Interessados em participar devem realizar as inscrições até 26 de maio


Indaiatuba
Imagem de Christoph Schütz por Pixabay.
A 51ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão foi remarcada e irá ocorrer de 19 de junho a 15 de agosto de 2021. Trata-se do mais importante evento de música clássica da América Latina. Com cerca de dois meses de duração, terá um número recorde de atrações artísticas e receberá, em seu Núcleo Pedagógico, a maior quantidade de jovens bolsistas e professores da história. Esta edição marcará também a inauguração do novo auditório do Parque Capivari, mais amplo e moderno do que a Concha Acústica.
Serão ao todo 164 concertos, sendo 80% gratuitos, distribuídos por sete palcos: Auditório do Parque Capivari, Auditório Claudio Santoro, Espaço Cultural Dr. Além, Igreja Santa Terezinha e Palácio Boa Vista, em seus três espaços (Capela, Átrio e Jardim). As atividades pedagógicas acontecerão de 5 de julho a 1º de agosto, com 230 alunos. O Festival de Campos do Jordão é realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Osesp e a Prefeitura de Campos do Jordão.
A Programação Artística manterá, como em 2019, a estruturação em dois eixos principais: Clássico, com curadoria da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp e Popular-Sinfônico, com curadoria da Orquestra Jazz Sinfônica Brasil. Boa parte dos concertos será transmitida ao vivo pela TV Cultura ou pela plataforma #CulturaEmCasa e pelo site da Osesp, de modo a alcançar um público ainda maior do que na edição de 2019, quando o evento bateu os recordes de atrações, de público e de impacto econômico.
Em 2019, o Festival de Inverno de Campos do Jordão comemorou 50 anos, oferecendo 201 bolsas de estudo e aulas ministradas por mais de 50 professores brasileiros e estrangeiros. Foram três semanas de prática orquestral e de câmara com maestros de renome internacional, como Alexander Liebreich, Neil Thomson, Giancarlo Guerrero, Lavard Skou-Larsen, Luís Otávio Santos e Ricardo Kanji. Na programação artística, foram 134 concertos, sendo 95 gratuitos, com grandes nomes da música de concerto e popular, como o barítono Paulo Szot, os pianistas Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Jean-Louis Steuerman, a Filarmônica de Goiás, a Orquestra Sinfônica do Paraná, Francis Hime, Lenine, Carlinhos Brown, Toquinho, Fafá de Belém, Mônica Salmaso e Nelson Ayres.
A 51ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão estava inicialmente prevista para ocorrer em 2020, mas foi adiada para janeiro de 2021 devido à pandemia da Covid-19. A reclassificação da região para a Fase Amarela do Plano São Paulo, anunciada em 30 de novembro, levou à decisão final de realizá-la em junho, julho e agosto de 2021, com duração maior e mais concertos. A previsão é de que em junho a região estará na Fase Verde ou na Fase Azul do Plano São Paulo e a vacinação já terá ocorrido. “Não é viável realizar uma edição à altura da tradição do festival, do padrão de qualidade que adotamos e da expectativa do público com as regras e os protocolos necessários na Fase Amarela”, explica Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa. “Por isso, resolvemos, em conjunto com os parceiros e os patrocinadores, fazer uma grande edição entre junho e agosto de 2021 para marcar o retorno da programação cultural e do turismo após a fase mais aguda da pandemia. Será a maior e melhor da história”.
“A realização dessa edição será uma oportunidade ímpar de tornar muito mais intensa e enriquecedora a experiência musical dos estudantes e de todo o público, que terão acesso a uma maior e mais variada gama de concertos, com grandes artistas do Brasil e do mundo”, diz Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp e do Festival. O evento também tem a direção artística de Arthur Nestrovski, a coordenação artístico-pedagógica de Fábio Zanon e a participação da Orquestra Jazz Sinfônica Brasil.
PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA
A tradicional abertura do Festival será feita pela Osesp, no dia 19/6, tendo à frente seu diretor musical e regente titular, Thierry Fischer. Entre as principais atrações previstas estão os concertos dos grupos formados pelos bolsistas do programa pedagógico: a Orquestra do Festival, a Camerata do Festival e o Grupo de Música Antiga do Festival. Haverá ainda um Festival de Piano, com músicos da nova geração que têm se destacado no cenário internacional, e um quarteto de cordas residente, a ser anunciado.
NÚCLEO PEDAGÓGICO
Nesta edição, o Núcleo Pedagógico volta a ter sua base na cidade de Campos do Jordão, que receberá cerca de 230 bolsistas brasileiros e estrangeiros para aulas, masterclasses e ensaios, além de se apresentarem na Orquestra, na Camerata e no Grupo de Música Antiga do Festival. O evento receberá cerca de 70 professores brasileiros e estrangeiros, que ministrarão aulas durante quatro semanas. Os alunos tocarão em formações de câmara, dividindo o palco com seus professores em concertos e recitais gratuitos.
Foto: Hush Naidoo/Unsplash.
Principal causa de óbitos no Brasil, o infarto agudo do miocárdio registrou tendência de queda de 43,6% entre 1996 e 2016 nas taxas de mortalidade no país, mas ainda apresenta importantes desigualdades regionais e de gênero. Enquanto essas taxas apresentam queda no centro-oeste, sudeste e sul — chegando a uma queda de 85%, no sul —, no norte e nordeste a tendência é de aumento de 4,8% e 11,4%, respectivamente. É o que revela estudo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, na sexta (4).
A fim de obter indicadores mais confiáveis para entender e avaliar melhor essas diferenças regionais nas taxas de mortalidade, os pesquisadores corrigiram os números de mortes por causas mal definidas, códigos-lixo (inespecíficos) e sub-registros a partir da análise de dados anuais de óbitos por infarto do miocárdio de 1996 a 2016 do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) da página eletrônica do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (Datasus) e das estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após corrigidos, os dados de óbitos foram redistribuídos segundo cálculos de estudos anteriores que levaram em conta variáveis como total de óbitos, óbitos por causas externas e a porcentagem de óbitos com códigos-lixo cardiológicos nas diferentes faixas etárias. As informações dessas séries temporais foram desagregadas por região, local de residência (capital ou interior) e sexo, o que permitiu comparar os dados por região.
As taxas de mortalidade ajustadas apresentaram diferença significativa em relação às estimativas sem correções, como o aumento de 92% da mortalidade entre as mulheres residentes no interior da região Centro-Oeste, no ano de 1996. Elas também confirmam o movimento geral de queda, embora apontem o crescimento entre homens no interior do Norte e Nordeste.
De 1996 a 2016, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes passou de 149,86 para 104,35, o que representa uma redução de 43,6%. As regiões do centro-oeste, sudeste e sul apresentaram tendência de queda de 34,7%, 68% e 85,1%. Se consideradas as variações percentuais anuais, que medem a tendência em cada ano analisado, as regiões sul (- 3,4%) e sudeste (- 3,3%) apresentaram os maiores decréscimos nas taxas de óbito por infarto do miocárdio e, a região norte, o menor (-0,8%). A mortalidade diminuiu mais acentuadamente no sexo feminino (- 2,2%) do que no masculino (- 1,7%) e mais nas capitais (- 3,8%) do que no interior (-1,5%).
