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MIS Campinas recebe exposição de fotos do artista francês Vincent Rosenblatt

Campinas, por Kleber Patricio

Exposição lança um olhar sobre a juventude francesa e brasileira. Fotos: divulgação/MIS.

O Museu da Imagem e do Som (MIS) e a Aliança Francesa de Campinas apresentam a exposição “Insouciance: Juventudes Transatlânticas”, do artista francês Vincent Rosenblatt, um olhar sobre a juventude francesa e brasileira. A mostra fica aberta ao público até o dia 15 de abril, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e sábado, das 9h às 15h. A entrada é gratuita.

A expressividade contida nas fotografias de Vincent Rosenblatt revela lastimáveis similitudes entre os dois países. A série contém 90 fotografias de registros feitos na França e no Brasil entre 1997 e 2021; no entanto, o recorte inicial apresenta 14 imagens produzidas com jovens de origens multiculturais na cidade de Niort.

“Este estreitamento cultural composto desta parceria do MIS com a Aliança Francesa tem propiciado ao público do museu um intercâmbio cultural, seja pelo cinema ou pelas exposições como esta que nos convida a olhar, refletir, indignarmos, mobilizarmos e agir, para compreendermos a importância da politização da população e a participação de todos na construção de uma sociedade mais justa”, destaca Alexandre Sônego, chefe do MIS.

Para Dayana Belmont, diretora da Aliança Francesa de Campinas, a exposição é uma forma artística de revelar a produção artística francesa contemporânea no mês em que se celebra a francofonia. “Além disso, essa exposição fotográfica permite estreitar os laços culturais entre a França e o Brasil e é um convite à promoção de olhares cruzados entre ambas as nações”.

O Dia Internacional da Francofonia é comemorado dia 20 de março, data em que é lembrada a existência da união dos países de língua francesa espalhados no mundo. Cada país expressa a língua francesa através de sua própria cultura promovendo uma diversidade de abordagens culturais no planeta. Se hoje a OIF (Organização Internacional da Francofonia) aponta 321 milhões de franco falantes no mundo, a perspectiva é de ter mais de 500 milhões até 2050, número alavancado pelo continente africano.

Sobre o artista

Rosenblatt nasceu em Paris em 1972 e vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Enquanto estudava história, entre 1989 e 1997, Vincent viajou várias vezes à Polônia e desenvolveu o seu interesse pela fotografia e as suas primeiras encomendas para a imprensa. Voltou a Paris para estudar na Escola Nacional de Belas Artes (ENSBA) no ateliê de Lesly Hamilton, onde se formou em 2001. Em 2000, graças a uma bolsa de intercâmbio Colin-Lefranc, descobriu o Brasil pela primeira vez.

Rosenblatt mudou-se para o Rio de Janeiro em 2002 e montou um estúdio de fotografia – “Olhares do Morro” – nas colinas da favela Santa Marta, proporcionando um lugar onde os jovens locais pudessem crescer e estudar fotografia. Alguns se tornaram fotógrafos de sucesso. A imprensa internacional destaca regularmente seus portfólios por seu imediatismo e autenticidade. Olhares do Morro expôs na sede da Unesco em Paris (2004), no festival de fotografia Rencontres d’Arles, na Art Basel Miami Beach como instituição artística (2005), em Estocolmo (2006) e em Brasília (2007). O projeto terminou em 2008.

A montagem da exposição é de Pierre Kerrien, agente cultural da Aliança Francesa de Campinas, e Cleber Moura Fé, agente cultural do MIS.

Serviço:

Exposição “Insouciance: Juventudes Transatlânticas”, do artista francês Vincent Rosenblatt

Visitas: até 15/4

Horários: terça a sexta 9h–17h / sábado 9h–15h / domingo e segunda fechado

Local: Museu da Arte e do Som (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro, Campinas (SP)

Entrada gratuita.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

Cultura abre vagas remanescentes para oficinas regulares e Núcleo Nabor Pires Camargo

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Inscrições para Núcleo Nabor devem ser feitas presencialmente no Casarão Pau Preto. Foto: divulgação.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba abre inscrições para vagas remanescentes das Oficinas Culturais e do Núcleo Musical Nabor Pires Camargo até o dia 31 de março. Para as oficinas regulares, as vagas disponíveis podem ser conferidas e confirmadas pelo portal Cultura Online. Para o Núcleo, as inscrições acontecem presencialmente no Casarão Pau Preto.

