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Violonista estadunidense Marisa Sardo se apresenta na Casa Museu Ema Klabin

São Paulo, por Kleber Patricio

Marisa Sardo se apresenta como solista em diversas salas de concerto da Europa e estará pela primeira vez em turnê pelo Brasil. Fotos: Taylor Perison Photography.

A Casa Museu Ema Klabin, em parceria com o Violão e Ponto, recebe, no dia 28 de maio, às 16h30, a violonista estadunidense Marisa Sardo, que estará pela primeira vez no Brasil para uma temporada de concertos em cinco estados. Nascida nos Estados Unidos e com pais italianos, a artista já atuou como solista nas principais salas de concerto da Europa.

Marisa iniciou os estudos de música aos quatro anos de idade e ainda muito jovem começou a participar de concursos de música. Entre os prêmios conquistados, estão o primeiro lugar no New York Laureate International Music Competition (2022) e no Twisted Spruce International Music Competition (2021). Em 2019, venceu o Grand Prize Virtuoso International Competition e apresentou seu concerto em Amsterdã e Salzburgo.

A artista acaba de lançar seu álbum de estreia pela Frameworks Records (2023), com um programa que inclui Fernando Sor, Johann Kaspar Mertz e Anton von Sehrwald, entre outros.

Antes da apresentação haverá um palco aberto dedicado ao violão instrumental, com início às 15h.

Em São Paulo, artista se apresenta na Casa Museu Ema Klabin, no Jardim Europa.

Sobre o Violão e Ponto | O coletivo Violão e Ponto surgiu em outubro de 2012 e pauta seus encontros pelo ambiente descontraído, favorecendo o intercâmbio entre os participantes e a troca de experiências, dando oportunidade a novos artistas e promovendo a apresentação de grandes expoentes do violão, além de preservar a história do instrumento e incentivar a sua prática.

Serviço:

Violão e Ponto

Domingo, 28 de maio de 2023 – das 15h às 18h

100 lugares, ocupação por ordem de chegada

Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP

Entrada franca – Como em todos os eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção das atividades a apoiar com uma doação

Acesse as redes sociais:

Instagram: @emaklabin

Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Linkedin:  https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin

Site: https://emaklabin.org.br

Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ

Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU.

Repertório (programa sujeito a alterações):

Fernando Sor (1778-1839)

Fantasia, Op. 30

Emilia Giuliani (1781-1829)

6 Preludes

I. Moderato

II. Presto

III. Moderato

Leo Brouwer (1939-)

Rito de los Orishas

I. Exordium-conjuro

II. Danza de las Diosas Negras

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Choro No. 1

Anton von Sehrwald (1999-)

Guitar Sonata No. 2 (written for Marisa Sardo in 2022)

I. Beyond Reach

II. Solipses

III. Solace

IV. Drawing Triangles

Johann Kasper Mertz (1806-1856)

Tarantella.

(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)

Instituto Tomie Ohtake visita apresenta “Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski”

São Paulo, por Kleber Patricio

Alfredo Volpi – “Brinquedo de armar” – dec. 50 – Têmpera sobre tela – 20x30cm – Coleção particular. Foto: Jorge Bastos.

Iniciado em 2022, o programa de exposições Instituto Tomie Ohtake visita busca dar acesso ao grande público a obras de artistas já consagrados e que, pertencentes a coleções particulares, acabam sendo pouco exibidas. Apresentadas sob diferentes leituras curatoriais, essas exposições se aproveitam de combinações improváveis de artistas e trabalhos para contemplar novas perspectivas de uma história da arte já consolidada.

A segunda edição de projeto conta com o convite do Instituto feito a Jacopo Crivelli Visconti, que propõe um percurso pela trajetória da “Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski”. A mostra reúne alguns dos trabalhos mais importantes que passaram pelo crivo do marchand e colecionador ao longo de quase 50 anos de atuação, abordagem diferente da primeira edição do programa, que trouxe para o Instituto Tomie Ohtake obras de uma única coleção (Igor Queiroz).

