Projeto inédito feito com mulheres cis e trans une arte, sustentabilidade e economia circular para fortalecer a autonomia feminina


Cerquilho
Foto: Eliandro Figueira.
Grammy Award é o título do concerto virtual que a Banda Sinfônica da Corporação Musical Villa-Lobos (CMVL) apresenta no próximo sábado, dia 25, a partir das 20 horas, em seu canal no YouTube. No repertório, três obras premiadas pela Recording Academy dos Estados Unidos, com a participação de dois solistas convidados: o trombonista Rafael Rocha e o trompetista Jessé Sadoc. O evento conta com apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
“Neste concerto virtual, a Banda Sinfônica da CMVL apresenta três obras do repertório norte-americano, cujos compositores ou intérpretes foram premiados pela Recording Academy – a Academia de Gravação, dos Estados Unidos – com o prêmio Grammy”, destaca o maestro Samuel Nascimento de Lima. A primeira cerimônia do Grammy, vale destacar, aconteceu em 4 de maio de 1959.
Swing from American Dances, composição de Robert W. Smith baseada no jazz americano, estilo tradicional das big bands muito populares nas décadas de 1930 e 1940, é uma suíte em três movimentos, originalmente composta para o Boston Pops Brass. Cada movimento desta suíte apresenta um estilo de música popular norte-americana.
O trompetista Jessé Sadoc. Foto: divulgação.
De Irving Gordon, Unforgettable é uma inesquecível canção gravada em 1951 por Nat “King” Cole, que ganhou o prêmio de Canção do Ano no 34º Grammy Awards em 1992, com a regravação de Natalie Cole para o grande sucesso originalmente interpretado pelo seu pai.
A gravação original de Nat Cole foi incluída no Grammy Hall of Fame em 2000. “Nesta obra, teremos as participações especiais de dois renomados músicos brasileiros: o trombonista Rafael Rocha e o trompetista Jessé Sadoc”, conta o maestro.
Convidados | Rafael Rocha é trombonista, compositor e arranjador. Filho do maestro Vanderlei Rocha, seu interesse pela música começou na infância. Como trombonista ou arranjador, participou de gravações e shows com artistas, como Ivan Lins, João Bosco, Chico Buarque, Rosa Passos, Ivete Sangalo, Roberto Menescal, Maria Rita, Carlinhos Brown, Zélian Duncan, João Donato, Hamilton de Holanda, Raul de Souza, Carlos Lyra, Dori Caymmi, Anitta, Ludmilla, Silva, Bibi Ferreira, Melim, Daniel Jobim, Duduka da Fonseca, Maucha Adnet, Arthur Maia, Celso Fonseca, Chico Pinheiro, Diogo Nogueira, Antônio Adolfo, Jaques Morelenbaum, Mauro Senise, Yamandú Costa, Ricardo Herz, André Mehmari, Torcuato Mariano, Lula Galvão, Jorge Helder, Edu Ribeiro, Gabriel Grossi, Jessé Sadoc, André Vasconcellos, Rafael Barata e Ademir Jr, além dos norte-americanos Bob Mintzer e Michael Davis e o francês Baptiste Herbin, entre outros.
Jessé Sadoc é um trompetista, arranjador e compositor carioca que atua profissionalmente desde 1987 e já colaborou com inúmeros artistas da MPB, como Djavan, Ed Motta, João Bosco, Marcos Valle, Chico Buarque, Caetano Veloso, Guinga, João Donato, João Bosco e Lenine.
Participou de centenas de gravações e conta com uma trajetória de shows e apresentações no Brasil e no exterior. Sadoc é também músico da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro há 22 anos e membro da Art Metal Quinteto. Seu primeiro disco solo, O Som de Casa, foi lançado em 2016.
O trombonista Rafael Rocha. Foto: divulgação.
“Encerrando o repertório do concerto virtual, Salute to American Jazz é do mestre dos arranjos de jazz, Sammy Nestico, que nos deixou em 17 de janeiro deste ano, e faz uma homenagem à forma de arte mais notável da música norte-americana com este arranjo para banda de concerto”, afirma Samuel.
Quatro estilos distintos na história do jazz americano são representados neste arranjo com Night in Tunisia, de Dizzy Gillespie; St. Louis Blues, de WC Handy; It Don’t Mean a Thing, de Duke Ellington e Birdland, do Weather Report.
