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Indaiatuba cria projeto para melhorar arborização urbana

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Bairro João Pioli será o primeiro a ser atendido. Foto: Eliandro Figueira.

A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba inicia no próximo sábado (28) o Projeto Bairro Verde, com o objetivo de reforçar a arborização urbana do município. A proposta é escolher bairros menos arborizados para fazer o cadastramento e a orientação com os moradores para incentivar o plantio nas calçadas. O projeto será executado em parceria com a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura e com o Grupo UniEduK, composto pelo Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), pelo Centro Universitário Max Planck (UniMAX) e pela Faculdade de Agronegócios de Holambra (FAAGROH), que fará a doação de parte das mudas do projeto. O bairro João Pioli será o primeiro a ser atendido e as atividades começam às 8h30. Os plantios serão realizados no dia 18 de setembro, antecipando as ações em comemoração ao Dia da Árvore.

Conforme explicou o secretário Guilherme Magnusson, equipes formadas por funcionários do Meio Ambiente, do Grupo UniEduK e por estagiários da FIEC farão visitas nas residências do bairro para explicar os benefícios da arborização urbana e fazer o cadastramento das famílias que desejarem ter uma árvore plantada na calçada de suas residências. “Nesta etapa do projeto, além da conscientização ambiental, queremos orientar a população de que serão tomados todos os cuidados com o plantio, usando espécies de tamanhos adequados, com mudas que se adaptam ao ambiente e que não trarão problema futuros – como contato com a fiação, por exemplo”.

Paralelamente às visitas nas residências, a equipe de Serviços Urbanos montará tendas dos projetos Biodiesel Urbano e do Click Árvore no bairro escolhido para orientar as pessoas que estiverem em trânsito e também para fazer a doação de mudas de árvores aos interessados. O ponto de coleta seletiva móvel da empresa Corpus estará no local para atender a população. As tendas serão instaladas na pracinha do João Pioli, localizada na Avenida Artes e Ofícios, no cruzamento com a Avenida dos Artífices. No dia 18 os plantios ficarão sob o comando da equipe do Projeto Click Árvore e serão realizados em sistema de mutirão, inclusive com a participação dos próprios moradores do bairro.

Magnusson reforça que as árvores nas calçadas trazem benefícios como a diminuição da poluição do ar, ajudam a amenizar a temperatura, protegem a biodiversidade e também aumentam a absorção de água no solo. O Projeto Bairro Verde segue as diretrizes do Plano de Arborização Urbana do município e foi criado em 2015 como um instrumento de planejamento e disciplina municipal para a execução da política de plantio, manejo, preservação e expansão da arborização urbana. No documento, estão estabelecidos os parâmetros para a arborização de passeios em vias e de áreas livres públicas; tabela de distanciamento; critérios para escolha de espécies e para plantio em calçadas, praças e avenidas; espécies indicadas para a redução da poluição e a lista de espécies arbóreas nativas frutíferas para plantio em áreas verdes públicas.

UniEduK Solidário | Com o mote A cada novo seguidor, uma árvore será plantada, a campanha UniEduK Solidário, realizada durante o mês de maio, resultou no compromisso do plantio de 860 árvores, número respectivo aos novos seguidores conquistados com essa ação na página das redes sociais. Parte desse total será plantada por meio da parceria com o Projeto Bairro Verde, que contará ainda com o suporte técnico de docentes e alunos da FAAGROH – Faculdade de Agronegócios de Holambra, que faz parte do Grupo UniEduK ao lado da UniFAJ (Jaguariúna) e UniMAX (Indaiatuba).

Pesquisa: 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Ella Olsson/Unsplash.

O consumidor brasileiro está se mostrando cada vez mais consciente em busca de opções saborosas e que façam bem ao planeta. Pesquisa divulgada no início deste mês pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), que foi encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) no início deste ano, revela que em todas as regiões do Brasil, independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria ao menos uma vez na semana. Destes, 32% escolhem a opção vegana quando destacada pelo estabelecimento.

