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3ª edição de Frestas – Trienal de Artes promove mentoria com performer e artista Pêdra Costa

Sorocaba, por Kleber Patricio

Pêdra Costa em foto de Sanni Est.

A programação da 3ª edição de Frestas – Trienal de Artes, plataforma transdisciplinar realizada pelo SESC São Paulo em sua unidade de Sorocaba, está com inscrições abertas para mentoria artística Anti-análise, da artista e performer Pêdra Costa. A atividade, que está com inscrições abertas até o dia 5 de março, acontece entre os dias 22 de março e 2 de abril, com atendimentos online às 8h, 9h15, 10h30, 11h45, 13h e 14h15. A mentoria, segundo sua criadora, é voltada para pessoas que estão iniciando na arte de trabalhar com o próprio corpo e com as próprias ideias. Nesse formato online, ela ocorre por meio de uma conversa de 50 minutos, individual, em dupla ou coletiva, focada numa ideia e/ou num projeto de performance, inédito ou não.

A participação é gratuita e os encontros acontecem pela plataforma Zoom. Para participar da convocatória, basta preencher o formulário disponível neste link. A atividade é destinada a pessoas que moram ou que emigraram do Brasil, que não são artistas da performance, mas querem criar nessa área e/ou que não se consideram artistas, mas têm desejos e ideias e que talvez nunca tenham apresentado e/ou que começaram a criar e expor performances, mas não estão no mercado de arte e, talvez, desejem fazer parte dele.

São bem-vindas ideias relacionadas direta ou indiretamente aos temas do corpo em cena, performances online ao vivo ou previamente gravadas, videoperformances, performances para vídeo, performances a partir da autobiografia, performances solipsistas, performances no mercado das artes, autorias, dissidências, potências, segurança do/da performer, críticas, estratégias anticoloniais, anarquia, pós-pornografia, conhecimentos não-hegemônicos, fracassos, deslocamentos geopolíticos, criações etc. “A Anti-análise é uma mentoria voltada para pessoas que têm desejos e ideias e/ou que já apresentaram performances conectadas com uma vocação de pôr em crise o status quo. Performance aqui é compreendida como uma ação artística que nasce do desejo, organiza-se como cena a partir das próprias ideias e se materializa no corpo”, diz Pêdra.

3ª edição de Frestas – Trienal de Artes | A partir do título O rio é uma serpente, a 3ª edição de Frestas – Trienal de Artes, plataforma transdisciplinar realizada pelo SESC São Paulo em sua unidade de Sorocaba, traz ao público desdobramentos que constituem o processo curatorial conduzido por Beatriz Lemos, Diane Lima e Thiago de Paula Souza.

A fim de aproximar artistas locais de produções regionais e internacionais e estabelecer o diálogo entre questões sociais próprias ao contexto brasileiro e às reflexões da esfera global, a Trienal apresenta desde outubro uma programação pública e online de atividades, debates e oficinas – ações que promovem discussões diversas do campo da arte contemporânea – e, em 2021, trará o lançamento de publicações e a inauguração da exposição.

Para Danilo Santos de Miranda, diretor do SESC São Paulo, com a realização desta edição de Frestas, “o SESC reafirma a direção que procura apontar com sua ação cultural, fomentando experiências simbólicas dedicadas a buscar saídas em meio a uma conjuntura cujas vias parecem conduzir a lugares onde não gostaríamos de chegar, embora já tenhamos chegado. Emblemática desses ‘lugares’, a pandemia de Covid-19 se interpôs na trajetória de Frestas, exigindo que seu curso fosse alterado. Nesse retraçado, a Trienal duplica sua aposta na resiliência, desenvolvendo mais imediatamente o seu Programa de Estudos no ambiente virtual para realizar, em breve, sua etapa presencial”.

O rio é uma serpente | A partir do convite do SESC São Paulo para atuarem pela primeira vez em conjunto, Beatriz Lemos, Diane Lima e Thiago de Paula Souza assumiram a curadoria da 3ª edição de Frestas. A proposta do trio é trazer para a prática o debate sobre economias de acesso, refletir sobre as políticas e poéticas de exibição, investigar quais estratégias de solidariedade são possíveis, bem como aquilo que dizem os corpos que, habitando estruturas de poder assimétricas, estão a criar um vasto mundo fora do mundo.