Repertório
1 – Swing from American Dances, por Robert W. Smith
2 – Unforgettable, por Irving Gordon (Arranjo: Toshio Mashima)
3 – Salute to American Jazz, por Sammy Nestico
Serviço:
Concerto Grammy Award
Com: Corporação Musical Villa-Lobos
Regência e produção: Samuel Nascimento de Lima e Tiago Roscani
Data: 25 de setembro
Horário: 20 horas
Local: www.youtube.com/channel/UC8l5Ahye1jz8qbFWuqRGO1g.
(Fonte: Assessoria de comunicação/PMI)
Ismael Ivo, falecido em abril deste ano em decorrência da Covid-19, aos 66 anos. Imagens: divulgação.
Um dos grandes nomes da cultura brasileira que ganharam o mundo com sua arte, o dançarino e coreógrafo Ismael Ivo, falecido em abril deste ano em decorrência da Covid-19, aos 66 anos, é tema de um documentário inédito produzido pela TV Cultura, com direção de Alberto Pereira Jr.
Com estreia neste sábado (25/9), às 22h, o documentário Ismael Vivo revela quem era o humano atrás do artista, seu lado político e como o poder transformador da arte pode inspirar pessoas. “Ismael Ivo é um ícone da dança mundial. Devido ao seu talento e trabalho incansável, se consagrou nos principais palcos internacionais. Negro e periférico, extrapolou as estatísticas sociais, mostrando o poder transformador da arte. Criou e apoiou inúmeras iniciativas de inclusão social a partir da arte. A história de Ismael serve de inspiração para muitos jovens, ela valida que é possível acreditar nos sonhos”, diz o diretor Alberto Pereira Jr.
O filme é conduzido pelo olhar da jovem artista do Rio de Janeiro Merícia Cassiano, de apenas 23 anos, que ao longo da edição investiga e descobre a história de Ismael Ivo e se conecta com ele. Segundo Merícia, mergulhar na vida de Ismael Ivo como artista e pessoa foi uma experiência única. “Assim como disse um dos depoentes que conviveram com Ismael, conhecê-lo deu um passo a mais em minha coragem”. A jovem artista ainda acrescenta: “Eu me identifiquei com a persistência dele, de se infiltrar em lugares e criar possibilidades onde não existia”.
O documentário | A produção tem início com a notícia da morte do artista. A partir daí, o documentário passeia pelos locais onde Ismael atuou, como o Balé da Cidade de São Paulo e o Ballet Paraisópolis, conversa com colegas de profissão, apresenta os projetos de formação que o dançarino idealizou e participou e entra na intimidade de sua família.
Com duração de 50 minutos, o filme busca trazer a presença de Ismael para além das imagens de arquivo: é a partir de sua voz, em locução, que se conta fatos e histórias de sua vida, uma câmera subjetiva passeia pelos espaços em que transitou e projeções holográficas o revelam em muitos momentos da edição. Ismael Vivo conta com mais de 30 depoimentos, entre eles nomes como a bailarina Ingrid Silva (Dance Theater of Harlem), Karl Regensburger (ImPulsTanz), Meinrad Huber, Francesca Harper, Jarbas Homem de Mello, Bethania Gomes, Ricardo Ohtake, Eliane Dias, Gloria Maria, Paulo Betti, José Adão (Movimento Negro Unificado), Danilo Santos de Miranda, Adriana Couto e João Marcello Bôscoli.
A atração conta com imagens de várias fases da carreira de Ismael Ivo, registros raros do acervo da TV Cultura dos anos 1980 e 1990, e bastidores da preparação do filme Objetos Perdidos, de Luiz Fernando Carvalho, em pré-produção, do qual o artista fazia parte do elenco.
Após conhecer a história do coreógrafo, o documentário caminha para o final, quando a jovem Merícia se inspira e se consolida como artista, iniciando sua jornada no mundo da arte.
O diretor | Alberto Pereira Jr. é diretor e roteirista de TV, artista social e jornalista. Atua no mercado audiovisual há sete anos, com passagens pelas produtoras Academia de Filmes, Conspiração Filmes, FremantleMedia Brasil e Elocompany. Atualmente, dirige, roteiriza e apresenta o Trace Trends, show de variedade da Trace Brasil, com exibição no Globoplay e Multishow. Trabalhou por seis anos no Grupo Folha. Paulistano da zona leste da cidade, é fundador do bloco de carnaval Domingo Ela Não Vai.
