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Gilberto Gil toma posse na ABL

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Dani Paiva/ABL.

O músico brasileiro Gilberto Gil, cantor, compositor instrumentista e também ex-ministro da Cultura, é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). O cantor tomou posse na noite de sexta-feira, 8 de abril, quando passou a ocupar a Cadeira 20 da Academia, sucedendo Murilo Melo Filho, advogado, escritor e um dos grandes jornalistas brasileiros da segunda metade do século XX, falecido no dia 27 de maio de 2020.

“Entre tantas honrarias que a vida generosamente me proporcionou, essa tem uma dimensão especial. Não só porque a ABL é a casa de Machado de Assis, escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL representa a instância maior, que legitima e consagra, de forma perene, a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso país”, declarou Gil na sua cerimônia de posse. “Sou filho de uma professora primária e um médico. A eles devo o meu amor às letras e música. A imagem dos meus pais está comigo nessa noite e sua memória para mim é uma benção”, pontuou emocionado.

Eleito com 21 votos para integrar o grupo de imortais no dia 11 de novembro de 2021, Gilberto Gil estreita os laços da Academia com a música e a cultura popular brasileira. Gil foi um dos criadores do Movimento Tropicalista nos anos 60 e é autor de músicas consagradas como “Procissão”, “Domingo no Parque” e “Aquele Abraço”.

Participaram da eleição 34 Acadêmicos de forma presencial ou virtual (um não votou por motivo de saúde). Os ocupantes anteriores da cadeira 20 foram Salvador de Mendonça (fundador) – que escolheu como patrono Joaquim Manuel de Macedo –, Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.

Sobre Gil: o Novo Acadêmico

Desde cedo, Gil mostrou interesse por música e cresceu ouvindo os intérpretes da época, entre eles, Sílvio Caldas, Orlando Silva e Francisco Alves. Com 9 anos, já em Salvador, ao mesmo tempo que cursava o ginasial, estudava música na Academia Regina. Seu instrumento preferido era o acordeão, mas aprendia também a tocar violão. Em 1960, Gilberto Gil ingressou na Universidade Federal da Bahia para cursar administração de empresas. No ano seguinte, ganhou um violão de presente de sua mãe.

Ainda estudante de música, Gilberto Gil fazia parte do conjunto Os Desafinados, onde ele praticava o que aprendia na academia de música. Em 1963 fez sua primeira música “Felicidade Vem Depois”, um samba bossa-nova inspirado no estilo João Gilberto, que nunca foi gravada.

No final de 1963, Gilberto Gil conheceu Caetano Veloso, Maria Betânia, Gal Costa e Tom Zé, com quem iniciou mais tarde o movimento artístico chamado “Tropicalismo”. Em 1967, a música “Domingo no Parque”, que Gilberto Gil cantou com a participação dos Mutantes, ficou em 2º lugar no III FMPB, festival que foi o ponto de partida para o “Tropicalismo”.

A ideia do movimento tropicalista era a fusão de elementos da música inglesa e americana junto com as músicas de João Gilberto e Luiz Gonzaga. O movimento causou polêmica, porém, abriu portas para uma nova etapa na música popular brasileira. Ainda em 68, ele lançou o disco “Gilberto Gil” com 14 músicas; entre elas, “Procissão” e “Domingo no Parque” e um disco manifesto, intitulado “Tropicália”, do qual participaram Caetano, Gal Costa, Os Mutantes, Tom Zé e Torquato Neto.

O Movimento Tropicalista foi considerado subversivo pela ditadura militar e Gilberto Gil foi preso, junto com Caetano Veloso. Em 1969 Gil se exilou na Inglaterra e lançou o disco “Gilberto Gil”, com a música “Aquele Abraço”, última música que Gil gravou no Brasil um dia antes de partir para a Europa. “Aquele Abraço” foi o seu maior sucesso popular e tornou-se um samba de despedida.

No início de 1972, Gilberto Gil voltou definitivamente ao Brasil, em seguida lançou “Expresso 2222”. Em 1976, junto com Caetano, Gal e Betânia, formaram o conjunto “Doces Bárbaros”, que rendeu um álbum e várias turnês pelo país. Em 1978, se apresentou no Festival de Montreux, na Suíça. Nesse mesmo ano, ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Word Music com “Quanta Gente Veio Ver”.