Ao questionar os limites entre o negociável e o inegociável na realização de uma exposição de arte contemporânea nos tempos atuais, a Trienal investiga as possibilidades, as potências e os desafios que transitam por múltiplos ecossistemas naturais, espirituais e subjetivos, reunindo um conjunto de tecnologias forjadas por outros corpos que, em tempos e espaços históricos distintos, foram condicionados a agenciar permanências e acessos como único modo de garantir a manutenção de suas existências.

A serpente como metáfora expandida por sua ampla cosmologia nas mais diferentes narrativas míticas e culturais atua como mirada para discutir o tempo não linear e os efeitos das inúmeras contradições destravadas pelo avanço do capital neoliberal e pelos processos sistêmicos de captura de subjetividades como geração de valor e reencenação de uma ética colonial.

Das curvas dos rios navegados durante a viagem de pesquisa dos curadores em outubro de 2019, surgiram as palavras cheias de imagem que deram nome ao título-estopim da 3ª edição de Frestas. Segundo o trio curatorial, “foram as formas serpenteadas por um tempo não linear que nos ajudaram a traduzir as experiências intangíveis dos contratos, conflitos e acordos que vivenciamos, bem como das estratégias de solidariedades praticadas por todos aqueles que fazem parte da plataforma Frestas. O rio é uma serpente porque se esconde e camufla e, entre o imprevisível e o mistério, cria estratégias em seu próprio movimento”.

A pesquisa para esta 3ª edição se iniciou com processos de escuta e trocas com diferentes agentes culturais de Sorocaba e região, expandindo-se para Boa Vista e para a terra indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima; Manaus e arredores do rio Tupana, no Amazonas; Belém, no Pará; Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí e Alcântara e São Luís, no Maranhão.

Ao desaguar em Sorocaba, O rio é uma serpente retoma o diálogo com a cidade articulando olhares para suas geografias e possibilidades de afetação, encontro e memória com agentes, coletivos, grupos, artistas, centros de cultura independente, rádios e bibliotecas comunitárias. Desse modo, cria novas paisagens questionando de que forma códigos e linguagens são criados e quais mecanismos compactuam com a manutenção de infraestruturas que regulam dinâmicas de poder, legitimam discursos, condicionam acessos, travam a crítica e forjam uma ideia de pacificação e consenso.

Sobre a Trienal | Frestas é uma iniciativa trienal estruturada em três eixos – programa público, publicações e exposição – que compõem a ampla agenda cultural realizada pelo SESC São Paulo. É, sobretudo, uma plataforma transdisciplinar que promove novas atuações e reflexões num campo mais amplo das artes visuais, trazendo também a atenção do público e do circuito de maneira mais descentralizada. Frestas trata de passagem, de racha, de ruptura; ou seja, é uma abertura para um novo lugar democrático de atuação.

A realização do projeto ocorre na unidade do SESC localizada em Sorocaba, a 100 quilômetros da capital do estado. Desde 2014, a Trienal de Artes vem se dedicando a discutir e a problematizar as questões urgentes que pautam os dias de hoje. Pela dimensão e relevância do programa, Frestas tem colaborado com a ampliação da cena artística contemporânea no estado de São Paulo. Além disso, tem também contribuído com a capacitação de arte-educadores, com a formação de redes de profissionais da cultura fora das capitais e, em âmbito local, incentivado, por consequência, o fomento às artes no interior do estado, bem como a descentralização das atividades culturais.

Serviço:

Mentoria Artística Anti-análise com Pêdra Costa

Inscrições: até 5 de março

Seleção: até 10 de março

Envio de e-mail para os selecionados, lista de espera e não selecionados: 11 de março

Período de confirmação de interesse dos selecionados: de 11 a 16 de março

Período de confirmação de interesse da lista de espera: de 17 a 19 de março

Encontros: de 22 de março a 2 de abril (horários disponíveis: 8h, 9h15, 10h30, 11h45, 13h, 14h15)

3ª edição de Frestas – Trienal de Artes | O rio de é uma serpente

Local: SESC Sorocaba

Curadoria: Beatriz Lemos, Diane Lima e Thiago de Paula Souza.

Período: de outubro de 2020 a setembro de 2021

SESC Sorocaba

Acompanhe:

SESCsp.org.br/frestas

facebook.com/frestas.trienal.artes

instagram.com/frestas.trienal.artes.

Instituto Bem do Estar lança campanha “Ser mulher, a saúde da mente delas”

São Paulo, por Kleber Patricio

Isabel Marçal (esquerda) e Milena Fanucchi, fundadoras do Instituto Bem do Estar. Foto: divulgação.

