Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
A Simões de Assis dá início à sua programação de 2025 com a exposição individual da artista Larissa de Souza. Em cartaz de 28 de janeiro a 1° de março, a mostra ‘Fé Feitiço’ será exibida em São Paulo, no espaço térreo, com 15 obras inéditas da artista e texto assinado pelas curadoras Mariane Beline e Paula Nascimento.
Os trabalhos foram produzidos a partir de sua pesquisa sobre simpatias brasileiras e angolanas. “Durante sua experiência na residência e nas vivências em Angola, Larissa de Souza se deparou com uma familiaridade local, hábitos e costumes angolanos que eram tipicamente brasileiros. A produção pictórica da artista converge com o entendimento de saberes ancestrais e culturais silenciados pelas colonialidades, mas que resistem e habitam o inconsciente coletivo. Ao revisitar essas crenças populares, Larissa de Souza busca uma reconexão com identidades culturais do passado e, ao fazê-lo, ressignifica o passado”, comenta a curadora Mariane Beline.
Larissa de Souza (São Paulo, 1995) é uma artista autodidata que se dedica à pintura majoritariamente figurativa, concentrando-se na representação da mulher afro diaspórica em seus universos particulares e coletivos. Suas obras carregam as histórias das mulheres de sua linhagem e a força de muitas outras, abordando temas como corpo, desejo, ancestralidade e memórias pessoais. Paralelamente, Larissa investiga memórias coletivas que moldam a cultura popular brasileira, criando narrativas visuais que mesclam intimidade e coletividade.
A artista iniciou sua trajetória em 2016, trabalhando em uma loja de materiais artísticos onde aprofundou seus conhecimentos sobre técnicas e materiais. Posteriormente, atuou como assistente em um ateliê, o que impulsionou sua própria produção, especialmente durante a pandemia de 2020. Sua principal técnica é a tinta acrílica, combinada com aplicações que incluem bordados, tecidos, pedras e ladrilhos, adicionando camadas de textura às suas obras.
Sobre sua prática, Paula Nascimento e Mariane Beline destacam no texto que acompanha a mostra: “A magia popular, que no Brasil chamamos de simpatias, e tudo o que envolve esse preceito, é fascinante. O conceito místico dos símbolos, a intenção que depositamos, os saberes das ervas, as histórias de uma crença que permeia o imaginário de um povo e que se transmite por meio da oralidade são aspectos que nos intrigam. (…) Dentro dessa produção, Larissa também navega no inconsciente, com algumas pinturas surrealistas que nos fazem pensar que é no inconsciente que a fé também reside.”
As cenas retratadas por Larissa são íntimas, muitas vezes situadas em ambientes caseiros com elementos de vazio e convites implícitos para o espectador adentrar esses espaços por meio de janelas ou portas abertas. Em suas pinturas, a artista subverte estereótipos históricos ao retratar pessoas negras em contextos de afeto e harmonia, criando uma sensação de familiaridade e acolhimento. Seu trabalho dialoga com referências como Rosana Paulino, Sônia Gomes e Faith Ringgold e apresenta uma profunda reflexão sobre políticas de afetividade.
A fé sempre foi uma maneira de Larissa de Souza enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta. Desde criança, a artista alimentava ‘de fé’ as pequenas coisas que a rodeavam, como, por exemplo, uma pedra bonita que encontrava no caminho logo se transformava em um amuleto de proteção. Desde sua infância, apesar de ainda não ter a dimensão dos problemas sociais, Larissa já sentia a necessidade de estar protegida, espiritualmente e sobrenaturalmente.
“Acredito que nós, seres humanos, assim como fazemos parte da natureza – e somos a natureza –, também possuímos poderes transformadores por meio da fé. E a fé de que falo não se refere estritamente ao sentido religioso. Há um mistério no fato de não sabermos a raiz de onde tudo começou. Acho interessante como esse conceito se distribui no imaginário coletivo independentemente da religião e isso me faz refletir como esses saberes se perdem à medida que a modernidade avança”, comenta Larissa de Souza.