Além de ser um dos nomes mais importantes da música brasileira, Gil também atuou na política. Foi vereador pelo Partido Verde e, de 2003 a 2008, assumiu o Ministério da Cultura, durante o governo Lula.

(Fonte: FSB Comunicação)

Polo Shopping promove ‘Páscoa no País das Maravilhas’ com atividades infantis gratuitas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

No domingo de páscoa, 17/4, será apresentado o teatro infantil “A Páscoa de Alice no País das Maravilhas”, no Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba. Fotos: divulgação.

Depois de dois anos de pausa, o Polo Shopping Indaiatuba retorna com as atividades presenciais para as crianças se divertirem em família. Com o tema “Páscoa no País das Maravilhas”, a programação desse ano conta com diversas referências ao universo literário do autor Lewis Carrol, criador de “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. As atrações, que acontecem até 17 de abril, são gratuitas e contam com oficinas e teatro infantil.

Oficina do Coelho Branco | Na Oficina do Coelho Branco, as crianças vão se transformar no próprio Coelho, cumprindo algumas missões no espaço da oficina, que representa o “País das Maravilhas”. Para começar a diversão e mergulhar no universo da Alice, elas vão entrar no local através de uma fechadura gigante e logo em seguida passarão pela “Cama do Gato Risonho”, com a missão de cruzar o labirinto de elásticos sem tocar os sinos para não acordar o Gato. Na etapa seguinte as crianças devem passar pelo “Jardim da Rainha de Copas”, sem pisar nas rosas brancas, utilizando apenas duas rosas vermelhas como base para cruzar o espaço. Depois disso, as crianças chegarão na “Mesa do Chapeleiro Maluco”, onde deverão criar orelhas e cartolas para se transformarem no Coelho. Finalizando a brincadeira, as crianças irão terminar de se caracterizar com pintura facial na área do “Espelho da Alice”.

Ao final de todas as atividades, a criança poderá fazer uma foto em frente a um painel temático e ainda receberá um paper toy para fazer em casa. A Oficina será realizada na Praça Central do Polo Shopping, das 14h às 20h, de quinta a domingo, nos dias 14, 15, 16 e 17 de abril. As atividades terão duração de 30 minutos, com até 20 crianças por turma. Os pais ou responsáveis devem permanecer próximos ao local durante a atividade. A participação é gratuita.

Teatro infantil “A Páscoa da Alice no País das Maravilhas”

No domingo de páscoa, 17/4, será apresentado o teatro infantil “A Páscoa de Alice no País das Maravilhas”, no Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba. A peça é uma adaptação da Cia. Arte & Manhas com base na obra de Lewis Carroll, com trilha sonora original e figurinos fiéis ao clássico, misturando atores reais, bonecos e efeitos especiais, tudo para tornar o espetáculo inesquecível e cativante.

Na Oficina do Coelho Branco, as crianças vão se transformar no próprio Coelho, cumprindo algumas missões no espaço da oficina, que representa o “País das Maravilhas”.

O espetáculo estimula a participação do público e mostra o lado lúdico e, ao mesmo tempo, argumentador de Alice, uma menina curiosa que enfrenta com coragem e criatividade os desafios que aparecem ao longo da história, que nesta adaptação vai se passar em plena Páscoa.

Os ingressos para o espetáculo são gratuitos e limitados. A distribuição será feita por ordem de chegada à bilheteria do Topázio Cinemas, uma hora antes do início da peça.

Serviço:

Páscoa no País das Maravilhas

Oficina do Coelho Branco

Quando: de quinta a domingo, dias 14, 15, 16 e 17 de abril

Onde: Praça Central do Polo Shopping Indaiatuba

Horário: das 14h às 20h

Tempo de duração: 30 minutos, com até 20 crianças por turma

Atividade gratuita

Teatro infantil “A Páscoa da Alice no País das Maravilhas”

Quando: 17/4, domingo de Páscoa

Onde: Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba

Horário: 15h e 17h

Ingressos: Gratuitos e limitados. A distribuição será feita por ordem de chegada à bilheteria do Topázio Cinemas, uma hora antes do início da peça.

