Pesquisadores da USP e do Hospital Sírio-Libanês alertam para impactos da pandemia e recessão no cenário atual


São Paulo
Fotos: Yasuhide Kuge.
Entre 24 de maio e 28 de agosto, a Japan House São Paulo apresenta a exposição gratuita “Kumihimo – a arte do trançado japonês com seda, por Domyo”. Inédita no Brasil, a mostra é apresentada Domyo, empresa familiar tradicional sediada em Tóquio, que há mais de dez gerações produz artesanalmente cordões de seda feitos à mão por artesãos que trabalham exclusivamente para a companhia. Na exposição, o visitante poderá conhecer a evolução histórica do kumihimo no Japão e entender sobre a construção dos trançados, além de explorar possibilidades futuras para seu uso – tudo isso a partir de três grandes instalações, mais de 30 reproduções de peças de kumihimo históricos, ferramentas utilizadas pelos artesãos e vídeos que contam com recursos de acessibilidade. A exposição faz parte do projeto de itinerância global da Japan House, com passagem por Los Angeles, agora em São Paulo e, na sequência, Londres.
Em japonês, kumihimo significa “cordas trançadas”. O termo é utilizado para se referir a amarrações de três ou mais feixes de fios de seda formando cordões a partir da sobreposição diagonal desses fios de maneira regular e uniforme. Os resultados podem ser trançados simples, feitos com três feixes (conhecidos como “trança francesa”) ou mais complexos, chegando a conter mais de 140 feixes de fios. No Japão, o kumihimo foi utilizado ao longo dos séculos para diversas funções, como acessórios para vestimentas e ornamentos para armas e armaduras, apresentando uma evolução única. Um dos tipos mais conhecidos pelos japoneses é o utilizado no obijime – o cordão que se amarra por cima da faixa de um quimono tradicional.
Dividida em três momentos – História, Estrutura e Futuro –, a exposição ocupa todo o segundo andar da Japan House São Paulo, inclusive uma nova sala com 100 m² que será incorporada a este piso a partir desta exposição. Na parte histórica, o foco são as origens e evoluções da técnica por meio dos séculos. Já os suportes usados na produção dos cordões, chamados de marudai (utilizado para produzir cordões quadrados) e takadai (suporte alto que permite trançados planos), são apresentados ao público na seção Estrutura, que também exibe as ferramentas usadas nos processos de tingimento, preparação dos fios e produção dos cordões. Por último, os visitantes podem conferir as mais recentes estruturas de trançado desenvolvidas pela Domyo, além de peças criadas em colaboração com especialistas de áreas como indústria têxtil e ciência matemática, que apresentam possibilidades de aplicações futuras para a técnica.
O kumihimo se destaca tanto pela resistência quanto pela elasticidade, determinadas pelos métodos de trançado e amarração, além da variação nos ângulos de orientação das fibras; por isso, é possível encontrar estruturas de tubos de carbono semelhantes ao kumihimo em uma série de aplicações industriais, desde tacos de golfe e aeronaves até próteses ortopédicas. Exclusivamente para esta exposição, foi criado um modelo baseado em topologia geométrica em parceria com o Tachi Lab da Universidade de Tóquio. O modelo apresentado é resultado da atividade deste laboratório, onde pesquisadores criam estruturas utilizáveis e materiais celulares com propriedades únicas baseados na geometria do origami, nos sistemas com articulações, na geometria diferencial e assim por diante. Por meio deste trabalho, buscam entender a natureza da forma e da função, por meio da observação e, também, da criação de vários fenômenos. Essa colaboração amplia matematicamente o potencial oferecido pelo kumihimo de criar padrões gráficos, estruturas tridimensionais e sistemas funcionais.
Cerâmicas datadas do início do período Jōmon (entre 5 mil e 6 mil anos atrás) já apresentavam padrões decorativos de uma forma primitiva de kumihimo impresso, mas os maiores avanços do kumihimo no Japão ocorreram a partir do período Asuka (592-710). Sua tradição permeia desde ornamentos para armas e armaduras, quimonos e vestimentas para cerimônias, elementos decorativos para santuários e outros objetos religiosos, bem como nas artes cênicas. Hoje, a técnica também vem sendo incorporada à moda contemporânea, como nas criações do estilista japonês Akira Hasegawa (1989). “Eu trabalho para transmitir, hoje, emoções de cem anos atrás. Sou movido pela beleza estrutural e pela sensação de aconchego encontrada em roupas antigas”, comenta Hasegawa.