Na exposição ‘Fé Feitiço’, Larissa busca retratar alguns dos saberes que aprendeu durante sua infância, mas ao mesmo tempo, traz à tona sua experiência de vida na Angola. “O Brasil tem uma ligação muito forte com a cultura banto, que se misturou à cultura indígena brasileira. Vejo o quanto temos em comum em termos de crenças populares”, explica.
A paleta de cores em ‘Fé Feitiço’ explora tons azulados com nuances violáceas, com adição de bordados, ladrilhos e pedras. As pinturas transitam entre o lilás sutil e a púrpura densa, tons que aprofundam uma sensação de elevação espiritual. Larissa de Souza também já realizou exposições individuais, como ‘Paredes que contam histórias’ (2023), na Albertz Benda, Nova York, e ‘Pertencimento’ (2021), na HOA, São Paulo. Também participou de exposições coletivas de destaque, como ‘Do You See Me?’ (2023), em Los Angeles, e ‘Histórias Brasileiras’ (2022), no MASP, São Paulo. Suas obras integram coleções relevantes, como as do Museu de Arte do Rio (MAR) e do MASP.
Sobre a artista
Larissa de Souza (São Paulo, 1995) é artista autodidata. Em sua pintura, majoritariamente figurativa, concentra-se na imagem da mulher afro diaspórica – seu universo particular e coletivo –, navegando entre a memória, o corpo, o desejo e a ancestralidade. Souza retrata cenas afetivas que destacam a importância da experiência negra em seu testamento poético, questionando o silenciamento da população negra pelo pensamento colonial e escutando a ancestralidade inscrita no corpo. Sua pintura carrega a história das mulheres de sua linhagem e a força de muitas outras. Por meio de um universo cromático muito singular, marcado por texturas e também aplicações como bordados, ladrilhos e tecidos que integram sua composição, Larissa possui trabalhos nos acervos do Museu de Arte do Rio – MAR, no Rio de Janeiro, e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, em São Paulo.
A artista participa de duas mostras coletivas em São Paulo, que ficam em cartaz até fevereiro de 2025: ‘Outros Navios: Uma Coleção Afro-Atlântica’, Centro Cultural Fiesp, e ‘Artistas do vestir: uma costura dos afetos’, Instituto Itaú Cultural.
Link para vídeo sobre a prática da artista
Sobre Paula Nascimento
Paula Nascimento (Luanda, 1981) é arquiteta e curadora independente, baseada em Luanda. Seu trabalho envolve artes visuais e práticas culturais, com enfoque na intersecção entre artes visuais, urbanismo, geopolítica e educação artística. Um aspecto significativo da sua prática envolve metodologias interdisciplinares e um foco em leituras contemporâneas de temas históricos e debruça-se por discursos des/pós-coloniais no contexto do Sul Global. Atualmente, é presidente do comitê artístico da Nesr Art Foundation, curadora da Secção Africana da Arco Lisboa, e membro do Conselho curatorial do Hangar – Centro de Investigação Artística e integra o Comitê de aquisições do Centro de Arte Moderna (Fundação Calouste Gulbenkian). Foi premiada com o Leão de Ouro de melhor participação nacional na Bienal de Veneza em 2013 e recebeu diversas distinções.
Sobre a Simões de Assis
Desde a sua abertura, em 1984, a Simões de Assis dirige o seu olhar para a arte moderna e contemporânea, especialmente para a produção latino-americana. Ao longo de quatro décadas de trabalho, a galeria se especializou na preservação e na difusão do espólio de importantes artistas como Abraham Palatnik, Carmelo Arden Quin, Cícero Dias, Emanoel Araujo, Ione Saldanha e Miguel Bakun, contando com a parceria de famílias e fundações responsáveis.