O ideal contemporâneo da mulher-maravilha, capaz de realizar inúmeras tarefas, tem sobrecarregado o gênero. Com tanta pressão externa para serem perfeitas e cumprirem papéis diversos, elas acabam sufocadas e correndo o risco de desenvolver problemas psicológicos, como ansiedade, transtornos alimentares, depressão e questões associadas ao ciclo reprodutivo. Não é à toa que a prevalência de doenças graves da mente é quase 70% maior nas mulheres; elas têm duas vezes mais chances de ser afetadas pelo Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), depressão e síndrome do pânico – segundo a organização americana Anxiety and Depression Association of America (ADAA). Para transformar o mês de março em espaço para debater a saúde mental feminina, o Instituto Bem do Estar anuncia a campanha Ser mulher, a saúde da mente delas. Com o apoio do Instituto PHI, a iniciativa prevê disponibilizar gratuitamente um conteúdo qualificado sobre a temática, que pode ser acessado no site https://www.bemdoestar.org.

Segundo Isabel Marçal, cofundadora do Instituto Bem do Estar, as pesquisas apontam que as mulheres têm menor probabilidade de procurar tratamento quando apresentam sofrimento psíquico. “Elas têm medo do estigma da doença mental, da pessoa que não dá conta da própria vida. A falta de ajuda qualificada agrava o problema e o sentimento de solidão, algo que é reforçado pela falta de informação e pela cultura das mulheres fortes e inabaláveis. Nesse contexto, nos associamos ao Instituto PHI para criar a campanha Ser mulher, a saúde da mente delas. A ideia é disponibilizar conteúdo para dar suporte a novas conversas sobre um tema que ainda é tabu no Brasil”, afirma Isabel.

Para Milena Fanucchi, também cofundadora do Instituto Bem do Estar, um grande passo para combater o estigma que envolve a saúde mental feminina reside na melhora do diagnóstico e do tratamento. “Um dos pilares é a educação transformadora e sem juízo de valor. Acreditamos que fornecer informações sobre os transtornos e os tratamentos, além de ações de autocuidado – que podem ser tomadas para prevenir e diminuir a incidência dos diversos transtornos – seja um dos caminhos. Precisamos, também, falar mais, refletir e transformar o cenário da saúde da mente delas; essa campanha vai exatamente nessa direção”, afirma, acrescentando que, além do conteúdo, a campanha contará com uma pesquisa que investiga a saúde da mente das mulheres no Brasil.

PROGRAMAÇÃO

A partir de 8 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, será lançada a campanha Ser Mulher, a saúde da mente delas, que contará com uma programação semanal de diversos conteúdos:

Artigos escritos por especialistas: a psicanalista Jéssica Magalhães traz uma reflexão sobre a mulher e a globalização; a psicóloga Erika Scandalo aborda as questões decorrentes da autonomia corporal e a cultura do corpo perfeito; o psiquiatra Ricardo Feldman discute a depressão pós-parto; Débora Andrade, especialista em comunicação não violenta, expõe e reflete sobre como cuidar do nosso lugar como mulher, entre outros temas sobre saúde da mente feminina.

– No YouTube, uma série de quatro vídeos divididos por públicos femininos (menina, jovem e adulta, mulheres na quebrada e as 60+).

E-book contendo informações importantes, como os sintomas de alerta para os transtornos mentais que acometem as mulheres e dicas de como elas podem cuidar da sua saúde da mente, entre outros.

Colunas editoriais do Instituto Bem do Estar: Cozinha Consciente, com a nutricionista Camila Kneip; Estar em Movimento, com a bailarina e educadora física Paula Neves e Estar na Pele, com mulheres comuns falando sobre suas vivências com a saúde da mente.

– Conteúdos diversos para redes sociais repletos de dicas, como vídeos sobre cuidados para futuras e recém-mães produzidos por uma especialista em Yoga e doula.

– Lançamento do podcast do Bem do Estar com algumas meditações, uma playlist somente para elas e muita reflexão.

Para completar a programação, a campanha convidou influenciadoras para se engajar na campanha ao longo do mês de março.

Canais

Canal do Youtube: Instituto Bem do Estar

Facebook: @institutobemdoestar

Instagram: @institutobemdoestar

Linkedin: www.linkedin.com/company/instituto-bem-do-estar/

www.bemdoestar.org/ser-mulher-saude-da-mente-delas.