“Para nós é muito importante poder colocar o público brasileiro em contato com esse bem cultural tão significativo do Japão e apresentar a experiência e os conhecimentos adquiridos pela empresa Domyo desde 1652. Exposições como esta reforçam a missão da Japan House São Paulo de apresentar o Japão de hoje com práticas que podem se perpetuar por séculos. E reiteram nossa aproximação com base também em trançados simbólicos”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.
Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo” ainda conta com recursos de audiodescrição, libras e bancada com elementos táteis.
Sobre a Domyo
A instituição Yusoku Kumihimo Domyo, foi fundada em 1652 na cidade de Edo (a Tóquio da Era Moderna) e até hoje mantém uma loja na região de Ikenohata, no bairro de Ueno. Durante o período Edo, a casa Domyo comercializava cordões, produzidos principalmente para bainhas e empunhaduras de espadas. A partir do período Meiji (1868-1912), ela começou a vender obijime para se amarrar sobre as faixas de quimonos, bem como haorihimo, um cordão utilizado para amarrar a parte frontal do haori, espécie de jaqueta formal utilizada com quimono e que é aberta na parte da frente. Até hoje todos os produtos da casa são tingidos a mão e trançados por artesãos e artesãs que trabalham exclusivamente para a Domyo. Outro aspecto importante do trabalho da instituição é a pesquisa, a restauração e reprodução do kumihimo histórico, por encomenda tanto do Escritório da Casa do Tesouro Shōsōin da Agência da Casa Imperial, quanto de vários templos, santuários e museus de todo o Japão. Tais atividades produziram uma rica variedade de técnicas e conhecimentos, úteis para fins de pesquisa acadêmica, preservação, disseminação e progresso dessa tecnologia.
Serviço:
Exposição “Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo”
Organização: Yusoku Kumihimo Domyo (Kiichiro Domyo), Mari Hashimoto
Período: de 24 de maio a 28 de agosto de 2022
Local: Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52 (2º andar) – São Paulo, SP
Horários: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h.
Entrada gratuita. Reserva antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/.
A exposição conta com recursos de acessibilidade (Libras, Audiodescrição, elementos táteis).
Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.
Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo:
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(Fonte: Suporte Comunicação)
Foto: divulgação.
A Associação Camerata Filarmônica de Indaiatuba, por ocasião do Maio Musical, realizará o concerto gratuito “Camerata à Brasileira” com a Camerata Filarmônica Jovem de Indaiatuba, no próximo dia 24, às 20h, no Ciaei.
O repertório será de música brasileira, com obras originais escritas para orquestra de cordas ou especialmente arranjadas, peças que celebram ritmos brasileiros diversos e as várias vertentes de nossa cultura musical de concerto. A maestrina Natália Larangeira é a responsável pela Direção Artística.
É recomendável chegar ao local do evento com antecedência para retirada dos ingressos.
Serviço:
Concerto “Camerata à Brasileira”
Camerata Filarmônica Jovem de Indaiatuba
Direção Artística: Natália Larangeira
Regentes: Alexandre Cruz e Fernando Cardoso
Data: 24 de maio de 2022 (terça-feira)
Horário: 20h00
Local: Ciaei – Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Indaiatuba (SP)
(Fonte: Alfapress Comunicação)
Camila Karino, diretora pedagógica da Geekie. Foto: Na Lata.