O “Veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade e, por extensão, que promova o desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente.” (livre tradução de The Vegan Society, grupo que criou o termo ‘veganismo’ em 1944 no Reino Unido). E os motivos são consistentes: um estudo da Universidade de Florença, na Itália, constatou que, entre os veganos, o risco de ter câncer é 15% menor, em comparação com quem consome carne e derivados. Já uma revisão publicada no British Medical Journal concluiu que a dieta vegana facilita a perda de peso e, em diabéticos, ajuda a baixar os níveis de glicose, triglicérides e colesterol.

Assim, o comércio começa a inovar e oferecer mais opções aos clientes – a exemplo do Açougue Vegano, primeira rede de franquias genuinamente brasileira e criada com a proposta de atender o público vegano e pessoas que estão querendo reduzir o consumo de carne, e outras empresas como Puravida, Positiva Eco etc.

Os chefs Celso Fortes e Michelle Rodriguez, do Açougue Vegano. Foto: Marco Brozzo.

Mas, como dito acima, essa conscientização tem que ir além da alimentação. “Se você quer respeitar os animais e decidiu não comer apenas carne, mas tolerar resíduos como queijo e ovos, está sendo incoerente. O animal de indústria vai ser morto ali dentro de qualquer jeito, exausto pela exploração de uma vida inteira. A vaca leiteira, por exemplo, é inseminada artificialmente a vida inteira (pois sem filhos = sem leite) e seus filhotes são abatidos aos 3 meses como vitela/baby beef. E, ao final de uma vida inteira de exploração, quando baixa sua produção leiteira, a vaca é mandada para o abatedouro do mesmo jeito. As galinhas poedeiras (que põem ovos) passam a vida presas em gaiolas e, no final, o destino também é o abatedouro. É bem pior ser fêmea, o sofrimento é maior do que simplesmente ser assassinada – é uma escravidão com a morte certa no final”, afirma a Associação Brasileira de Veganismo em seu site.

Enfim, se você se inclui entre os que se preocupam com uma alimentação mais saudável e com o meio ambiente, talvez esteja mais do que na hora de você começar a se informar.

Livros: cientista e jornalista se unem para explicar – e barrar – o negacionismo

Campinas, por Kleber Patricio

Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. Fotos: divulgação/Papirus.

O mundo moderno vive um paradoxo: temos astronautas em órbita e, ao mesmo tempo, gente que jura que a Terra é plana. O descompasso vai além da astronomia, chegando a questões cruciais para a saúde humana e o meio ambiente, e evidencia-se na tranquilidade com que até autoridades constituídas muitas vezes propagam informações sem comprovação, colocando em risco a vida de milhões de pessoas. Essas premissas são o ponto de partida da microbiologista Natalia Pasternak e do jornalista científico Carlos Orsi em Contra a realidade: A negação da ciência, suas causas e consequências, lançado pela Papirus 7 Mares (192 pp., R$44,90), livro em que a dupla se debruça sobre as origens e engrenagens por trás de “movimentos” cada vez mais populares – e perigosos – para a civilização, como o terraplanismo, o criacionismo e a negação do aquecimento global.

Pasternak e Orsi explicam que a força do negacionismo resulta, em grande medida, da resposta de grupos poderosos, com forte senso de identidade, à “ameaça” imposta pelo conhecimento às suas ideologias e crenças e aos seus interesses. Segundo os autores, o ataque aos consensos científicos tendem a cumprir pelo menos uma destas três funções:

1 – confundir o debate, paralisando a tomada de decisões ou embaraçando a adoção de políticas públicas;

2 – criar um espaço psicológico que permita que certas atitudes irracionais sejam apresentadas como razoáveis ou dignas de mérito e

3 – gerar sentimento de solidariedade ideológica, lealdade e coesão interna em grupos que partilham de uma identidade comum.

Diante disso, os autores lembram que “enxergar essas funções com clareza é tão importante quanto encontrar e disseminar os fatos corretos”. Conforme eles mostram, não é de hoje que é preciso lidar com teorias negacionistas. Ao longo da história, é possível identificar diversos casos. Contra realidade é permeado de exemplos que ilustram bem isso, do terraplanismo à negação do aquecimento global, passando pela desconfiança com as vacinas e pelo medo dos alimentos transgênicos – há inclusive quem negue fatos históricos, como o Holocausto. A teoria da evolução e o movimento criacionista também são discutidos pelos autores, que ainda destacam como a história do negacionismo está atrelada à indústria do cigarro com a negação e a relativização dos riscos reais do consumo do tabaco.