(Fonte: Alfapress)

Livro aborda estereótipos de mulheres moradoras de favela e expõe deficiências das políticas públicas nas periferias

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Às margens das insuficientes vagas de creches e escolas fundamentais disponibilizadas pelo poder público, há um sem número de mães que precisam deixar seus filhos com alguém para poderem trabalhar. Esse quadro gera, em especial nas favelas, a produção de estereótipos aplicados às mulheres pobres, segundo “Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos”, entre mães chamadas como “novinhas”, as “mães nervosas” e, por fim, as “mães que abandonam os filhos”. Lançado pela Editora Telha, a obra de autoria da antropóloga Camila Fernandes mergulha nesse universo desconhecido e ignorado por muitos.

A obra abre um debate sobre temas como gravidez planejada, planejamento familiar, culpabilização da mulher, sexualidade desviante e noções de cuidado e negligência. Esse “jogo de empurra” que é travado entre sociedade e políticos tenta achar um culpado (ou eleger o menos culpado), onde as mulheres acabam por serem condenadas pela pobreza em que vivem e, assim, isentam os gestores das cidades por suas péssimas administrações e fracasso na gestão de recursos financeiros, em especial aos mais necessitados.

“Ouvia muitas fofocas e acusações sobre mulheres que ‘transam muito’, tem ‘muitos filhos’ e são ‘irresponsáveis’. Essas fofocas se dirigiam a mulheres identificadas como ‘novinhas’, ‘Mães nervosas’ e ‘Mães que abandonam os filhos’. As mulheres eram retratadas como desequilibradas e provocadoras. Decidi que deveria conversar com as mulheres alvo das fofocas e incluir a perspectiva delas sobre tais acusações” – Camila Fernandes, antropóloga e escritora

Camila conseguiu, por meio do acompanhamento dessas mulheres e de suas histórias e por meio de uma descrição e análise visceral, transportar para as páginas de “Figuras da Causação” como as relações tensas em mundos marcados pela precariedade, desigualdade e expectativas de gênero se combinam com visões racistas sobre os pobres e seus territórios. O livro procura mostrar o ponto de vista de mulheres retratadas como “desviantes” das expectativas de gênero consideradas positivas em nossa sociedade, a saber: sexualidade planejada e um modelo de maternidade dócil, pacificado e compulsório.

“Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos” nasce com a missão de jogar luz no conflito silencioso travado entre mulheres mães com dificuldades graves de mobilidade social e gestores públicos que preferem publicizar obras por vezes desnecessárias deixando, de lado, vidas que dependem de amparo social público para terem o mínimo de dignidade e humanidade.

Os “tipos” de mulheres fruto da pesquisa, segundo palavras da autora: “Todas elas são moradoras da favela. Com relação à identificação racial, são mulheres negras (pretas e pardas) e brancas”. Segundo o senso comum:

– A “novinha” é afrontosa, transa “”cedo demais” e engravida.

– A “mãe nervosa” é agressiva, descontrolada e não tem paciência.

– Essas duas figuras geram a “mãe que abandona os filhos”, fato que instaura o abandono de crianças.

As figuras da causação são mulheres enquadradas como geradoras de diversos distúrbios e desordens sociais.

Sobre a autora | Camila Fernandes é antropóloga e atualmente desenvolve atividades de pós-doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social no Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ), onde também realizou seu doutorado. O mestrado, por sua vez, foi concluído no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal Fluminense (PPGAS/UFF). Pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos em Corpos, Gênero e Sexualidades (NuSex) e ao Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED), ambos no PPGAS/MN/UFRJ, é docente no Laboratório de Estudos Feminismos na Diferença

Sobre a Editora Telha | Desenvolvida no Rio de Janeiro, a Editora Telha nasce no fim de 2019 e já alcança, em sua primeira publicação, “Motel Brasil: uma antropologia contemporânea”, de Jérôme Souty, a marca de obra finalista do Prêmio Jabuti 2020. Interdependente (porque independente ninguém é realmente), a Telha surgiu pelo desejo de editar com maior autonomia e criar mais espaço para textos produzidos por autores fora dos grandes centros.

