No último dia 23 de abril 23 de abril, educação amazonense viveu um momento histórico


Manaus
O Projeto GURI, programa de educação musical e inclusão sociocultural da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo, já atendeu cerca de um milhão de crianças e adolescentes desde sua criação, em 1995, e chegou a 270 cidades do Estado.
São três Polos Regionais do GURI na região de Campinas: dois no próprio município e mais um na cidade de Piracicaba. Somados os três espaços, são mais de 680 vagas e, entre os cursos oferecidos, estão percussão, viola caipira, violão, coral, violino contrabaixo, iniciação musical e saxofone, entre outros.
Grupos de Referência
Formados por alunos e alunas de diferentes polos do Projeto GURI, os grupos têm papel de referência e motivação para os demais integrantes do projeto. Os Grupos de Referência oferecem a experiência de compromisso, responsabilidade e execução de repertório qualificado, com desafios técnicos e artísticos compatíveis com o estágio de desenvolvimento musical. Implantados em 2010, os Grupos integram 381 Guris e Gurias.
Cada grupo ensaia duas vezes por semana, com carga horária de quatro horas semanais. Os ensaios acontecem nos polos-sede distribuídos por 13 cidades: Araçatuba, Bauru, Franca, Itaberá, Jundiaí, Lorena, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto e Sorocaba.
Serviço:
Polo Campinas
Endereço: Rua Mário Siqueira, 829, Botafogo – Campinas/SP
Funcionamento: terça e quinta, das 13h30 às 18h
Cursos oferecidos: coral, cordas agudas: violino/viola, cordas graves: violoncelo/contrabaixo, iniciação musical, madeiras: clarinete/flauta transversal/saxofone, metais: eufônio/trombone/trompete, percussão
Vagas oferecidas: 186
Polo Nelson Mandela (Campinas)
Endereço: Rua Carmen de Angelis Nicoletti, s/nº, DIC V – Campinas/SP
Funcionamento: quarta e sexta, das 13h30 às 17h30
Cursos oferecidos: percussão, viola caipira, violão
Vagas oferecidas: 93
Polo Piracicaba
Endereço: Avenida Doutor Paulo de Moraes, 1.682, Paulista – Piracicaba/SP
Funcionamento: segunda e quarta, das 8h às 11h/13h30 às 19h
Cursos oferecidos: coral, cordas agudas: violino/viola, cordas graves: violoncelo/contrabaixo, iniciação musical, madeiras: clarinete/flauta transversal/saxofone, metais: eufônio/trombone/trompete, percussão. No local funciona também o Coral Infanto-juvenil do Guri de Piracicaba.
Vagas oferecidas: 416.
(Fonte: Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)
O Brasil, por sua extensão territorial e imensa biodiversidade, é personagem central nas discussões sobre a mitigação das mudanças climáticas causadas pela poluição e pelo uso indiscriminado dos recursos naturais. Por isso, possui também longo histórico de legislações que tratam do assunto. Para refletir sobre o passado, presente e futuro das políticas ambientais no país, 69 especialistas compartilham suas análises no livro “Proteção ao Meio Ambiente no Brasil”, lançamento da editora Almedina Brasil.
A obra, um compilado de 40 artigos assinados por advogados, engenheiros, economistas, biólogos, químicos, geólogos e outros profissionais, tem coordenação especial da professora Patrícia Iglecias. Advogada, superintendente de Gestão Ambiental e professora associada da USP, ela foi secretária do Meio Ambiente e presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). É considerada referência em proteção ambiental. As advogadas Fernanda Abreu Tanure e Caroline Marques Leal Jorge Santos e o químico Jorge Luiz Nobre Gouveia também coordenaram o livro.
A evolução do debate acerca das questões ambientais ao longo de 30 anos desde a realização da Eco-92, em 1992, permeiam as reflexões apresentadas. O título cobre tópicos relacionados ao clima e questões globais, gestão e legislação ambiental, proteção à biodiversidade e aos recursos naturais, diagnóstico e monitoramento da qualidade ambiental e controle ambiental. Os textos tratam ainda de temas como Fundo Amazônia, manutenção da camada de ozônio, Código Florestal Brasileiro, Política Nacional de Biodiversidade, atenção aos recursos hídricos e recuperação de ecossistemas.
