Mulheres pretas são o grupo mais afetado: 72% relataram sofrer discriminação por dois ou mais motivos; 21,3% dos pretos relatam ser seguidos em lojas, índice 2,5 vezes o de brancos (8,5%)


Brasil
Ação de lançamento foi realizada por meio de uma faixa escrita com a hashtag #novaccineforclimatechange em um avião que sobrevoou as praias do Leme, Copacabana, Leblon, Barra da Tijuca e Ipanema. Fotos: divulgação.
Nos últimos anos, a influência humana acelerou a mudança climática e os resultados são cada vez mais preocupantes, principalmente com o avanço do desmatamento e o aumento do aquecimento global. Como forma de alertar sobre estes problemas e destacar a importância da preservação do Cerrado, a RPMM Global em parceria com a Rede Sementes do Cerrado (RSC), lançou no Brasil neste domingo, dia 14 de novembro, a campanha No Vaccine For Climate Change (“Não há vacina para a mudança do clima”, em tradução livre).
A ação de lançamento aconteceu nas principais praias na cidade do Rio de Janeiro, por ser um local de grande visibilidade nacional, e foi realizada por meio de uma faixa escrita com a hashtag #novaccineforclimatechange em um avião que sobrevoou as praias do Leme, Copacabana, Leblon, Barra da Tijuca e Ipanema. O objetivo foi chamar a atenção e gerar engajamento das pessoas para a causa marcando e compartilhando a hashtag nas redes sociais.
“Quando pequeno, lembro-me de escrever num cartaz a seguinte frase: preserve a natureza e salvará nossas riquezas. Hoje sonho poder um dia viver de forma totalmente sustentável e estou trabalhando nesse sentido. Entendo que a sustentabilidade vai além do meio ambiente; isto é, deve valorizar também aspectos sociais e econômicos do meio rural e urbano em que vivemos. Acredito que devemos garantir a vida às gerações futuras; logo, temos que ter a consciência de que o nosso consumo e nossas atitudes diárias poderão mudar bastante o destino do Planeta Terra. Esta campanha em particular se faz muito importante, pois além de unir pessoas do bem, objetiva realizar um projeto musical em detrimento de uma causa de preservação ambiental. O bioma Cerrado é considerado a caixa d’água do Brasil e a RSC demonstra ser uma organização capaz de contribuir muito com a recuperação de áreas degradadas”, explica Raphael Collares, diretor de operações no Brasil da RPMM Global.
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de Covid-19, que forçou a humanidade a mudar os seus hábitos para lutar contra o Coronavírus. Mas o ano também foi considerado decisivo para enfrentar a emergência climática global, já que a janela de oportunidade para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5° C está se esgotando.
O Brasil foi um dos países mais cobrados na Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas de 2021, a COP26, realizada na cidade de Glasgow, na Escócia. A conferência destacou que são urgentes as ações de preservação de biodiversidade, principalmente do Cerrado brasileiro, segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul.
Segundo dados da NASA, se os níveis de desmatamento continuarem, o resto do mundo como conhecemos irá desaparecer em cerca de 100 anos. O Cerrado é de extrema importância para ajudar a regular o clima, pois absorve grandes quantidades de dióxido de carbono, tornando-se chave na preservação para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e o aquecimento global.
“O Cerrado está acabando. Mais de 50% já foi desmatado devido ao avanço da fronteira agrícola. A RSC se coloca como uma das soluções neste grande problema através da promoção da restauração ecológica associada às comunidades locais e tradicionais do bioma. Com isso, a gente consegue ter ganhos na área ambiental e também na questão social e econômica para os povos”, complementa Camila Motta, bióloga e presidente da RSC, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com comunidades tradicionais do Cerrado, coletam sementes para plantar árvores, arbustos e capins para restaurar áreas degradadas. Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil.
Conhecido como “o berço das águas”, o Cerrado abriga oito das doze bacias hidrográficas brasileiras e é uma das regiões com maior biodiversidade do planeta, abrigando 5% de todas as espécies, incluindo mais de 1.600 tipos de mamíferos, pássaros e répteis e mais de 12 mil espécies de plantas. Nos últimos anos, esta região vem sendo devastada por incêndios criminosos e avanço da fronteira agropecuária, especialmente para produção de commodities. Com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, o Cerrado localiza-se na parte mais central do Brasil,incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.
