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Estudo mostra que afloramentos rochosos da Mata Atlântica Capixaba servem de refúgio para orquídeas e bromélias

Espírito Santo, por Kleber Patricio

Foto: Terence Nascentes/IEMA.

Estudo inédito publicado na terça-feira (2) na revista científica “Biodiversity and Conservation” mostra que os afloramentos rochosos da Mata Atlântica Capixaba atuam como área de refúgio para plantas epífitas – plantas que vivem sobre outras plantas sem parasitá-las, como orquídeas, bromélias e samambaias. Os afloramentos rochosos, constituídos de granito e gnaisse, são conhecidos entre os cientistas como inselbergs – a palavra tem origem alemã: insel, de ilha; berg, de montanha. Naturalmente, rodeados pela floresta, são como “ilhas de habitat terrestres” que escaparam da intervenção humana em grandes proporções, o que permitiu essa característica de refúgio para espécies botânicas, muitas delas ameaçadas de extinção.

Para entender o papel dos inselbergs como refúgio para a flora de epífita no estado do Espírito Santo, os pesquisadores do Instituto da Mata Atlântica (INMA) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro combinaram dois bancos de dados nacionais de flora online (Reflora e Jabot), dados de espécies coletadas pelos autores e estudos publicados anteriormente.

Nas paisagens do Espírito Santo, os inselbergs representam grandes maciços rochosos que se destacam em meio a plantações agrícolas, pastagens e áreas de vegetação nativa da Mata Atlântica. Sua flora é adaptada a viver em condições ambientais extremas (solos incipientes ou ausentes, altas temperaturas e escassez de água), distintas daquelas que ocorrem nas paisagens naturais do seu entorno. Entretanto, durante o trabalho, os pesquisadores foram surpreendidos: os inselbergs capixabas abrigam um número elevado de espécies epifíticas (266 espécies), sendo que mais de 75% das espécies registradas neste estudo são típicas da Mata Atlântica do entorno.

“Possivelmente, as árvores presentes nos inselbergs constituem as únicas chances de sobrevivência das epífitas nativas. Muitas delas são endêmicas e ameaçadas de extinção”, destaca Talitha Mayumi Francisco, pesquisadora do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). Portanto, os inselbergs capixabas desempenham um papel importante na conservação da biodiversidade de epífitas e podem ser considerados um refúgio, pois abrigam elementos dessa flora abundante na matriz e que por vezes concebem as únicas chances de sobrevivência para epífitas nativas.

No estudo, os pesquisadores propuseram pela primeira vez o termo “epífita especialista em rocha” para aquelas espécies endêmicas de inselberg – ou seja, epífitas que ocorrem exclusivamente em ecossistemas rochosos, geralmetne sobre espécies de Vellozia – que somaram aproximadamente dois por cento das espécies listadas. Apesar de poucas espécies serem classificadas nessa categoria, esse grupo merece atenção especial do ponto de vista evolutivo, em que o processo de especiação levou a uma relação muito “estreita” com arbustos endêmicos desses ecossistemas.

Epífitas vasculares representam um grupo muito diversificado nas florestas tropicais úmidas do mundo, principalmente na América Tropical. “Além disso, as epífitas têm números alarmantes de espécies ameaçadas de extinção porque dependem diretamente do apoio estrutural oferecido pelas árvores para sua sobrevivência. Ao passo que grandes extensões de florestas primitivas foram derrubadas para diversos fins, junto com essas árvores perdeu-se um número imensurável de espécies epífitas, que morreram junto a suas árvores-mães”, explica Dayvid Rodrigues Couto, pesquisador do INMA e um dos pioneiros no estudo das epífitas de inselbergs no Brasil.

Os inselbergs escaparam da devastação direta por não atraírem interesse agrícola. “Com isso, esses ecossistemas foram preservados do impacto humano e mantiveram seu caráter de refúgio. Entretanto, inúmeros impactos ameaçam a diversidade da flora nos inselbergs capixabas, sendo o mais grave a mineração de rochas ornamentais, resultando na perda de habitats e na consequente ameaça a várias espécies botânicas”, alerta Talitha.