Olhando em retrospecto os 30 anos que se passaram desde a Eco-92 até a COP 27, do Rio de Janeiro a Sharm El-Sheikh, no Egito, parece nítida a existência de uma linha de evolução que o direito ambiental e os mecanismos de proteção ambiental experimentaram nesse período. Em grande medida, é exatamente disso que tratam muitos dos artigos selecionados para esta obra. […] Olhando para o período entre a Eco-92 e a COP 27, fica claro que o direito ambiental ganhou amplitude. Inicialmente havia uma visão um tanto restrita ao ambiente natural, limitando-se o direito ambiental aos aspectos da fauna e da flora, sem considerar a multiplicidade do vocábulo e a magnitude dos desafios que sua proteção foi impondo até o contexto atual. (Proteção ao Meio Ambiente no Brasil, pg. 29)
Sem descolar da realidade e em reconhecimento da necessidade de desenvolver o país, os especialistas mostram como a interdependência entre negócios e clima estende-se por todos os setores. Por isso, é estratégico para as empresas conhecerem como os mecanismos dessa área funcionam hoje e visualizar as tendências de como funcionarão no futuro. Somente assim, segundo os autores, será possível criar iniciativas produtivas que gerem riqueza para a nação, mas também respeitem a natureza.
“Proteção ao Meio Ambiente no Brasil” lança olhar para o mundo ideal e cria pontes para a construção de um futuro focado no bem-estar ambiental. A partir das informações compiladas na obra, o leitor terá ferramentas para tomar consciência e torna-se agente da mudança. “Há muitos exemplos de que podemos e devemos mudar para melhor. Essa é a minha visão. Se houver várias pessoas com essa visão, com certeza é possível melhorar muito. É uma construção de pessoas”, convida a professora Patrícia Iglecias.
Ficha técnica
Livro: Proteção ao Meio Ambiente no Brasil – Passado, Presente e Futuro: Estudos em Homenagem a Patrícia Iglecias
Coordenação: Patrícia Iglecias, Fernanda Abreu Tanure, Jorge Gouveia e Caroline Marques Leal Jorge Santos
Editora: Almedina Brasil
ISBN: 9786556278100
Páginas: 868
Formato: 16x23x3,5
Preço: R$299,00
Onde encontrar: Almedina Brasil
Sobre os coordenadores:
Patrícia Iglecias – Advogada, Livre-Docente, Doutora e Mestre pela USP. Superintendente de Gestão Ambiental e Professora Associada da USP. Foi secretária do Meio Ambiente e presidente da Cetesb.
Fernanda Abreu Tanure – Advogada, mestranda em Direito Civil pela USP. Pós-Graduada em Direito Ambiental pela PUCSP. Gerente do Departamento Jurídico da Cetesb.
Jorge Luiz Nobre Gouveia – Químico Industrial pela UFPB. Doutor em Ciências pelo IPEN. Mestre em Saúde Pública pela USP. Chefe de gabinete e gerente do Departamento de Desenvolvimento da Cetesb.
Caroline Marques Leal Jorge Santos – Advogada, Mestre e doutoranda em Direito Civil pela USP. Pesquisadora do GEAMA/USP e professora. Foi chefe de gabinete da Cetesb e assessora da SMA/SP.
Sobre a editora
Fundada em 1955, em Coimbra, a Almedina orgulha-se de publicar obras que contribuem para o pensamento crítico e a reflexão. Líder em edições jurídicas em Portugal, a editora publica títulos de Filosofia, Administração, Economia, Ciências Sociais e Humanas, Educação e Literatura. Em seu compromisso com a difusão do conhecimento, ela expande suas fronteiras além-mar e hoje traz ao público brasileiro livros sobre temas atuais, em sintonia com as necessidades de uma sociedade em constante mutação.
Conheça as redes sociais da editora: Instagram – Almedina Brasil | Instagram – Almedina Jurídico | Site | LinkedIn | Facebook.