Houve queda nas taxas de mortalidade por infarto do miocárdio em todas as capitais e no interior das regiões sudeste, sul e centro-oeste. Cruzando localidade e sexo, as maiores quedas nas taxas de mortalidade ocorreram entre mulheres moradoras das capitais, sobretudo na região sul (- 5,80%). Em contrapartida, foi registrado aumento nas taxas de mortalidade para homens residentes no interior do Norte (3,3%) e Nordeste (1,3%). “Esse detalhamento permitiu ver que no interior dessas regiões está ocorrendo o crescimento das taxas de mortalidade por infarto no miocárdio entre os homens, contrariando as tendências nacionais e internacionais”, diz Letícia de Castro Martins Ferreira, uma das autoras do estudo. De acordo com ela, as taxas sem e com correções mostraram pouca discrepância nas estimativas das capitais, mas, no interior, existe uma disparidade importante entre elas. “Também nos chamou a atenção a melhora, nesse período, nos registros de óbito em relação a causas mal definidas e a subnotificações. Mas não houve esse avanço no que diz respeito ao uso de código-lixo, que continua alto. A qualidade nos registros de óbito é importante para termos estatísticas mais fidedignas para estudos de tendência de mortalidade, a tomada de decisão e o balizamento de políticas públicas.”
(Fonte: Agência Bori)
Começou na última terça-feira, dia 1º de dezembro, a 1ª edição da São Paulo Restaurant Week Holiday Season, com duração até o dia 20 de dezembro. Para o evento, os chefs dos mais de 70 restaurantes participantes criaram cardápios inspirados nas tradicionais celebrações e festas de final de ano.
De acordo com Fernando Reis, CEO da Restaurant Week no Brasil, o evento é realizado em mais de 16 cidades do Brasil, há mais de 12 anos. A ação SP Restaurant Week Holiday Season, tem objetivos importantes: “Um dos propósitos é apoiar os donos de restaurantes e todo o setor nesta retomada gradativa da economia, pois entendemos que dezembro de 2020 seria um desafio a mais, devido aos impactos sofridos durante a pandemia. Além de oferecer a proposta já consolidada do evento aos paulistanos, de gerar mais acesso a boa gastronomia, com entrada, prato principal e sobremesa a um preço fixo, também é uma forma de manter os restaurantes ativos durante o período que antecede as festas de fim de ano. É importante ressaltar que as casas estão preparadas para atender o público com toda segurança e protocolos de saúde que o momento exige”, afirma.
Todas as casas receberam orientações sobre as normativas e cumprem os protocolos recomendados pelo Governo do Estado para manter a segurança e saúde de suas equipes e clientes. Para comodidade, conforto e mais segurança nos protocolos de saúde, os clientes terão acesso a um cardápio digital e poderão acessar os menus diretamente de seus celulares, via leitor de QR Code. A Maitre Digital, plataforma de reservas do evento, também estará disponível para os clientes utilizarem gratuitamente durante todo o período. Os 78 restaurantes participantes estão distribuídos por todas as regiões de São Paulo, incluindo Guarulhos, São Bernardo do Campo e Santo André.
Serão diversas opções de menus para o público escolher no almoço ou no jantar, divididos em duas categorias: Menu Plus e Premium. O preço do Plus é R$55 no almoço e R$68 no jantar; já o Premium sai por R$68 o almoço e R$89 o jantar. Essa edição permitirá que os restaurantes também sirvam o menu na opção de retirada do pedido.
Parcerias
Nesta primeira edição, o Rappi é o parceiro oficial de delivery da SPRW Holiday Season. Os restaurantes participantes farão as entregas por meio da plataforma e os consumidores poderão visualizar todas as opções disponíveis em um só lugar. O superapp, que já está presente em mais de 100 cidades do país, também opera em outras verticais de negócios, como supermercados, farmácias, bebidas, e-commerce, entretenimento (games, live events e live shopping) e viagem, entre outros. Os usuários podem navegar por diferentes funcionalidades independentes e complementares, do momento em que acordam até a hora de dormir. “Atuamos com as melhores opções do mercado em todas as categorias de restaurantes e entregamos aos nossos parceiros dedicação, comprometimento, informação e proximidade, o que nos faz ter o melhor atendimento do mercado. Fazemos, literalmente, o delivery de tudo”, diz Tijana Jankovic, diretora regional do Rappi em São Paulo.