(Fonte: Assessoria de comunicação/TV Cultura)
Obra de Antonio Ferrigno que faz parte da mostra. Imagens: divulgação.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS/SP) exibe, em parceria com a Sociarte, a mostra coletiva Nossos Artistas Italianos, sob curadoria de Ruth Sprung Tarasantchi, que seleciona 81 trabalhos, entre pinturas e esculturas dos séculos XIX e XX assinados por 21 artistas italianos, muitos deles exibidos pela primeira vez ao público.
“A exposição Nossos Artistas Italianos, idealizada pelo presidente Dr. José Oswaldo de Paula Santos, que infelizmente nos deixou em outubro do ano passado, apresenta obras com a técnica, leveza, alegria e inspiração dos nossos artistas italianos que integram coleções particulares”, diz Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo, presidente da Sociarte. Reunir essa quantidade de obras de artistas italianos só foi possível graças à colaboração dos membros e colecionadores da Sociarte, que cederam parte de seu acervo exclusivamente para integrar a exposição. “A presente mostra celebra um segmento de destacada importância no contexto da arte brasileira: a dos artistas italianos que aqui trabalharam. Em São Paulo, no último quartel do século XIX, a colônia italiana crescia. Começaram a desembarcar por aqui pintores, atraídos pela maravilhosa paisagem tropical de que tanto ouviam falar”, define a curadora.
Obra de Victor Brecheret.
Além da origem, o elo entre os artistas participantes é a enorme importância que exerceram no cenário artístico brasileiro. Os trabalhos de Antonio Ferrigno, nascido na região de Salerno em 1863, evidenciam isso, já que o Brasil foi sua morada por mais de uma década. As dez pinturas assinadas pelo artista, muitas delas expostas pela primeira vez, revelam desde cenas tipicamente brasileiras a paisagens de uma São Paulo que já não existe mais, devido ao rápido processo de urbanização ocorrido na primeira metade do século XX. A mostra conta ainda com esculturas assinadas por Victor Brecheret e Torquato Bassi, além de pinturas de Eliseu Visconti, Edoardo de Martino, Felisberto Ranzini, Nicolau Facchinetti, Giovanni Castagneto e muitos outros.
Segundo a curadora Ruth Tarasantchi, os artistas italianos vinham ao Brasil frequentemente trazendo seus trabalhos para mostrar na cidade de São Paulo e aqui comercializá-lo. Nesse período de estada, pintavam novas telas com foco na cidade. Retornavam com frequência, pois seus quadros eram logo comercializados e recebiam muitas encomendas. “No início do século XX, quando os artistas da terra ainda não se sentiam atraídos por cenas da capital e arredores, os italianos, seduzidos pela beleza de recantos paulistanos, realizavam pinturas focadas em trechos da paisagem, que hoje não existem mais. (….) Os italianos sempre foram muito atuantes no meio artístico da cidade. A Primeira Exposição de Arte, realizada em 1903, contou com grande número deles e suas obras estiveram entre as mais vendidas”, explica a curadora. Com a estada desses artistas na cidade, os jovens artistas paulistanos deixaram de ir para a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro e passaram a estudar na cidade com esses estrangeiros e alguns artistas nacionais que aqui fizeram sua morada.
Mas não era só em São Paulo que os artistas italianos estavam estabelecidos – o Rio de Janeiro também abrigou muitos deles, onde se destacam as marinhas e embarcações de Edoardo de Martino, as marinhas, praias e embarcações de Giovanni Battista Castagneto, as telas e cerâmicas de Eliseu Visconti, que construiu rica trajetória abraçando tendências de art nouveau e introduziu o impressionismo europeu na arte brasileira. Os italianos dominaram o meio escultórico brasileiro, destacando-se Vitor Brecheret, que se tornou um símbolo da cidade de São Paulo e do conceito modernista de brasilidade.
