16h – São Paulo Wind Ensemble apresenta ‘O Pequeno Príncipe’

Regência: Mônica Giardini

7 de maio, no Parque Ecológico

18h – Tavinho Rezende Blues Band

19h – Sidney Magal

9 de maio, no Casarão Pau Preto

19h30 – Lucas Arantes Duo, com ‘Paulinho da Viola no Choro’

10 de maio, no Casarão Pau Preto

16h – Workshop de Violão com Dagma Eid

19h30 – Recital com Dagma Eid

11 de maio, no Casarão Pau Preto

19h30 – Quarteto Vê Se Costas, com ‘Waldir Azevedo 100 Anos’

11 de maio, no Ciaei

19h30 – Orquestra Jovem de Indaiatuba e Amigos da Viola

12 de maio, no Parque Ecológico

2ª Noite Sertaneja

19h – Giulia Agg, com ‘Segredos da Viola’

20h – Renan Teixeira

21h – Kelvin Araújo

12 de maio, no Casarão Pau Preto

19h30 – Camerata Jovem de Violões de Tatuí

20h30 – Grupo de Choro de Tatuí

13 de maio, no Parque Ecológico

1ª Noite do Rock

18h – Black Mapache, com ‘Out of the Woods!’

19h – Hutal, com ‘Hutal convida Glebbo’

20h – Imortais, com Tributo a Legião Urbana – ‘Somos Tão Jovens’

21h – Banda Classic Roxx, com ‘Top of the Pops’

14 de maio, no Casarão Pau Preto

10h – Roda de Choro do Núcleo Nabor Pires Camargo

14 de maio, no Parque Ecológico

19h30 – Luiza Possi e Camerata Filarmônica de Indaiatuba

17 de maio, no Ciaei

19h30 – Campinas Jazz Big Band convida Fabio Augustinis

18 de maio, no Casarão Pau Preto

19h30 – Grupo Plano de Voo, com ‘Paragens Brasileiras’

18 de maio, no Ciaei

19h30 – Banda Sinfônica da Polícia Militar do Estado de São Paulo

19 de maio, no Parque Ecológico

Noite do Flashback

19h – Banda Dadyna, com ‘Feito para Dançar’

20h – Banda Fórmula 2, com ‘Vem Bailar’

21h – Banda Brexó

20 de maio, no Parque Ecológico

Samba no Parque

15h – Marina Costa

16h – 4Samba

17h – Grupo Mixturadinn

18h – Cesinha e Banda

19h – Pintou o Samba

20h – Fundo de Quintal

21 de maio, no Casarão Pau Preto

10 horas – Camerata SESI Indaiatuba

21 de maio, no XII de Junho

Mostra de Viola

12h – Junior Carvalho

13h – Orquestra de Viola Caipira

21 de maio, no Parque Ecológico

17h – La Plata, com ‘Tributo a Charlie Brown Jr.’

18h – Anderson Xavier & DJ Oitomão

19h – Maneva

24 de maio, no Casarão Pau Preto

Noite da MPB

19h30 – Destoando, com ‘Paisagens Sonoras’

20h30 – Panapaná, com ‘Modas, Médias, Mídias’

25 de maio, no Ciaei

19h – Olivia Gênesi, com ‘Cantando o Amor desde 2000’

20h – Letícia Nicolielo, com ‘Tributo Eller – 20 anos sem Cássia’

21h – Beto Tempesta e Banda, com ‘Rock Save The Queen’

26 de maio, no Parque Ecológico

19h30 – Dechris e Corporação Musical Villa-Lobos em ‘Tributo a Roberto Carlos’

27 de maio, no Parque Ecológico

2ª Noite do Rock

18h – Incêndio

19h – Line Out, com ‘Harder ‘n’ Heavier’

20h – Black7Colts, com ‘Rock Hits 80’ 90’ 2000’

21h – Into the Sabbath, com ‘Ozzy Years’

28 de maio, no Casarão Pau Preto

10h – Roda de Choro do Núcleo Nabor Pires Camargo

28 de maio, no Ciaei

16h – São Paulo Wind Ensemble apresenta ‘Pinóquio’

Regência: Mônica Giardini

28 de maio, no Parque Ecológico

18h – Mashmellow, com ‘Tudo Junto e Misturado!’