Evento internacional arrecada fundos para o Cerrado, a savana brasileira | Para 2022, a RPMM Global está planejando apresentar o RPMM Live: uma experiência musical em Festival – uma consciência do tamanho de um planeta, um evento anual de música e entretenimento ao vivo para aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas. “Nosso objetivo é chamar a atenção para este problema global e seus impactos negativos no ecossistema do nosso planeta destacando a importância do Cerrado e de outros ecossistemas para o mundo”, completa Collares, da RPMM Global.
O evento vai acontecer em Greenwich, em Londres, na Inglaterra, no Old Royal Naval College, e o tema central será a preservação do bioma do Cerrado e as consequências das mudanças climáticas que vêm afetando o nosso Planeta, destacando a parceria com a RSC. Quem participar poderá conferir os shows, como também usufruir de um workshop sobre o trabalho da RSC, o que trará um impacto positivo na experiência de todos os participantes, pois esta ação demonstrará a técnica e os pontos positivos dos trabalhos realizados por esta organização no Brasil.
“No Brasil a ideia é, em um segundo momento, realizar o evento em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros/GO, com artistas nacionais e internacionais para arrecadar mais fundos para a nossa causa”, complementa Motta, da RSC. Imagine-se participando de palestras, workshops, mesas e rodas de conversas organizadas por palestrantes de universidades, representantes ambientais do governo e parceiros.
Campanha arrecada fundos para manter projetos socioambientais | Com o objetivo de continuar este projeto de restauração inclusiva no Cerrado, a RPMM e a RSC lançaram uma campanha para captar recursos, a No Vaccine For Climate Change. O objetivo é arrecadar 100 mil libras, que serão utilizados para ajudar a RSC a continuar apoiando atividades de restauração ecológica Inclusiva, disseminação de conhecimento e geração de renda para as comunidades tradicionais do Cerrado. Quem tiver interesse em ajudar, pode realizar uma doação pela página do Just Giving, no link https://www.justgiving.com/crowdfunding/rpmm-global?utm_term=9AKaMWQkP.
Sobre a RPMM Global | Fundada em 2016, por Mario Matos, a RPMM Global hospedou eventos em Portugal, Reino Unido e Alemanha. Por muito tempo foi possível proporcionar aos clientes uma experiência musical diferenciada, com muita dança e criatividade. Acontece que, durante o ápice do processo pandêmico mundial, a produtora decidiu dar início a criação de eventos com causas globais com a finalidade de aumentar a conscientização e gerar fundos necessários para projetos ambientais em todo o mundo. Mario e seus parceiros Jonny Stopford e Raphael Collares estão empenhados em usar a plataforma RPMM para aumentar a conscientização positiva sobre as questões climáticas, incluindo a restauração do Cerrado. (www.rpm.global).
Sobre a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) | A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) surgiu em 2001 com o propósito de fomentar a cadeia de produção de sementes no bioma Cerrado. Hoje é uma referência na área, promovendo ativamente a semeadura direta como solução econômica e tecnicamente viável para a restauração ecológica do bioma e, com isso, contribuindo para discussões de políticas públicas na área. Atua de forma efetiva em toda a cadeia de produção de sementes, desde a capacitação de coletores até a comercialização.
Em 20 anos de experiência, a RSC realizou 13 projetos com objetivo de restauração e conservação do Cerrado, publicou mais de 10 livros sobre as espécies do Cerrado e técnicas relacionadas com a restauração de ecossistemas e diversos livretos e cartilhas e capacitou mais de 1.500 pessoas para atividades no setor de produção de sementes nativas e restauração ecológica do bioma Cerrado. Esta experiência e toda a rede de parceiros que vão desde a academia, sociedade e governo, foi estabelecida durante anos e proporciona oportunidades de melhoria de vida aos povos do Cerrado e benefícios sociais, ambientais e econômicos para a sociedade em geral. https://www.rsc.org.br/.
(Fonte: De Propósito Comunicação de Causas)
Foto: Agencia Pará/Fotos públicas.
Mais do que terem acesso a uma estrutura adequada para aprender, uma parte significativa do desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) reflete a realidade socioeconômica em que cada um deles vive. Fatores como renda familiar, acesso a bolsas de estudo, nível instrucional das mães e até questões raciais tiveram mais influência na nota alcançada por eles no ENEM do que a infraestrutura e ensino escolares, revela estudo realizado por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP) e publicado nesta quarta (17) na Revista de Administração Pública (RAP).