A partir do contato estreito com pesquisadores e curadores, a Simões de Assis conseguiu a articulação necessária para difundir e representar seus artistas no Brasil e no exterior. Ampliando o alcance no mercado de arte do Brasil, atualmente, a galeria tem três espaços: em São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC), estimulando trocas e debates, além de fomentar o talento e a carreira de seus artistas.
Serviço:
Fé Feitiço, exposição individual de Larissa de Souza
Preview para imprensa & convidados: 27 de janeiro, a partir das 19h
Período expositivo: de 28 de janeiro a 1° de março de 2025
Local: Simões de Assis | Alameda Lorena, 2050 – térreo – Jardins – São Paulo/SP
Horário de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h | sábados, das 10h às 15h
Entrada gratuita
@simoesdeassis_ | simoesdeassis.com.
(Com Patricia Marrese/Marrese Assessoria)
Simulação completa da obra ‘Este capítulo não foi concluído’ (2024), de Rafael Pagatini, a ser instalada no mural externo do Memorial da Resistência de São Paulo. A obra faz parte da exposição ‘Uma Vertigem Visionária — Brasil Nunca Mais’.
São Paulo abriga o primeiro museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil. Com entrada gratuita, o Memorial da Resistência tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro por meio de exposições, ações educativas, programação cultural e do seu amplo acervo de história oral.
O Memorial da Resistência de São Paulo é um museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Aberto em 24 de janeiro de 2009, ele fica exatamente no mesmo prédio onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.
Sobre a instalação da obra Este capítulo não foi concluído (2024)
Parte da exposição temporária Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais, com curadoria de Diego Matos, a obra Este capítulo não foi concluído (2024), de Rafael Pagatini, será exibida no mural externo do Memorial da Resistência de São Paulo. A colagem de foto gigantismo, feita pelo artista Julio Dojcsar, será apresentada no dia 24 de janeiro de 2025, data em que o museu completa 16 anos da sua inauguração.
A obra é composta a partir de páginas do projeto Brasil: Nunca Mais, iniciativa empreendida pela sociedade civil ainda durante a ditadura civil-militar, responsável por sistematizar e produzir cópias de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
O painel de 14,2m x 4,5m dispõe 72 páginas dos processos sobrepostas por itens relacionados ao corpo humano, como roupas, calçados, adereços e objetos pessoais, materializando a presença das pessoas impactadas pelo período de repressão.
A obra comissionada para a exposição estabelece uma ligação direta entre o projeto e o romance O Processo, de Franz Kafka. No final do capítulo oito, o autor acrescenta uma nota indicando que “este capítulo não está concluído”. Essa sensação de inacabamento permeia todo o livro que, por si só, é uma obra inacabada, refletindo o processo legal labiríntico e trágico que Kafka narra, em que a conclusão e a justiça permanecem inalcançáveis.
A escolha do título não apenas evoca a ideia de inacabamento presente na obra literária, mas também reflete às histórias das pessoas perseguidas durante o governo civil-militar brasileiro. Muitas dessas trajetórias nunca tiveram o reconhecimento ou a justiça que mereciam, permanecendo como capítulos inacabados na narrativa do país. Ao escolher esse título, Pagatini buscou ressaltar a continuidade dessas lutas e a importância de manter vivas as memórias, as quais ainda aguardam por justiça e resolução.
Sobre Rafael Pagatini | Nascido em Caxias do Sul, RS, em 1985, Pagatini é artista visual, pesquisador e professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo. Trabalha principalmente com procedimentos associados a gravura, fotografia e instalação. Sua produção recente se caracteriza pela crítica da sociedade contemporânea, através da investigação das relações entre arte, memória e política.
Sobre a exposição Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra com curadoria do professor e pesquisador Diego Matos resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis. A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
Além da obra de Rafael Pagatini e dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras feitas por ex-presos políticos durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura, parte da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, e de outros artistas relacionadas à repressão e à resistência durante o período. A exposição fica em cartaz até 27 de julho de 2025. Aberto todos os dias (exceto terça), das 10h às 18h. Entrada gratuita.