Exposição “Nossos Artistas Italianos”
Artistas: Adolfo Fonzari, Alfredo Norfini, Angelo Cantú, Antonio Ferrigno, Antonio Rocco, Bigio Gerardenghi, Carlo de Servi, Dario Mecatti, Edoardo de Martino, Eliseu d’Angelo Visconti, Enrico Vio, Felisberto Ranzini, Gino Bruno, Giovanni Batista Castagneto, Nicola de Corsi, Nicola Fabricatore, Nicolau Antonio Facchinetti, Ottone Zorlini, Salvatore Parlagreco, Torquato Bassi, Victor Brecheret
Curadoria: Ruth Sprung Tarasantchi
Abertura: 25 de setembro de 2021, às 11h
Duração: de 26 de setembro a 13 de novembro de 2021
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo | MAS/SP
Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo/SP (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)
Tel.: (11) 3326-5393 – informações adicionais
Horários: De terça-feira a domingo, das 11 às 17h (entrada permitida até as 16h30)
Ingresso: R$6,00 (Inteira) | R$3,00 (meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação) | Grátis aos sábados | Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação.
Número de obras: 81
Técnicas: pinturas, esculturas
Dimensões: variadas
Midias Digitais:
Site: www.museuartesacra.org.br
Instagram: https://www.instagram.com/museuartesacra/
Facebook: https://www.facebook.com/MuseuArteSacra
Twitter: https://twitter.com/MuseuArteSacra
YouTube: https://www.youtube.com/MuseuArteSacra
Google Arts & Culture: https://bit.ly/2C1d7gX.
(Fonte: Assessoria de Imprensa – Museu de Arte Sacra de São Paulo)
Grupo Acatum. Foto: Duda Morais.
No próximo dia 25 de setembro, às 16h30, o Grupo Acatum se apresenta ao vivo no Programa Tardes Musicais da Casa Museu Ema Klabin com transmissão pelo Canal do YouTube do Museu.
Muitos instrumentos como guizos, chocalhos, atabaque fazem parte desse espetáculo. O diálogo criativo estabelecido entre o regente, seus gestos e os músicos/intérpretes resulta em música orgânica e espontânea, representante da pluralidade e riqueza dos ritmos.
O grupo Acatum conta com integrantes de vários países como Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Equador, o que reflete diretamente na sonoridade do espetáculo.
Inspiração em Barbatuques e Santiago Vazquez | Idealizado e dirigido pelo músico, compositor e educador Gui Augusto Pacheco, em 2017, o Acatum tem como referência os trabalhos de Fernando Barba (1971-2021), do grupo Barbatuques, reconhecido internacionalmente pela linguagem única de percussão e música corporal, além de outros grandes nomes da música, como Naná Vasconcelos, Airto Moreira, Uakti e, especialmente, o músico argentino e fundador do grupo La Bomba del Tiempo, Santiago Vazquez.
Na Casa Museu Ema Klabin, o Grupo Acatum se apresenta com os músicos Remi Barbosa Chatain, Renata Fernanda Espoz Jerez, Domingo Duclos Aguilar, Wellington Conceição Santana, Victória Ferreira Alves, Bruno Duarte e Gabriel Draetta.
O espetáculo tem apoio cultural do Governo do Estado de São Paulo, por meio do ProAC ICMS da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e patrocínio da Klabin S.A.
Serviço:
Grupo Acatum
Casa Museu Ema Klabin – #CasaMuseuEmCasa – #TardesMusicaisEmCasa
Data: 25 de setembro, 16h30 às 17h30
Transmissão ao vivo no Canal da casa museu no YouTube
Gratuito*
Classificação etária: 16 anos
Acesse as redes sociais:
Instagram: @emaklabin
Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin
Twitter: https://twitter.com/emaklabin
Canal do YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UC9FBIZFjSOlRviuz_Dy1i2w
Linkedin: https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br
Site: https://emaklabin.org.br/.
*Como em todos os seus eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção das suas atividades a apoiar com uma doação voluntária no site.
(Fonte: Cristina Aguilera/Mídia Brazil Comunicação Integrada)
Fotos: divulgação.
A construção do lar a partir de memórias afetivas é tema constantemente presente na vida e trabalho do artista plástico Andrey Guaianá Zignnatto. Para a exposição Co Yby Ore Retama (Esta Terra é Nosso Lugar), em cartaz a partir de 25 de setembro, no Museu da Cidade de São Paulo – Solar da Marquesa de Santos, ele equilibra forças de universos distintos – vida urbana e ancestralidade indígena – para reconstruir um Tekoa (lar) de fôlego em tempos de sufocamento.