Essa conclusão foi possível a partir da análise e cruzamento de microdados do ENEM 2018, do Censo Escolar 2018 e dados estatísticos do IBGE 2018. Os microdados do ENEM contêm as notas dos mais de 4 milhões de alunos que realizaram o ENEM naquele ano e as respostas deles ao questionário socioeconômico, enquanto os microdados do Censo Escolar 2018 trazem dados sobre a infraestrutura das escolas, disciplinas oferecidas, quantidade de salas e profissionais, entre outros.
Os autores destacam que as variações causadas pelo percentual de acesso a bolsas, renda familiar, raça, escolaridade e nível instrucional da mãe são relevantes para o desempenho escolar médio dos municípios e causam desigualdade na nota alcançada dos alunos, tanto para a prova objetiva quanto para a de redação. “A cada 5% a mais que uma cidade possui de alunos de família de renda alta, há um aumento médio de cerca de 6,25 pontos na prova objetiva do ENEM”, exemplificam os pesquisadores.
Para a prova de redação do ENEM, ainda existem outros fatores regionais, além dos socioeconômicos, que impactam o desempenho na avaliação, como a região do Brasil na qual o estudante mora. Possivelmente, fatores culturais e linguísticos regionais influenciarem no desempenho da redação.
O estudo também propõe o uso de uma ferramenta estatística capaz de indicar em nível municipal quais as variáveis que exercem influência positiva ou negativa sobre a média da nota do ENEM. Em Itapipoca, no Ceará, por exemplo, o acesso a laboratórios de informática e as aulas de espanhol no 3º ano do Ensino Médio levou a reflexos positivos na nota dos alunos do município. “Com essa ferramenta, é possível repensar as estruturas e condições de um exame mais justo, além de projetar políticas públicas nas mais diferentes esferas da sociedade que possam ajudar na manutenção dos alunos nas universidades, como ações de redução de desigualdades, infraestrutura escolar, políticas de cotas e de permanência estudantil nas universidades”, sugere Rafael Oliveira Melo, pós-graduado pela FGV e um dos autores do estudo.
Os achados do estudo iluminam também as desigualdades educacionais agravadas a partir de 2020, por conta da pandemia de Covid-19, que forçou escolas a pararem ou aderirem ao ensino remoto. “A partir dos nossos resultados com análises de dados de 2018, podemos projetar que os próximos exames do ENEM vão acentuar ainda mais os critérios de influência no desempenho dos estudantes, associados a variáveis econômicas, raciais, de perfil instrucional da mãe, incentivo escolar e de infraestrutura do ensino escolar”, comenta Anne Caroline de Freitas, doutoranda em ensino na USP e também autora do trabalho.
A pesquisadora alerta que esses aspectos distanciam ainda mais alguns grupos sociais de um bom desempenho nos exames escolares. “Isso nos faz refletir sobre as adaptações vivenciadas pela sociedade brasileira quanto à continuidade da aprendizagem e sobre políticas públicas efetivas para o futuro da educação brasileira”, complementa.
(Fonte: Agência Bori)
Fotos: divulgação.
A busca pelo primeiro emprego não costuma ser fácil para os jovens brasileiros. De acordo com pesquisa feita pela PNAD Contínua e divulgada pelo IBGE no último mês de maio, o desemprego atinge cerca de 31% na faixa etária entre 18 e 24 anos levando em consideração todo território brasileiro. Com 74% de ex-alunos trabalhando ou participando de entrevistas de emprego, o projeto Chef Aprendiz atua desde 2015 com oficinas semanais nas comunidades e tem como principal missão capacitar jovens paulistanos em situação de vulnerabilidade social para ingressarem no mercado de trabalho. 130 jovens já foram desenvolvidos pelo projeto, e destes, 59% trabalham no setor gastronômico em cozinhas parceiras e 15% em outras áreas.
Para a 9ª edição do projeto, que teve início no dia 14 de outubro, o Chef Aprendiz Vila Andrade conta com a empresa Makro como patrocinador master via lei de incentivo ProMAC – Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais. O CEU Paraisópolis, localizado na Zona Sul da capital, será a base na comunidade para as oficinas ao longo de toda esta edição.