Sobre o Memorial da Resistência
O Memorial da Resistência de São Paulo é o primeiro museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil e tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro. Aberto ao público em 2009, o museu é um lugar de memória dedicado a preservar a história do prédio, onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.
Por meio de exposições temáticas de grande impacto social, ações educativas, atividades para pessoas com deficiência e programações culturais gratuitas, o museu se consolidou como referência em Educação em Direitos Humanos, promovendo o pensamento crítico e desenvolvendo atividades sobre Direitos Humanos, Repressão, Resistência e Patrimônio.
Serviço:
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Estacionamento no local: pago – Aberto e Coberto
Entrada gratuita
Acesso Seguro: Há uma conexão direta e segura da Estação da Luz através da saída Sala São Paulo. O Boulevard João Carlos Martins é uma passagem coberta que conecta a estação da Luz aos prédios do Memorial da Resistência, Estação Pinacoteca e Sala São Paulo.
(Com Juliana Victorino/Agência Jacarandá)
Manejadores de pirarucu nos municípios de Fonte Boa e Juruá, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, receberam capacitação da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) sobre boas práticas de pesca, limpeza, armazenamento, transporte e comércio de pirarucu. O curso ocorreu em outubro e capacitou 85 manejadores de 10 comunidades ribeirinhas.
A iniciativa faz parte do projeto ‘Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá’, lançado em dezembro de 2023 em parceria com a Positivo Tecnologia e o Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio).
O primeiro curso, focado em ‘Boas Práticas de Pré-Beneficiamento do Pirarucu’, ocorreu na comunidade Tamanicuá, no município de Juruá. A iniciativa reuniu 67 manejadores das comunidades de Tamanicuá, Santa Luzia do Jussara e São Francisco da Mangueira. Já o segundo curso, sobre ‘Boas Práticas de Beneficiamento do Pirarucu’, foi realizado na unidade produtiva Salgadeira Cabocla, em Fonte Boa, e contou com 18 participantes de sete comunidades.
Ambos os cursos abordam temas fundamentais, como higiene pessoal, tipos de contaminação, evisceração e lavagem, uso de EPIs, legislação sanitária, técnicas de corte e filetagem, armazenamento e resfriamento do pescado. Muitos participantes destacaram que, embora atuem no manejo do pirarucu há anos, não haviam recebido uma capacitação tão completa.
Gracilvani Ferreira da Costa, morador da comunidade Tamanicuá e presidente do Acordo de Pesca São Sebastião, afirmou que a capacitação foi fundamental para garantir a qualidade do pescado. “O curso é voltado para o manejo do pirarucu, mas também serve para o nosso dia a dia em casa. Como é um fato novo, estamos começando e não trabalhávamos com o pirarucu manejado antes [na comunidade], acredito que os comunitários estão bastante empenhados em passar [o conhecimento] adiante as boas práticas. Agradecemos aos parceiros, pois a comunidade se sente muito feliz por receber a equipe”, afirmou.
Outra participante, Sileia Pinheiro Lopes, moradora da comunidade Batalha de Baixo, destacou a importância de aplicar e compartilhar os conhecimentos adquiridos e observou o aumento da participação feminina no manejo do pescado. “Antes, tinha muito menos mulheres, mas com o tempo, vieram os cursos e as capacitações. Nós nos esforçamos e hoje temos um número muito maior. Na minha comunidade, as mulheres estão se envolvendo ainda mais no manejo. Agora, quando vamos fazer o manejo do pirarucu, a maioria é de mulheres. Com certeza, eu participando desse curso vou estar incentivando outras mulheres”, conta.
Próximos passos
Iniciado em dezembro de 2023, o projeto ‘Sistema de rastreabilidade’ busca melhorar a renda dos pescadores que, anualmente, recebem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o manejo sustentável do pirarucu na Amazônia.