Se uma pessoa acredita que um remédio inadequado vai curar determinada doença, ela não só o utiliza, como o oferece aos filhos. O mesmo acontece com quem acredita que vacinas são prejudiciais à saúde: sua tendência é evitá-las em sua família. “Tão grave quanto o estímulo a ações irresponsáveis ou prejudiciais, no entanto, é o efeito que os negacionismos têm sobre o ambiente político e cultural da sociedade”, alertam os autores. “Ao expor uma série de casos exemplares, procuramos, neste livro, armar o leitor para que possa dissecar, criticar e evitar armadilhas semelhantes que, certamente, surgirão no futuro”, concluem.

Sobre os autores:

Natalia Pasternak é microbiologista (USP) e divulgadora científica brasileira, presidente do Instituto Questão de Ciência. Atua como professora convidada na Fundação Getúlio Vargas, na escola de Administração Pública, e na Universidade de Columbia (EUA), no Departamento de Ciência e Sociedade. É colunista do jornal O Globo, da revista The Skeptic UK, do portal Medscape, publisher da revista Questão de Ciência e autora do livro Ciência no cotidiano. Em 2020, tornou-se membro do Committee for Skeptical Inquiry e recebeu o prêmio internacional de promoção do ceticismo The Ockham Award (A Navalha de Ockham) e o Brasileiros do Ano (revista IstoÉ), na categoria Ciência, além de ter sido indicada como Personalidade do Ano pelo jornal O Globo.

Carlos Orsi é jornalista (ECA-USP), escritor, editor-chefe da revista Questão de Ciência e fundador do Instituto Questão de Ciência. Tem várias obras de divulgação científica publicadas, como O livro dos milagres, Pura picaretagem, O livro da astrologia e Ciência no cotidiano. Integrante da equipe que implantou, na década de 1990, a produção de conteúdo exclusivo para internet no Grupo Estado, criou, em 1997, a seção on-line de divulgação científica Ano 2000, iniciativa pioneira no Brasil. Foi repórter especial e colunista do Jornal da Unicamp, responsável pela coluna Telescópio, e da revista Galileu, onde assinava a coluna Olhar Cético, tratando de pseudociências e da análise de temas polêmicos de uma perspectiva científica.

Ficha técnica

Título: Contra realidade: A negação da ciência, suas causas e consequências

Autores: Natalia Pasternak e Carlos Orsi

Editora: Papirus 7 Mares

Páginas: 192 pp.

Formato: 14 x 21 cm

Preço de capa: R$44,90.

Jardim Botânico do Rio de Janeiro recebe o Travellers’ Choice Award 2021

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/JBRJ.

A plataforma Tripadvisor concedeu, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio Travellers’ Choice ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro como reconhecimento pelo serviço de alta qualidade oferecido pela instituição aos visitantes.

A escolha dos premiados foi baseada nas avaliações feitas pelos usuários da plataforma no período de 12 meses. Os ganhadores formam o grupo de 10% das atrações com avaliações mais altas do público em todo o mundo. A Tripadvisor atende, em média, 463 milhões de viajantes por mês.

A gerente comercial da Tripadvisor, Kanika Soni, destacou que o ano passado foi extremamente desafiador para o segmento de turismo. Segundo ela, “os Travellers’ Choice Awards destacam os lugares que são consistentemente excelentes, proporcionando experiências de qualidade repetidas vezes”. Ainda segundo a gerente, “com base em um ano inteiro de avaliações de clientes, o prêmio demonstra o excelente serviço e experiência que o premiado forneceu aos visitantes em meio a uma pandemia”.

Projeto Conexão Araucária anuncia restauração ecológica de 190 ha de vegetação nativa no Sul do País

Piraí do Sul, por Kleber Patricio

Plantio de mudas. Fotos: divulgação/SPVS.