Serviço:

Livro: “Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos”

Autora: Camila Fernandes

Editora: Telha

Páginas: 314

Preço: R$65,00

Adquira em: https://editoratelha.com.br/product/figuras-da-causacao-as-novinhas-as-maes-nervosas-e-as-maes-que-abandonam-os-filhos/.

(Fonte: Aspas e Vírgulas)

“A paixão segundo Messias”: espetáculo combate o oportunismo político e vilanização da classe artística no Brasil

Curitiba, por Kleber Patricio

Indignados, mas bem-humorados, coletivo de artistas traz ao Teatro Regina Vogue uma reflexão social e política sobre a realidade do país. Fotos: divulgação.

O espetáculo “A paixão segundo Messias”, que estreia no dia 12 abril no Teatro Regina Vogue, em Curitiba (PR), nasceu da indignação de um coletivo de artistas que enxergam o cenário político, social e cultural brasileiro como uma verdadeira tragicomédia.

Mergulhando fundo nesse contexto, o dramaturgo e diretor Jester Furtado lidera o coletivo e leva aos palcos a história de um “Messias” qualquer, que se utiliza da ignorância de seu povo para brincar de “salvador da pátria”, ao mesmo passo que dissemina a intolerância e promove o retrocesso. Ele é seguido por um grupo de líderes oportunistas e fanáticos, que desfruta das mazelas e da fé de um povo desorientado.

“Trata-se de uma comédia humana, na qual o real e o patético se unem para transformar o choro e a indignação em fortes gargalhadas. E, assim, a arte vem provocar os ruídos necessários para cumprir seu dever de instrumento de reflexão”, conta Jester, que há mais de 20 anos atua na cena cultural e está à frente da Companhia de Teatro Senhores Furtados, realizadora do projeto.

De acordo com o diretor, a peça expõe também a indignação de uma classe artística vilanizada, desrespeitada em seus direitos e desprovida da atenção do Estado enquanto categoria trabalhadora. “A comédia traz certa leveza à realidade caótica em que vivemos hoje, ao mesmo tempo em que exibe a trágica e risível mediocridade de fanfarrões que ocupam espaço na política e na cultura nacional”, acrescenta Cida Rolim, da Teimosa Produções Artísticas, que assina a produção da obra.

Com duração de 70 minutos e classificação para 12 anos, “A paixão segundo Messias” estreia no dia 12 de abril, às 21h, no Teatro Regina Vogue (Shopping Estação) e tem previstas outras cinco apresentações, nos dias 13, 16, 21, 22 e 23 de abril, no mesmo horário e local.

O elenco é composto por dez artistas: Altamar Cesar, Artur Costa, Carlos Costa, Elter Correa, Geórgia Frantz, Marlon Roger, Natalia Walker, Nawbert Cordeiro, Pedro Gaeta e Raquel Stapassoli.

A música tema do espetáculo, intitulada “Marchinha do Bozó”, foi composta pelo diretor Jester Furtado (letra) e por Milor da Silva (melodia), com gravação e edição de Alexandre Honório e voz de Milor e Artur Costa.

“A paixão segundo Messias” tem apoio cultural do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e faz parte da programação que celebra seus 90 anos de existência. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo link https://minhaentrada.com.br/reginaVogue/agenda-geral.

Serviço:

Espetáculo “A paixão segundo Messias”

Data: 12, 13, 16, 21, 22 e 23 de abril

Horário: 21h

Local: Teatro Regina Vogue – Shopping Estação

Endereço: Av. Sete de Setembro, 2775, Curitiba/PR

Classificação: 12 anos

Informações: (41) 2101-8292 e (41) 99223-7353

Ingressos: bilheteria do teatro ou pelo link https://minhaentrada.com.br/reginaVogue/agenda-geral.