A iniciativa vai muito além de um projeto gastronômico e inserção para jovens em situação de vulnerabilidade social. De acordo com Beatriz Mansberger, fundadora do projeto, a finalidade principal é desenvolver pessoas utilizando a gastronomia como fio condutor de todo o currículo ao longo do processo. “Olhamos o indivíduo por completo. Durante nossos encontros, desenvolvemos atividades voltadas para habilidades socioemocionais, apresentamos o universo da gastronomia e oferecemos todo o suporte nos primeiros passos para o mercado de trabalho.”
O Chef Aprendiz Vila Andrade terá 40 encontros, com oficinas divididas em três eixos:
– Meu mundo interno: alfabetização emocional, autoconhecimento, meditação, apoio psicológico, além de outras dinâmicas psicoterapêuticas em grupo;
– Mundo do trabalho: educação financeira, preparo para entrevistas de emprego, elaboração de CV, carreira e outros temas relacionados ao universo profissional;
– Mundo da cozinha: técnicas básicas, história da gastronomia, nutrição, receitas práticas, legislação e conteúdos do Ensino Médio aplicado.
Para que os participantes vivenciem a rotina de um restaurante, eventos beneficentes acontecem em cozinhas de estabelecimentos parceiros. Os jovens executam, junto com os colaboradores dos restaurantes, um menu completo com as receitas definidas pelos chefs e professores do projeto.
Uma competição final encerra a edição com chave de ouro e os jurados presentes oferecem vagas de empregos para os jovens que querem iniciar uma carreira no universo da cozinha.
O projeto Chef Aprendiz Vila Andrade, assim como na edição Liberdade, segue todos os protocolos sanitários* e as diretrizes sobre os cuidados necessários para a prevenção de possível contaminação com o coronavírus. Entre as ações preventivas estão:
– Educação e conscientização sanitária;
– Aferição de temperatura antes de adentrar o espaço das oficinas;
– Redução de densidade ocupacional com distribuição de múltiplas praças de trabalho no espaço anexo à cozinha;
– Obrigatoriedade do uso de máscaras;
– Disponibilização de quatro máscaras por participante tendo em vista a troca necessária a cada duas horas e o tempo de lavagem das máscaras usadas;
– Sanitização dos pés antes de adentrar o espaço das oficinas;
– Janelas abertas e boa circulação de ar no espaço;
– Higienização constante das mãos com água e sabão;
– Disponibilização de álcool em gel em diversos locais visíveis do espaço;
– Uso de aventais e bandanas limpos;
– Pratos, copos, talheres e outros utensílios de cozinha higienizados individualmente de maneira correta;
– Comprovante de vacinação para Covid-19.
Chef Aprendiz Comunidades | É um projeto de desenvolvimento humano e inserção social que usa a gastronomia como tema central. Capacita jovens em situação de vulnerabilidade social para conseguirem seu primeiro emprego em cozinhas de parceiros. Ao longo de quase seis meses, aproximadamente 20 jovens vivenciam aulas teóricas e práticas sobre gastronomia e autodesenvolvimento de modo a prepará-los para o mercado e para a vida. Uma competição final coloca à prova os conhecimentos adquiridos durante as oficinas e encerra o processo com chave de ouro. Os jurados presentes oferecem vagas de empregos para os jovens que querem iniciar uma carreira como auxiliar de cozinha.
Já atua em oito comunidades (Paraisópolis, Campo Limpo, Glicério, Jd. Colombo, Valo Velho, Capão Redondo, Chuvisco e Liberdade) e 90% dos alunos receberam pelo menos uma oportunidade na área. Alguns iniciaram carreira na cozinha e seguiram por outros caminhos, como enfermagem, engenharia e psicologia. Aproximadamente 74% dos jovens trabalham ou participam de entrevista, mesmo com o cenário da pandemia. Para saber mais: assista o vídeo e visite o site.
Casa Chef Aprendiz | Recém inaugurada, a Casa Chef Aprendiz é um espaço que conta com atividades de reciclagem e apoio psicológico aos jovens que já passaram pelo projeto, além de cozinha de pré-produção para eventos. Pensando no mundo digital e nas demandas do mercado, o projeto conta também uma cozinha-modelo para a produção de conteúdos digitais para marcas parceiras e para realização de workshops. A ideia é que esta casa seja ocupada pela equipe, jovens, parceiros e amigos com a finalidade de fortalecer os vínculos e sustentar ações no longo prazo.
