Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Ícone da cultura brasileira, com trajetória marcante tanto no cinema como no teatro e na televisão, a atriz Ítala Nandi, de 82 anos, estreia em maio no Teatro Poeirinha, em Botafogo, o solo performático ‘Paixão Viva’, com o qual dá início às comemorações dos seus 65 anos de carreira. Escrito a quatro mãos por Ítala e o cineasta Evaldo Mocarzel, que também a dirige, o monólogo revisita importantes momentos da história pessoal e profissional da premiada artista gaúcha.
Principal figura feminina no início do Teatro Oficina, Ítala esteve na primeira e antológica montagem de ‘O Rei da Vela’ e foi musa do cinema nacional por quase duas décadas, protagonista do primeiro nu de uma mulher no teatro brasileiro — no espetáculo ‘Na Selva das Cidades’, em 1969 — e intérprete de memoráveis personagens no palco e na TV. Coleciona grandes momentos em longas emblemáticos das filmografias de Joaquim Pedro de Andrade (‘O Homem do Pau Brasil’), Ruy Guerra (‘Os Deuses e os Mortos’), Anna Muylaert (‘O Clube das Mulheres de Negócios’) e Arnaldo Jabor (‘Pindorama’), entre outros.
“Fico nua para defender minhas ideias. Sou uma mulher livre. Vivo de arte desde que me entendo por gente. Sejamos realistas, queiramos o impossível. Esse é meu lema. Nunca tive preconceitos, sou fiel a mim e tenho o coração voltado para o amor”, diz a atriz e escritora.
Concebida inicialmente para uma apresentação on-line durante a pandemia, via Sesc SP, ‘Paixão Viva’ cresceu, tomou corpo e também pode ser chamado de documentário cênico. A produção é da Dobbs Scarpa. “Ítala revisita personagens, cria diálogos imaginários com pessoas que influenciaram profundamente sua vida e arte, sem fronteiras definidas. Nesta narrativa, ela transita entre passado, presente e futuro. Em seu corpo cenas são projetadas e também, em primeiro plano, um diálogo com o espectador”, conta Evaldo Mocarzel.
Sobre Ítala Nandi
Nascida em Caxias do Sul (RS), em 1942, a atriz, que possui Notório Saber em Artes Cênicas pela UFRJ, completa em 2025 65 anos de carreira e já atuou em mais de 20 filmes, 20 telenovelas e 30 peças de teatro nas últimas seis décadas. Junto com Zé Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, foi um dos nomes fundamentais do Teatro Oficina, na década de 1960. Juntos, estrelaram as antológicas montagens de ‘O Rei da Vela’ e ‘Na Selva das Cidades’. É vencedora do Troféu Redentor de Melhor Atriz do Festival do Rio, por sua atuação no filme ‘Domingo’ (2017), disponível no streaming. Já venceu o Prêmio Molière de Teatro, entre outros, e também foi indicada ao Urso de Prata em Berlim, pelo filme ‘Sagarana’, em 1974, e à Palma de Ouro em Cannes, por ‘Pindorama’ (1973). Em 1975, foi eleita melhor atriz no Prêmio Air France pelo desempenho no longa ‘Guerra Conjugal’. Também é uma das responsáveis pela criação do Festival de Cinema do Paraná. Ainda no cinema, trabalhou com alguns dos maiores cineastas brasileiros, como Joaquim Pedro de Andrade, Arnaldo Jabor e Ruy Guerra. Participou de três grandes novelas da TV brasileira: ‘O Direito de Amar’, ‘Que Rei Sou Eu?’ e ‘Pantanal’. Já lançou quatro livros, entre eles, os celebrados ‘Teatro Oficina, Onde a Arte Não Dormia’ (Ed.Nova Fronteira) e ‘Milagres’ (Ed. Pimenta Malagueta), de contos. Incansável, é diretora do Espaço Nandi, escola de formação de atores no RJ.