Com pouco mais de duzentos trabalhos de 39 artistas, a exposição – que resgata o título de uma mostra realizada por Kuczynski em 2004 – alinha diferentes períodos e expressões da arte brasileira, permitindo vizinhanças e aproximações inesperadas e extremamente fecundas. “Talvez a melhor chave para entender essa coleção imaginária e o olhar inteligente de seu criador esteja precisamente na imensa variedade de estilos e poéticas que permite identificar tanto as preferências pessoais quanto a profunda compreensão da evolução da arte nacional”, afirma Crivelli Visconti.

Cicero Dias – “Pescadores” – dec. 1930 – Óleo sobre tela -59x72cm – Coleção particular. Foto: Jorge Bastos.

“Assim”, prossegue o curador, “as peças de Eliseu Visconti podem conviver com as da Adriana Varejão, obras de Leonilson com as de Ione Saldanha, José Pancetti com Tarsila do Amaral, Anita Malfatti com Ismael Nery, Di Cavalcanti com Candido Portinari, Vicente do Rego Monteiro com Lasar Segall, Antonio Bandeira com Frans Krajcberg, Sergio Camargo com Willys de Castro, Luiz Sacilotto, Maria Martins e Vieira da Silva com Waldemar Cordeiro, Wesley Duke Lee e Mira Schendel e Alberto da Veiga Guignard e Antonio Gomide e Cícero Dias…”.

Sobre Paulo Kuczynski

Desde 1974, em seu escritório de arte na Alameda Lorena, em São Paulo, Kuczynski trabalha, principalmente, com artistas brasileiros modernistas, concretistas e neoconcretistas. A premissa do escritório é oferecer obras significativas das melhores fases de cada autor e apenas realizar exposições quando reúne um acervo muito significativo. Esse foi o caso da mostra “Di: Alguns Inesquecíveis”, com obras de Di Cavalcanti dos anos 20 a 40; “Volpi: Uma Homenagem” com obras de Alfredo Volpi dos anos 30 a 70, e a mostra antológica de Hélio Oiticica, com curadoria de Guy Brett.

Sobre o curador

Nascido em Nápoles, Itália, em 1973, Jacopo Crivelli Visconti é crítico e curador independente. Radicado em São Paulo, é Doutor em Arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “Novas derivas” (WMF Martins Fontes, São Paulo, Brasil, 2014; Ediciones Metales Pesados, Santiago, Chile, 2016). Foi curador de inúmeras exposições e projetos institucionais; entre eles, “Com o coração saindo pela boca”, Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza, Itália (2022); “Faz escuro mas eu canto”, 34ª Bienal de São Paulo, Brasil (2020-2021); “Untimely, Again”, Pavilhão do Chipre na 58ª Bienal de Veneza, Itália (2019); “Brasil – The Knife in the Flesh”, PAC – Pavilhão de Arte Contemporânea, Milão, Itália (2018); “Memorias del subdesarrollo”, Museum of Contemporary Art, San Diego, EUA (2017); “Hector Zamora – Dinâmica não linear”, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasil (2016); “Sean Scully”, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil (2015); 12 Bienal de Cuenca, Equador (2014).

Sobre o programa “Instituto Tomie Ohtake visita”

Carlos Prado – “Meninos com Bola” – dec. 1940 – Óleo sobre tela – 140×100cm – Acervo Banco Itaú.

Com a missão de democratizar o acesso do público a artistas e obras paradigmáticas da história da arte brasileira dos séculos XX e XXI, muitos deles partes integrantes de acervos e coleções pouco publicizadas, surgiu o programa Instituto Tomie Ohtake visita. “Ao estar desobrigado de uma coleção permanente por não ser um museu, o Instituto Tomie Ohtake tem flexibilidade para visitar múltiplos agentes do meio artístico, imergindo em seus repertórios, ações e acervos e oferecendo aos públicos uma montagem articulada que atravessa a história da arte de modo único e temporário”, afirma Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake.

Exposição Instituto Tomie Ohtake visita: “Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski”

Em cartaz até 13 de agosto de 2023

De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca.