“Os inselbergs raramente foram considerados no contexto da degradação dos ecossistemas naturais terrestres. Infelizmente, não há estimativas confiáveis sobre as taxas globais de destruição desse ecossitema, o que é necessário, com urgência, para a definição de estratégias de conservação eficazes”, destaca Cláudio Fraga, pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e um dos autores deste estudo.

“Conhecer as espécies que ocorrem nos ecossistemas naturais tropicais é um grande desafio de biólogos conservacionistas. Com os resultados das pesquisas, é possível planejar ações para preservação de espécies, manejo e restauração ecológica e criação de reservas. Esperamos que nosso estudo contribua para o direcionamento de políticas de conservação e sirva de base para que os órgãos ambientais atuem com mais rigor na fiscalização e proteção desse ecossistema”, finaliza Talitha.

(Fonte: Agência Bori)

Brasil tem oito famílias prontas para adotar por cada criança disponível, mas fila de espera é longa

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro. Fotos: divulgação.

O resultado não bate. O Brasil soma hoje 33.325 pretendentes para adoção e 4.318 crianças disponíveis para serem adotadas, segundo dados do Sistema Nacional de Adoção (SNA). Há quase oito famílias interessadas para cada criança e a procura é bem maior que a demanda. Mesmo assim, a fila de famílias que esperam pelo filho é longa, quase do mesmo tamanho da demanda. Isso acontece porque 26% dos candidatos à adoção desejam crianças brancas, 58% querem menores de 4 anos de idade, 61% não aceitam adotar irmãos e 57% buscam crianças sem nenhuma doença, conforme o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Das 4.318 crianças disponíveis para adoção no Brasil, apenas 654 têm menos de 4 anos de idade, o que representa 15% do total. A grande maioria, 63%, tem mais de 6 anos de idade e 34% já são adolescentes, com 14 anos ou mais, 1.467 jovens que cresceram sem uma família. De acordo com os dados do SNA, a maioria das crianças disponíveis para adoção – 54% – é parda, 28% são brancas e 17% pretas.

Ainda que seja um tema carregado de tabus, a adoção vem ganhando maior visibilidade no Brasil. A partir deste ano, foi incluída no calendário nacional, a partir de publicação no Diário Oficial da União, a Semana Nacional da Adoção, celebrada na semana anterior ao Dia Nacional da Adoção, em 25 de maio. Pela primeira vez, haverá um período específico para dar publicidade ao assunto, promover campanhas e divulgar informações para provocar reflexão, conscientizar e sensibilizar a população.

A falta de literatura sobre adoção inquietou a servidora pública federal especialista em neurociências do comportamento, pós-graduada em Educação Infantil e escritora, Lisandra Barbiero. Adotada aos 7 meses, ela se debruçou em pesquisas sobre o tema e escreveu três livros e um e-book. Lisandra também é mentora do primeiro curso de adoção de abordagem emocional, psicológica e educativa, sob a ótica de quem viveu na prática a experiência.

A autora.

A dedicação de Lisandra tem como proposta combater os preconceitos que ainda permeiam a adoção. “Ainda hoje existe uma falta de legitimidade das famílias que adotam. Todas as formas de constituição familiar são válidas e devem ser respeitadas. Toda criança tem direito de ter uma família e ser amada”, afirma. Ela cita o caso do massacre na creche em Blumenau (SC), em que quatro crianças morreram. “A mídia falou das quatro crianças e enfatizou o tempo todo que uma delas era adotada. Não é necessário frisar o tempo todo que o filho é adotivo. É filho. São mães que perderam uma criança, seu filho, assim como as outras”, comenta.

No seu primeiro livro, “Não Nascemos Filhos, Nos Tornamos: o amor na adoção sempre vencerá o medo do abandono e do desamor”, Lisandra defende que toda criança, consanguínea ou não, percorre o mesmo processo para se tornar filho, que passa pela convivência diária com a família, pela decisão dos pais de amar, acolher e cuidar dessa criança. “A partir desse processo, a criança se torna filho ou filha. É uma convergência, independentemente da questão genética e consanguínea”, alega.