As Oficinas Culturais têm como objetivo a sensibilização artística, além de promover a sociabilidade por meio da arte, assim como o respeito às diferenças e práticas de ética e cidadania. Além de estimular as propriedades cognitivas e sensoriais, ainda tem o intuito de apresentar e aproximar a comunidade às diversas formas de expressão artístico-culturais, visando um primeiro contato com diversas modalidades.

Professores e alunos do Núcleo Nabor em Roda de Choro no Museu Ferroviário. Foto: Eliandro Figueira.

Já o Núcleo Nabor Pires Camargo – que homenageia o autor do Hino Indaiatubano, junto com Acrísio de Camargo – tem a finalidade de promover educação musical como forma de valorizar, difundir e preservar a cultura local relacionada ao choro, jazz, samba e MPB (Música Popular Brasileira).

Mais informações podem ser obtidas nos respectivos polos culturais do curso escolhido. Confira abaixo as vagas disponíveis.

OFICINAS CULTURAIS

Inscrições: Cultura Online (www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura-online/)

Centro Cultural Hermenegildo Pinto (Piano)

Av. Eng. Fabio Roberto Barnabé, 5.924 – Jardim Morada do Sol

Telefone: (19) 3936-2584

Ballet Baby, Infantil e Juvenil | Coral Juvenil | Danças Urbanas Infantil e Juvenil | Desenho Artístico Juvenil | Jazz Infantil e Juvenil | Piano Digital | Pintura em Tecido e Tela | Teatro Adulto, Infantil e Juvenil | Viola Caipira  | Violão

Centro Cultural Wanderley Peres

Praça Dom Pedro II, s/nº – Centro

Telefone: (19) 3825-2056

Arte Criativa | Arte para Crianças: 5 a 7 anos e 8 a 10 anos | Ballet Baby, Infantil e Juvenil | Coral Infantil e Terceira Idade | Customização | Danças Urbanas Infantil e Juvenil | Desenho Artístico Juvenil | Graffiti | Jazz Infantil e Juvenil | Pintura em Tecido | Teatro Infantil e Juvenil | Viola Caipira | Violão

Centro de Esportes e Artes Unificados (CEU)

Rua Jordalino Pietrobom, 1.300 – Jardim São Conrado

Telefone: (19) 3935-2714

Ballet Baby e Infantil | Break Adulto, Infantil e Juvenil | Danças Urbanas Infantil e Juvenil | Desenho artístico Infantil e Juvenil | Graffiti e Graffiti Infantil | Jazz Infantil e Juvenil | Teatro Infantil e Juvenil

Estação Cultural Itaici

Rua Francisco Araújo, 49

Telefone: (19) 3835-6200

Arte para Crianças: 5 a 7 anos e 8 a 10 anos | Ballet Baby, Infantil e Juvenil | Break Infantil e Juvenil | Desenho Artístico Adulto, Infantil e Juvenil | Pintura em Tela | Teatro Infantil e Juvenil | Violão

Casarão Pau Preto

Rua Pedro Gonçalves, 477 – Jardim Pau Preto

Telefone: (19) 3875-8383

– Coral Adulto Masculino

Espaço Viber

Rua Goiás, s/nº, Cidade Nova II

Telefone: (19) 3825-2056

– Taiko

Núcleo Musical Nabor Pires Camargo*

Inscrições: presenciais no Casarão Pau Preto

Endereço: Rua Pedro Gonçalves, 477 – Jardim Pau Preto

Horários: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

* é necessário possuir o instrumento escolhido para as aulas

Bandolim| Cavaquinho | Clarinete | Percussão | Saxofone | Violão de 7 Cordas | Flauta Transversal.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Fundação Florestal divulga novo edital para compras de sementes de palmeira-juçara

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: eCycle.

Está aberto o 9º edital de compra de sementes de palmeira-juçara da Fundação Florestal. Podem participar agricultores familiares, indígenas, comunidades tradicionais – que também poderão ser representados por associações e cooperativas. Neste segundo edital lançado em 2023, serão adquiridas até 50 toneladas de sementes, no valor unitário por quilograma de R$9,17, que irão repovoar Unidades de Conservação do Estado.