19h – Sync2, com ‘Elas Cantam Eles’

20h – Vitor Kley

PROGRAMAÇÃO – TOPÁZIO CINEMAS

Local: Shopping Jaraguá Indaiatuba

Entrada: um litro de leite

9 de maio, às 19h30

13 de maio, às 14h

“Adoniram: Meu Nome é João Rubinato”

16 de maio, às 19h30

20 de maio, às 14h

“Me Chama que Eu Vou”

23 de maio, às 19h30

27 de maio, às 14h

“Andança: Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho”

30 de maio, às 19h30

3 de junho, às 14h

“Jair Rodrigues: Deixe que Digam”.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

SAAE Indaiatuba minimiza impacto ambiental por meio de eficiência energética

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Monitoramento faz o acompanhamento com leituras e envios de dados em tempo real. Foto: divulgação/SAAE.

Com o objetivo de reduzir os custos operacionais e minimizar o impacto ambiental, o Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Indaiatuba (SAAE) tem desenvolvido, entre outras ações, um Programa de Eficiência Energética que consiste em utilizar a energia de forma mais inteligente, ajustando equipamentos e a demanda de energia elétrica.

O SAAE possui 82 contas de energia elétrica, das quais 18 são de média tensão e 64 de baixa tensão. As 18 contas de média tensão representam 98% dos gastos de energia elétrica da Autarquia, sendo a Estação de Tratamento de Esgotos Mário Araldo Candello (ETE MAC) a unidade responsável por mais da metade desse consumo.

Implantado em 2017, o software de Monitoramento de Energia Elétrica (SMEE) faz o acompanhamento com leituras e envios de dados em tempo real que são armazenados em nuvem (banco de dados) das medições de energia elétrica de 17 setores ligados em média tensão, tais como quatro Estações de Tratamento de Água (ETA’s), cinco Estações de Captação de Água Bruta (ECA’s), três Centros de Reservação (CR’s), uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), três Estações Elevatórias de Esgotos (EEE’s) e um Escritório Central (EC).

O SMEE consiste em equipamentos (gateways) ligados em paralelo aos medidores da CPFL (Companhia Piratininga de Força e Luz) que monitoram parâmetros de energia elétrica, tais como demanda, consumo e fator de potência, que permitem a simulação para otimização de contratos, previsões de gastos futuros e evitar também multas referentes à ultrapassagem de demanda e fator de potência baixo, apresentando cálculo de banco de capacitores necessários para correção de fator de potência.

O monitoramento permite que a Autarquia trate a eficiência com energia elétrica da mesma forma que procura tratar a eficiência com o saneamento e com a sustentabilidade. De acordo com as informações da Unidade Técnica de Gestão de Energia Elétrica do SAAE, a eficiência energética pode contribuir para a sustentabilidade em várias maneiras, ajudando a proteger o meio ambiente, preservar os recursos naturais e reduzir os custos operacionais.

(Fonte: Departamento de Comunicação Social/SAAE Indaiatuba)

Por que o trabalho análogo à escravidão persiste no agronegócio brasileiro?

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: FreePik.

Por Camila Penna de Castro — Há mais de um mês, foram resgatados 207 trabalhadores, em sua maioria negros e baianos, em condições análogas à escravidão em vinícolas gaúchas – o que chocou a opinião pública brasileira. Nesta semana, argentinos também foram resgatados na mesma situação em Nova Petrópolis; entre eles, uma adolescente de 14 anos. Os casos, no entanto, não chegam a causar surpresa se formos nos debruçar sobre a forma como o agronegócio historicamente se constituiu no nosso país, com concentração fundiária e seletividade racial do Estado nas políticas de ocupação de terra.

A diferença entre trabalho escravo e trabalho análogo à escravidão é meramente jurídica, uma vez que desde a abolição da escravatura não existe uma legislação que ampare e regulamente a propriedade de pessoas por outras pessoas. Ou seja, juridicamente não se pode mais caracterizar o escravo como propriedade do senhor.