A escritora aponta que o estigma do DNA, da carga genética, ainda é muito forte na adoção, à revelia dos progressos que já ocorreram. Segundo ela, as pessoas que atuam na Vara da Infância, psicólogos e assistentes sociais avaliam que há receio dos pretendentes à adoção em relação à história da criança, de como foi a gestação e dos pais biológicos. Lisandra afirma que o estigma começa antes da adoção e continua depois que ela é efetivada. Ela conta que trabalha esse tema nos outros dois livros que escreveu, “A Incrível Descoberta de Aninha”, volumes 1 e 2.

Lisandra comenta que a busca pelo “filho ideal”, preferencialmente bebês brancos sadios e sem irmãos, é uma forma de racismo. Ela defende a realização de cursos de treinamento relacionados à etnia para pessoas que atuam diretamente com pais interessados em adoção. “Precisamos que a sociedade fale sobre isso, que a adoção seja debatida nas escolas, que a educação tenha um olhar voltado para o assunto”, afirma. Segundo a escritora, ainda é comum que a sociedade considere a criança adotada como cidadã de segunda classe, inferiorizada até mesmo dentro da hierarquia familiar.

“Ainda há muita gente que diz aos pais adotivos que eles não sabem o que a criança adotada pode se tornar, que problemas essa criança pode dar depois. Há uma criminalização da genética, mesmo após o processo finalizado da adoção. Eu vivenciei isso e outros adotados também, que se sentiam inferiores dentro da hierarquia familiar, tinham vergonha de contar sua história. Aí vem o medo, a falta de pertencimento da família”, diz a escritora.

O preconceito também se manifesta no olhar da sociedade sobre a relação familiar do adotado. É comum as pessoas perguntarem a filhos e filhas adotivos adultos se eles conhecem os pais biológicos e se querem conhecer. “Isso é um tipo de preconceito com o qual temos que lidar. Sempre que falo que sou adotada, perguntam se conheço a minha família. Eu tenho uma família só, tenho mãe, irmãos, todos legítimos. Há uma necessidade da sociedade de não legitimar o filho adotivo”, comenta.

Gerada no coração

A escritora lembra da primeira vez que a adoção entrou na sua vida, quando tinha 7 anos. “Foi uma história que aconteceu há 30 anos e precisou de todo esse tempo para eu ressignificar. Passei por uma situação de constrangimento, perversidade, muito cruel”, conta. Ela recorda que chegou da escola e percebeu que era diferente dos pais e irmãos olhando os porta-retratos espalhados pela casa. Tomou coragem e foi ao quarto da mãe com um dos porta-retratos escondido nas costas.

A mãe achou que ela trazia algum trabalho escolar e não entendeu quando Lisandra perguntou por que era diferente. “Coloquei meu braço ao lado do da minha mãe e repeti a pergunta. Ela não estava preparada para a conversa. Percebi um receio e ela começou a chorar. Perguntei onde eu estava na barriga dela. Minha mãe disse que eu não estive na barriga porque eu tinha sido gerada no coração dela”, lembra a escritora. Lisandra diz que ficou encantada, achou sua história bonita, verdadeira e se sentiu especial.

“Abraçamo-nos e essa foi a maior confidência de amor entre nós. Ali abracei também minha história, do meu jeito. Eu me senti filha, amada”, lembra a escritora. No dia seguinte, perguntou aos colegas da escola se eles tinham sido gerados na barriga ou no coração e percebeu que a pergunta não fazia sentido para eles, que tinham sido gerados na barriga. “Eu me senti ainda muito mais especial, porque era a única na sala gerada no coração”, conta. A legitimidade, no entanto, durou apenas até o dia seguinte, quando percebeu desconfiança e reprovação dos alunos. No quadro verde da sala de aula estava escrito em letras grandes: Você foi adotada.