Sobre o Instituto Bem do Estar | Fundado em 2018 por Isabel Marçal e Milena Fanucchi, o Instituto Bem do Estar é um negócio social sem fins lucrativos voltado à promoção da saúde da mente. Com o propósito de desafiar as pessoas a mudar o próprio comportamento em relação à saúde da mente, a organização colabora com a prevenção de doenças psicológicas e contribui para uma sociedade mais consciente e saudável. Para isso, possui três objetivos que visam à transformação social necessária a uma sociedade que está em falência emocional: Conscientizar informa a população sobre os cuidados para uma saúde da mente de qualidade, estimulando a busca pelo autoconhecimento e o despertar da empatia por meio de conteúdo digital, campanhas de conscientização, mostras e exposições culturais; Conectar promove experiências do cuidado com a mente, proporcionando ferramentas que contribuem com o desenvolvimento socioemocional individual e coletivo por meio de atividades práticas, como vivências, workshops e palestras, além da divulgação de locais de atendimento terapêutico gratuitos ou por contribuição consciente; Mobilizar entende o contexto sobre saúde da mente e o impacto na sociedade, gerando estatísticas e articulando agentes públicos e privados, visando ao acesso a políticas públicas via pesquisas e práticas de advocacy. (www.bemdoestar.org)

Sobre o Instituto PHI | Fundado em 2014 por Luiza Serpa, o Instituto PHI (Philantropia Inteligente) tem a missão de influenciar indivíduos e empresas a conduzir, de maneira estratégica, o planejamento da filantropia pessoal, familiar ou corporativa. A organização assessora cidadãos e companhias em um processo pontuado por maior profissionalização e impacto social. O objetivo do PHI é disponibilizar recursos para iniciativas de transformação social – o foco está nos resultados e na alocação de forma eficiente. Desde a criação, o Instituto já apoiou 857 projetos, movimentando R$97,6 milhões para o terceiro setor e impactando direta e indiretamente mais de 1 milhão de pessoas. Luiza é responsible leader da Fundação BMW e fellow da Skoll Foundation; a diretora-executiva do Instituto integra o conselho consultivo estratégico da rede Latimpacto. Em 2020, foi eleita empreendedora social pela Folha de S.Paulo; possui 16 anos de experiência no setor social e há nove anos atua com orientação para famílias e empresas para uma filantropia estratégica. (www.institutophi.org.br)

Selo SESC lança terceiro EP da coletânea ‘Viola Paulista’ com tocadores da região sudeste do estado

São Paulo, por Kleber Patricio

O curador Ivan Vilela e o músico Ricardo Anastácio. Foto: Paula Rocha.

Para traçar o mapa etnográfico do uso da viola no estado de São Paulo, celeiro de grandes músicos, compositores e de inúmeras orquestras de viola caipira, o Selo SESC convidou o professor, músico, compositor e um dos principais pesquisadores de cultura popular e da viola caipira no país, Ivan Vilela. O projeto começou em 2018 com o lançamento da primeira edição de Viola Paulista (Selo SESC), que apresentou ao público as múltiplas sonoridades deste instrumento, seja em faixas instrumentais ou cantadas, com artistas e grupos muito diversos, mas que têm em comum a paixão pela história e pelo som da viola.

Em 2021, a gravadora do SESC São Paulo lança a segunda coletânea de Viola Paulista com a participação de 20 violeiros e violeiras que já têm uma carreira consolidada junto ao público e à cena musical. E no mapeamento de Vilela, os músicos selecionados abrangem todo o território do estado. São tocadores das regiões de Avaré, Bauru, Campinas, Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba.

O lançamento da segunda coletânea está dividido em cinco EPs. Cada um deles dá voz a diferentes sotaques do instrumento no estado. Agora, o terceiro EP traz quatro tocadores da região de Sorocaba e está nas principais plataformas de streaming desde 3 de março, incluindo na plataforma SESC Digital, que oferece o conteúdo de forma gratuita e sem necessidade de cadastro. Para ouvir, acesse aqui.