Mais uma vez, Woodford Reserve – marca da Brown-Forman – participa da Restaurant Week com incríveis harmonizações junto às casas participantes. O rótulo é um bourbon superpremium produzido em Kentucky, Estados Unidos, e – desde 1812 – é produzido em uma única destilaria, em alambiques de cobre, usando tripla destilação. Neste ano, Woodford Reserve participa com a seleção de dois coquetéis, Woodford Mule e Old Fashioned, selecionados pelo embaixador da marca no Brasil, Junior Oliveira, na composição do Menu Premium.
Segundo Oliveira, a versatilidade do rótulo possibilita as mais variadas combinações, inclusive com opções bastante refrescantes. “Agora, nesse período de calor, as pessoas tendem a buscar por coquetéis refrescantes, como Woodford Mule, que, além de trazer notas presentes no whiskey (doce, amadeirado, aveludado…), é perfeitamente balanceado com a citricidade do limão e uma leve picância do gengibre, sentindo o frescor do aroma da hortelã ao levar o coquetel a boca. O Old Fashioned pode ser uma pedida interessante, pois, ao beber, a citricidade do óleo essencial da casca da laranja ‘atiça’ as papilas gustativas, aumentando a salivação, destacando então todas as principais notas do whiskey até o final do coquetel”, pontua Junior Oliveira.
Conheça os restaurantes participantes da 26ª edição da São Paulo Restaurant Week:
Aguzzo Cucina Italiana (Jardins) – Aguzzo Cucina Italiana (Moema) – Aguzzo Cucina Italiana (Pinheiros) – Amazônico – Antonietta Cucina – Attimo per Quattro – Badaró (Morumbi) – Bio por Alex Atala – Bistrô Faria Lima – Brado – Brodo – Café Journal – Calle 54 (ABC) – Calle 54 (Ibirapuera) – Calle 54 (Itaim Bibi) – Calle 54 (Jardins) – Canaille – Cão Veio (Pinheiros) – Cão Veio (Tatuapé) – Cão Veio (Vila Mariana) – Casa do Don – Chez Vous – Corrientes 348 (Jardins) – De La Paix – Dibaco (Perdizes) – Dibaco (Vila Nova Conceição) – Dona Carmela – Duas Terezas – El Chaco – Farfalla – Forneria JK – Forneria Pátio – Galeto Di Paolo (Lar Center) – Galeto Di Paolo (Pinheiros) – Galeto Di Paolo (Vila Olímpia) – Jacarandá – Kofi & Co – L’Entrecôte de Paris (Itaim) – L’Entrecôte de Paris (Jardins) – L’Entrecôte de Paris (West Plaza) – La Paella Express – La Piadina Cucina Italiana – Ladrillo Parrila Argentina – Lapin – Lavetti Pasta – Le Tuscani (reserva obrigatória) – Low BBQ – Mamaggiore Bistrô Bar – Mamaggiore Cucina Italiana – Mangai – Méz – Moocaires – Paco – Paellas Pepe – Pasta Nostra – Philippe Bistro – Pina – Portucho (Brooklin) – Quattrino – Raízes Nordestinas – Rendez-Vous – San Telmo – Sassá Sushi (Itaim) – Spaghetti Notte – Sushi Butoh – Tea Connection – Temakeria e Cia (West Plaza) – Torero Valese – Torniamo – Tubaína Gastronomia – Varanda Jardins – Varanda JK – Vicoboim – Graça di Napolli (Santana) – Graça di Napolli (Guarulhos) – Balaiada Restô – Forneria Amauri – Cebicheria Peruana.
Serviço:
Data: 1 de dezembro a 20 de dezembro
Preços:
Menu Plus – almoço por R$55,00 e jantar por R$68,00
Menu Premium – almoço por R$68,00 e jantar por R$89,00
Parceiros: Rappi e Woodford Reserve
Apoiador: Visite São Paulo
Site: https://www.restaurantweek.com.br
Instagram: @restaurantweekbrasil.
Jorge Alexandre Moreira coloca o mistério e os questionamentos que permeiam sua mente desde criança nas histórias de terror que cria. Foto: divulgação.
