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Mais de oito em cada 10 consumidores preferem fugir da publicidade na TV e aplicativos de streaming

São Paulo, por Kleber Patricio

Na disputa pela atenção dos consumidores, muitas empresas pecam pelo excesso; sócias da Jahe Marketing contam como não ser uma delas. Foto: divulgação.

A cena é cotidiana: chega a hora dos anúncios no meio de um vídeo no YouTube e o espectador espera ávido pelos cinco segundos que o separam do botão “Pular Anúncio”. Ou, assim que os comerciais surgem na TV, o equipamento rapidamente é colocado no mudo. Quem tem esse hábito não está sozinho. Mais de oito em cada 10 consumidores preferem fugir da publicidade do que dedicar tempo e atenção a ela na TV e nos aplicativos de streaming.

É isso que aponta uma pesquisa divulgada pela Kantar, que mostra que a percepção negativa dos espectadores cresce à medida em que aumenta a quantidade de anúncios a que são expostos. O cenário, naturalmente, se tornou um desafio para as marcas.

“Ganhar atenção do público em um mercado cada vez mais saturado de conteúdo é uma missão e tanto. Mas esse cenário também pode se tornar uma oportunidade para retirar o excesso das campanhas de marketing. E a partir daí, focar aquilo que realmente cria uma conexão com os consumidores”, comenta Thaís Faccin, uma das sócias da Jahe Marketing.

Então, como chamar a atenção de maneira positiva? Para isso, as marcas devem trabalhar a mensagem correta, que chega ao público adequado, e na hora certa. “Digamos que você esteja assistindo a um vídeo sobre lugares para se passar as férias no Nordeste brasileiro. Em um dado momento, surge um anúncio sobre investimentos em criptomoedas. A probabilidade de que essa propaganda seja inconveniente é muito maior do que uma chamada sobre promoções em hotéis”, diz Satye Inatomi, também sócia da Jahe Marketing.

Outro recurso de anúncios não intrusivos está ligado à liberdade de escolha: a possibilidade de parar um vídeo antes do final, fechar a janela onde está o anúncio ou apontar que aquele tipo de conteúdo não lhe interessa.

É claro que chegar a esse nível de aproveitamento de uma peça publicitária não acontece de uma hora para outra. Mas existem algumas recomendações que ajudam as marcas a criar anúncios não intrusivos e mais atraentes para o público. Veja cinco dicas da Jahe Marketing para evitar anúncios intrusivos:

1 – Considerar os horários da audiência e os canais adequados

“O momento no qual a marca vai aparecer para os consumidores é relevante para a eficiência do anúncio. Para definir boas faixas de horário para uma audiência específica, é interessante tomar como base as horas nas quais os consumidores mais reagem a seus posts nas redes sociais. Plataformas como Instagram, Facebook e LinkedIn geram relatórios fáceis de compreender a partir do conteúdo publicado”, recomenda Faccin. “Em relação aos canais adequados, existe uma verdade que consideramos absoluta: você não precisa estar em todos os canais digitais para fazer um bom trabalho no ambiente digital. No entanto, é crucial que atue bem naqueles nos quais seus clientes estão.”

De acordo com ela, o LinkedIn é uma alternativa excelente para um negócio B2B. Já se o objetivo é atrair um público geral e mais amplo, o Instagram pode render bons resultados. “Definir uma boa estratégia de redes é o primeiro passo para que seus anúncios não sejam intrusivos e fazer com que eles estejam dialogando com as pessoas corretas. Outra alternativa são as newsletters utilizadas como e-mail marketing – desde que, é claro, os destinatários concordem em recebê-las – seguindo não apenas as boas práticas, mas também a LGPD”, afirma.

2 – Não utilizar clickbaits

As “iscas de clique” estão em todo lugar na internet. São manchetes tendenciosas ou sensacionalistas, imagens que chamam a atenção sem conexão real com o conteúdo e promessas miraculosas. “Se a oferta não condiz com a isca, a marca gera frustração para o cliente e, como brinde, prejudica sua reputação. Ainda que seja menos intrusivo do que um vídeo que surge na hora errada, é uma péssima estratégia para marcas que buscam resultados sólidos ao longo do tempo”, diz Inatomi.

3 – Aposta em conteúdo patrocinado

Também chamado de branded contente, esse tipo de comunicação se integra ao formato no qual está inserida com parte do material editorial. Por exemplo, um caderno especial sobre o Rock in Rio dentro de um jornal diário, um podcast sobre o desenvolvimento de medicamentos patrocinado por uma indústria farmacêutica, e por aí vai. “A inserção de links patrocinados nos resultados de busca no Google também é uma estratégia válida, já que o anunciante só aparece a partir da pesquisa que o usuário faz e o público é avisado de que aquele resultado surgiu a partir de um investimento da marca”, afirma Inatomi.