Cigarrim de paia, pinga com cataia; Viola de faia, ai é bão demais sô – a letra é de Ricardo Anastácio que, em interpretação solo, toca e canta no disco a sua Isso é bão demais. Uma música carregada de uma sonoridade muito paulista caipira com raízes no tropeirismo. Nascido em Assis, no Vale do Paranapanema, região oeste do estado paulista, e radicado em Votorantim, onde dirige orquestras de viola, assim como na vizinha cidade de São Roque, Ricardo já transitou por diversos segmentos da música instrumental brasileira no período em que dedicou-se ao violão clássico. Professor e tocador de viola, tem livros publicados sobre aspectos da Cultura Caipira e do Nheengatu – língua com origem no tronco linguístico Tupi-Guarani e muito falada durante a formação do universo cultural caipira tanto por indígenas, como por não-indígenas.

Compositor notável e tocador de viola que traz a sonoridade do Norte de Minas para o universo da viola paulista, Zeca Collares é professor do Conservatório de Tatuí e vive em Sorocaba. Junto aos músicos Fábio Gouvea (guitarra) e Cleber Almeida (percussão), ele gravou sua composição autoral Mirando a Mira. Em suas composições vocais e instrumentais, ele apresenta uma fusão entre a música de raiz brasileira, o jazz barroco e elementos contemporâneos. Com mais de vinte anos de carreira e oito discos lançados, já dividiu o palco com grandes nomes, como Hermeto Pascoal, Duofel e Pena Branca e Xavantinho, só para ficar nestes exemplos.

Reconhecido compositor e exímio tocador de viola, de técnica muito apurada, Fernando Deghi, com passagem pelo violão clássico, também é afinador de pianos. Para o álbum Viola Paulista – Volume 2, ele gravou a sua peça instrumental Navegares, composição que resgata um pouco da sonoridade dos violonistas paulistas dos anos 1950, como Paulo Vanzolini. Atualmente Fernando Deghi mora em Portugal, onde se dedica ao projeto de mestrado no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Por lá, também tem trabalhado com construção da viola beiroa, típica da região portuguesa que faz fronteira com a Espanha.

Completando o time de violeiros do EP 3, Ricardo Vignini é um dos protagonistas de um grupo de músicos que trabalha a viola caipira na vertente do rock. À viola de corpo maciço que utiliza nos shows, incorporou pedaleiras e eletrificou o instrumento. Músico com olhar à tradição e a modernização, é o violeiro “guitarrista” da banda Matuto Moderno, que há 20 anos mistura música caipira com rock.

Repertório EP 3

Isso É Bão Demais (Ricardo Anastácio)

Músico: Ricardo Anastácio (viola e voz)

Afinação: Cebolão em mi

Mirando a Mira (Zeca Collares)

Músicos: Zeca Collares (viola), Fábio Gouvea (guitarra) e Cleber Almeida (percussão)

Afinação: Cebolão em ré

Navegares (Fernando Deghi)

Músico: Fernando Deghi (viola)

Afinação: Coimbra terça abaixo

Amálgama (Ricardo Vignini)

Músicos: Ricardo Vignini (viola), André Rass (percussão) e Ricardo Carneiro (guitarra)

Afinação: Cebolão em ré

+ VIOLA PAULISTA

Volume II | Retrato dos violeiros e violeiras profissionais com carreiras artísticas consolidadas, com discos gravados e de um público cativo que acompanham os seus trabalhos. A lista dos artistas que compõem esta segunda coletânea é bem diversificada e vai de Enúbio Queiroz e Zeca Collares, ao multi-instrumentista Neymar Dias, que também transita no repertório clássico e transcreveu parte da obra original de Bach (1685-1750) para a viola caipira, só para citar alguns exemplos. Destaque também para a presença de duas violeiras, Adriana Farias e Juliana Andrade, representantes de um crescente protagonismo feminino no mundo da viola. Os EPs 1 e 2 já estão disponíveis na internet, com gravações de Adriana Farias, Arnaldo Freitas, da dupla Cláudio Lacerda e Rodrigo Zanc e de Levi Ramiro, músicos de Bauru e região; e de Fernando Caselato, João Arruda, João Paulo Amaral e Zé Helder, tocadores das regiões de Campinas e Piracicaba.

Próximos lançamentos:

10 de março: EP 4 – com Enúbio Queiroz, Juliana Andrade, Fábio Miranda e Márcio Freitas

17 de março: EP 5 com Lauri da Viola, Wilson Teixeira, Neymar Dias e Júlio Santin.