O processo de compras ficará aberto até 7/12 com três prazos de credenciamento, sendo o primeiro de 20/3 a 18/4, o segundo de 1/6 a 3/7 e o terceiro, de 1/9 a 9/10. As sementes, por sua vez, poderão ser entregues de 2/5 a 7/12. O credenciamento, com a entrega da documentação completa, que pode ser acessada no edital clicando aqui, deverá ser entregue por e-mail para projucara@fflorestal.sp.gov.br.

Cada interessado na venda das sementes deverá apresentar proposta mínima de 100 quilogramas. Os formulários de requerimento, a documentação pertinente e as propostas de vendas serão analisadas pela Comissão de Avaliação e Credenciamento, conforme os requisitos apresentados no presente edital.

Para o ano de 2023, a novidade é que haverá parceria entre Fundação Florestal e Unesp Registro – esta cederá uma câmera fria para armazenagem das sementes, conferindo maior qualidade de armazenamento às sementes antes de serem lançadas nas UCs do vale do Ribeira.

A iniciativa faz parte do Programa de Conservação da Palmeira Juçara nas Unidades de Conservação, que tem como foco a conservação da espécie nos espaços protegidos de domínio público e privado, das zonas de amortecimento e entorno de UCs, com remanescentes florestais, conforme estabelecido na Portaria Normativa FF nº 327/2021.

Programa Juçara

O Programa Juçara constitui uma iniciativa pioneira da Fundação Florestal em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Secretaria de Desenvolvimento Regional, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (por meio do Programa Vale do Futuro), Itesp, universidades, prefeituras e entidades representativas da sociedade civil que oferece uma alternativa de trabalho e de renda a pequenos agricultores e comunidades tradicionais nas regiões onde se insere.

Além da questão ambiental, o programa procura modificar a cultura extrativista da palmeira-juçara ao desestimular o corte da árvore para a extração do palmito, oferecendo a opção de obter seu sustento por meio do cultivo e da venda da polpa do fruto para o reflorestamento.

A palmeira-juçara é uma espécie nativa da Mata Atlântica ameaçada de extinção. Sua preservação está diretamente ligada à manutenção da biodiversidade local. Sua semente e seu fruto servem de alimento para mais de 68 espécies, entre aves e mamíferos. Tucanos, jacutingas, jacus, sabiás e arapongas são os principais responsáveis pela dispersão das sementes, enquanto cotias, antas, catetos e esquilos, dentre outros, se beneficiam das sementes e frutos.

Para saber mais, visite a página do Programa Juçara no site da Fundação Florestal: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/programas-e-campanhas/programa-jucara/.

(Fonte: Fundação Florestal)

Reação de servidores à opressão do governo Bolsonaro barrou desmonte das instituições

Brasília, por Kleber Patricio

Foto: Sora Shimazaki/Pexels.

Durante o governo Bolsonaro, servidores federais precisaram aprimorar suas estratégias contra o desmonte institucional. Com o aumento das opressões ao funcionalismo público, o custo individual da contestação se tornou mais alto para os funcionários, que passaram a formalizar suas reações através, por exemplo, de processos judiciais coletivos.  Os aprendizados da relação conflituosa entre governo e servidores são descritos por artigo de pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) e da Universidade de Brasília (UnB) publicado na segunda-feira (20) na “Revista Brasileira de Ciência Política”.

A pesquisa mapeou estratégias de opressão do governo Bolsonaro e de reação dos funcionários públicos a partir de entrevistas realizadas de dezembro a maio de 2020 com 165 servidores federais de 15 órgãos governamentais que atuam em áreas como planejamento, desenvolvimento social e econômico, saúde e meio ambiente. As estratégias foram classificadas como formais (com uso de mecanismos oficiais, como decretos e instruções normativas) ou informais (realizadas por mensagens de texto, por exemplo) e como coletivas ou individuais.

A abertura de processo administrativo contra um servidor a partir de acusações indevidas ou arbitrárias, exonerações e mudanças de postos de trabalho à revelia do funcionário público foram estratégias formais individuais de opressão observadas pelo estudo e causaram impacto na saúde mental dos trabalhadores. Outras táticas como assédio e ameaças informais aos indivíduos, que têm um efeito mais restrito na carreira dos servidores, também foram observadas.

A opressão formal e coletiva pode ser vista em ameaças como a responsabilização disciplinar de servidores por postagens em redes sociais, conforme nota técnica publicada pela Controladoria Geral da União em 2020, e barreiras de acesso aos sistemas de informação e documentos oficiais. A ocupação de cargos públicos por militares durante o governo Bolsonaro também cerceou o trabalho dos servidores. As estratégias de reação dos burocratas foram mais custosas nesse cenário, pois exigiram medidas judiciais e organização de resistência coletiva através de associações e sindicatos.