4 – Marketing de influência deve ser opção

Influenciadores digitais, incluindo o universo dos micro influenciadores (aqueles que têm até 100 mil seguidores), também são uma opção de parceria que pode gerar retorno comercial sem o incômodo dos anúncios intrusivos, de acordo com a Jahe Marketing. “Cada vez mais, marcas de diversos tamanhos utilizam essas parcerias para que seus produtos alcancem um público maior, já que os itens são apresentados de maneira natural para uma audiência que tem interesse em consumir o material que esses profissionais criam”, diz Faccin.

5 – Inteligência artificial em prol da marca

Anúncios baseados em comportamento aumentam a relevância da graças às ferramentas de automação de marketing aliadas à inteligência artificial. “Hoje já é possível reunir informações sobre seu público e usá-las para criar campanhas direcionadas. Isso tem sido feito com cada vez mais eficiência. Ela permite, por exemplo, lembrar os clientes sobre carrinhos abandonados ou distribuir conteúdo em newsletters para grupos mais relevantes”, explica Inatomi.

(Fonte: Betini Comunicação)

MinC define local para construção do Museu da Democracia

Brasília, por Kleber Patricio

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Desde o início de 2023, após os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, o Ministério da Cultura (MinC) está trabalhando para viabilizar a construção do Museu da Democracia. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) garantiu recursos na ordem de R$40 milhões para a obra. Outro passo importante é a destinação do terreno, localizado na Esplanada dos Ministérios, para a edificação. Após várias tratativas entre o MinC e a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), foi definido que o Museu será construído no setor cultural, lado Norte da Esplanada dos Ministérios, ao lado do Teatro Nacional Claudio Santoro. O terreno já foi disponibilizado e, nos próximos dias, será formalizada a destinação para o devido fim.

Após a efetivação do terreno, o MinC e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) devem lançar o concurso nacional para escolher o projeto arquitetônico do espaço. Apenas após essa etapa será possível licitar a execução da obra, com expectativa para ser iniciada em 2025.

O Ministério da Cultura lembra que o Museu será construído com a união dos setores democráticos do país e não estará ligado a um setor político. O intuito é de que seja uma instituição cívica, plural e construída em sintonia com todos aqueles que apoiam a democracia. Além disso, a institucionalização do Museu da Democracia deverá ser pautada por um processo participativo de consultas com especialistas, representantes de coletivos e entidades reconhecidamente engajadas em processos culturais e educativos voltados à valorização da democracia e dos direitos humanos.

O Museu da Democracia também ganhou um reforço na segunda-feira com o lançamento do Repositório do 8 de janeiro, iniciativa do Ibram. O ambiente virtual sistematiza, organiza e difunde um catálogo de memória e desenvolvimento de coleções da sociedade civil sobre a democracia contemporânea do país. Além de abrigar um memorial sobre os ataques antidemocráticos do ano passado, o Repositório serve de base para uma campanha para mobilizar museus e pontos de memória a refletirem enquanto agentes de um estado democrático e protagonistas de sua própria história, de maneira a enfatizar a importância da participação e do envolvimento social pela construção de direitos em nível local. O Repositório está disponível desde 8 de janeiro de 2024 neste link.

(Fonte: Ministério da Cultura/Governo do Brasil)

Museu da Bolsa do Brasil celebra férias e o aniversário da cidade de São Paulo com programação especial para toda a família

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Natália Tonda – Divulgação MUB3.

Durante as férias, o MUB3 – Museu da Bolsa do Brasil oferecerá uma programação especial para celebrar as férias e o aniversário de 470 anos da cidade de São Paulo. As atividades foram elaboradas pela equipe do Educativo do MUB3 e têm como missão proporcionar experiências enriquecedoras para visitantes de todas as idades. Além das atividades, o público também pode participar das visitas mediadas no ponto de encontro que acontecerão em diversos horários.  Confira abaixo as atividades:

Laboratório | Bordando a Cidade

A atividade foca na exploração da relação das pessoas com o Centro de São Paulo utilizando o bordado como meio de expressão. Os participantes intervêm em fotografias antigas da cidade combinando técnicas de colagem e bordado para refletir sobre a apropriação do território por quem o frequenta. A atividade promove a expressividade e a criação, permitindo aos participantes aplicar diferentes pontos de bordado e colar partes das fotografias sobre tecido e resultando em uma vivência artística única.