(Fonte: LC Agência de Comunicação)
A ESPM, uma das mais conceituadas escolas de negócios do país, lança o Programa Jovem Inusitado, iniciativa de capacitação complementar para estudantes de escolas públicas. A proposta tem como objetivo criar uma ponte entre o ensino médio e a educação profissional preparando os estudantes para os vestibulares de instituições públicas e privadas, além de capacitá-los para atuarem no mercado de trabalho.
O curso preparatório vai além do reforço escolar e mira desenvolver habilidades interpessoais e raciocínio lógico, com aulas focadas em resultados, capacitação técnica e comportamental. “Acreditamos no fortalecimento de uma cultura de aprendizagem continuada para que os jovens sigam na educação superior após o ensino médio e, também, como alternativa para que consigam a primeira oportunidade no mercado de trabalho como Jovem Aprendiz”, diz Maria Carolina Conejero, coordenadora do Programa Jovem Inusitado.
Para as duas primeiras turmas foram selecionados 50 alunos de escolas públicas de São Paulo, entre 16 e 22 anos, com renda familiar de até três salários mínimos. As aulas acontecem aos sábados, em período integral, no Campus ESPM São Paulo, no bairro Vila Mariana.
O programa terá duração semestral e carga horária de 120 horas, com acesso dos alunos a toda infraestrutura da ESPM, como laboratório de informática, salas de aula e de estudos, além do uso de uma plataforma de aprendizagem para plantões semanais, com educadores para tirar dúvidas sobre exercícios. Os estudantes receberão também alimentação no local, material didático e uniforme.
Além das aulas de português, matemática e projeto de vida, os alunos terão a oportunidade de participar de vivências do Enem com simulações de prova e de redação. Ao final do curso, os estudantes receberão diploma da ESPM e terão acompanhamento por até dois anos pelo núcleo de oportunidades da escola para que possam participar de processos seletivos da ESPM e de parceiros como Jovem Aprendiz, além de concorrer a vagas para bolsas de estudos.
Essa é a primeira edição do programa, que já prevê novas turmas no segundo semestre, com a abertura das inscrições prevista para março deste ano. “O que muda de fato um país é a educação fundamental. Esse projeto que estamos começando não tem a pretensão de substituir o importante trabalho que as escolas públicas têm desempenhado. Nossa ambição é contribuir para que os jovens possam se distinguir, aprender cada vez mais, porque quanto mais aprendemos, melhores profissionais e pessoas nos tornamos”, diz Dalton Pastore, presidente da ESPM.
(Fonte: Nova PR)
A música pop da Amazônia pulsa bem dentro da alma em “Sentimental”, terceiro álbum da cantora e compositora paraense Aíla, que roda o país com a turnê que leva o nome do disco, lançado em 2019. A cantora recebe a sua conterrânea Fafá de Belém para apresentação, no dia 26/4, quarta, 21h, no Show da Praça.
Nascida na Terra Firme, periferia de Belém, a artista traz os sons das bordas do Brasil para o palco em um show que é uma avalanche visual e rítmica – com brega, calypso, brega funk, piseiro e carimbó. O repertório é romântico, com refrões chicletes e forte apelo popular. “Neste novo trabalho, eu quis falar de amor, o tema mais popular de todos os tempos. O amor romântico, o amor doído, o amor debochado. A desilusão, o flerte, as mil facetas que envolvem a emoção e os encontros da nossa existência. Somos complexos e contraditórios, e isso é lindo”, conta Aíla sobre a turnê que roda o país e chega a São Paulo no SESC Bom Retiro.
Esta não é a primeira vez que Aíla canta ao lado de Fafá de Belém, mas a primeira vez que Fafá participa do show da turnê “Sentimental”: “Cantar com a Fafá tem sido sempre uma emoção diferente. Fizemos um show ano passado no Rock in Rio, foi histórico, depois participei do show dela no Réveillon da Avenida Paulista e agora ela, supergenerosa, vem participar do meu show da Turnê Sentimental pela primeira vez, no SESC Bom Retiro; vai ser um estouro”, conta a cantora empolgada com a apresentação.