“Intimidar, ameaçar” – essa é a livre tradução para a palavra do léxico inglês ‘bullying’. Na prática, ela tem se traduzido no aumento dos casos de violência e de ameaça dentro das escolas brasileiras. Um levantamento da Secretaria da Educação de São Paulo aponta um aumento de 48% de incidência de casos nos dois primeiros meses letivos de 2022. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conduzido em 2019, antes da pandemia, registrou que 23% dos 180 mil estudantes ouvidos se sentiram ameaçados e humilhados em aplicativos e redes sociais. Presencialmente ou virtualmente, os alunos brasileiros estão expostos a uma prática extremamente danosa à saúde mental e à segurança. Para contribuir com o amplo debate sobre o problema e endereçar sugestões a educadores e familiares, a equipe pedagógica da Geekie criou um book com dicas. O download é gratuito e pode ser feito no site https://os.geeki.es/midia_ebookbullying.
Segundo Camila Karino, diretora pedagógica da Geekie, o bullying pode acontecer de várias formas e é preciso ficar atento para saber identificar cada uma delas para conscientizar e prevenir. A Sociedade Brasileira de Pediatria ressalta que ele pode aparecer nos seguintes subtipos: verbal, físico, escrito, psicológico, moral, social, material e cyberbullying. “No verbal, ele se materializa em apelidos e provocações feitos para ofender uma pessoa, observações homofóbicas, relacionadas a gênero, e racistas. No físico, envolve agressões que causam danos físicos, como batidas, empurrões, chutes, beliscões e outras lesões ligadas a atos de pressão e contato; no psicológico – também chamado de moral e social –, é mais difícil de reconhecer quando está acontecendo e aparece na forma de intimidações, exclusão social com o objetivo de humilhar, imitações usando características pessoais da vítima, divulgação de boatos, entre outros”, aponta.
Na forma escrita de bullying, há utilização de bilhetes, desenhos depreciativos, faixas e outros meios com o intuito de atingir alguém; no material, envolve estragar, furtar ou qualquer outro dano aos pertences da vítima, como cadernos, mochilas, lancheiras, entre outros objetos; no sexual, está expresso em abusos, assédios que buscam vantagem sexual, ou ainda que envolvam questões de gênero e homofobia. E o cyberbullying pode se expressar em agressões realizadas no ambiente digital – como redes sociais, aplicativos de mensagens –, incluindo mensagens diretas ou anônimas, fake news, postagens e divulgação de imagens ou vídeos.
Prevenção
O book criado pela equipe pedagógica da Geekie defende que conscientização é a chave para prevenir o bullying na escola; por isso, criou passos e dicas para ajudar educadores e familiares nesta tarefa:
– Entenda a importância do combate ao bullying e pesquise sobre o tema. Leia artigos de educação ou de organizações oficiais que atuam com a saúde e segurança de crianças e adolescentes. Acompanhe pesquisas e dados sobre bullying e se mantenha sempre atualizado sobre o que acontece.
– Envolva professores e equipe pedagógica, capacitando-os por meio de treinamentos e formações. Mantenha diálogo aberto com cada um, mostrando-lhes o papel que desempenham na prevenção e no combate ao bullying. Afinal, eles estão sempre próximos dos estudantes e podem acompanhar tudo o que acontece entre eles.
– Você também pode (e deve) conscientizar os alunos, promovendo a escuta ativa e criando um ambiente emocionalmente saudável, investindo em educação socioemocional, inserindo a temática no currículo, durante as aulas e as atividades. Os alunos precisam reconhecer um caso de bullying quando ele está acontecendo e entender as consequências disso, tanto para a vítima quanto para o agressor. Também jamais subestime os relatos de bullying que você receber, classificando-os como brincadeiras ou problemas passageiros. Ah, lembre-se ainda de que as competências socioemocionais, presentes nas 10 competências gerais da BNCC, também estão diretamente ligadas ao tema bullying.
– Parceria com as famílias é fundamental para a prevenção e o combate, pois o bullying transcende os muros da escola e afeta a vida de vítimas e agressores, prejudicando todos os tipos de relacionamentos. Para trabalhar o assunto, você pode promover reuniões e palestras e conscientizar as famílias sobre a importância do diálogo e do acompanhamento do estudante na escola. Prepare pais, mães ou responsáveis para que saibam identificar casos de bullying e entendam o papel que desempenham na prevenção e no combate.