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) – Pinheiros SP

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: (11) 2245 1900.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Best of Blues and Rock divulga horários dos shows

São Paulo, por Kleber Patricio

Buddy Guy se apresenta no dia 4 (domingo). Fotos: divulgação.

Festival que celebra a sua 10ª edição em 2023, o Best of Blues and Rock anuncia os horários dos shows que acontecem nos dias 2, 3 e 4 de junho, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Quem abre a programação, na sexta-feira (dia 2), é a cantora e guitarrista de blues Nanda Moura, que sobe ao palco a partir das 15h40. A banda de rock nacional Malvada se apresenta às 17h10, seguida pela banda norte-americana Extreme, que mostra seu repertório a partir das 18h40. O guitarrista Tom Morello, que acaba de ser consagrado no Rock & Roll Hall of Fame, fecha a noite e se apresenta a partir das 20h30.

No sábado (dia 3), a banda capixaba Dead Fish é a atração inicial a partir das 14h20. O guitarrista cearense Artur Menezes toma conta do palco em seguida, às 15h40. Liderada pela filha do guitarrista Buddy Guy, Carlise Guy, a The Nu Blu Band apresenta seu repertório a partir das 17h10. Steve Vai marca sua estreia no festival às18h40. E para encerrar a segunda noite do festival, a lenda do blues, Buddy Guy traz sua turnê de despedida a partir das 20h30, dias após receber três prêmios da Blues Foundation: Álbum do Ano e Álbum Contemporâneo de Blues (pelo álbum ‘The Blues Don’t Lie’) e Música do ano (com a canção ‘The Blues Don’t Lie’, escrita por Tom Hambridge).

Tom Morello encerra o festival no dia 4 às 20h30.

O terceiro e último dia do festival terá início a partir das 13h50, com a cantora Day Limns. Em seguida é a vez de a banda paulistana de rock Ira! animar o público, com show marcado para 15h20. Goo Goo Dolls é atração a partir das 16h50. Buddy Guy volta ao palco do festival e toca a partir das 18h40. E Tom Morello encerra a edição 2023 do Best of Blues and Rock com show agendado para 20h30.

A realização do Best of Blues and Rock é da Dançar Marketing, empresa com mais de 40 anos de atuação no mercado e referência na cultura e entretenimento do país.

Os ingressos do festival podem ser adquiridos a partir de R$450,00 com parcelamento em até 10 vezes pelo site da Eventim ou na bilheteria do Estádio do Morumbi (nesse último, sem taxa de conveniência). Os fãs contam com a opção Combo Promocional, que dá direito a assistir aos três dias do festival. Também está disponível para todo o público a Entrada Social, mediante a entrega de um agasalho na entrada do evento, destinado à Instituição Cruz Vermelha de São Paulo.

Confira abaixo as atrações e horários em cada dia:

Dia 2 de junho (sexta) – abertura dos portões: 15h00

Nanda Moura: 15h40

Malvada: 17h10

Extreme: 18h40

Tom Morello: 20h30

Dia 3 de junho (sábado) – abertura dos portões: 13h00

Dead Fish: 14h20

Artur Menezes: 15h40

The Nu Blu Band:17h10

Steve Vai: 18h40

Buddy Guy – Damn Right Farewell Tour (turnê mundial de despedida): 20h30

Dia 4 de junho (domingo) – abertura dos portões: 13h00

Day Limns: 13h50

Ira!:15h20

Goo Goo Dolls: 16h50

Buddy Guy – Damn Right Farewell Tour (turnê mundial de despedida):18h40

Tom Morello: 20h30.

Serviço:

Best of Blues and Rock 10 anos

Data: Dias 2, 3 e 4 de junho de 2023

Local: Plateia externa do Auditório Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral -Ibirapuera – São Paulo

Classificação: 16 anos (menores podem comparecer acompanhados de responsável legal)

Ingressos: a partir de R$450,00 (meia-entrada)

Vendas online

Bilheteria oficial SP – sem taxa de conveniência

Estádio do Morumbi – Bilheteria 5 (próximo ao portão 15)

Avenida Giovanni Gronchi, 1866 – Morumbi – São Paulo – SP

Funcionamento: terça a sábado das 10h às 17h – Não tem funcionamento em feriados, dias de jogos ou em dias de eventos de outras empresas.