No show, novas versões de sucessos de Fafá de Belém serão apresentadas pela dupla: “Eu amo a Fafá, ela é uma super-referência, grande artista brasileira, estamos preparando hits dela em versões novas, como ‘Foi Assim’ e ‘Abandonada’. E vamos colocar o povo pra dançar com muito carimbó”, completa a cantora.
Para esta apresentação, Aíla sobe ao palco ao lado de Arthur Kunz (bateria e samples), Franci Oliver (percussão e vocais), Allen Alencar (guitarra e vocais), João Paulo Deogracias (baixo e vocais) e Pedro Regada (sanfona e teclados). A direção musical e artística é assinada pela própria Aíla e a direção visual e cenografia, pela artista visual Roberta Carvalho.
Abril e maio: Músicas na Música continua com mais shows valorizando as mulheres no palco com artistas dos mais variados estilos e gêneros. Shows gratuitos, às 17h. Las Fanfarronas (dia 1/4), Bruna Black (dia 8/4), Ayô Tupinambá (dia 15/4), Vertentes Violeiras (dia 21/4, 16h), Bruna Alimonda (dia 22/4), Martina Marana (dia 29/4). Aula-show: Cavaco e Bandolim com Nilze Carvalho (dia 28/4, 18h30). Shows no Teatro. Lívia Mattos (dia 28/4, sexta, das 20h às 21h30. Local: Teatro. Ingresso – R$40 Inteira, R$20 Meia e R$12 Credencial Plena. 10 anos). Nilze Carvalho (dias 29 e 30/4, sábado, às 20h e domingo, às 18h. Ingresso – R$40 Inteira / R$20 Meia / R$12 Credencial Plena. 10 anos) e Samba das Mil e Umas (dia 1/5).
Serviço:
Aíla participação Fafá de Belém – Show da Praça
Dia 26/4, quarta, 21h
18 anos. Local: Praça de convivência.
R$50 (Inteira), R$25 (Meia) e R$15 (Credencial Plena)
Venda de ingressos a partir de 18/4, às 12h, pelo Portal SESC, e 19/4, às 17h, em todas as Unidades do SESC.
Máscara: É recomendável o uso de máscara nos espaços fechados do SESC. Nos ambientes de acesso às clínicas odontológicas, ambulatórios e locais de exames dermatológicos, o uso continua obrigatório.
Estacionamento do SESC Bom Retiro - (Vagas Limitadas)
O estacionamento do SESC oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.
Valores: R$5,50 a primeira hora e R$2 por hora adicional (Credencial Plena). R$12 a primeira hora e R$3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$7,50 (Credencial Plena). R$15 (Outros).
Horários: terça a sexta: 9h às 20h. Sábado: 10h às 20h; domingo: 10h às 18h. Importante: em dias de espetáculos o estacionamento funciona até o término da apresentação.
Transporte gratuito: O SESC Bom Retiro oferece transporte gratuito partindo da estação da Luz. O embarque e desembarque ocorre na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz. Horários: Ida – quarta, 20h às 22h. Volta – ao término do espetáculo de volta à Estação Luz.
SESC Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos, São Paulo – SP. Telefone: (11) 3332-3600
Siga o @SescBomRetiro nas redes sociais | Facebook, Instagram e Youtube.
(Fonte: Assessoria de imprensa SESC Bom Retiro)
Uma das principais fotógrafas de sua geração, Claudia Andujar (1931) dedicou sua vida e obra ao povo Ianomâmi. Seu vasto acervo, que conta parte importante da história do país, será incorporado ao conjunto de acervos preservados pelo Instituto Moreira Salles.
O conjunto tem mais de 40 mil fotogramas, além de documentos e publicações, entre outros itens. Grande parte das fotografias foi feita na Terra Indígena Ianomâmi nas décadas de 1970 e 1980, antes de sua demarcação, que ocorreu apenas em 1992. O acervo inclui também fotos feitas entre os anos 1950 e 1970, período em que a artista documentou o Brasil e outros países da América Latina e trabalhou para revistas importantes, como a extinta Realidade.