A pesquisadora da FGV EAESP Gabriela Lotta, uma das autoras do trabalho, explica que os representantes do governo Bolsonaro apostaram em punições exemplares para gerar a sensação de que ações individuais teriam um custo muito alto aos servidores. Isto provocou mudanças nas estratégias de reação desde o início do governo. “Ao longo do tempo, foi se construindo um clima de medo. Por exemplo, começou a circular a informação de que os celulares estavam sendo rastreados e então os servidores começaram a ficar com medo de mandar mensagens. Por isso, mesmo que seja mais difícil e mais caro, os funcionários públicos passaram a formalizar e coletivizar a estratégia, o que os protegia muito mais individualmente”.

Segundo Lotta, as fragilidades institucionais identificadas pelo trabalho servem de aprendizado para o atual governo e para um melhor funcionamento da administração pública, contribuindo para o fortalecimento da democracia. Um dos aprendizados é que os comitês de ética ou as corregedorias, espaços que ajudam a proteger o servidor, não podem ser ocupados por representantes políticos, como foi feito pelo governo anterior. “Precisamos de uma agenda que garanta a autonomia desses espaços de denúncia e a proteção dos servidores contra práticas como remoção e exoneração”, frisa a autora.

(Fonte: Agência Bori)

Itaú Cultural estreia “Dolores – minha composição”, que põe foco na vida e obra de Dolores Duran

São Paulo, por Kleber Patricio

Rosana Maris como a protagonista no espetáculo “Dolores – Minha Composição”. Fotos: Águeda Amaral.

Uma mulher poderosa, à frente do seu tempo, uma artista fugaz, que produziu muito, morreu jovem e não teve o merecido reconhecimento – esse ícone da Música Popular Brasileira é o centro de “Dolores – Minha Composição”, espetáculo que estreia no Itaú Cultural em 23 de março de 2023. Rosana Maris dará vida à artista no espetáculo, que fica em cartaz gratuitamente até 16 de abril, de quinta a sábado, às 20h e domingos e feriados às 19h.

Com concepção, dramaturgia e atuação de Rosana Maris, direção e cenografia de Luiz Fernando Marques (Lubi), direção musical de Fernanda Maia e preparação da atriz de Denise Weinberg, o espetáculo apresenta planos de realidade que se entrecruzam para compor uma trama em que seja possível fazer dialogar ficção e realidade, passado e presente.

Dolores Duran viveu seu auge nas décadas de 1940 e 1950, produzindo dezenas de significativas composições, mesmo convivendo em um universo masculino, branco, preconceituoso e extremamente conservador e conseguindo ser uma mulher independente sendo negra, artista e pobre.

A concepção e dramaturgia são da Rosana, na busca de resgatar e dar mais luz à trajetória da artista carioca. “Eu creio que a Dolores se comunica demais com as plateias de hoje, com tudo que ela representava lá nos anos 1940/50, por ela ser essa pessoa que estava muito à frente da época. Além disso, vamos fazer no espetáculo uma homenagem para a maior compositora do país”, explica ela.

E o encontro com o Lubi só fez potencializar a história, já que o diretor também tinha planejado, anos atrás, fazer uma criação teatral sobre Dolores. “Ela foi a primeira artista que eu pesquisei com um olhar para tentar fazer uma montagem por ela ser esse primeiro eu lírico feminino na música brasileira, com um volume de produção e nessa perspectiva da intimidade do feminino eu acho que Dolores é icônica”, lembra o diretor.

“Dolores – Minha Composição” contempla tanto a vida dela, sua história, quanto seu relacionamento com grandes figuras da música brasileira, como Maysa, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. “Eu brinco como atriz na peça – uma atriz que conta para o público que teve um sonho com Dolores e, a partir daí, ela quer brincar com o sonho de ser Dolores Duran”, conta Rosana.

A dramaturgia parte desse princípio: de uma atriz tentando ser essa monstra da música. “E a partir disso, o que se assemelha com a gente, quais são os lugares que se conectam comigo, quando você fala isso eu penso igual – essas instâncias. Quando você olha para um ídolo e parece que é uma continuação de pensamento, de vida e de história. Eu acho essa mulher extraordinária e todo mundo precisa conhecer Dolores Duran”, completa.