“Eles diziam que eu tinha sido encontrada no lixo, que ninguém me quis, que nunca havia sido amada, que era feia e pobre. Aí entendi o que era ser gerada no coração. Foi um preconceito devido à adoção, à história genética”, lembra Lisandra. Ela decidiu se tornar escritora para que outras crianças adotadas não sofram caladas o que ela sofreu. A escritora tem ascendência preta e foi adotada por uma família de classe média branca.

Além dos três livros sobre adoção que escreveu, Lisandra também é autora do e-book “15 Lições de Uma Adotada”. A primeira delas é justamente sobre o direito da criança de saber que é adotiva. “Minha mãe não sabia como lidar com esse tema, por isso o e-book busca ajudar os filhos e os pais. A história pertence à criança, por mais difícil que seja para os pais. Quando a criança percebe a beleza na sua história, tem meios para olhar para ela com mais amor e isso deixa de ser um peso”, afirma.

A escritora quer estimular a adoção sem estigmas, sem preconceitos. “Meu objetivo é fazer com que mais crianças tenham a oportunidade que tive, de ser amada, acolhida e ter o aconchego de viver em uma família, com mãe, pai, irmão, raiz, história”, defende. Segundo ela, por mais que as instituições de acolhimento ofereçam todas as condições para os abrigados, não são o local adequado para uma criança crescer e se colocar no mundo. “Toda criança precisa da convivência familiar, da proteção de uma casa. Quero que mais famílias sejam despertadas para esse encontro oportunizado pela vida, que é a adoção”, afirma.

Lançamento do livro | O primeiro livro de Lisandra, “Não Nascemos Filhos, Nos Tornamos”, será lançado no dia 20 de maio,  O lançamento vai acontecer no Espaço de Eventos do Quality Suítes Hotel, que fica na praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo, onde ela nasceu. O livro, da editora Autografia, também poderá ser comprado, a partir do dia 20 de maio, pela Amazon.

Serviço:

Lançamento do livro “Não Nascemos Filhos, Nos Tornamos: o amor na adoção sempre vencerá o medo do abandono e do desamor”

Dia 20 de maio – 18h

Espaço de Eventos do Quality Suítes Hotel – Avenida Gil Veloso, 856 – Praia da Costa, Vila Velha, Espírito Santo

Editora Autografia – 148 páginas

ISBN 978-85-518-4603-2

R$50,00

À venda na www.amazon.com.br a partir do dia 20 de maio.

Sobre Lisandra Barbiero

Servidora pública federal, jornalista e escritora. Especialista em neurociências do comportamento e pós-graduada em Educação Infantil.  Membro do Grupo de Trabalho de Afinidade e Raça do Senado Federal. Lisandra tornou-se filha pela adoção aos sete meses de vida. Escreveu quatro livros com o tema adoção no Brasil. A autora, no livro que será lançado em maio “Não Nascemos Filhos, Nos Tornamos!”, apresenta um novo conceito que envolve diferentes tipos de violência denominado Bullying Adotivo.  É pesquisadora do assunto no País e mentora do primeiro curso de adoção voltado para as questões emocionais, psicológicas e educativas sob a ótica de quem viveu na prática o sentimento de ser acolhida.  Acredita que a adoção é um caminho para a construção de laços afetivos e um meio sólido de amor capaz de proporcionar mudança de vida para milhares de crianças e adolescentes que esperam ansiosamente para desfrutar do aconchego de um lar e de ter o direito constitucional à convivência familiar e comunitária garantidos.

(Fonte: Betini Comunicação)

Orquestra Jovem e Amigos & Viola se apresentam dia 11 no 31º Maio Musical

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Felipe Gomes.

A Orquestra Jovem de Indaiatuba realiza, no dia 11 de maio, às 19h30, apresentação com o grupo Amigos & Viola em Indaiatuba. O encontro, que integra o 31º Maio Musical, tem entrada gratuita, porém, estará arrecadando leite tipo longa vida. A direção artística e a regência são do maestro Felipe Oliveira.

Dando um toque especial no tradicional, os grupos trazem em seu repertório clássicos do sertanejo raiz, como “Menino da porteira”, “Chico Mineiro”, “Chalana”, “As andorinhas” e “Franguinho na panela”; geralmente apenas performados pela viola, os instrumentos da orquestra darão um toque especial nas modas.