O sistema de rastreabilidade digitaliza as etapas de pesca, pré-beneficiamento, beneficiamento e comercialização para hotéis e restaurantes. Embora toda a cadeia gere empregos e fortaleça a economia local, a maior parte dos lucros ainda se concentra fora da comunidade, com os pescadores ficando com aproximadamente 15% dos ganhos, conforme aponta um estudo da Universidade Notre Dame de 2019.
Além do peixe comercializado in natura, após o beneficiamento, a pele do peixe é transformada em couro, servindo ao mercado da moda, utilizada para tecidos, sapatos, bolsas e acessórios. Esse aproveitamento de subprodutos contribui para a geração de empregos diretos e indiretos e, dessa maneira, reforça a competitividade do setor na região. “Acreditamos que o pirarucu tem um enorme potencial para gerar renda e promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com o sistema de rastreabilidade e as ações de capacitação, estamos construindo um futuro onde pescadores receberão um retorno financeiro mais justo pela atividade do manejo”, afirma Elizeu Silva, analista de Empreendedorismo da FAS.
Sobre a FAS | A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
Sobre o PPBio | O Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) foi criado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em 2019, é coordenado pelo Idesam e tem como objetivo principal direcionar recursos provenientes dos investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) previstos pela Lei de Informática para fomentar a criação de novos produtos, serviços e negócios voltados à bioeconomia na Amazônia.
Além de impulsionar soluções voltadas ao desenvolvimento sustentável da região, o PPBio também busca conectar o potencial da Amazônia a soluções inovadoras e sustentáveis.
(Com Emanuelle Araujo Melo de Campos/UP Comunicação)
Uma iniciativa que acaba de nascer em Campinas pretende inspirar outros municípios. A Fundação FEAC, em parceria com a PUC-Campinas e o Grupo de Estudos e Práticas Permanentes em Educação Social (GEPPES), lançou a Academia Social, um projeto-piloto que visa capacitar agentes sociais que já trabalham ou desejam atuar no ecossistema social. Trata-se de uma plataforma cuidadosamente estruturada com cursos que permitirão aos ‘estudantes’ a ampliação de conhecimentos e o fortalecimento de suas práticas profissionais para fomentar a inclusão social, reduzir as vulnerabilidades e promover o bem-estar social de maneira equitativa.
Para um município que tem população de mais de 1,1 milhão de habitantes, cerca de 135 mil famílias vivendo em situação de vulnerabilidade social cadastradas no Cadastro Único em 2023 e aproximadamente 255 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) em atividade, a qualificação de profissionais para trabalhar no chamado ecossistema social é um tema de extrema relevância, uma vez que são essas pessoas que têm papel essencial para que as organizações sejam eficazes em suas missões e sustentáveis em suas operações.
Paulo Silva, do GEPPES, e Everton Silveira, da PUC-Campinas, ao lado da equipe da Fundação FEAC (da esquerda para a direita).
Em cerimônia que aconteceu em dezembro na PUC-Campinas para marcar o lançamento da Academia Social, Rodrigo Correia, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Organizacional e Impulsionamento de Empreendedores Sociais da Fundação FEAC, explicou que o projeto-piloto terá 18 meses de duração, com a oferta de pelo menos 10 cursos nas áreas de governança, gestão e sustentabilidade, com conteúdos específicos para cada público: desde educadores e técnicos até gestores e diretores de OCSs. “O projeto é sustentado por três pilares fundamentais: a formação acadêmica com certificação pela PUC; a geração de conhecimento, com o objetivo de criar uma plataforma acessível para outros agentes sociais, com a disponibilização de materiais educativos; e a qualificação da experiência profissional dos ‘estudantes’ promovendo uma conexão com as oportunidades de trabalho no Setor Social de Campinas. Assim ajudaremos a solucionar uma ‘dor’ do Setor Social, que tem uma função crucial no desenvolvimento de políticas públicas, na promoção de direitos e na execução de ações de apoio à população vulnerável e, justamente por isso, precisa de profissionais com competências aprimoradas”, esclareceu.