Com curadoria assinada por Sandra Ará Reté Benites e produção de Ellen Navarro, serão exibidas obras em diversos suportes, como escultura, instalação, performance, videoarte, objetos, pintura e fotografia, que se utilizam de materiais como concreto, cerâmica, saco de cimento, jenipapo, carvão e livros, misturando a vida urbana com o universo das aldeias.
A escolha do Solar da Marquesa não aconteceu por acaso: o centro cultural está localizado onde antes do período colonial paulista foi Inhapuambaçu, aldeia Tupinaky’ia da qual Zignatto é descendente por parte de pai e que sofreu apagamento total de seu universo ancestral. O artista também possui ancestralidade indígena por parte de mãe, dos Guarani Mby’a, povo que o auxilia num processo pessoal de retomada como aba (homem) indígena.
“Apoiado sobre essas poucas memórias que me sobram como herança, na arte e suas muitas potências, me esforço para desenvolver um processo de reflorestamento do universo ancestral de minha família, onde este esforço se inicia no território de meu próprio pensamento e espírito e toma forma em meu trabalho”, afirma o artista.
Memórias afetivas | Os trabalhos são frutos das memórias afetivas da época em que o artista atuou como pedreiro, dos 10 aos 14 anos de idade, e das memórias ancestrais de sua família indígena Tupinaky’ia e Guarani. “A arte é o meio possível que encontrei para equalizar as memórias afetivas de minha vida urbana e de minha experiência como pedreiro participante da construção de cidades com minhas memórias ancestrais indígenas”, comenta.
Embyra | Até 5 de dezembro, no Museu Afro Brasil (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Vila Mariana, São Paulo) , Zignnatto segue apresentando Embyra, ou “restos” na língua Tupi, um conjunto de sete obras, entre escultura, instalação, videoarte e objetos, criados a partir das memórias afetivas e ancestrais de sua família indígena Tupinaky’ia e Guarani. A exposição Embyra, na visão do artista, é um esforço para equalizar os elementos de dois universos muitos distintos: o urbano e o dos povos originários, de forma a reconstruir seu universo ancestral indígena.
Embyra está em cartaz no Museu simultaneamente à mostra Heranças de um Brasil Profundo, que reúne mais de 500 objetos entre obras de arte e utensílios da cultura material indígena de raiz brasileira. A exposição encerra a trilogia do Museu Afro Brasil que visa iluminar as contribuições artísticas e culturais dos povos que deram origem ao Brasil, que teve início com Africa Africans, em 2015, e foi seguida por Portugal, Portugueses – Arte contemporânea, em 2016.
Quem é Andrey Guaianá Zignnatto | Eu sou artista descendente por pai dos povos Tupinaky’ia Guaianás, que habitaram os territórios onde hoje é chamado São Paulo, etnia indígena que sofreu apagamento total de seu universo ancestral. O que restou deste povo e seu universo são alguns relatos em textos produzidos por seus colonizadores. Por parte de minha mãe, descendo dos Guarani Mby’a, povo que me tem auxiliado num processo pessoal de retomada como aba (homem) indígena. Apoiado sobre essas poucas memórias que me sobram como herança, na arte e suas muitas potências, me esforço para desenvolver um processo de reflorestamento do universo ancestral de minha família, esforço que se inicia no território de meu próprio pensamento e espírito. A reconstrução desse Tekoa* toma forma em cada trabalho produzido durante estas pesquisas e pode se expandir para muitas dimensões durante cada exposição, na experiência do contato entre o público e cada trabalho.
*Tekoa- A literalmente, significa o lugar do modo de ser guarani, sendo esta categoria modo de ser (tekó) entendida como um conjunto de preceitos para a vida, em consonância com os regramentos cosmológicos herdados pelos antigos guaranis.
Serviço:
Nome: Co Yby Oré Retama (Essa Terra é o Nosso Lugar)
Curadoria: Sandra Ará Reté Benites
Produtora: Ellen Navarro
Local: Museu da Cidade de São Paulo – Solar da Marquesa de Santos
Abertura: 25 de setembro, sábado
Endereço: R. Roberto Simonsen, 136, Sé, Centro Histórico de São Paulo/SP
Dias e horários: terça a domingo, das 11h às 15h
Entrada: gratuita.
(Fonte: Comunicação Conectada)