O termo “trabalho análogo à escravidão” é utilizado no artigo 149 do Código Penal Brasileiro para se referir à tipificação e à punição dessa relação de trabalho na qual se reduz pessoas à condição análoga à de escravos. Contudo, ainda que relações de escravidão não estejam amparadas por uma legislação, isso não quer dizer que essas relações não continuam existindo; afinal, a legislação brasileira e as políticas sempre favoreceram o lado mais forte da balança, ou seja, o proprietário da terra.

Por isso a persistência do trabalho escravo também está relacionada à concentração fundiária e à seletividade racial do Estado quando o assunto são as políticas de acesso à terra no Brasil. É neste espaço onde pessoas brancas possuem mais força na tomada de decisão, selecionando pautas e demandas, como as entidades do Agronegócio representadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no Legislativo. Por outro lado, também ocorre a seletividade racial que classifica negativamente atores, pautas e ações de não brancos, como indígenas e quilombolas.

Outra evidência da relação entre a permanência do trabalho escravo e a concentração fundiária, que historicamente seleciona racialmente as políticas de acesso à terra, é a morosidade na regulamentação do Artigo 243 da Constituição. Também conhecido como PEC (Projeto de Emenda Constitucional) do Trabalho Escravo, ele discute a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde se localiza a exploração de trabalho escravo. Aprovado em 2013 após mais de uma década de tramitação na Câmara e no Senado, ele nunca foi regulamentado por legislação específica.

Ao longo da discussão da PEC e logo após sua aprovação, a FPA propôs um projeto de lei (PL 3842/2012) que restringia a definição do que poderia ser considerado trabalho escravo. Boa parte deste projeto foi incorporado na Portaria do Ministério do Trabalho referida acima e publicada em troca do apoio da FPA a Temer. Mesmo que tenha fracassado a aprovação desse projeto de lei e mesmo que a portaria tenha sido revogada, o fato é que nunca se expropriou uma propriedade no território brasileiro na qual tivesse sido identificado trabalho escravo.

Em 2015, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) adotou a Instrução Normativa 38, com vistas a normatizar a fiscalização de propriedades identificadas como em descumprimento de sua função social pelo emprego de mão de obra análoga à escravidão. Contudo, essa normativa foi suspensa pela Advocacia Geral da União (AGU) com a justificativa de que ainda não há regulamentação legal para proceder à expropriação dessas propriedades.

Ironicamente e como forma de se aproveitar da visibilidade midiática gerada pela repercussão do caso dos escravizados do vinho e revertê-la em compliance, o partido União Brasil, representado por seu deputado Felipe Becari (União-SP), propôs em 1° de março de 2023 um Projeto de Lei (777/2023) para regulamentação da expropriação de terras em caso de trabalho análogo à escravidão. A ironia está no fato de que o partido é composto por lideranças tradicionais da bancada ruralista, tendo como membro do diretório goiano o governador Ronaldo Caiado. Será necessário observar que tipo de veto à seletividade racial irá exercer neste projeto de lei se ele for algo mais que uma jogada de marketing.

Entender a relação entre classe e raça e sua co-constituição histórica em países que foram colonizados, como o Brasil, ajuda a qualificar nossa interpretação sobre as causas da permanência da escravidão, indo além da questão da precarização do trabalho ou da concentração fundiária. Para explicar as condições de possibilidade da permanência da escravidão em 2023 e de sua suavização ou relativização, como ficou visível em algumas das reações públicas ao caso da Serra Gaúcha, precisamos entender a branquitude como aspecto central de uma sociedade marcada pela supremacia branca, apesar de ser constituída pela maior diáspora de pessoas traficadas da África.

Sobre a autora | Camila Penna de Castro é pesquisadora e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Ela integra o Grupo de Pesquisa em Sociologia das Práticas Alimentares (Sopas).

(Fonte: Agência Bori)

Museu Republicano de Itu comemora 100 anos de história com agenda repleta de atrações

Itu, por Kleber Patricio

Fachada do Museu. Foto: Hélio Nobre.