Volume I | Com 19 faixas, a primeira coletânea, lançada em junho de 2018, traz o retrato artístico de violeiros de diferentes regiões do estado. Mescla jovens músicos que são as novas apostas do instrumento e outros de carreira estabelecida, mas que não obtiveram até aqui o devido reconhecimento pelos seus trabalhos. O repertório mostra a diversidade do instrumento, com gravações autênticas de obras mais ligadas ao universo da música caipira, chegando até a música contemporânea composta para viola. Participaram os violeiros Bob Vieira, Bruno Sanches, Fabíola Mirella e Sérgio Penna, Gil Fererich, Jackson Ricarte, Leandro de Abreu, Moreno Overá, Neto Stéfani, Osni Ribeiro, Reinaldo Toledo, Renato Gagliardi, Ricardo Matsuda e Patricia Gatti, Ronaldo Sabino, Rodrigo Nali e Rafael Schimidt, Vinícius Alves, Zé Guerreiro Quarteto, José Gustavo Julião, Trio Tamoyo e Zé Márcio.

Ficha técnica

Viola Paulista – Volume II

Curadoria e direção musical: Ivan Vilela

Produção executiva: Paula Rocha e Caio Csermak – Arueira Expressões Brasileiras

Gravação: Maurício Cajueiro

Mixagem: Ivan Vilela e Maurício Cajueiro

Masterização: Homero Lotito

Assistente de gravação: Pedro Henrique Florio

Estúdio: Cajueiro Áudio (Campinas, SP)

Fotografia e vídeo: Paula Rocha e Caio Csermak

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Novo livro de Rutger Bregman propõe nova perspectiva sobre a história da humanidade pautada na generosidade

São Paulo, por Kleber Patricio

Segundo o historiador best-seller Rutger Bregman, há milênios a humanidade se comporta a partir de uma autoimagem falha. A crença de que em essência o ser humano é egoísta faz parte de uma tradição consagrada no cânone ocidental, defendida por pensadores como Agostinho, Maquiavel, Hobbes, Lutero e Burke e endossada ainda pelas principais áreas do conhecimento e das manchetes de jornais. Mas e se o ser humano fosse, na verdade, essencialmente bom? Em Humanidade, lançamento pelo selo Crítica, Bregman questiona a visão pessimista sobre a espécie humana e apresenta uma série de estudos e exemplos para defender o revolucionário argumento de que a humanidade é, em essência, bastante decente e generosa.

Para explicar sua tese, Bregman retoma períodos históricos como exemplo, mostrando que, em momentos de crise, não é o pior que aflora no ser humano, mas sim o melhor. O autor cita o exemplo dos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial, que mobilizaram populações a se ajudarem enquanto suas cidades eram atacadas. É evidente que o ser humano é complexo, tendo um lado bom e ruim, mas para o historiador a questão fundamental é para qual lado nos voltamos em cada circunstância. “Meu argumento é simplesmente o seguinte: nós, quando ainda somos crianças – em uma ilha não habitada, em meio a uma guerra ou ante uma crise –, temos por natureza uma forte preferência pelo lado bom. Vou apresentar uma considerável evidência científica mostrando quanto uma visão mais positiva da natureza humana é realista. Ao mesmo tempo, estou convencido de que essa visão seria mais realista se começássemos a acreditar nela”, conta no primeiro capítulo.

Ao longo do livro, o historiador retoma debates filosóficos, apresenta estudos científicos e teorias da psicologia para mostrar que a percepção que os seres humanos possuem de si tem enormes implicações nas relações sociais, inclusive na democracia. Acreditar no melhor da natureza humana é fundamental para que a sociedade verdadeiramente mude. Para ilustrar, o autor conta um episódio que aconteceu no Brasil em 1989, de como confiar na autonomia de uma população foi eficaz para uma construção democrática legítima: em dos maiores movimentos do séc. XXI, a cidade de Porto Alegre, Rio de Grande do Sul, implementou um orçamento participativo, confiando um quarto da renda à população. Passada uma década, a ideia já tinha sido copiada por mais de cem cidades no Brasil e se disseminado pelo mundo.

O autor Rutger Bregman. Foto: Stephan Vanfleteren.

Considerado o “novo Sapiens“, a obra é um convite para o leitor que deseja voltar no tempo e mergulhar em uma nova versão da história da humanidade. Best-seller em países como EUA, Inglaterra e Alemanha, onde foi um dos livros mais vendidos de 2020, Humanidade: uma história do homem promete revolucionar a percepção sobre o comportamento humano, com nuances que contribuirão para o enfrentamento dos maiores desafios da atualidade – desde a crise climática até a nossa desconfiança cada vez maior uns dos outros.