Rodrigo Correia, da FEAC, Paulo Silva, do GEPPES, o professor Everton Silveira, da PUC-Campinas (da esquerda para a direita).
O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior, afirmou que docentes e pesquisadores da instituição estão envolvidos no projeto com a missão de ajudar a pensar, a refletir e, sobretudo, compartilhar conhecimento com pessoas que estão realmente engajadas a ajudar pessoas em estado de vulnerabilidade social. “Sabemos que quem está na linha de frente precisa de apoio econômico e de infraestrutura, mas também de formação e capacitação. Esse é o propósito que queremos construir com a FEAC e o GEPPES e certamente isso trará um impacto marcante para a sociedade civil de Campinas e fortalecerá ainda mais os nossos projetos”.
O superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, Jair Resende, destaca que a parceria com a PUC-Campinas busca melhorar a qualidade do atendimento já prestado para as comunidades mais vulneráveis da cidade e também a preparar profissionais que desejam trabalhar com o Terceiro Setor. “O projeto terá como resultado um atendimento ainda mais qualificado às crianças, jovens e comunidades vulneráveis de Campinas, uma vez que as organizações contarão com profissionais capazes de ter uma atuação ainda mais impactante”, frisou.
Germano Rigacci Júnior, reitor da PUC-Campinas (à esquerda), e Jair Resende, superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, em evento de lançamento da Academia Social.
O professor Everton Silveira, responsável pelo Programa de Desenvolvimento Humano Integral (PDHI) ‘Levanta-te e Anda’, que levou ao desdobramento para o novo projeto, e um dos supervisores da Academia Social, contou que a união da PUC com a FEAC aconteceu a partir de um amadurecimento das duas organizações e que a PUC-Campinas queria criar novas metodologias ativas junto à comunidade e a FEAC entendeu que precisava de um processo de capacitação para organizações sociais. “A Academia Social nasce desse desejo de criar um espaço de formação permanente. Começaremos oferecendo dois cursos livres de capacitação e pretendemos, em um futuro breve, ter no portfólio até um curso de pós-graduação”, completou.
Para Paulo Silva, coordenador de projetos sociais, culturais e de educação do Grupo de estudos e Práticas Permanentes em Educação Social (GEPPES), o principal ganho deste projeto-piloto é que mais pessoas estarão preparadas para olhar criticamente a sociedade e pensar coletivamente em suas transformações.
O início das atividades da Academia Social
De acordo com a Fundação FEAC, inicialmente serão oferecidos dois cursos de capacitação. O primeiro, batizado de ‘Educação Social em Movimento – Inclusão e Diversidades’, trabalhará no módulo ‘Identidade’ conteúdos sobre a trajetória da Educação Social no Brasil e suas metodologias; inclusão e diversidades; e perspectivas grupais. Já o módulo ‘Saberes’ terá entre os conteúdos a arte educação e suas linguagens; o papel mediador do educador e a educação popular e as relações étnico-raciais. As inscrições ficam abertas até 7 de fevereiro pelo link https://educacional.puc-campinas.edu.br/loja/oferta?id=10301. O início das aulas está previsto para o dia 22 de fevereiro, aos sábados das 8h30 às 12h30, no CEI Campinas e também na PUC-Campinas.
O segundo ‘Práticas em Educação Social e SUAS: desenvolvimento e implementação’, terá entre os temas abordados a Educação Social; o Sistema Único de Assistência Social (SUAS); o desenvolvimento de projetos integrados e participação cidadã e inclusão social. As inscrições podem ser feitas pelo link https://educacional.puc-campinas.edu.br/loja/oferta?id=10300 até 23 de fevereiro. As aulas, que começam no dia 8 de março, também serão aos sábados, das 8h30 às 12h30, no campus I da PUC Campinas.