– Conheça a legislação vigente sobre o assunto. A Lei nº 13.185/2015 instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, classificando as formas de bullying e determinando o dever das escolas em assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate à violência e à intimidação sistemática. A Lei nº 13.663/2018, que alterou o artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, também trouxe a necessidade de combater o bullying no âmbito escolar. Já a Lei nº 13.277/2016 instituiu a data 7 de abril como Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
– Fique atento e saiba se ele está acontecendo em sua escola. Há sintomas e consequências do bullying que podem ser vistos no aluno, como dificuldade de aprendizado, ansiedade, depressão, afastamento social e evasão, fobia escolar, agressividade, entre outros.
– De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, em muitos casos, os autores de bullying usam as diferenças dos alvos (altura, peso, gênero etc.) para persegui-los. Por isso, como mencionado, é preciso conhecer sobre o que os jovens conversam, o que está na moda entre eles e conscientizá-los sobre a importância do respeito às diferenças.
Sobre a Geekie |Referência em educação com apoio de inovação no Brasil e no mundo, a Geekie foi fundada em 2011 – pelos empreendedores Claudio Sassaki e Eduardo Bontempo – com a missão de transformar a educação do país. Em uma década, a empresa tem desenvolvido soluções inovadoras que potencializam a aprendizagem. Com foco no Ensino Básico, a edtech alia tecnologia de ponta a metodologias pedagógicas inovadoras. Única plataforma brasileira de ensino adaptativo credenciada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para o Guia de Tecnologias Educacionais – que identifica soluções tecnológicas capazes de melhorar a qualidade do ensino brasileiro –, em sua trajetória a Geekie alcançou mais de cinco mil escolas públicas e privadas de todo o país, impactando cerca de 12 milhões de estudantes.
(Fonte: Frida Luna Boutique de Comunicação)
Foto: divulgação.
O Ponto de Cultura Instituto Arnea, em comemoração aos 12 anos de atuação, vai realizar uma apresentação gratuita ao público no dia 5 de junho, com sessões às 16h e 19h, no Teatro Municipal Castro Mendes. Será o espetáculo “ReciclARTE”, que traz a diversidade artística, com a inserção de artes circenses, teatro, jazz, hip-hop e ballet clássico.
O Instituto realiza ações culturais e sociais voltadas principalmente a bairros da periferia de Campinas e foi aprovado no edital ProAC Lei Aldir Blanc do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
O espetáculo será apresentado no Dia Mundial do Meio Ambiente e traz como protagonista “O catador de recicláveis”, representado pelo ator e bailarino Murilo Augusto, instigando o público a refletir sobre seus atos, colocando em evidência esse cidadão que passa despercebido, beirando a invisibilidade diante da sociedade. Mais informações: www.institutoarnea.org.br.
Serviço:
Ponto de Cultura Instituto Arnea
Espetáculo ReciclARTE
Dia e hora: 5 de junho com sessões às 16h e 19h
Entrada Franca
Onde: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial, Campinas
Retirada dos ingressos será no CEU Vila Esperança (Rua Demerval da S. Pereira s/n – Loteamento Vila Esperança) e, os ingressos remanescentes, duas horas antes do início de cada sessão.
Ficha técnica:
Coordenação e Direção Geral: Ney Hamilton de Oliveira
Direção e Produção Artística: Ana Carolina Braga, Júlia Martins, Maria Fernanda Frazão, Sarah Elisa
Bailarinas convidadas: Amanda Chavier, Ana Julia Zambianco, Catharina Glória, Flávia Alvarenga, Gabrielle Januario, Jessica Schezar, Lysandra Pedroso, Miriã Prado e Val Nascimento
Ator e bailarino: Murilo Augusto
Produtor: Reginaldo Menegazzo/Produção Cultural
Assessoria cultural e contábil: Reginaldo Menegazzo/Produção Cultural
Cenografia Digital: Alan Martins
Figurino: Nelci J. Ateliê
Responsável técnico: Dickson Resstel
Fotógrafo: Giancarlo Giannelli
Filmagem: Leonardo Fanelli
Designer: Sérgio Sporkens Jr.