Amigos & Viola é o grupo convidado para acompanhar a apresentação do dia 11. Foto: Cristiane Victor da Silva.

A Orquestra Jovem, formada em 2004 pela Secretaria Municipal de Cultura, se apresenta com 26 integrantes entre 10 e 28 anos de idade, que tocam os instrumentos de cordas como violino, viola clássica, violoncelo e contrabaixo. Já o Amigos & Viola, que se apresenta junto desde 2017, tem como objetivo resgatar a música caipira. Os 22 amigos violeiros promovem periodicamente encontros em instituições que atendem idosos e grupos de terceira idade.

O concerto é uma realização da Associação Mantenedora da Orquestra de Indaiatuba (Amosi) em parceria com a Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria de Cultura, com patrocínio da Tuberfil e Plastek, por meio do Programa de Ação Cultural do Governo do estado de São Paulo.

Como assistir | Para assistir a apresentação, que é gratuita, a sugestão é chegar com alguns minutos de antecedência para garantir lugares. Por tratar-se de um evento beneficente, para quem quiser colaborar haverá no Ciaei um posto de arrecadação de leite tipo longa vida. As doações serão entregues ao Fundo Social de Solidariedade de Indaiatuba (Funssol). O concerto acontece na sala Acrísio de Camargo, que fica no Ciaei, na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665, Jardim Regina, Indaiatuba (SP).

Vídeos:

Amigos & Viola – clique aqui

Orquestra Jovem de Indaiatuba – clique aqui.

Serviço:

Orquestra Jovem e Amigos & Viola

Data: 11/5 | Horário: 19h30 | Entrada gratuita

Local: Sala Acrísio de Camargo – Ciaei – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665, Jardim Regina, Indaiatuba (SP) – mapa aqui

Orquestra Jovem nas redes sociais: Facebook.

Sobre a Amoji | A Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba) é responsável pela manutenção da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, que vem se destacando por sua intensa atuação na divulgação e popularização da música orquestral, realizando, anualmente, mais de uma dezena de concertos gratuitos com participação de músicos do município de Indaiatuba (SP) e solistas de renome. Promove o Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que reúne uma série de concertos com grupos artísticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), além de masterclasses abertas para estudantes de música de todo o país. A Associação também é responsável por gerir e administrar a Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (Emosi), além da Orquestra Jovem de Indaiatuba (OJI). Ambas viabilizam a muitos jovens instrumentistas da cidade e região oportunidade de desenvolvimento técnico e artístico, por meio de aulas individuais de instrumento, além de participarem dos ensaios e apresentações da Orquestra Jovem.

(Fonte: Armazém da Notícia).

Selo SESC lança primeiro álbum de Wanderléa dedicado ao choro com canção inédita

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Ione Cadengue.

Produzido pelo Selo SESC, o álbum “Wanderléa Canta Choros” faz um duplo movimento da cantora de volta às suas origens: ela revisita seu início de carreira como intérprete em programas da Rádio Mayrink Veiga, quando era acompanhada por um dos mais importantes grupos de choro da época, o Regional do Canhoto, e, ainda, realiza seu projeto de valorização do choro, destacando o caráter original e primevo desse gênero na música brasileira. Com a direção e produção musical de Mario Gil, direção artística de Luiz Nogueira, pesquisa de Roberta Valente e direção de mixagem de Lalo Califórnia, o disco, de 12 canções, será lançado no dia 12 de maio em todas as plataformas de streaming.

“Wanderléa se entrega – com dedicação e conhecimento – a esse gênero fundador, marcado por uma mistura entre o erudito e o popular e pela genialidade de seus instrumentistas na criação e na execução das composições”, conta Danilo Santos de Miranda, diretor do SESC São Paulo. “Ao lançar mais esta obra, o SESC SP reforça sua ação eminentemente educativa de democratização do acesso aos bens culturais, ao contribuir para a difusão de um dos marcos da música popular e da cultura brasileiras, estabelecendo um diálogo entre a produção contemporânea e o legado histórico. A homenagem de Wanderléa ao choro enriquece o repertório da cantora e valoriza um gênero musical centenário, em constante renovação”, comenta.