Para traduzir o universo de Dolores, a dramaturgia utilizou pontos da biografia da artista – uma mulher negra, que mesmo passando boa parte da vida artística solteira, conseguiu exercer e ocupar os lugares que ela ocupou. “Do ponto de vista da obra artística, é interessante porque, de uma maneira geral ,é senso comum você colocá-la naquele lugar do samba-canção, da fossa. Mas se hoje olharmos com esses olhos da solidão da mulher negra, do patriarcado, do machismo estrutural, você começa a enxergar essas letras também como um protesto, como um grito ou de socorro ou de alerta ou de denúncia, às vezes, mesmo”, conta Lubi. “É interessante você pensar que ela é bossa nova; antes da bossa ser nova, ela já aponta na composição dela fundamentos e dinâmicas artísticas que depois foram se consolidar. E poucas vezes dão esse mérito para ela”, complementa o diretor.

Show espetáculo

A ação se passa em três ambientes diferentes: em um bar, em um show e na casa da artista. Em cena, a atriz (Rosana), a cantautora (Dolores) e a plateia têm um encontro para eclodir questões que dizem respeito ao amor, sonhos, a solidão nas grandes cidades, a opressão sofrida pelas mulheres, os entraves e preconceitos contra as mulheres livres, as questões ligadas à construção de identidade racial etc. Rosana interpreta canções compostas por Dolores ao vivo, acompanhada de um trio de músicos – Marcelo Farias, Pedro Macedo e Rodrigo Sanches.

O eixo principal é a biografia de Dolores, colocando em cena histórias emblemáticas que fizeram parte de sua vida, como as que cercam as canções compostas e interpretadas por ela, tudo acompanhado pelos músicos, seus grandes sucessos e parcerias. Além das canções mais conhecidas, como “A Noite do Meu Bem” e “Fim de Caso”, há outras importantes na trajetória de Dolores, que falavam dos seus amores, da sua carreira, da sua vida e dos momentos importantes pelos quais passou. “As canções vão costurando a história do espetáculo de acordo como elas se relacionam com a personalidade da Dolores e com os momentos da carreira dela. Em alguns momentos elas são mais ilustrativas, de momentos específicos da carreira dela, ou às vezes elas vão traduzir algum sentimento que a Dolores descrevia em suas letras”, conta Fernanda Maia, que faz a Direção Musical do espetáculo.

“O processo de criação de ‘Dolores – Minha Composição’ é um processo muito delicado, porque não é uma questão de copiar a Dolores Duran, porque isso é impossível. É mais uma apropriação do universo dela, de suas músicas, de seu temperamento”, explica Denise Weinberg, que faz a direção da preparação da atriz. “Nós estamos indo mais pelos estados emocionais do que propriamente fazendo uma cópia física da Dolores, o que eu acho muito perigoso, principalmente em teatro”, completa.

O espetáculo parte do desenvolvimento de linhas temáticas distintas, planos de realidade que se entrecruzam para compor uma trama, em que seja possível fazer dialogar, ficção e realidade, passado e presente, tendo como eixo principal a vida de Dolores.

Dolores Duran – Vivendo sem concessões

Nos anos 1950, uma artista negra, de origem humilde, que viveu a vida como quis, subvertendo padrões, revolucionou a música brasileira, com dezenas de canções que provocam até hoje sentimentos fortes que vão de saudades e espera à solidão e ternura, sempre carregando em seus versos amor e dor.

Adiléia da Silva Rocha nasceu na periferia do Rio de Janeiro, em 1930, filha de um sargento da Marinha (que faleceu quando ela tinha apenas 12 anos). O primeiro prêmio foi aos 10 anos de idade, no Programa de Ary Barroso, “Calouros em Desfile”. Aos 16 anos, adotou o nome artístico. Autodidata, cantou músicas em inglês, francês, italiano e espanhol – a versão dela para o clássico estadunidense “My Funny Valentine” ganhou elogios da compositora da canção, Ella Fitzgerald.

A estreia de Dolores em disco foi em 1952, gravando dois sambas para o Carnaval. Três anos depois, casou-se com o radioator e músico Macedo Neto (1955) e foi vítima de um infarto e, ao não seguir as recomendações médicas, teve complicações de saúde.