Ficha Técnica
Texto: Ítala Nandi e Evaldo Mocarzel
Interpretação: Ítala Nandi
Direção: Evaldo Mocarzel
Direção de Arte: Guilherme Scarpa
Figurino: Anna Ruckert
Assistente de direção: Guilherme Scarpa
Luz: Gabriel Lagoas
Produção: Dobbs Scarpa
Projeções e edição de imagens ao vivo: Mauricio Souza
Fotos: Felipe O’Neill
Realização: Evaldo Mocarzel, Ítala Nandi, Fábio Dobbs e Guilherme Scarpa
Assessoria de imprensa: Dobbs Scarpa.
Serviço:
Ítala Nandi em Paixão Viva
Teatro Poeirinha – Rua São João Baptista 104, Botafogo.
Temporada: de 1º de maio a 29 de junho | quinta a sábado, às 20h; domingo, às 19h
90 min.
14 anos
R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia) – Ingressos.
(Com Fábio Dobbs/Dobbs Scarpa Comunicação)
Nos dias 3 e 4 de maio, Ana Cañas se apresenta no Sesc Pinheiros com a turnê ‘Vida Real’, baseada em seu mais recente álbum autoral. O repertório traz as músicas do novo trabalho, além de faixas marcantes de sua carreira e versões de artistas como Belchior, Rita Lee, Cassiano e Edith Piaf. No palco, Ana canta, toca violão e impressiona em seu solo de gaita. Ela será acompanhada por Fabá Jimenez e Mônica Agena (violão e guitarra), Estevan Sinkovitz (baixo), Bruno Marcucci (teclado) e Douglas Maiochi (bateria).
O álbum Vida Real marca seu retorno após sete anos do lançamento de Todxs, indicado ao Grammy Latino. Produzido por Dudu Marote, o disco une o lado trovador e poeta de Ana com uma abordagem pop e acessível. Participam do álbum Ney Matogrosso, Ivete Sangalo e Roberta Miranda.
Ana define o show como uma progressão natural da turnê anterior, em que homenageou Belchior e compartilhou sua história com o público. Agora, ela leva esse relato pessoal a canções como ‘Cicatriz’, ‘Voa’, ‘Brigadeiro e Café’, ‘Amiga, Se Liga’, ‘Vida Real’, ‘Quero um Love’ e muitas outras.
Feliz com o momento, Ana celebra: “O Vida Real, pra mim, vai crescer no ao vivo. O processo de gravação e lançamento do álbum foram maravilhosos e estou muito animada em poder levar esse trabalho para o palco. Poder cantar olhando no olho das pessoas e ver a reação de cada uma delas é minha maior alegria na vida. Todo o projeto foi gestado com muito cuidado e poder estreá-lo no palco icônico do Sesc Pinheiros, na cidade que nasci e escolhi viver, me deixa muito, muito feliz.”
Além das músicas de Vida Real, o show inclui sucessos como ‘Esconderijo’ e ‘Pra Você Guardei o Amor’, além de versões que fazem parte do repertório afetivo da artista.
Serviço:
Ana Canãs – Vida Real
Dias: 3 e 4 de maio, sábado às 21h, e domingo às 18h
Duração: 90 minutos
Local: Teatro Paulo Autran
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 70 (inteira); R$ 35 (meia) e R$ 21 (credencial plena)
Compra de ingresso online ou pelo app Credencial Sesc SP | Presencial.
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados das 10h às 21h; domingo e feriado, das 10h às 18h30.
(Com Gleice Nascimento/Assessoria de Imprensa Sesc Pinheiros)
Bacia de Santos tem 350.000 km² de área e abriga grandes campos de produção de petróleo e gás. Foto: Tania Rego/Agência Brasil.
As águas superficiais da Bacia de Santos, no litoral Sudeste do Brasil, estão contaminadas por microplásticos — partículas com menos de 5 milímetros consideradas letais para a biodiversidade local e potencialmente nocivas à saúde humana. A constatação é de um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), publicado nesta sexta-feira (25) na revista Ocean and Coastal Research. A pesquisa mapeou a presença, forma, cor e tamanho dos resíduos em uma das regiões mais importantes do país para a produção de petróleo e gás.
Com aproximadamente 350 mil quilômetros quadrados, a Bacia de Santos abrange os litorais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A região reúne alta biodiversidade marinha e concentra grande parte das operações offshore brasileiras.