(Fonte: Visar Planejamento)
Foto: divulgação.
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!” (Poema “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu).
O “poeta do amor e da saudade” viveu pouco, mas deixou um importante trabalho literário. Quando Casimiro de Abreu lançou As Primaveras, que viria a ser seu único livro, ele tinha apenas 20 anos, publicava poesia em jornais pelo menos desde os 17 e vinha de uma longa temporada em Portugal – onde ficou, contra a vontade, aprendendo a cuidar dos negócios da família. Menos de um ano após o lançamento, o poeta morreu, muito jovem e sem ver o sucesso que seu livro teria nos anos seguintes, tornando-se o livro de poesia mais editado do Brasil pelo menos até o início do Modernismo – com diversas edições em Portugal também.
A partir de 1870, as edições d’As Primaveras começaram a ser publicadas com alterações na estrutura, na ordem dos poemas e até em alguns títulos. Essas modificações são adotadas pela maioria das edições até hoje e tornaram-se o padrão quando se trata da obra do autor.
O volume preparado pela Isto Edições foi pensado para ser o mais fiel possível ao original – mesmo com atualização ortográfica: a editora contou com a colaboração da professora, pesquisadora e filóloga Elsa Pereira, da Universidade de Lisboa, que auxiliou no estabelecimento do texto e ainda escreve o posfácio – um artigo que fala exatamente sobre as modificações que o livro sofreu depois da morte de Casimiro.
Na última parte desta edição, há os seus poemas esparsos, tradicionalmente publicados junto com As Primaveras desde finais do século XIX, com indicação de fontes e datas originais.
As primaveras e outros poemas
Autor: Casimiro de Abreu
Isto Edições – Porto Alegre – 2021
Capa dura – 176p. – 16 x 23 cm
ISBN 978-65-995966-1-2
À venda no site da editora.
(Fonte: Assessoria de comunicação | Isto Edições)
Concerto com o pianista convidado Cristian Budu será apresentado dia 21 de novembro com público presencial. Fotos: divulgação.
A Orquestra Ouro Preto está de volta ao palco do SESC Palladium, em Belo Horizonte (MG) para apresentação inédita em homenagem a compositores brasileiros que fizeram e fazem história através do piano. O concerto Orquestra Ouro Preto e o Piano Brasileiro recebe como convidado especial o premiado pianista Cristian Budu para a estreia mundial de O Canto do Curupira, composição assinada por André Mehmari. Será dia 21 de novembro, domingo, às 11h, na programação da Série Domingos Clássicos, com público presencial, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Os ingressos estão à venda a preços populares no site/aplicativo do Sympla.
Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, a apresentação será dividida em duas partes. No primeiro momento, a trajetória do piano brasileiro é apresentada por meio de três dos principais compositores do instrumento. Em concerto comentado pelo pianista Cristian Budu, serão executadas as obras Valsa de esquina nº 5, de Francisco Mignone; Apanhei-te, cavaquinho!, de Ernesto Nazareth e ainda duas pérolas de Heitor Villa-Lobos: Impressões Seresteiras e Festa no Sertão.
Na segunda parte, a famosa lenda do curupira, do folclore brasileiro, ganha uma concepção orquestral inédita em O Canto do Curupira. O concerto especial, encomendado pelo Maestro Rodrigo Toffolo ao compositor e arranjador André Mehmari, é uma rapsódia para piano e orquestra de cordas feita de forma fluida, solta e uma narrativa bastante livre. Segundo a lenda, o curupira é um protetor das florestas e da nossa riqueza natural que despista os caçadores e os encantam com o seu canto, seu silvo, para que eles se percam e não destruam a natureza.
O pianista Cristian Budu.
O concerto une o assobio ao piano em um timbre único, bastante peculiar, que ganhará forma com o talento do pianista Cristian Budu. “O curupira é uma figura mágica, fundamental no pensamento contemporâneo. Minha ideia foi de que o piano fosse a personificação musical do curupira e, para isso, utilizei um timbre específico, que não conheço até então no repertório sinfônico, que é o uníssono do assobio com o piano, um timbre muito querido para mim”, diz Mehmari. Segundo o compositor, esse timbre foi utilizado por Tom Jobim, no final do arranjo de Águas de Março, com Elisa Regina. “O Cristian Budu será então a representação do curupira no piano, fazendo esses sons mágicos do assobio com o piano, dando conta desse discurso que vai desde o jocoso, o brincalhão até o lírico, e a orquestra de cordas é perfeita para acompanhar esse discurso. É um momento de realização poder ver essa obra ganhar vida com a Orquestra Ouro Preto”, completa.