Ambos, com duração de 40 horas, têm como público-prioritário educadores e agentes sociais que já atuam no ecossistema social do município de Campinas.
(Com Karina Fusco/Verdelho Comunicação)
O Parque Ibirapuera dá início a um novo capítulo em sua jornada gastronômica com a inauguração do conceituado restaurante italiano Bottega Bernacca, criado em 2013 pelo italiano Davide Bernacca ao lado do sócio, chef de cozinha e empresário catalão Gerard Barberan. Além de ampliar o leque de opções culinárias do local, o novo espaço promete encantar os frequentadores com uma seleção de pratos que os levarão a uma verdadeira viagem para a Itália. Um simples passeio ao ar livre pode se tornar uma deliciosa jornada de sabores. A operação está instalada nas proximidades do Portão 5 e ocupa um espaço antes desocupado e que foi requalificado dando lugar ao restaurante avarandado que apresenta um conceito integrado à natureza, posicionado sobre um deck pensado para proporcionar uma vista única para a paisagem do parque. Um ambiente acolhedor e harmônico com a natureza.
Davide Bernacca e Gerard Barberan comemoram a abertura da unidade de seu restaurante no parque mais amado da capital. “Estamos muito felizes com essa inauguração, que já é um marco em nossa história e na do parque. Vamos criar experiências que conectam as pessoas ao restaurante, unindo a boa mesa à natureza”, afirma o chef. A casa seguirá sua tradição, focando o menu na entrega de pratos de pasta seca de grano duro servida ‘al dente’, pilar da dieta italiana, e de pasta fresca. Além disso, um cardápio de café da manhã, com lanches, sucos naturais e outras opções leves e saudáveis, está sendo desenvolvido para atender o público que frequenta o Ibirapuera logo cedo.
Experiência do visitante
Desde a chegada da Urbia ao parque, em outubro de 2020, o Ibirapuera ganhou novas operações no setor de alimentos e bebidas com o objetivo de levar mais conforto aos frequentadores. Hoje o usuário conta com opções variadas que vão desde sucos, vitaminas e açaí, passando pelos lanches e privilegiando menus que destacam a diversidade da comida do nosso país.
A concessionária trouxe para o parque três restaurantes que fazem sucesso entre os frequentadores. O Selvagem, liderado pelo chef Filipe Leite, oferece uma experiência gastronômica rica em sabores brasileiros, destacando ingredientes locais em um cardápio que inclui pratos variados, opções vegetarianas e veganas, além de uma carta de coquetéis criada pelo mixologista Jairo Gama, que traz brasilidade aos drinks; o Madureira, que é uma casa de sucos e comidas saudáveis, em um ambiente charmosos e que preza pela saúde, alimentos frescos e funcionais; e o Sabiá do Parque, com uma variedade de pratos, que vão desde opções fits, veganas e vegetarianas, até lanches clássicos e contemporâneos.
Em outubro do último ano uma lanchonete também entrou para o rol de opções gastronômicas do Ibirapuera. O Quiosque Corona chegou oferecendo café da manhã, refeições leves, opções inspiradas na culinária mexicana, wraps e sobremesas e bebidas refrescantes, harmonizando com ambiente do parque e proporcionando uma experiência relaxante.
Com uma proposta de garantir opções mais saudáveis, há um ano, o Smoov abriu suas portas no Ibira. A loja oferece smoothies preparados somente com ingredientes naturais, como frutas, verduras, leite vegetal e superfoods, alimentos conhecidos por terem alta densidade nutritiva. Além de funcionais, as bebidas foram desenvolvidas e aprovadas por nutricionistas, fornecendo uma alimentação rica em vitaminas, fibras e nutrientes que suprem e melhoram a nutrição corporal.