Foram analisadas 30 amostras de água coletadas em sete pontos durante as estações de verão e inverno, nos anos de 2020 e 2021. Todas apresentaram algum grau de contaminação por microplásticos. Ao todo, 1.006 partículas foram identificadas, com predominância de fragmentos rígidos (51,8%), seguidos por filmes (24%) e fibras (16,4%).
Os resíduos encontrados derivam principalmente de embalagens plásticas, sacolas, garrafas, recipientes de uso cotidiano e, possivelmente, de produtos como cosméticos. Segundo o estudo, os níveis de microplásticos na Bacia de Santos são comparáveis aos registrados em outras regiões do Oceano Atlântico — incluindo áreas sem exploração de petróleo e gás, como trechos da costa brasileira, Portugal e China.
Apesar da proximidade com plataformas fixas e intenso tráfego marítimo, não houve diferença estatística entre os pontos analisados, o que indica que fatores oceanográficos — como ventos, correntes, ondas e chuvas — têm papel determinante na dispersão das partículas.
De acordo com a pesquisadora Gisele Lôbo-Hajdu, uma das autoras do estudo, os impactos da contaminação vão muito além do ambiente marinho. “A alta incidência de fragmentos de microplástico pode afetar a pesca local ao contaminar frutos do mar e pescado, levando a perdas econômicas e problemas de saúde. O turismo também pode sofrer devido à poluição persistente, enquanto a degradação do habitat — por exemplo, recifes de corais e manguezais — a longo prazo pode reduzir a resiliência do ecossistema”, alerta.
Os autores destacam que os resultados podem subsidiar políticas públicas voltadas ao controle da poluição marinha, ao fortalecimento de áreas de proteção ambiental e ao desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre o descarte de resíduos. A pesquisa também reforça a importância do monitoramento contínuo da região e da regulação de atividades industriais em áreas ecologicamente sensíveis.
(Fonte: Agência Bori)
Francisco promoveu o Sínodo para a Amazônia, além de outras iniciativas que priorizaram a questão ambiental. Foto: Vatican News.
Por Juliana Vicentini — Quando, em 2013, Jorge Mario Bergoglio tornou-se Papa e adotou o nome Francisco, o gesto foi mais que simbólico: evocou a figura de São Francisco de Assis — padroeiro dos animais, dos pobres e do meio ambiente — e sinalizou uma orientação ecológica e social inédita no papado. A partir dali, cresceu a expectativa de que o Vaticano assumisse um papel ativo frente à crise climática. E foi exatamente isso que aconteceu.
Após dois anos como papa, Francisco redigiu a encíclica ‘Laudato Si’ (louvado sejas). Na carta, ele considera o planeta como a casa comum de todos e aborda temas importantes: crise ambiental; mudança climática; interligação entre meio ambiente, economia e sociedade; crítica ao consumismo; convite à ação individual e coletiva rumo à sustentabilidade.
O Papa Francisco apoiou eventos globais sobre o meio ambiente. Ainda em 2015, ele endossou o Acordo de Paris (tratado sobre mudanças climáticas) e incentivou líderes mundiais a assumirem compromissos nas Conferências das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas. Inclusive, redigiu uma mensagem para a COP26 pedindo ações urgentes e concretas contra a crise climática.
O pontífice se reuniu com participantes do Encontro de Líderes das Principais Empresas de Petróleo e Gás Natural, como ExxonMobil, Shell, BP e Eni, realizado no Vaticano em 2018. O Papa discursou sobre a responsabilidade socioambiental daquelas corporações e a respeito da importância pela busca por fontes de energias alternativas e limpas, em detrimento aos combustíveis fósseis.
No ano de 2019, o Papa Francisco convocou os bispos da Igreja Católica para a assembleia intitulada ‘Sínodo para a Amazônia’. O objetivo era discutir os desafios sociais, ambientais, culturais e econômicos enfrentados pelos povos amazônicos. Ele fez um apelo solicitando políticas públicas e colaborações entre diversos segmentos e atores para a preservação da floresta e proteção à sua gente.