Parcelamento em até 10x nos cartões Visa, MasterCard, American Express e ELO.

Realização: Dançar Marketing

Importante: adquira seus ingressos na plataforma oficial. A Dançar Marketing e a Eventim não se responsabilizam por ingressos adquiridos em plataformas não oficiais de vendas.

(Fonte: New Ideas)

Peça “A Pipa e a Flor”, de Rubem Alves, se apresentará em Santana de Parnaíba

Santana de Parnaíba, por Kleber Patricio

O ator e diretor Laerte Asnis durante a encenação de “A Pipa e a Flor”. Foto: divulgação.

A cidade de Santana de Parnaíba receberá nos dias 27 e 28 de maio na Arena de Eventos o espetáculo “A Pipa e a Flor”, inspirado na obra clássica do escritor, educador e psicanalista Rubem Alves. A peça, direcionada a todos os públicos e faixas etárias, aborda basicamente as relações humanas, seus encantos, aventuras, sonhos e buscas.

A obra de Rubem Alves expõe o relacionamento entre uma pipa e uma flor que se apaixonam apesar das diferenças. A flor amava a pipa, mas esta a queria o tempo todo fixada no jardim; já a pipa não conseguia ser feliz sem poder voar. Da história emergem sentimentos muito comuns presentes na vida das pessoas, como a felicidade, amor, inveja e ciúme. Segundo Laerte Asnis, diretor da peça e responsável pela encenação e adaptação do texto, a obra permite a todos refletir sobre a importância que cada um desempenha dentro de uma relação, seja no âmbito amoroso, familiar ou no ambiente de trabalho.

Projeto

A peça é realizada pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com apoio do PROAC/ICMS e patrocínio da Harald Chocolates.

“A Pipa e a Flor” é encenada pela companhia de Teatro do Grande Urso Navegante, cujo elenco engloba o ator Laerte Asnis acompanhado da musicista Luciana Vieira. O espetáculo, que tem duração de 45 minutos, é composto por música ao vivo com repertório erudito e cantigas de roda reproduzidas ao som de um piano. A peça é interativa e permite a todos refletir sobre a felicidade, o brincar e a arte do bem viver.

A estreia da peça aconteceu em 21 de dezembro de 1999 e, desde então, vem sendo encenada em diversas instituições culturais, educacionais e empresariais do Brasil e Portugal, em um total de 1700 apresentações até o momento. Este ano o projeto contemplará 10 cidades do Estado de São Paulo.

Bate-papo | Ao final da apresentação haverá um bate-papo com o elenco sobre a importância do tema que permeia a obra de Rubem Alves. Será abordada ainda sobre a importância do teatro, do livro, da leitura e da música na formação integral da criança.

Apresentação da peça “A Pipa e a Flor” em Santana de Parnaíba

Dia 27 de maio, sábado, com sessões às 15h e às 17h

Dia 28 de maio, domingo, com sessão única às 11h

Local: Arena de Eventos

Av. Esperança, 450 – Campo da Vila, Santana de Parnaíba (SP)

Evento gratuito. Não há necessidade de retirada antecipada de ingresso.

Mais informações sobre a peça e inscrições para a oficina de teatro: Laerte Asnis – Whatsapp (11) 99511-2557.

Instagram: @grandeursonavegante2021

http://grandeursonavegante.blogspot.com.br

https://pt-br.facebook.com/ursonavegante/.

(Fonte: Mariucha Magrini Assessoria de Imprensa)

Em aldeia Kalapalo, no Alto Xingu, abertura de estrada amplia acesso a saúde e renda, mas expõe território a não indígenas

Alto Xingu, por Kleber Patricio

FOTO: OLLIE HARDING/FLICKR.