Neste mês, o Museu Republicano Convenção de Itu completa 100 anos de fundação e várias atrações estão programadas para comemorar esse importante marco. A partir das 9h do dia 15 de abril, sábado, serão realizadas aproximadamente 20 atividades durante o período de uma semana, com várias instituições da cidade. “O Museu Republicano guarda documentos, imagens e objetos sobre a República brasileira e sobre fatos e personagens ituanos. Portanto, é uma instituição de grande relevância para refletirmos sobre a história do nosso país e da cidade de Itu”, diz a Profa. Dra. Maria Aparecida de Menezes Borrego, supervisora do Museu.

Foi nesse local que se realizou, em 18 de abril de 1873, uma reunião de políticos, proprietários de fazendas de café, comerciantes, profissionais liberais e artistas para discutir as circunstâncias do país que, posteriormente, passou a se chamar Convenção de Itu, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.

A casa foi transformada em museu após exatos 50 anos, o então “Museu Republicano Convenção de Itu”. Do encontro de 1873, a instituição guarda o Livro de Ata da Convenção e, de seus participantes, uma coleção de pinturas encomendadas pelo diretor do Museu, Afonso Taunay.

Atrações  

Entre as atrações em comemoração ao centenário do Museu Republicano de Itu, estão a abertura da mostra “Taunay, o Museu Republicano e Itu”, sob curadoria da Profa. Dra. Ana Paula Nascimento, e o lançamento do livro “Afonso d’Escragnolle Taunay, volume 8”, organizado pela Academia Ituana de Letras (ACADIL), marcados para o dia 15, às 10h, no Centro de Estudos do Museu.

Destaque também para a abertura das exposições “Circulações da Convenção de Itu”, que vai reunir imagens e objetos contemporâneos que fazem menção ao encontro de 1873, e “Miguelzinho bordado”, com 26 bordados e um arraiolo desenvolvidos por um grupo de artesãs a partir de um conjunto de aquarelas de Miguelzinho Dutra, que faz parte do acervo da instituição. Ambas no dia 18, às 12h, no Centro de Estudos.

Na mesma data, mas em ambiente virtual (no site do Museu Republicano), serão disponibilizados novos documentos para pesquisa; entre eles, as publicações “Solennização do Cincoetenário da Convenção, de 1923, um histórico da instalação do Museu durante as celebrações do cinquentenário da Convenção de Itu” e o Guia do Museu Republicano Convenção de Itu, de 1946.

No dia seguinte, serão realizadas duas oficinas educativas. Em parceria com o Museu da Energia, na oficina “Do ateliê à fotografia – Egner”, destinada ao público infantil, os participantes terão acesso a reproduções de cartões postais realizados pelo fotógrafo Frederico Egner e serão estimulados a recriá-los, a fim de verificarem as transformações urbanas. Já em parceria com a Escola de Cegos Santa Luzia, acontece a oficina “Memórias da Convenção”.

No dia 21, às 17h, o público vai poder conferir a interpretação de músicas sacras e profanas compostas por Miguelzinho Dutra no “Concerto Miguel Arcanjo Benício da Assunção Dutra”, no Centro de Estudos, realizado pelo Coral Vozes de Itu do Museu da Música e do Instituto Cultural de Itu, em parceria com o Museu Republicano.

Por fim, no dia 22, será realizada a oficina educativa “Entre pincéis e aquarelas”, em parceria com o FAMA Museu – Fábrica de Arte Marcos Amaro.

Para mais informações sobre toda a programação, confira o site ou as páginas do Museu Republicano nas redes sociais (Facebook e Instagram).

(Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

Representação do Pavilhão do Brasil na Biennale Architettura 2023 propõe desenhar possíveis futuros e repensar o passado

Veneza, por Kleber Patricio

Fachada do pavilhão brasileiro na 18ª MIA, exposição Terra. Render produzido pelos curadores Gabriela de Matos e Paulo Tavares.

A Fundação Bienal de São Paulo anuncia o projeto que ocupará o Pavilhão do Brasil na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura (18 MIA), La Biennale di Venezia [Bienal de Veneza]. A exposição tem curadoria conjunta dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares e conta com a participação dos seguintes colaboradores, agora anunciados: Ana Flávia Magalhães Pinto, Ayrson Heráclito, Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA), coletivo Fissura, Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho), Juliana Vicente, Leandro Vieira, povos indígenas Mbya-Guarani, povos indígenas Tukano, Arawak e Maku, Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá), Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias.