Dias 25, 26 e 27 de janeiro, às 11h

Público-alvo: a partir de 10 anos

Inscrições aqui.

Laboratório | Pequeno Patrimônio

O dispositivo pedagógico Pequeno Patrimônio, inspirado no brinquedo “Pequeno Construtor”, oferece diversas formas de utilização em atividades educativas. Durante o Laboratório nas férias, os participantes terão a oportunidade de refletir sobre as mudanças e permanências na paisagem do centro histórico de São Paulo. Utilizando os blocos para montar e desmontar edifícios, inspirados em fotografias de prédios históricos, a atividade, mediada por um educador, explora aspectos da construção e preservação do patrimônio.

Dias 12, 13, 19, 25, 26 e 27 de janeiro, das 10h30 às 11h

Público-alvo: crianças e famílias em geral

Inscrições aqui.

Visita-jogo | Escape SP470

As Visitas-jogo do MUB3 são atividades educativas que visam proporcionar experiências únicas na exposição de longa duração do museu. Inspiradas no modelo de “escape room”, os participantes interagem com pistas, enigmas e dados históricos para lançar novos olhares sobre o espaço expositivo e o acervo. Nesta visita, Eufrásia Teixeira Leite, uma investidora do século XIX, viaja para São Paulo em busca de um corretor, mas se depara com a cidade em 2024. A atividade desafia os participantes a resolverem enigmas para ajudar Eufrásia a retornar à sua época.

Dia 25 de janeiro às 14h30

Público-alvo: a partir de 16 anos

Inscrições aqui.

Contação de História | Os Três Irmãos e o Tesouro

A história contada envolve três irmãos andarilhos que recebem um pedaço de terra de um homem idoso alegando conter um tesouro. Dois irmãos desistem da busca ao não encontrarem nada, mas o terceiro persiste cultivando a terra pacientemente. A atividade busca ampliar a compreensão de valor para além do financeiro, enfatizando como o verdadeiro tesouro pode surgir onde menos se esperar.

Dias 12, 13, 26 e 27 de janeiro, das 14h30 às 15h

Público-alvo: crianças dos 5 aos 11 anos e famílias

Inscrições aqui.

Visita mediada no ponto de encontro

Visite a exposição com educadoras(es), possibilitando diálogos sobre os conteúdos do Museu.

Público-alvo: para todas as idades

Ingressos aqui.

Sobre MUB3 | O Museu da Bolsa do Brasil – MUB3 nasceu do desejo de se preservar e compartilhar a história do mercado de capitais brasileiro a partir de uma potente plataforma de conhecimento aberta a todas as pessoas que se interessam pelo tema e o pesquisam. O acervo originário das principais bolsas de valores do Brasil permitiu a criação do Museu, que passa agora a integrar uma rede de equipamentos culturais no centro de São Paulo ligados à história econômica brasileira, com reflexos para todo o Brasil. Acompanhe o MUB3 nas redes sociais: Instagram | Facebook | YouTube | LinkedIn.

Enedereço: R. Quinze de Novembro, 275 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP.

(Fonte: MUB3 – Museu da bolsa do Brasil)

Festival Sabores das Águas leva cerca de 40 operações culinárias e shows a Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Além das 24 atrações musicais – do pop ao samba – que fazem mexer os ombrinhos e animar este início de ano, o Festival de Verão 2024 de Indaiatuba terá sabor de mar e clima praiano graças às delícias do Festival Sabores das Águas. A intensa programação do evento, que tem correalização da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria de Cultura, e a Elo Produções, preenche os finais de semana de 12 a 14 e de 19 a 21 de janeiro no Parque Ecológico de Indaiatuba, ao lado da Concha Acústica. A entrada é gratuita.

Serão ao menos 40 opções de pratos disponíveis no festival gastronômico, sendo 16 deles inspirados nos frutos do mar, de rios e em receitas bem regionais da costa ao interior do país. Os shows de Rita Lee Cover Oficial com a Rock’n’Roll Classics & Rock’nboles (no dia 20/1) e O Marrom – Alcione Cover Oficial (21/1) serão  os grandes encerramentos.