(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)
Obra de Castiel Vitorino que faz parte da exposição. Fotos: https://pinacotecaorgbr-my.sharepoint.com/:f:/g/personal/vbeltrao_pinacoteca_org_br/Ev5a2jj2nq1Brzk0fymB75EB97LKyB6gQEUdu5aQfGQH-Q?e=6NbPa5.
A Pinacoteca de São Paulo apresenta, de 4 de junho a 4 de julho de 2022, um conjunto de cinco obras inéditas dos participantes do programa de comissionamento artístico “Atos modernos”. A mostra é um dos resultados do projeto homônimo realizado com a Coleção Ivani e Jorge Yunes.
Em vigor desde 2021, a parceria tem se voltado a fomentar a pesquisa e o diálogo artístico entre as duas instituições, ampliando as pontes para projetos de curadoria. Em um modelo inédito no país, o museu passou a receber um aporte financeiro da Coleção Ivani e Jorge Yunes para a contratação de um curador, Horrana de Kássia Santoz, que trabalhando na Pinacoteca, pode desenvolver uma produtiva pesquisa e contribuir com a programação no museu, como a exposição “Atos Modernos”, que estimula e incentiva a produção de jovens artistas do Brasil.
“A Pinacoteca conta com uma grande experiência em convidar artistas a desenvolver obras especificamente para os espaços da Pina. Com este projeto, ampliamos esta prática de comissionamento para novos campos da produção e pesquisa artística contemporânea”, afirma Jochen Volz, diretor geral do museu.
A seleção de artistas feita pela Curadora de Pesquisa e Ação Transdisciplinar Coleção Ivani e Jorge Yunes, Horrana de Kássia Santoz, conta com Castiel Vitorino Brasileiro, Mitsy Queiroz, Luciara Ribeiro, Olinda Wanderley Tupinambá e Charlene Bicalho.
A exposição
Obra de Charlene Bicalho que faz parte da mostra.
A exposição “Atos Modernos” estará organizada entre o edifício da Pinacoteca Luz, que receberá quatro trabalhos, e o da Pinacoteca Estação. Segundo Horrana, as obras procuraram discutir aspectos da modernidade na produção e no pensamento contemporâneo. “Em um ano de marcos importantes, como as eleições, o centenário da semana de 22 e o bicentenário da independência, tratar das contradições e das memórias que nos constituem torna-se urgente”, completa.
O grupo de artistas já trabalhava com pesquisas sobre memórias e acervos, temporalidades e ancestralidades. Com duração de um ano, o programa comissionou esses trabalhos inéditos e cada um dos selecionados ganha espaço na programação pública da Pinacoteca para realização de produções presenciais ou transmitidas nas plataformas digitais do museu.
Sobre os artistas e suas obras
Luciara Ribeiro | Luciara Ribeiro (1989, Xique-Xique, Bahia. Vive e trabalha em São Paulo) apresentará, no lobby da Pinacoteca Luz, o video-documentário “Narrativas e Territórios em disputa: Investigações sobre os sistemas das artes” (2022). Pensar criticamente o que seria esse ato moderno e refletir sobre as relações que o moderno, modernismo e modernidade apresentam num circuito artístico é o mote da sua pesquisa. A proposta da artista é repensar lugares que são colocados como margens, longes, cafundós, bordas – territórios que não são apresentados dentro de uma centralidade do eixo artístico. Compreender quais são os circuitos expositivos presentes nas periferias da cidade de SP, como acontece os deslocamentos e o diálogo entre artistas e como se dá a produção artística nesses territórios.
Obra de Olinda Tupinambá que faz parte da exposição.
Mitsy Queiroz | O artista visual e pedagogo Mitsy Queiroz (1988, Recife, Pernambuco. Vive e trabalha em Recife) apresentará, na Pinacoteca Estação, “As ilhas alagadas do Pina” (2022), projeto de pesquisa desenvolvido para o programa “Atos modernos”. De seu reencontro com uma fotografia familiar e com a Praia do Pina, localizada na cidade de Recife, Mitsy aprofunda seus estudos sobre o fazer fotográfico, suas estruturas, programações e mobiliza outras concepções de tempo e de progresso.