A obra de Andujar também é notícia no circuito internacional. Entre 3 de fevereiro e 16 de abril, o centro cultural The Shed, em Nova York (EUA), apresenta a exposição “A luta Yanomami”, organizada pelo IMS em parceria com a própria instituição, a Fundação Cartier de Arte Contemporânea, a Hutukara Associação Yanomami e o Instituto Socioambiental (ISA).
A mostra é uma versão ampliada da exposição “Claudia Andujar: a luta Yanomami”, apresentada no IMS Paulista e IMS Rio, em 2018 e 2019, e em instituições europeias, como a Fundação Cartier, em Paris, o Barbican Centre, em Londres, e a Fundação Mapfre, em Barcelona, entre outras.
A nova versão da exposição apresenta não apenas a colaboração de Andujar com o povo Ianomâmi, que culminou com a demarcação da Terra Indígena em 1992, como uma nova geração de artistas Ianomâmis contemporâneos que têm usado o cinema, o desenho e a pintura para tratar de suas visões de mundo e amplificar a luta por direitos e soberania. Após passar por Nova York, a exposição seguirá para a Cidade do México e Puebla (México), Bogotá (Colômbia) e Santiago (Chile) – veja a itinerância completa no serviço.
O coordenador do Departamento de Fotografia Contemporânea do IMS e curador da exposição, Thyago Nogueira, comenta a chegada do acervo: “Andujar é uma das maiores artistas brasileiras vivas, com uma contribuição inestimável à história política e social do país. Seu arquivo é um capítulo inteiro da história da fotografia brasileira. Sua parceria com o líder e xamã Davi Kopenawa e sua colaboração ampla com o povo Ianomâmi, seja na produção artística, nas campanhas de vacinação ou na demarcação da terra indígena, são exemplares e admiráveis, com efeitos duradouros para o país. Andujar deu um sentido profundo à sua fotografia ao construir seu trabalho a partir de uma postura ética inegociável. Ao longo da vida, sua arte se transformou em uma plataforma para o povo Ianomâmi, que também será responsável por pensar e difundir essas imagens. Depois de 10 anos de trabalhos conjuntos com Claudia, é uma honra e uma responsabilidade preservar e difundir seu legado. Espero que a vinda de seu acervo também transforme a forma como enxergamos nossos próprios acervos fotográficos e sua missão artística”.
O curador ressalta ainda a importância da circulação da obra de Claudia no exterior: “A circulação da obra de Andujar no exterior é importante não apenas para que o tamanho de sua contribuição seja devidamente reconhecido no cânone internacional como para mostrar ao mundo a relação estreita que se pode construir entre a arte e a defesa da vida, entre a proteção ambiental e a justiça social”.
Mais sobre a artista e o acervo
Claudia Andujar nasceu na Suíça em 1931 e cresceu na região da Transilvânia. Sua família paterna, de origem judaica, foi morta nos campos de concentração de Auschwitz e Dachau. Para escapar da perseguição, fugiu para os Estados Unidos e depois para o Brasil, em 1955. Aqui, começou a fotografar e construiu uma carreira no jornalismo. Em 1971, registrou os Yanomami pela primeira vez. O encontro mudou a vida da artista, que voltou inúmeras vezes ao território para fotografar aquela cultura, ainda relativamente isolada. A partir de então, dedicou sua carreira a documentar o território e a lutar, junto a lideranças indígenas e ativistas, pela demarcação do território, homologada pelo Estado brasileiro em 1992.
O acervo inclui itens relacionados a toda a carreira de Claudia. Entre as imagens produzidas antes do seu engajamento na causa indígena, é possível destacar as reportagens que realizou para a revista Realidade, uma das principais publicações do período, de 1966 a 1971. Para a revista, registrou temas como a intensa atividade de uma parteira na pacata cidade de Bento Gonçalves (RS); a situação dos pacientes do Hospital Psiquiátrico do Juqueri e a deportação de migrantes desempregados pelo estado de São Paulo. Há ainda ensaios experimentais que Claudia desenvolveu em São Paulo a partir de seu interesse pela cidade e pela alma feminina, como as séries “Rua Direita” e “A Sônia”.