Jorge Alexandre Moreira começou a escrever aos 12 anos e nunca mais parou. Lançou seu primeiro livro de forma independente, em 2003, quando essa não era uma prática comum no mercado. Este ano, lançou o romance Numezu, que foi um dos 10 finalistas do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes do país. Foi a primeira vez que um livro de terror constou da lista. E parece ser só o começo dessa trajetória.
Seu primeiro livro, Escuridão, um terror ambientado na Amazônia, com um conflito entre Brasil e EUA como pano de fundo, foi considerado por diversos sites como um dos melhores livros do gênero já publicados no Brasil. Para levá-lo às livrarias, Jorge fez um trabalho de formiguinha. “Eu achava que o pior era publicar, mas eu não tinha ideia do quanto era difícil distribuir um livro. Quase não se comprava pela internet naquela época. Eu ia de porta em porta, oferecendo nas livrarias. Apesar da trabalheira, considero que foi um sucesso, pois consegui colocar o livro em mais de 20 livrarias. Acho que o tema ajuda muito. A Amazônia evoca uma aura de mistério, de lendas, de seres desconhecidos. Ao mesmo tempo, essa possibilidade de uma invasão de países estrangeiros é algo que sempre está na mente do brasileiro.”
Leitor voraz desde os primórdios da infância, se diz devoto de Stephen King, Jorge Amado, Clive Barker e Rubem Fonseca. Em 2018, lançou Parada Rápida, um thriller sobre o desaparecimento de uma mulher em um posto de gasolina, durante uma viagem.
Para Jorge, escrever foi algo orgânico, natural. “Eu lia boas histórias e tinha vontade de escrever daquele jeito. Não houve um momento em que eu respirei fundo e falei, ‘vou escrever um livro’. Eu comecei escrevendo histórias de uma ou duas páginas em folhas de caderno, elas foram virando histórias de dez ou 15 páginas e seguiram aumentando, em tamanho e complexidade”. Sobre escrever terror, o autor confessa que seus medos ajudam: “Aquilo de que você tem medo sempre é um bom ingrediente para a trama. Eu comecei tendo medo de monstros, de vampiros, de alienígenas. Quanto mais o tempo passa, cada vez eu tenho mais medo é das pessoas. Com exceção dos ETs. Até hoje morro de medo de ETs.”
Segundo ele, o terror provoca emoções fortes e questionamentos profundos, especialmente sobre a alma humana: “Além do componente de mistério, que sempre me cativou, desde criança, eu gosto de fazer as pessoas se perguntarem sobre as outras e sobre si mesmas. O bom livro de terror incomodará o hipócrita”. Jorge Alexandre Moreira participou das duas edições do Ghost Story Challenge, um evento em que escritores de terror passam um final de semana isolados, participando de oficinas de escrita, interagindo e escrevendo contos. Desses dois eventos, nasceram as antologias Confinados e Numa Floresta Sombria, nas quais Jorge participou.
Seu lançamento deste ano, Numezu, já está sendo consagrado pela crítica e pelos leitores do gênero. Para 2021, o escritor promete novidades: “Eu nunca falo sobre o que estou escrevendo, mas posso adiantar que já tenho algumas coisas muito boas na manga, que só precisam de revisão, e umas outras que ainda estão na cabeça, mas que acho que vão ficar muito boas. Vamos ver”.
Sobre Numezu
Mais do que um livro de terror, Numezu é um mergulho nas sombras do comportamento humano. A história traz Laura e Raoul, um casal em crise, isolado num barco e que encontra uma antiga estatueta – a imagem de uma entidade perversa, ardilosa, que manipula as fragilidades humanas para conseguir liberdade. Agora, os fantasmas pessoais, desejos secretos e disputas de poder que já assombravam Laura e Raoul ganharão um componente violento e sombrio.
Sexo, violência, drogas, terror. Numezu é um livro tenso, claustrofóbico, não destinado aos estômagos fracos. Mesmo transitando pelo sobrenatural, ele não nos deixa esquecer que os piores monstros são humanos. Uma leitura de tirar o fôlego, do começo ao fim.