E, além das iguarias à base de camarão, grande estrela da festa e presente em bobós, empanados, coxinhas e na paella, o destaque é, por exemplo, o Pacu Pizza, prato servido com diversos acompanhamentos nas comitivas do Estado do Mato Grosso, na região dos ribeirinhos, e preparado na estação do Tradição Caipira, um dos parceiros da Elo Produções e ativo nas edições do Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra, irmão mais velho de Sabores das Águas. “Por isso, teremos a Alameda Sabores da Terra, onde as pessoas poderão provar delícias caipiras como a costela fogo de chão, a costelinha barbecue e o torresmo de rolo. O Old Truck BBQ, que já abrilhanta nosso festival caipira, deve surpreender. Teremos, também, uma alameda com artesãos e uma alameda de produtores, todos representantes da cidade, sendo os produtores participantes do projeto municipal Ponto Verde. Será uma alegria retornar à cidade”, celebra Renata Tannuri Meneghetti, diretora executiva da Elo Produções.

Frutos dos mares, dos rios e do interior

Imagem: Robert Owen-Wahl/Pixabay.

Massas variadas como lasanha de camarão ao molho rosé e lasanha de tilápia, varal de peixe, fish and chips (versão do tradicional prato britânico) e peixe espalmado também compõem o festival de camarão, peixe e frutos do mar. Na Alameda Praiana, difícil será escolher entre ícones como pastéis de camarão variados, delícias de milho, tapiocas e acarajés, açaís e caipirinhas. A parceria com a Cervejaria Hebling, de Louveira, garante os chopes gelados de todas as rodadas.

Democrática como sempre, a Elo Produções trará, ainda, comidas variadas, como hambúrgueres, espetinhos e tachos nordestinos, para outras conversas no mesmo tom. E, claro, não se esqueceu de convocar operações doces de perder o juízo: doces artesanais, sorvetes de massa e churros não podem faltar.

Shows de responsa para ninguém ficar parado

Ao longo da programação do Festival de Verão, shows de diversos gêneros musicais, como pop, rock, música sertanejo e samba, devem empolgar o público. Nas duas sextas-feiras do Festival de Verão, as primeiras atrações sobem ao palco às 18h. E, aos finais de semana do evento, o show de abertura será às 12h e as últimas apresentações a partir das 20h.

Também coube à Elo Produções parte da curadoria artística e, a depender da #FoodVibeElo, ninguém vai ficar parado. No dia 12/1, às 20h, por exemplo, a banda 220 Volts – Capital Inicial Cover, reconhecida por Dinho Ouro Preto, sobe ao palco e promete energizar a galera. A Faroeste Caboclo – Legião Urbana Cover, se apresenta na semana seguinte, também na sexta-feira (19/1), às 20h e deve haver muitos fãs para prestigiá-la. O rock and roll da diva Rita Lee ganha performance luxuosa no palco do Festival de Verão no dia 20/1, às 20h – a banda Rita Lee Cover Oficial e Rock’n’Roll Classics & Rock’nboles é reconhecida, desde 1995, pela saudosa cantora como sendo “o cover perfeito” e roda o país sob a direção artística de Tony Fonseca. Os figurinos são originais e a performance de fazer cair o queixo.

Já o samba, claro, não poderia faltar e vai cair melhor ainda na voz de O Marrom – Cover Oficial de Alcione, que encerra a programação no dia 21/1, às 20h. “Escolhemos os shows da Elo Produções com muito carinho e esperamos que o público prestigie em massa todas as atrações. A Secretaria Municipal de Cultura de Indaiatuba sempre faz um trabalho brilhante; estamos muito animados e nos sentimos honrados em poder contribuir com a cidade”, afirma Renata Tannuri Meneghetti, diretora executiva da Elo Produções.

Para saber sobre a programação, clique aqui.

Serviço:

Festival de Verão de Indaiatuba 2024 e Festival Sabores das Águas

De 12 a 14 e 20 a 22 de janeiro – Horários: sexta-feira, dias 12 e 19, das 17h às 22h; sábado, dias 13 e 20, e domingo, dias 14 e 21, das 12h às 22h

Local: Parque Ecológico (ao lado da Concha Acústica) – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 205, Chácara Areal

Entrada gratuita

Saiba mais: @eloproducoes

Hashtags oficiais: #EloProducoes #FoodVibeElo #FestivalDeVerao2024

Patrocínio: Cervejaria Hebling e Castelo Alimentos

Apoio: Royal Palm Tower Indaiatuba

Realização: Secretaria de Cultura de Indaiatuba e Elo Produções.

(Fonte: Elo Produções)

Sesc Belenzinho recebe espetáculo infantil “Gagá”

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Maria Clara Diniz.