Ficha técnica

Título: Humanidade

Autor: Rutger Bregman

464 páginas

R$66,90

Sobre o autor | Rutger Bregman é historiador e autor de cinco livros sobre história, filosofia e economia. Escreve para o jornal eletrônico internacional The Correspondent. Mora na Holanda e é considerado um dos mais proeminentes pensadores europeus.

Festival Nossos Palcos está com inscrições abertas

São Paulo, por Kleber Patricio

Escola já formou mais de 3000 alunos com aulas teóricas e práticas. Fotos: divulgação.

Estão abertas as inscrições para o Festival Nossos Palcos, um evento online voltado a reciclar e preparar os profissionais para a retomada do setor musical durante e após a pandemia. São apenas cem vagas, 70 delas gratuitas (bolsas voltadas para profissionais que atuam em ONGs, museus, teatros, centros culturais e pontos de cultura). As outras 30 vagas para o público em geral tem valores reduzidos. O Festival acontece de 8 a 21 de março de 2021 e as inscrições podem ser realizadas no site http://e11d037.paginas.site/festival-nossos-palcos-2021.

O Festival Nossos Palcos é realizado pela On Stage Lab, a primeira escola de formação de profissionais de entretenimento ao vivo e negócios da música da América Latina.

Fabiana Lian, fundadora da escola, tem grande experiência na cadeia produtiva da música. Atuou como produtora artística em diversos shows internacionais e trabalhou com artistas como Madonna, Elton John, Iron Maiden, Beyonce, Justin Bieber, Red Hot Chili Peppers, Lady Gaga e Metallica, entre outros, em turnês pelo Brasil e América Latina. Seus cursos já formaram mais de três mil alunos, inclusive os levando a campo para shows de Ed Sheeran, John Mayer, Katy Perry, Lollapalooza, BTS e outros.

Curso recicla e prepara profissionais para a retomada do setor musical.

De acordo com Fabiana Lian, “o Festival, ao mesmo tempo que recicla e prepara os profissionais para a retomada do setor, habilitando os alunos para atuar em um mundo onde novos olhares, ideias e modus operandi se fazem necessários, dá espaço para novos talentos e cenas da música”.

Profissionais de peso | Além de Fabiana Lian, outros profissionais de peso no mercado do entretenimento ministrarão 14 encontros, com aulas teóricas, laboratórios e painéis. Entre os assuntos, a indústria dos shows no Brasil e no mundo, novos palcos, os festivais, produção executiva, público e logística, entre outros.

Também participam da equipe feras na área como Leticia Frungillo (produtora executiva de mais de 50 shows internacionais e nacionais e responsável por produções de eventos como WME, Dekmantel e Festival Disney), Ingrid Berger (há 20 anos coordena camarins no Rock in Rio em Lisboa, Madrid, Rio e Las Vegas, além de inúmeros shows internacionais); Evandro Fióti (diretor e fundador da Lab Fantasma); Marcelo Beraldo (gerente de conteúdo da T4F e responsável pela realização do Lollapalooza) e Marco Tobal Jr. (sócio diretor da SP Eventos e Áudio Clube).

Seis shows | Os alunos, além da formação teórica, poderão conferir na prática como é atuar em shows.  O Festival contará com seis shows de artistas, como Giovanni Cidreira, Edgar, Jup, MCSouto e Taxidermia. Os shows acontecerão nos espaços culturais Centro da Terra e o antigo Cine Joia, em São Paulo, tombado pelo Patrimônio Histórico e uma das casas mais importantes para a música independente. O evento tem curadoria da artista visual, cantora e compositora Luiza Lian.

O Festival Nossos Palcos conta com apoio do ProAC Expresso LAB Nº 40/2020, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc.

Serviço:

Inscrições abertas para o Festival Nossos Palcos

Data: 8 a 21 de março de 2021

Horário: 18h às 22h30

100 vagas:

70 vagas gratuitas (voltadas para profissionais que atuam em ONGs, museus, teatros, centros culturais e pontos de cultura) e alunos de entidades parceiras

30 vagas: 10 x de R$69,90

Inscrições: http://e11d037.paginas.site/festival-nossos-palcos-2021

Confira a programação completa:

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1k0AhzWfYrovHB6exCUoTvYmTaZ5uvlAU27SUDJJLH4k/edit

Informações: (11) 3436-1996 ou (11) 98690-0125 (Whatsapp).