‘Fé e Ciência: Rumo à COP26’ foi um encontro entre o Papa e cientistas, realizado em 2021. O pontífice destacou a relevância do diálogo respeitoso entre Igreja e ciência na defesa da natureza e no cuidado com as pessoas. Um dos desdobramentos foi a assinatura de um documento que apelava ao mundo a emissão zero de carbono para evitar o aumento das mudanças climáticas.
O Papa redigiu uma segunda encíclica em outubro de 2023, chamada de ‘Laudate Deum’ (louvai a Deus). Nestes escritos, Francisco reforçou o conteúdo da ‘Laudato Si’ e convocou líderes mundiais para ações mais concretas e urgentes em relação ao planeta. A carta contemplou a crise climática, criticou o paradigma tecnocrático, apontou a fragilidade da política internacional, sintetizou êxitos e fracassos das COPs e propôs motivações espirituais para a sustentabilidade.
Em 12 anos como Papa, Francisco deixou um legado teológico, político e simbólico que demonstra como a Igreja pode exercer um papel relevante e mobilizador frente à urgência planetária. Com seu engajamento, ele sinalizou que as mudanças climáticas não devem ser abordadas do ponto de vista técnico, apenas, mas sim, incluírem aspectos morais e de justiça social. Lideranças religiosas devem aproveitar sua influência e a quantidade de devotos por todo o planeta para propagar ensinamentos, conscientizar as pessoas e mobilizá-las para a sustentabilidade.
Ao dizer que o planeta é nossa casa comum, Francisco não apenas fez teologia — ele fez um apelo civilizatório. O desafio agora é saber se ainda temos tempo para atendê-lo.
Sobre a autora | Juliana de Oliveira Vicentini é doutora em ecologia aplicada pela USP e especialista em jornalismo científico pela Unicamp.
Os artigos de opinião publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Agência Bori ou do canal Kleber Patricio Online.
(Fonte: Agência Bori)
Por Foreade – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=50772798.
Belém, capital do Pará, acaba de conquistar os holofotes do mundo com um sabor muito especial. A cidade foi eleita pela prestigiada revista Lonely Planet, referência global em guias de viagem, como uma das dez melhores cidades gastronômicas do mundo em 2025. A capital paraense foi a única cidade brasileira entre 15 selecionadas, conquistando a sétima posição. O reconhecimento internacional celebra a riqueza da culinária paraense, que combina tradição, biodiversidade amazônica e criatividade.
Localizada no coração da Amazônia, Belém é conhecida por transformar ingredientes nativos em verdadeiras experiências gastronômicas. Em suas feiras, mercados e restaurantes, é possível encontrar sabores únicos, como o tucupi, o jambu, o filhote, o pirarucu, o cupuaçu, a castanha-do-pará, além do famoso açaí, que na região é servido salgado e acompanhado de peixe frito ou camarão seco.
Um dos símbolos da cidade é o Mercado Ver-o-Peso, um dos maiores mercados a céu aberto da América Latina, onde ingredientes típicos ganham vida nas mãos de cozinheiros e cozinheiras que mantêm viva a tradição da culinária amazônica. É lá que se pode provar iguarias como maniçoba, pato no tucupi, além de sucos e doces feitos com frutas regionais. “Belém já é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia desde 2015, um título que celebra a riqueza e a originalidade da nossa culinária. Esse reconhecimento internacional reforça o papel da cidade como referência mundial no turismo gastronômico e no desenvolvimento sustentável, promovendo inclusão social e valorizando a cultura local”, lembrou o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Formada por uma rica herança da culinária indígena, a cozinha paraense valoriza o papel simbólico da comida em Belém. A publicação da Lonely Planet afirma que “comer aqui [em Belém] é um ato político e cultural”, uma forma de celebrar a resistência e a riqueza dos povos amazônicos. Todos esses sabores já ganham projeção internacional, liderados por chefs conceituados que misturam o saber tradicional com a alta gastronomia.
Simbolicamente, essa valorização da gastronomia paraense chega em um momento histórico para a cidade: em novembro deste ano Belém sediará a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A expectativa é que milhares de pessoas de todo o mundo desembarquem na capital paraense para debater o futuro do planeta – e também para viver a gastronomia local em sua forma mais autêntica.
(Fonte: Ministério do Turismo)