Numezu – Monomito Editorial
Onde comprar: https://www.amazon.com.br/Numezu-Jorge-Alexandre-Moreira/dp/6580505079
Valores: R$24,90 (físico) e R$9,90 (e-book com conto inédito Águas Mortas).
Foto: Ibadah Mimpi/Unsplash.
Pesquisadoras da Escola de Saúde Pública e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, em Porto Alegre, ao analisar 3.122 casos suspeitos de intoxicação por agrotóxicos notificados no Rio Grande do Sul entre 2011 e 2018 mostram que o cenário mais comum de contaminação acontece de forma acidental, em 40% dos casos e na própria residência do trabalhador, em 59% dos casos. Seis em cada dez casos notificados estão relacionados à produção agrícola do estado. O estudo foi publicado em 7 de dezembro na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde.
Na maioria dos casos, as notificações foram de homens (63,7%), brancos (86,9%) com baixo nível de escolaridade. Apenas 4,3% haviam cursado ou completado o ensino superior. Embora a faixa etária mais atingida tenha sido de 20 a 29 anos (20,3%), a maioria (60,6%) das intoxicações suspeitas foi notificada a partir dos 30 anos. Em 82% dos casos, a intoxicação foi do tipo aguda, quando há apenas um evento de exposição do indivíduo à substância tóxica em 24 horas. O diagnóstico da intoxicação foi feito por meio de avaliação clínica em 61% dos casos notificados.
O fato de quase seis entre dez notificações terem ocorrido por contato na própria residência, superando o ambiente de trabalho (33,7), não surpreendeu as autoras. “Esse dado levanta as hipóteses da existência de problemas no armazenamento e de descumprimento da distância mínima recomendada entre a lavoura e a casa. Além disso, no ambiente domiciliar se utilizam também inseticidas, raticidas e produtos destinados ao tratamento de piolhos e outros parasitas, aumentando ainda mais o risco de intoxicação”, observa a sanitarista da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul Amanda Brito de Freitas, que assina a autoria do estudo ao lado da sanitarista Vanda Garibotti.
Como evitar intoxicações
A contaminação acidental (40%) foi o principal motivo de intoxicação. Mais do que isso, registrou o dobro da contaminação por uso habitual (20%) e supera também o uso ambiental e tentativa de suicídio. As principais motivações associadas com esses acidentes são o armazenamento em local de fácil acesso, manejo inadequado destas substâncias (incluindo também a reutilização das embalagens) e falta de equipamento de proteção individual (EPI).
A orientação técnica e a fiscalização nestes casos são fundamentais para evitar os riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores rurais. Na agricultura, explica Amanda Freitas, o objetivo do uso do EPI é evitar os riscos químicos que podem levar às intoxicações de forma aguda e crônica em decorrência da utilização de agrotóxicos. As atividades de pulverização (42%) e diluição (18%) foram as de maior exposição ao agrotóxico. “É importante que o empregador proporcione capacitação aos trabalhadores com orientação quanto ao risco à saúde inerente à utilização desses produtos, quanto aos locais adequados de armazenamento e forma correta de manuseio e aplicação, de acordo com os rótulos e as bulas do fabricante; assim como o uso correto da vestimenta adequada, incluindo calças e camisas compridas, que cubram toda a pele, botas, luvas, avental, óculos de segurança ou viseira de proteção, chapéu ou capuz com máscara. Além disso, é importante orientar também sobre as recomendações quanto à manutenção, lavagem, descarte e armazenamento destes EPIs”, detalha.
As autoras vislumbram que o estudo seja utilizado como subsídio para o planejamento das ações da vigilância em saúde e políticas púbicas para a proteção da saúde da população. Elas também concluem que é necessário avançar na identificação dos casos de intoxicação por meio do desenvolvimento de novos métodos diagnósticos a partir de biomarcadores e melhor qualidade da coleta de dados.
(Fonte: Agência Bori)