O projeto Conexão Araucária anuncia a restauração ecológica de mais de 190 hectares de vegetação na região Sul do País. Desenvolvido pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), a iniciativa conta com financiamento do BNDES e Japan Tobacco International (JTI) para recuperar 335 hectares de Mata Atlântica na Floresta com Araucária remanescentes, dividida em quatro etapas de execução pré-estabelecidas, das quais duas já foram concluídas.

A parceria entre as instituições deu início ao projeto de conservação no ano de 2017 e já promoveu a restauração de uma área total equivalente a 238 campos de futebol. Na primeira etapa, foram recuperados 46 hectares na Floresta Nacional de Piraí do Sul, no Paraná. “Com a conclusão da segunda etapa do projeto, no primeiro semestre de 2021, já foram recuperados cerca de240 hectares, incluindo o Parque Ambiental Salto da Pedreira e áreas de preservação permanente (APPs) nas propriedades de produtores integrados da JTI”, afirma Alessandra Xavier, técnica em conservação da SPVS.

Nas propriedades rurais aconteceram mobilizações com produtores integrados da JTI para apresentar o projeto e convidá-los a participar. A equipe técnica da SPVS visitou as áreas e identificou em quais propriedades foi necessário restaurar e adequar à legislação ambiental.

Monitoramento das áreas.

“Somente nas Áreas de Preservação Permanente dentro das propriedades dos produtores integrados, atingimos a marca de cerca de 180 hectares recuperados. O produtor recebeu todo o apoio para a restauração da APPs, desde material de cerca e mudas, até a execução das atividades de plantio de mudas e cercamento”, afirma Clayton Kuiawa, supervisor de Agronomia da JTI.

A restauração ecológica promove diversos benefícios ao meio ambiente e às populações que circundam as áreas recuperadas, como, por exemplo, a formação de pequenos corredores ecológicos para que animais silvestres possam circular livremente, regulação dos serviços ecossistêmicos e melhoria na qualidade e quantidade de água nas nascentes, córregos e riachos. “Com o plantio de mudas, inclusive com espécies que hoje são raras e ameaçadas de extinção, iniciamos o processo de recuperação da vegetação nativa e, em algumas áreas, já é possível observar uma melhora significativa na restauração da biodiversidade e no fluir das nascentes”, afirma Vitória Yamada, coordenadora do projeto.

Conexão com a sustentabilidade | A conservação e recuperação da biodiversidade é um assunto de grande importância em todo o mundo. Para a JTI, a sustentabilidade é um de seus pilares de atuação e está diretamente conectado à cadeia do tabaco. “Até o momento, restauramos 161 áreas de preservação permanentes nas propriedades de produtores integrados da JTI. Isso representa 19 mil metros lineares de cerca e mais de 92 mil mudas nativas”, afirma Kuiawa.

Proprietário Pedro Micalski e técnica do Projeto Conexão Araucária.

Áreas onde a biodiversidade é preservada se diferenciam por desenvolver proteção natural maior em relação a pragas e enriquecendo o solo, melhorando a qualidade da produção do tabaco.

Próximos passos | Para as duas próximas etapas do Conexão Araucária está prevista a restauração ecológica de 95 hectares de Mata Atlântica, sendo 75 na Reserva Particular do Patrimônio Natural Meia Lua, no município de Ponta Grossa/PR, com início em outubro, e mais 20 hectares serão restaurados em APPs em propriedades de produtores integrados da JTI.

“Para isso, nossos técnicos de agronomia estão buscando novos interessados em participar do projeto. Além dos benefícios ecológicos, que se refletem num futuro melhor para as futuras gerações, o produtor ainda recebe um documento com o qual o proprietário pode regularizar a situação das APPs no órgão ambiental”, afirma Clayton.

Sobre a SPVS | A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que há mais de 36 anos desenvolve projetos inovadores na área de conservação da natureza. As iniciativas desenvolvidas pela SPVS têm por estratégia garantir que investimentos e esforços sejam direcionados para ações prioritárias e efetivas que consistam na manutenção do patrimônio natural brasileiro.