O choro surgiu em meados do século XIX, no Rio de Janeiro, trazendo em sua raiz a mistura rítmica oriunda da África e das formas europeias. Nessa época, formados inicialmente por flauta, violão e cavaquinho, surgiram os grupos regionais de choro. As mãos habilidosas de Chiquinha Gonzaga fizeram história na evolução do gênero ao levar o chorinho ao piano, o que a consagrou como a primeira e mais influente pianeira – como eram chamados os pianistas do estilo musical – sendo uma das poucas figuras femininas a cravar o seu nome no choro.

A associação automática da figura de Wanderléa com a Jovem Guarda ainda é muito presente, dado seu sucesso no que se constituiu um dos grandes movimentos culturais de massa do país. Embora Wanderléa tenha um espaço preeminente na memória afetiva dos brasileiros, ela trilhou diversas vertentes da música popular, tendo gravado compositores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Sueli Costa e Egberto Gismonti. Agora, através do Selo SESC, Wanderléa pela primeira vez lança um trabalho dedicado ao choro, com um repertório que traz clássicos como “Carinhoso”, de João de Barro e Pixinguinha, “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo e Pereira da Costa, e “Pedacinhos do Céu”, também de Waldir Azevedo e Miguel Lima, incluindo a canção inédita “Um Chorinho para Wandeca”, composta por Douglas Germano e João Poleto em homenagem à relação da cantora com o gênero.

“O choro me encantou desde pequena. Quando ouvia Ademilde Fonseca articulando com extrema maestria a poesia daqueles versos, que se encaixavam com perfeição na sonoridade daquele repertório musical, era tudo muito mágico e eu, ainda bem menina, me divertia tentando acompanhar a rapidez poética daqueles versos, dentro do malabarismo e da beleza daquelas lindas melodias”, conta Wanderléa. “Hoje, neste disco de choros, neste resgate afetivo, realizo um sonho trazendo minha contribuição com autores pioneiros na criação desse ritmo que tanto valoriza nossa cultura nacional”, complementa.

Wanderléa influenciou gerações e, com seu estilo de cantar, abriu portas em gêneros musicais que ainda tinham pouca ou nenhuma presença feminina. Sua figura ditou moda, comportamento, estilo de vida e empoderamento feminino no campo social. “Este encontro de uma intérprete que faz parte da formação afetiva do povo brasileiro com o choro está pautado por quem ela é, por tudo o que canta, pelas pessoas que ela toca e pela plenitude do que vive”, conta o diretor artístico Luiz Nogueira.

O álbum “Wanderléa Canta Choros” também traz um time de ouro com sete arranjadores; entre eles, o próprio João Poletto e Milton de Mori, referências do choro paulista, e Angelo Ursini, professor da Escola Portátil de Música na Holanda. O trabalho chega ao público primeiro pelo single “Delicado”, canção de Waldir Azevedo e Ary Vieira, e gravada com a participação especial de Hamilton de Holanda, disponível em todas as plataformas no dia 5 de maio. O álbum completo será lançado na semana seguinte, dia 12 do mesmo mês.

Serviço:

Wanderléa Canta Choros

Single “Delicado” disponível nas principais plataformas de streaming e SESC Digital

Álbum completo Wanderléa Canta Choros disponível nas principais plataformas de streaming e SESC Digital

Data: 12 de maio

Sobre o Selo SESC | Desde 2004 o Selo SESC traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, SESC Digital e Lojas SESC.