Maior parte do conjunto, as fotografias produzidas no território indígena, localizado nos estados de Roraima e Amazonas, foram tiradas entre os anos 1970 e 1980. Nas imagens feitas em suas primeiras viagens à região, Claudia documenta as atividades diárias dos Ianomâmi na floresta e nas malocas, além dos rituais xamânicos. Um dos conjuntos mais importantes do período é o registro das festas reahu, cerimônias funerárias e de aliança entre comunidades.
Conforme passava mais tempo na floresta, a artista modificava sua perspectiva e seu trabalho, distanciando-se do fotojornalismo e se aproximando do universo indígena, como afirma Nogueira: “Ao interpretar a sociedade Ianomâmi com imagens e não palavras, como faziam a antropologia e o jornalismo, Andujar oferecia uma nova camada de significados”.
Outro destaque do acervo são os documentos que mostram o ativismo da artista e de diversas lideranças pela criação da reserva indígena. Em 1977, a fotógrafa foi expulsa pela Funai e impedida de voltar à área. Diante dos avanços depredatórios promovidos pelo governo militar, Claudia, o missionário Carlo Zacquini e o antropólogo Bruce Albert, entre outros ativistas, fundaram em 1978 a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY). Durante os 13 anos seguintes, a CCPY atuou ativamente na luta pela demarcação, homologada em 1992. O material que agora chega ao IMS traz manifestos e relatórios da CCPY, matérias de imprensa nacional e internacional que denunciam a devastação do território e registros das campanhas de vacinação realizadas na região, cujas fotografias depois se transformaram na famosa série “Marcados”, entre outros itens.
Sobre sua produção e ativismo, Claudia afirma, em texto publicado no catálogo da exposição “A luta Yanomami”: “Estou ligada aos povos indígenas, à terra, à luta primária. Tudo isso me comove profundamente. Tudo parece essencial. Sempre procurei a resposta à razão da vida nessa essencialidade. E fui levada para lá, na mata amazônica, por isso. Foi instintivo. À procura de me encontrar”. Ainda em relação à sua amizade e aproximação com os Ianomâmi, complementa: “Penso que o mais importante é a oportunidade de apresentar as pessoas a outro aspecto do nosso mundo. Ao mesmo tempo, este outro aspecto do nosso mundo permite-nos reconhecer-nos nos outros seres humanos que merecem viver as suas vidas como eles desejam e de acordo com a sua própria compreensão do mundo.”
Sobre a itinerância
Concebida inicialmente pelo IMS, a exposição “Claudia Andujar: a luta Yanomami” foi exibida inicialmente no IMS Paulista, em 2018, e no IMS Rio, em 2019. Em 2020, começou sua itinerância pela Europa. Neste ano, para a inauguração no The Shed, em Nova York, a mostra foi expandida para incluir mais 50 desenhos e pinturas dos artistas Yanomami André Taniki, Ehuana Yaira, Joseca Mokahesi, Orlando Nakɨ uxima, Poraco Hɨko, Sheroanawe Hakihiiwe e Vital Warasi, assim como do líder e xamã Davi Kopenawa. Os visitantes também encontram filmes e curtas dos cineastas Yanomami Aida Harika, Edmar Tokorino, Morzaniel Ɨramari e Roseane Yariana.
Itinerância internacional:
2020
Fundação Cartier pela Arte Contemporânea, Paris, França
Trienal de Milão, Itália
2021
Fundação Mapfre, Barcelona, Espanha
Barbican Centre, Londres, Inglaterra
Fotomuseum, Winterthur, Suíça
2023
The Shed, Nova York, EUA – 3 de fevereiro a 16 de abril de 2023
Museo Universitario Arte Contemporáneo (MUAC), Cidade do México, México – maio a outubro de 2023
Museo Amparo, Puebla, México – novembro de 2023 a março de 2024
2024:
Museo de Arte del Banco de La República, Bogotá, Colômbia
Centro Cultural La Moneda, Santiago, Chile
Links para consulta:
Exposição no IMS: clique aqui
Site em 4 idiomas sobre a exposição: clique aqui
Publicações sobre Claudia Andujar lançadas pelo IMS: No lugar do outro | Claudia Andujar – A luta Yanomami.
(Fonte: Instituto Moreira Salles)