Charlene Bicalho | Charlene Sales Bicalho (1982, Nova Era, Minas Gerais. Vive e trabalha em São Paulo). “Orbitando a [im]permanência do sol, e a constância das águas” (2021-2022) é o título da obra da artista visual para o programa “Atos modernos”. A obra, processual, integra múltiplas linguagens, como a performance, a fotografia, o desenho, o vídeo e a instalação, emerge entre crítica institucional e a criação de espaços não hegemônicos de aprendizagem.
Olinda Tupinambá | Olinda Wanderley Tupinambá (1989, Bahia. Vive e trabalha em Pau Brasil, Bahia) é jornalista, documentarista, produtora de audiovisual e cineasta. Seus vídeos e filmes transitam entre documentário e documentário fantasia, a exemplo do filme “Kaapora — O chamado das matas”, lançado na exposição “Véxoa: nós sabemos”, realizada na Pinacoteca de São Paulo em 2020. Para o programa “Atos modernos”, Olinda traz em seu novo filme “Ibirapema” (2022). A produção aborda a questão da modernidade imposta às populações indígenas e não indígenas, que simultaneamente entrelaça vivências e aniquila identidades.
Castiel Vitorino | Castiel Vitorino Brasileiro (1996, Vitória, Espírito Santo. Vive e trabalha entre Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) apresentará, no pátio 1 da Pinacoteca Luz, a obra “Prosperidade são lembranças e escolhas” (2022) que propõe um reencontro estético e linguístico com as memórias centro-africanas, como a cultura afrobanto, historicamente marcada por estereótipos e arquétipos linguísticos. Visto que também foi através da língua que o longevo projeto colonial logrou êxito, a artista e psicóloga amplia sua investigação sobre os “espaços perecíveis de liberdade” e constrói dentro da Pinacoteca um monumento onde suas línguas e tradições convocam atos de reescrita da história brasileira.
Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo é o museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo. Seu acervo conta hoje com cerca de 11 mil peças.
Possui dois edifícios abertos ao público e com intensa programação: a Pinacoteca Luz e a Pinacoteca Estação. A primeira foi a antiga sede do Liceu de Artes e Ofícios. Projetado no final do século XIX pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, passou por uma ampla reforma, no final da década de 1990, com projeto do arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha (1928-2021). A Pinacoteca Estação foi inaugurada em 2004. Seu prédio, também projetado por Ramos de Azevedo, foi totalmente reformado pelo arquiteto paulistano Haron Cohen para receber parte do programa de exposições temporárias e do acervo do museu. Originalmente abrigou os armazéns e escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana.
Coleção Ivani e Jorge Yunes
Iniciada em meados da década de 1970 pelo casal Ivani e Jorge Yunes, a coleção foi sendo constituída a partir do forte interesse do casal por arte e cultura. Reunido um conjunto excepcional de pinturas, esculturas, prataria, arte sacra, documentos, artefatos etno-históricos e acervos de curiosidades, a coleção guarda preciosidades da história da arte no Brasil, desde o século XVIII até o período moderno do século XX, reunindo também artistas internacionais e ícones da história da arte internacional.
Desde 2018, Beatriz Yunes Guarita, diretora da Coleção Ivani e Jorge Yunes, e Camila Yunes Guarita, fundadora e diretora executiva da consultoria de arte Kura, estão à frente da Coleção e coordenam um trabalho museológico minucioso, destacando recortes históricos e artísticos, afirmando assim seu caráter público. Neste curto período, a coleção estabeleceu um trabalho integrado de sistematização, com especialistas de diversas áreas, que implementaram procedimentos de documentação, catalogação e higienização. Atualmente, a coleção tem sido apresentada em diversos museus no Brasil e no mundo por meio de empréstimos, comodatos e doações.
O projeto “Atos Modernos” se configura como um exemplo de novas práticas para o colecionismo contemporâneo. Simultaneamente, apoia a produção de artistas emergentes, colabora com a atividade de curadores de diferentes especialidades e possibilita releituras críticas da coleção e de seus segmentos, ampliando as possibilidades de pesquisa e exibição de obras de maneira prática.
(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)