Partindo de uma reflexão entre o Brasil de ontem, o de hoje e aquele porvir, a mostra coloca a terra no centro do debate tanto como poética quanto elemento concreto no espaço expositivo. Para isso, todo o pavilhão será aterrado, colocando o público em contato direto com a tradição das moradias indígenas, quilombolas e sertanejas, além dos terreiros de candomblé.

“Nossa proposta curatorial parte de pensar o Brasil enquanto terra – terra como solo, adubo, chão e território, mas também terra em seu sentido global e cósmico, como planeta e casa comum de toda a vida, humana e não humana. Terra como memória e também como futuro, olhando o passado e o patrimônio para ampliar o campo da arquitetura frente às mais prementes questões urbanas, territoriais e ambientais contemporâneas”, contam os curadores.

Elementos de habitações populares brasileiras estão presentes na mostra já na entrada no pavilhão brasileiro, em contraste com os traços modernistas do prédio, caso dos gradis com o símbolo sankofa – pertencente a um sistema de escrita africano denominado Adinkra, dos povos acã da África ocidental, que foi muito usado nos desenhos de gradis, podendo ser visto em grande parte das cidades brasileiras e quer dizer “olhar para o conhecimento de nossos antepassados em busca de construir um futuro melhor”. Uma bandeira verde e rosa, de Leandro Vieira, também integra esse local de recepção, contrapondo-se à nacional. Nela, o emblema “ordem e progresso” é substituído pelos sujeitos que evocam a relação com a terra evocada pelos curadores chão: “índios, negros e pobres”.

A primeira galeria do edifício modernista é chamada pelos curadores de “Brasília Território Quilombola”, questionando o imaginário em torno da versão de que a capital do Brasil foi construída em meio ao nada, uma vez que indígenas e quilombolas que habitavam o lugar já eram retirados da região desde o período das Bandeiras, sendo finalmente empurrados para as periferias com a imposição da cidade moderna. Desse modo, o que se pretende expor é uma imagem territorial, arquitetônica e patrimonial mais complexa, diversa e plural da formação nacional e da modernidade no Brasil, apresentando outras narrativas por meio de arquiteturas e paisagens negligenciadas pelo cânone arquitetônico urbano, como a do Quilombo Kalunga, o maior do país, que se encontra a 250 km de Brasília. Com múltiplos formatos, as obras que preenchem a galeria vão da projeção de uma obra audiovisual da cineasta Juliana Vicente e criada em conjunto com a curadoria, comissionada para a ocasião, passando por uma seleção de fotografias de arquivo, organizada pela pesquisadora Ana Flávia Magalhães Pinto, ao mapa etno-histórico do Brasil de Curt Nimuendajú e o mapa Brasília Quilombola.

A segunda galeria, batizada de “Lugares de Origem, Arqueologias do Futuro”, nos recepciona com a projeção de dois vídeos de Ayrson Heráclito – O Sacudimento da Casa da Torre e O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée, ambos de 2015 – e se volta para as memórias e a arqueologia da ancestralidade. Ocupada por projetos e práticas socioespaciais de saberes indígenas e afro-brasileiros acerca da terra e do território, a curadoria parte de seis referências essenciais: Casa da Tia Ciata, no contexto urbano da Pequena África no Rio de Janeiro; a Tava, como os Guarani chamam as ruínas das missões jesuítas no Rio Grande do Sul; o complexo etnogeográfico de terreiros em Salvador; os Sistemas Agroflorestais do Rio Negro na Amazônia e a Cachoeira do Iauaretê dos Tukano, Aruak e Maku. A exibição demonstra o que várias pesquisas científicas comprovam: que terras indígenas e quilombolas são os territórios mais preservados do Brasil. Suas práticas, tecnologias e costumes, ligados ao manejo e produção da terra, como outras formas de fazer e de compreender a arquitetura, estão situadas na terra, são igualmente universais e carregam em si o conhecimento ancestral para ressignificar o presente e desenhar outros futuros.