O que é “ser indígena” e como a relação com o território também permeia transformações e mudanças no estilo de vida desses povos? Ao mesmo tempo em que recursos como uma nova estrada criam facilidades de acesso a serviços de saúde e assistência social, moradores de uma aldeia do povo indígena Kalapalo do município de Querência, no Mato Grosso, relatam temores no contato não desejados com não indígenas.  A reflexão está em artigo publicado na sexta-feira (19) na revista “Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas” pela pesquisadora Marina Novo, antropóloga e pós-doutoranda no Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O trabalho apresenta, a partir de um estudo etnográfico prolongado, os impactos da abertura de uma estrada concluída em 2018, que liga cidades não indígenas à aldeia Aiha, uma das doze aldeias do povo Kalapalo, que habita o Alto Xingu e é formado por cerca de 900 pessoas. A pesquisa é fundamentada em diversas visitas à aldeia entre 2006 e 2022, além de atas de reuniões de governança sobre a estrada realizadas entre 2017 e 2019 e contatos com os Kalapalo em outros espaços, como nas cidades ou nas redes sociais.

De acordo com Marina Novo, o trabalho embasa e ajuda a ampliar a noção de território para além da percepção física de espaços demarcados. A abertura da estrada trouxe implicações diversas e bastante variadas, como a facilidade para transporte de pacientes e entrada e saída de profissionais de saúde da região da aldeia, explica o artigo. Adicionalmente, facilitou o acesso aos benefícios sociais a que eles têm direito, como aposentadorias e Bolsa Família. Além disso, as viagens à cidade ficam muito mais rápidas e baratas, diminuindo o impacto financeiro do transporte. “Considerando que os territórios são os espaços por onde eles circulam e criam conexões mais permanentes, o que eu sugiro a partir de minha pesquisa é que essa proximidade traga uma percepção de um território expandido, em que as cidades mais próximas da aldeia são, em alguma medida, integradas ao território vivido por eles”.

Aldeia Aiha em fevereiro de 2015. Foto: Marina Novo.

Território é um conceito complexo e difere muito do conceito jurídico de Terra Indígena, por exemplo, conforme explica Novo. “Vários autores já escreveram sobre isso, mas a ideia é de que Terra Indígena, como consta na legislação, são parcelas de terra delimitadas de forma mais ou menos arbitrária, considerando os modos de vida e os usos do espaço por parte das populações ali abrangidas. O conceito de território, por outro lado, é muito mais abrangente, compreendendo o território vivido e as relações estabelecidas com os diversos seres que habitam esse território, sejam eles humanos ou não humanos, e pode, nesse sentido, fazer referência a um espaço muito mais amplo do que a terra demarcada, como é minha sugestão, no caso dos Kalapalo”.

Apesar de vantagens, essa conexão com o ambiente não indígena também trouxe repercussões negativas. O trabalho aponta que a estrada aumentou significativamente a entrada de turistas (especialmente de pesca) que nem sempre têm autorização para permanência em território indígena. Segundo informações dos agentes de saúde, também aumentou a incidência de gripes e outras viroses gastrointestinais, especialmente entre as crianças. Embora desejosos de contatos com outros territórios e modos de vida, os Kalapalo buscam assegurar uma noção de “boa distância” do mundo não indígena, ressalta o artigo.

As questões levantadas pelo estudo podem contribuir para a elaboração de políticas públicas que levem em consideração a diversidade dos povos indígenas e as especificidades de suas relações com o dinheiro, os bens industrializados e com seus territórios. “A correlação dos povos indígenas com a terra é intrínseca aos seus modos de vida. Ao mesmo tempo, quando se propõe políticas públicas que sejam universais, muitas vezes as especificidades dos povos indígenas não são respeitadas e o que era para ser a garantia de um direito constitucional se transforma em uma violação de outro direito constitucional, que é o direito à diferença. Assim, pesquisas como essa podem contribuir para que cada vez mais essas especificidades e diversidades sejam olhadas e consideradas pelos gestores e tomadores de decisão”, pontua Marina Novo.

(Fonte: Agência Bori)