Foi uma das únicas parceiras mulheres a compor com Tom Jobim – “Estrada do Sol”, “Se é Por Falta de Adeus” e “Por Causa de Você”. Compositora e letrista, até hoje faz sucesso com canções como “A Noite do Meu Bem”, “Castigo”, “Fim de Caso” e “Solidão”. Mas também teve outros parceiros musicais, como Chico Anysio (“Prece de Vitalina”), Carlos Lyra (“Se Quiseres Chorar”, “O Negócio É Amar”) e Billy Blanco (“Céu Particular”).

Morreu em 23 de outubro de 1959, com 29 anos, de ataque cardíaco.

Rosana Maris vivendo a compositora Dolores Duran

Quem dá vida à Dolores Duran é a atriz, produtora cultural, dubladora e locutora Rosana Maris. Começou a trabalhar como atriz em 2003 e, desde então, fez dez produções teatrais trabalhando, principalmente, com os diretores Ewerton de Castro, Flavia Pucci, Gabriela Rabelo, Enio Gonçalves, Barbara Bruno, Lauro Cesar Muniz e Inês Aranha, entre outros. Como produtora cultural, participou de mais de 12 produções teatrais, trabalhando com importantes grupos de SP e também em parceria com o Instituto Cultural Capobianco.

Em 2017, começou a trabalhar como atriz no audiovisual e nesse setor já fez mais de 13 trabalhos; entre os mais recentes, se destacam a personagem Jussara, na série “Sintonia”, que está prestes a estrear a 4ª temporada; também esteve na série “Cidade Invisível’, de Carlos Saldanha, “Mal Me Quer”, de Ian SBF, e em “Hard”, direção de Rodrigo Meirelles. Nos longas-metragens, esteve em “Dez horas para o Natal”, de Cris D’Amato; “Dois mais Dois”, roteiro e direção de Marcelo Saback; “O Papai é Pop”, direção de Caíto Ortiz; “O Santo Maldito”, direção de Gustavo Bonafé e “Pedágio”, da Biônica Filmes, com direção de Carolina Marckovicz.

Sinopse | “Dolores – Minha Composição” conta a história de um dos maiores ícones da música popular brasileira: Dolores Duran. Mulher à frente de seu tempo, que viveu seu auge na década de 1950, mesmo transitando em um universo masculino, preconceituoso e extremamente conservador e sendo negra, artista e pobre. O espetáculo mostra a trajetória da artista a partir de um encontro entre a atriz que a interpreta e a personagem representada, quando passam a eclodir entre elas questões que dizem respeito à solidão, ao amor, aos sonhos, à opressão e às questões ligadas à construção de identidade racial. O espetáculo apresenta planos de realidade que se entrecruzam para compor uma trama em que seja possível fazer dialogar, ficção e realidade, passado e presente tendo como eixo principal a biografia dessa personagem, tão importante da música brasileira, que trará a cena tantas histórias emblemáticas que fizeram parte de sua vida, como as que cercam as canções compostas e interpretadas por ela, tudo acompanhado por um trio de músicos que tocarão seus grandes sucessos e parcerias.

Ficha Técnica

Concepção e Dramaturgia – Rosana Maris

Direção e Cenografia: Luiz Fernando Marques (Lubi)

Direção Musical – Fernanda Maia

Atriz – Rosana Maris

Preparação da Atriz – Denise Weinberg

Figurinos – Yakini Rodrigues

Preparação Vocal – Gilberto Chaves

Orientação Corporal – Janette Santiago

Músicos – Marcelo Farias, Pedro Macedo, Rodrigo Sanches

Lighting Design – Wagner Pinto

Assistência de Direção – Gabi Costa

Design de Som – João Baracho

Voz em off – Rodrigo Mercadante

Visagismo (Cabelo e Maquiagem) – Dicko Lorenzo

Design Gráfico – Fabio Viana

Direção de Produção – Daniel Palmeira

Produção/Idealização – Bem Te Vi Produções Artísticas.

Serviço:

Dolores – Minha Composição

De 23 de março a 16 de abril de 2023

Horários: quinta, sexta e sábado, às 20h, e domingos e feriados, às 19h

Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)

Capacidade: 224 lugares

Itaú Cultural

Av. Paulista 149 – Bela Vista, São Paulo – SP

Entrada gratuita

Reservas de ingressos na semana anterior às sessões através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

Essa temporada contará com acessibilidade em libras em todas as sessões.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)