FICHA TÉCNICA

Texto e direção: Jester Furtado

Produção: Teimosa Produções Artísticas

Direção executiva: Cida Rolim

Assistente de produção: Bruno Antiqueira e Débora Olesk

Figurino: Luciana Lourenço

Aderecista: Carlos Costa

Projeto de cenografia: Carlos Costa

Cenografia: Jester Furtado

Iluminação e técnica: Fabia Regina

Sonoplastia: Mauro Gruber,  Bruna de Sá e Artur Costa

Operação de sonoplastia: Maria Clara Furtado

Música tema: Jester Furtado e Milor da Silva

Gravação e edição da música tema: Alexandre Honório

Voz da música tema: Artur Costa e Milor da Silva

Captação e edição de áudio e vídeo: Mauro Gruber, Bruma de Sá e Johann Schuster

Fotos: Saymon Ossovski

Realização: Companhia de Teatro Senhores Furtados

Apoio: Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

Elenco: Altamar Cesar, Artur Costa, Carlos Costa, Elter Correa, Geórgia Frantz, Marlon Roger, Natalia Walker, Nawbert Cordeiro, Pedro Gaeta e Raquel Stapassoli.

(Fonte: Agência Souk)

34ª Bienal de São Paulo inicia Programa de Itinerâncias 2022

Brasil, por Kleber Patricio

Obra “Espelho da Vida”, de Daiara Tukano, durante a 34ª Bienal de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo.

A Fundação Bienal dá início, no próximo dia 12 de abril, ao Programa de Itinerâncias da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, exposição que recebeu 700 mil visitantes no Pavilhão da Bienal e instituições parceiras, entre 2020 e 2021, além de ter atingido 2,7 milhões de pessoas online. Este ano, a primeira cidade a receber a itinerância será São Luís (MA), com abertura de exposição no próximo dia 12 de abril no Centro Cultural Vale Maranhão e na Casa do Maranhão. A circulação conta com articulação do Instituto Cultural Vale, patrocinador da Bienal por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Logo depois, no dia 26 de abril, o programa abre uma nova mostra em Campinas (SP), em parceria institucional com o SESC SP.

As itinerâncias foram concebidas por Jacopo Crivelli Visconti, curador-geral da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto. Para 2022, as mostras foram pensadas a partir de enunciados, que são eixos temáticos ou objetos que reúnem obras e artistas, estimulando o público a refletir sobre os assuntos apresentados. Este ano, temas como colonização, racismo e questões indígenas fazem parte das discussões abordadas.

Obra de Jader Eisbell que faz parte da itinerância. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“As itinerâncias podem ser entendidas, nesse sentido, como metonímias da 34ª Bienal, partes que elucidam o funcionamento da exposição como um todo. Além de cada enunciado local, incluímos o título da 34ª Bienal, ‘Faz escuro mas eu canto’. Por meio desse verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965, reconhecemos a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindicamos a necessidade da arte como um campo de resistência, ruptura e transformação”, explica Crivelli Visconti.

Mostra itinerante no Centro Cultural Vale Maranhão e Casa do Maranhão

Pela primeira vez um recorte da Bienal é apresentado na cidade de São Luís (MA), iniciativa que se tornou possível por meio da parceria inédita com o Instituto Cultural Vale, o Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão. O recorte da mostra que será exibido na cidade é organizado a partir do enunciado Retratos de Frederick Douglass. Douglass foi um homem público, jornalista, escritor, orador estadunidense e um dos principais expoentes da luta pela  abolição da escravidão. Até hoje seus retratos circulam pelo mundo como símbolo de justiça e liberdade. Assim, sob o olhar penetrante e desafiador de Douglass, este enunciado traz artistas e obras voltados aos processos de colonização, deslocamento, violência e resistência que marcaram e continuam marcando a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta. Os artistas cujas obras participam desta itinerância são Alice Shintani, Arjan Martins, Daniel de Paula, Frederick Douglass, Frida Orupabo, Neo Muyanga, Noa Eshkol, Paulo Kapela e Tony Cokes (na Casa do Maranhão) e Beatriz Santiago-Munhoz, Daiara Tukano, Deana Lawson, Frederick Douglass, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Paulo Nazareth, Uýra e Victor Anicet (no Centro Cultural Vale Maranhão).

Uyra Sodoma. Série “A Última Floresta – Ensaio Terra Pelada”. Foto: Matheus Belém.