Ficha técnica

Título: Wanderléa Canta Choros

Álbum com 12 faixas

Faixas:

1 – Delicado (Waldir Azevedo e Ary Vieira)

2 – Pedacinhos do Céu (Waldir Azevedo e Miguel Lima)

3 – O Que Vier Eu Traço (Alvaiade e Zé Maria)

4 – Acariciando (Abel Ferreira e Lourival Faissal)

5 – Galo Garnizé (Luiz Gonzaga, Antônio Almeida e Miguel Lima)

6 – Doce Melodia (Abel Ferreira e Luiz Antônio)

7 – Apanhei-te, Cavaquinho (Ernesto Nazareth, Darci de Oliveira e Benedito Lacerda)

8 – Uva de Caminhão (Assis Valente)

9 – Nova Ilusão (Zé Menezes e Luiz Bittencourt)

10 – Carinhoso (João de Barro e Pixinguinha)

11 – Brasileirinho (Waldir Azevedo e Pereira da Costa)

12 – Um Chorinho Para Wandeca (Douglas Germano e João Poleto).

(Fonte: Agência Lema)

Galeria Lume apresenta individual de Nazareno “Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede”

São Paulo, por Kleber Patricio

A partir da investigação de relações interpessoais e reflexões internas, o artista plástico Nazareno apresenta sua individual “Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede”, a ser inaugurada dia 20 de maio na Galeria Lume. Com texto crítico de Diego Matos, a mostra apresenta grandes obras de mármore, maciças e corpulentas, mas visualmente lapidadas e brandas, contrastadas as suas próprias abstrações.

Na sala principal da galeria, o visitante se depara com uma lâmina de mármore com serpentes, sobre a qual é permitido caminhar descalço. Considera-se um risco seguir tal caminho de forma vulnerável quando rodeado pelo perigo iminente das cobras? Ou sente-se o alívio de saber que o que o cerca são cascas, o envoltório do que um dia foi perigo, parede de um ser que hoje é outro, ainda que seja o mesmo?

Um grande alvo, imponente, intocável, carnoso e quase vivo, pronto para receber de peito aberto as flechas impiedosas da vida, também é um receptor de desejos, ambições e instrumento de passagem a uma outra situação. No corredor da galeria, duas cadeiras contemplam a imensidão, juntas e, ao mesmo tempo, sozinhas. Travesseiros de mármore lembrando o visitante do inalcançável mundo do sono, divinal, premonitório, familiar e ainda assim tão distante, preso em sua forma rígida e privilegiada de ser o único lugar no qual se pode sonhar. Será?

Nazareno instiga a subjetividade das palavras que permeiam seu trabalho, estimula o espectador a buscar o que é o buraco, de onde saem os mármores, as ideias e quais paredes sobem ao nosso redor, prontas para exibi-los. Tudo aquilo que sobe na parede, hoje é buraco.

Sobre o artista Nazareno

São Paulo, 1967. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Nazareno nasceu em São Paulo mas cresceu em Fortaleza, CE. Aos 19 anos mudou-se para Brasília – DF, onde cursou o bacharelado em Artes Visuais na UnB. Em 2003 mudou-se para São Paulo – SP.

Em suas obras, aborda aspectos relativos à memória, infância, contos de fadas e narrativas, bem como a fragilidade do sujeito contemporâneo frente à impossibilidade de transcendência. Realizadas em variadas mídias como desenho, esculturas, instalações, vídeos, gravuras e livros de artista, entre outras, são trabalhos que potencializam a atenção do espectador pelo caráter de sua miniaturização evidenciando outras realidades e eventualmente conduzindo o adulto/espectador a um estranhamento em seu rebaixamento a uma condição infantil.

Com uma carreira que conta com exposições nacionais e internacionais, além de prêmios e publicações em revistas, catálogos e livros de arte, as obras do artista estão em diversas coleções públicas e privadas.

Sobre a Galeria Lume

A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, por meio de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.

A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes dedicados à introdução da arte em todas as suas mídias e voltados para a audiência nacional e internacional por meio de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.

A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.

Serviço:

Faz tempo que aquele buraco não sobe na parede

Texto crítico: Diego Matos

Local: Galeria Lume

Abertura: 20 de maio, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 20 de maio de 2023 a 05 de agosto de 2023

Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP

Entrada gratuita

Informações para o público: tel.: (55) 11 4883-0351

e-mail: contato@galerialume.com

https://www.instagram.com/galerialume/

https://www.facebook.com/GaleriaLume

https://galerialume.com/.

(Fonte: Galeria Lume)