Para o pianista convidado, Cristian Budu, “fazer música com a Orquestra Ouro Preto é sempre um prazer inigualável, um privilégio estar com um grupo que representa tantos ideais cruciais para o nosso tempo e buscar se reinventar olhando a música por diversos ângulos. Esse programa em especial é dedicado ao piano brasileiro, em que vou tocar peças solos e o concerto para piano e orquestra, escrito por um dos maiores músicos da atualidade é que é André Mehmari. Ele é um gênio multinstrumentista, que tem uma linguagem muito própria e muito brasileira. É um momento de muita felicidade, muita honra, tocar esse concerto em Minas, que já virou meu lar”, completa.
A retomada dos concertos presenciais na série Domingos Clássicos, no SESC Palladium, prevê público reduzido e serão seguidos todos os cuidados e protocolos sanitários de saúde e segurança dos músicos, da equipe e do público. A parceria entre Orquestra Ouro Preto e o SESC-MG para formação de novos públicos e democratização da música de concerto propõe invadir as manhãs de domingo com concertos especiais, a preços populares.
A nova geração do piano | Cristian Budu é paulista, filho de romenos e desponta como referência no mundo pianístico. Venceu o renomado Concurso Internacional Clara Haskil (Grande Prêmio + 2 prêmios extras, incluindo o prêmio do público), mais importante conquista por parte de um pianista brasileiro nos últimos 25 anos. Ganhou também prêmios como Instrumentista do Ano (2017) da APCA e Melhor Concerto do Ano (2016) no Guia da Folha.
Compositor, pianista, arranjador e produtor, André Mehmari é considerado pela crítica “um artista singular de imaginação vibrante e generosa”. Nascido em Niterói (RJ), teve seu primeiro contato com a música através de sua mãe já em Ribeirão Preto/SP. Mudou-se para São Paulo em 1995, com seu ingresso no curso de piano erudito da ECA-USP. Compositor prolífico e requisitado, aos 44 anos de idade já é apontado como um dos mais originais e completos músicos brasileiros de sua geração e premiado tanto na área erudita quanto popular. Teve suas composições e arranjos tocados por solistas como Maria João Pires, Ricardo Castro, Emmanuele Baldini, Christopher O’Riley e muitos grupos orquestrais e de câmara. Além de uma vasta e premiada discografia, Mehmari possui uma ativa carreira internacional como solista e criou duos expressivos com músicos como Antonio Meneses, Mário Laginha, Gabriele Mirabassi, Antonio Loureiro, Danilo Brito, Maria João, Hamilton de Holanda, Ná Ozzetti, Maria Bethânia e Mônica Salmaso.
Sobre a Orquestra Ouro Preto | Uma das mais prestigiadas formações orquestrais do país, a Orquestra Ouro Preto completa 21 anos de atividades e se reafirma como uma orquestra de vanguarda. Sob a regência e direção artística do Maestro Rodrigo Toffolo, o grupo se dedica à formação de diferentes públicos com extensa programação nas principais salas de concerto no Brasil e no mundo, além de se destacar no número de visualizações e ouvintes das plataformas de streaming e redes sociais. Sob os signos da excelência e versatilidade, atua também em projetos sociais e educacionais que vão muito além da música, como o Núcleo de Apoio a Bandas e a Academia Orquestra Ouro Preto. Premiado nacionalmente, o grupo tem 12 trabalhos registrados em CD, 7 DVDs. Foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira em 2015, na categoria “Melhor Álbum de MPB”, e indicada ao Grammy Latino 2007, como “Melhor Disco Instrumental”, por Latinidade. Os discos Latinidade – Música para as Américas, Antônio Vivaldi – Concerto para Cordas, The Little Prince e Orquestra Ouro Preto e Desvio – Ritmos Brasileiros têm distribuição mundial pela gravadora Naxos, a mais importante do mundo dedicada à música de concerto.
Serviço:
Domingos Clássicos – Orquestra Ouro Preto e o Piano Brasileiro
Dia: 21 de novembro de 2021, domingo, às 11h
Classificação: Livre para todas as idades.
(Fonte: InPress Oficina)