Para José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, “A Mostra Internacional de Arquitetura da Biennale di Venezia é um espaço privilegiado para o debate das questões mais urgentes em arquitetura e urbanismo, campo que, em última instância, reflete sobre nossas dinâmicas de vida a partir do uso e compartilhamento de espaços comuns, enquanto sociedade. Em um momento de grandes desafios enfrentados pela humanidade, realizar a exposição proposta pelos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares é uma maneira de dar visibilidade a pesquisas e práticas que podem contribuir para a elaboração coletiva de nosso futuro”.

Sobre os curadores

Os curadores Gabriela de Matos e Paulo Tavares. Foto: divulgação.

Gabriela de Matos é arquiteta e urbanista afro-brasileira, nascida no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, e cria projetos multidisciplinares com o objetivo de promover e destacar a cultura arquitetônica e urbanística brasileira a partir das lentes de raça e gênero. É graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas (2010) e especializou-se em sustentabilidade e gestão do ambiente construído pela UFMG. Mestranda do Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP (2016). Atualmente é professora na graduação de arquitetura e urbanismo da Escola da Cidade. É CEO do Estúdio de Arquitetura – Gabriela de Matos, criado em 2014. Foi co-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no departamento de São Paulo, gestão (2020-2022). É fundadora do projeto Arquitetas Negras (2018), que mapeia a produção de arquitetas negras brasileiras. Pesquisa arquitetura produzida em África e sua diáspora com foco no Brasil. Entre outras, propõe ações que promovam o debate de gênero e raça na arquitetura como forma de dar visibilidade à questão. Foi premiada como Arquiteta do Ano 2020 pelo IAB RJ.

Paulo Tavares explora as interfaces entre arquitetura, culturas visuais, curadoria, teoria e advocacia. Operando através de múltiplas mídias e meios, seu trabalho abre uma arena colaborativa voltada para a justiça ambiental e narrativas contra-hegemônicas na arquitetura. Seus projetos e textos foram apresentados em várias exposições e publicações nacionais e internacionais, incluindo Harvard Design Magazine, The Architectural Review, Oslo Architecture Triennial, Istanbul Design Biennale, e a 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva. Tavares foi cocurador da Bienal de Arquitetura de Chicago 2019 (EUA) e, atualmente, é membro do conselho curatorial da segunda edição da Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023 (EAU). Foi curador dos projetos Acts of Repair (Preston Thomas Memorial Symposium, Universidade de Cornell, EUA), e Climate Emergency > Emergence, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) de Lisboa (Portugal). Tavares é autor de vários textos e livros que questionam os legados coloniais da modernidade, incluindo Forest Law/Floresta Jurídica (2014), Des-Habitat (2019), Memória da terra (2019), Lúcio Costa era racista? (2020) e Derechos No-Humanos (2022).

Sobre a participação brasileira na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura da Biennale di Venezia

A prerrogativa da Fundação Bienal de São Paulo na realização da representação oficial do Brasil nas bienais de arte e arquitetura de Veneza é fruto de uma parceria de décadas com o Governo Federal, que outorga à Fundação Bienal a responsabilidade pela nomeação da curadoria e pela concepção e produção das mostras em reconhecimento à excelência de seu trabalho no campo artístico-cultural. Organizadas com o intuito de promover a produção artística brasileira no mais tradicional evento de arte do mundo, as exposições ocorrem no Pavilhão do Brasil, projetado por Henrique Mindlin e construído em 1964.

Pavilhão do Brasil na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia

Exposição: Terra

Comissário: José Olympio da Veiga Pereira, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo

Curadoria: Gabriela de Matos e Paulo Tavares

Participantes: Ana Flávia Magalhães Pinto, Ayrson Heráclito, Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva, coletivo Fissura, Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho), Juliana Vicente, Leandro Vieira, povo indígena Mbya-Guarani, povos indígenas Tukano, Arawak e Maku, Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá), Thierry Oussou, Vídeo nas Aldeias

Local: Pavilhão do Brasil

Endereço: Giardini Napoleonici di Castello, Padiglione Brasile, 30122, Veneza, Itália

Data: 20 de maio a 26 de novembro de 2023

Preview para imprensa e profissionais: 18 e 19 de maio de 2023.

(Fonte: Index Conectada)