“Caminhar é uma forma de aprender: comunidades e povos do mundo ensinam e compartilham conhecimentos ao caminharem, juntos. Inspirados nesse desejo de movimento e partilha, é que temos a alegria de levar, pela primeira vez para São Luís, obras da 34ª Bienal de São Paulo, que também patrocinamos. Dentre eles, os Retratos de Frederick Douglass, por entender a importância do reconhecimento da ancestralidade em suas diversas formas e trajetos, pertencimento e presença no estado do Maranhão. A exposição se divide entre os espaços do Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão, propositalmente, buscando criar novos laços entre as casas de cultura do centro histórico de São Luís”, afirma Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.

Mostra Itinerante no SESC Campinas

Fruto da longeva parceria da Fundação Bienal com o SESC SP – estabelecida desde a criação do Programa de Itinerâncias –, o SESC Campinas recebe um recorte da Bienal de São Paulo pela sexta edição consecutiva. O recorte da mostra escolhido para a cidade é organizado ao redor do enunciado Cantos Tikmũ’ũn e conta com obras dos artistas Abel Rodríguez, Adrián Balseca, Alice Shintani, E.B. Itso, Frida Orupabo, Gustavo Caboco, Hanni Kamaly, Jaider Esbell, Sebastián Calfuqueo, Sung Tieu e Victor Anicet.

Os Tikmũ’ũn, também conhecidos como Maxakali, são um povo indígena originário de uma região localizada entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Após inúmeros episódios de violência e abusos, eles foram forçados a abandonar suas terras ancestrais. Seus cantos organizam a vida nas aldeias, representando os elementos do seu cotidiano: plantas, animais, lugares, objetos e saberes. A exposição concebida ao redor deste enunciado traz à tona o poder do canto, tanto no sentido literal quanto metafórico, e o exemplo dos Tikmũ’ũn como comunidade, renovado para as construções de um universo de maneira coletiva.

Ações de Difusão

O programa de mostras itinerantes irá promover ações para professores, educadores e mediadores de público das instituições parceiras do programa. As ações se concentram nos enunciados e artistas de cada uma das mostras, apresentando também conteúdos e práticas que integram a publicação educativa da 34ª Bienal, Primeiros Ensaios. Os conceitos de relação, tradução, crioulização, transparência e opacidade, elaborados pelo filósofo martinicano Édouard Glissant, serão discutidos em diálogo com o trabalho de mediação das obras. Em São Luís (MA), serão realizadas uma palestra e uma visita mediada. Em Campinas (SP), além da formação oferecida aos mediadores, também serão realizadas uma palestra e a ação “Ensaiando a exposição”, ambas abertas ao público.

Sobre o Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo

O Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo é uma iniciativa que chega em 2022 à sua sexta edição. A itinerância da 33ª Bienal, em 2019, percorreu oito cidades, sendo uma no exterior, e recebeu um público de mais de 170 mil visitantes.

Obra de Paulo Nazareth faz parte da itinerância da 34ª Bienal Internacional de São Paulo. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“O programa aposta na arte e no seu impacto positivo no campo da educação e da cidadania. Parcerias com as instituições em cada local permitem a difusão do trabalho para além do circuito artístico da cidade de São Paulo, chegando a outros olhares e novas sensibilidades. Além das exposições, a iniciativa inclui ações educativas e de difusão, estando alinhada à missão da Fundação de integrar cultura e educação à vida cotidiana”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal.

Pela iniciativa, além de São Luís (MA) e Campinas (SP), mais sete cidades brasileiras e duas no exterior estão previstas para receber recortes da 34ª Bienal este ano, são elas: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campos do Jordão (SP), São José do Rio Preto (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Santiago (Chile) e Paris (França).

Serviço:

34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto

Programa de mostras itinerantes

Centro Cultural Vale Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

Av. Henrique Leal, 149

De terça à sábado das 10h às 19h

Entrada gratuita

Casa do Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

R. do Trapiche s/nº – Centro Histórico

De terça a sábado das 9h às 18h

Domingo das 9h às 13h30

Entrada gratuita

SESC Campinas – Campinas (SP)

26 abril – 31 julho 2022

Rua Dom José I, 270/333

Terça–sexta, 8h30 – 21h30

Sábado, domingo e feriados, 9h30 – 18h

Entrada gratuita.

(Fonte: Fundação Bienal de São Paulo)