Já no mês de maio do ano passado, quem chegou para marcar presença no espaço foi a Polpanorte, que oferece açaí, cremes e sorvetes naturais, produzidos a partir de polpas de fruta pré-selecionadas. Seguindo a mesma linha, em outubro, foi a vez de Amalfi abrir suas portas no parque oferecendo aos visitantes sorvetes de sabores que remetem aos gelatos da Costa Amalfitana, na Itália.
Para os fãs de empanadas e choripans, o Bálcon conta com um cardápio repleto de versões desses tradicionais pratos que são muito apreciados por toda a América do Sul. O espaço foi aberto em junho de 2024 e tem como foco a comida de rua uruguaia.
O parque também dispõe de operações para quem procura alternativas rápidas, práticas e gostosas como o cachorro-quente do Rei do Dog, os deliciosos Pastéis Takeda, os doces da Beiju Churros, as famosas castanhas e amêndoas da Nutty Bavarian, além dos pontos de venda da Pipoca do Parque e da importante presença dos vendedores autônomos que, agora à bordo de novos carrinhos projetados pela Urbia especialmente para eles e produzidos de forma sustentável a partir de plástico reciclado, garantem a venda de snacks, bebidas e água de coco aos visitantes.
Sobre a Urbia
Criada em 2019, pela Construcap, a Urbia Gestão de Parques nasce para valorizar, cuidar e preservar o patrimônio histórico e ambiental, enquanto oferece lazer qualificado, entretenimento e cultura a todos os visitantes. A dedicação da empresa se concentra em criar, a cada dia, um mundo melhor, com mais diversidade, inclusão e cidadania, reconectando as pessoas à natureza. Ao todo, há cinco concessões especializadas na gestão de parques públicos, urbanos e naturais, hoje concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país. A primeira é a Urbia Gestão de Parques de São Paulo, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada para cuidar da gestão dos seis parques paulistanos (Ibirapuera, Tenente Brigadeiro Faria Lima, Jacintho Alberto, Jardim Felicidade, Eucaliptos e Lajeado). Apoiada no desenvolvimento sustentável, ela tem o objetivo de conectar pessoas por meio do lazer, entretenimento e cultura, e proporcionar momentos de imersão e harmonia com a natureza no meio urbano. Além destes, a Urbia também é responsável pela gestão dos Parques Estaduais do Horto Florestal (Alberto Löfgren) e da Cantareira, ambos localizados na zona norte de São Paulo/SP; dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, considerando suas principais áreas de visitação – as áreas do Cânion Fortaleza, Cânion Itaimbezinho e Rio do Boi, situados em Cambará do Sul/RS e Praia Grande/SC; e das Cataratas do Iguaçu, Parque Nacional do Iguaçu em Foz do Iguaçu/PR, em parceria com o Grupo Cataratas, com os mesmos propósitos e modelos de gestão. Recentemente, também em parceria com o Grupo Cataratas, a Construcap sagrou-se vencedora da licitação do Parque Nacional de Jericoacoara, cujo contrato já foi assinado. Para mais informações, acesse: Site | Instagram | Facebook | Linkedin.
Sobre o Bottega Bernacca
Criado em 2013 pelo italiano Davide Bernacca, ao lado do sócio, chef de cozinha e empresário catalão Gerard Barberan, o grupo Bottega Bernacca é referência em comida italiana em São Paulo. Com menu focado na entrega de pratos de pasta seca de grano duro servida ‘al dente’, pilar da dieta italiana, a casa também oferece opções de pasta fresca, além de saladas e de segundo prato. Além da unidade no Parque Ibirapuera, inaugurada em janeiro de 2025, conta ainda com unidades na Rua Padre João Manuel (Jardins) – conhecida como Bottega Uno –, Shopping Iguatemi (Jardim Paulistano), Rua Amauri (Itaim Bibi) e Rua Dr. Melo Alves (Jardins). Espaços que, juntos, são responsáveis por empregar 350 funcionários e têm expectativa de receber, em média, 30 mil clientes ao mês.
(Com Emilly Moreira/Máquina Cohn & Wolfe)