“Gagá”, da Cia. Bendita, é mais uma parceria de Jackie Obrigon e Marcelo Romagnoli – após realizarem o premiado espetáculo “Terremota”, se uniram e idealizaram “Gagá”. Com direção e dramaturgia de Marcelo Romagnoli, o espetáculo é voltado para as crianças de todas as idades. A peça tem no elenco os atores Jackie Obrigon, Guto Togniazzolo e Fausto Franco. “Gagá” estreou em março de 2017, já realizou temporadas de sucesso em São Paulo, circulou pelo interior do estado e esteve no FIT Rio Preto 2018. O espetáculo ganhou o Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem de melhor cenário e ganhou o APCA para Marcelo Romagnoli (autor e diretor) e Marisa Bentivegna (cenógrafa e iluminadora).

Consolidação de novas dramaturgias  

A dramaturgia para crianças no Brasil – e também o trabalho dos atores de teatro jovem – vem se aprofundando muito nestes últimos anos. Para quem acompanha de perto esta área, é notável a evolução artística dos espetáculos para a infância que vem ocorrendo há cerca de dez anos em São Paulo e no país. Existe um novo conceito no ar, mais sólido na qualidade da interpretação, dos recursos e da produção, com argumentos originais sendo escritos e testados e alguns encenados com sucesso.

E uma dramaturgia forte é fundamental para um teatro vivo. Como ecoar a sociedade contemporânea sem novos textos de qualidade? Como criar histórias que reflitam as necessidades, dilemas e perspectivas da criança moderna? Como transformar essa criação em método, a fim de criar uma verdadeira onda para autores experimentarem sua técnica?

Gagá ou A visita de Deus | O texto “Gagá” pretende expor camadas sensíveis a dois universos particulares: a velhice e a infância. Ambas, um dia, encontram-se, todo mundo sabe ou intui. Voltar à infância é um dos sentidos da palavra gagá. É também o apelido de quem perde a memória, de quem vira biruta, de quem a velhice dribla a morte. Mas pode também ser o nome de um palhaço, o diminutivo de um nome próprio. Pode ser uma forma carinhosa de chamar um amante.

Sinopse | “Gagá” conta a história de Lelé e Tantã. O enredo, em dois atos, é simples. Ele e ela são amigos. Ou casados há 70 anos. Ou são Adão e Eva. Carregam em si a alma dos palhaços becketianos. Vivem aparentemente felizes num espaço sem portas nem janelas. Passam o tempo divertindo-se com jogos e lembranças.

O cenário representa um não-lugar, onde tudo é branco, porque a memória é branca: uma cama de ferro branca, um alto-falante branco e uma escada branca que leva ao céu. Pelo alto-falante, que é a única ligação com o mundo exterior, sai música. Dançar ainda é uma diversão possível. Lelé e Tantã só acreditam, como Nietzsche, num divino que dança. Para o público, a leitura pretende ser livre: podem ser duas crianças brincando num quarto de dormir. Podem ser dois velhos doidos num asilo. Podem – para o adulto mais ilustrado – ser a representação da nossa condição humana.

O segundo ato é anunciado por badaladas de sinos. Pela escada, desce Gagá numa réstia de luz. Ele é o próprio deus, o cuidador, o dono do asilo, o pai das crianças. Traz a comida do dia. Afinal, é o provedor da vida: vem sempre, cuida dos machucados, ouve as culpas, alimenta o que sobrou da alma, põe os dois para dormir e some. Mas hoje o destino de Gagá vai ser diferente.

Lelé e Tantã jogam suas últimas fichas com um plano. Digressões, gags e brincadeiras com a falta de memória do trio (Alzheimer ou mentira?) e a situação é lentamente invertida: Gagá vira a criança, permite-se usar fralda e é colocado na cama para, enfim, dormir tranquilo. O sono de deus permite a fuga. Lelé e Tantã sobem pela escada e desaparecem. Abandonam o tutor, a culpa, o medo, as regras e qualquer forma de opressão e realizam o eterno sonho da espécie: a liberdade.

As consequências desse livre-arbítrio não cabem num único espetáculo e a peça, no teatro, acaba.

Fruição e educação emocional

Uma pena, mas não é o teatro que vai resolver nossa crise existencial. O que ele fez até hoje, desde os gregos, foi mostrar o recorte de uma era. E, quando sobrou talento, riu de si mesmo.

Cabe ao verdadeiro artista que sua obra seja para adultos ou crianças, proporcione a fruição da plateia, o estado de estar no gozo ou na posse, desfrutando com satisfação e prazer da cena. Logo, entreter é condição implícita numa peça. Educar, nem sempre.

O teatro para crianças não precisa – como muitos ainda consideram – assumir a função da escola, nem oferecer suporte para nenhum tipo de matéria curricular. Sua relevância e onde reside seu maior poder parece ser de outra esfera, aquela da educação emocional. A matemática pode ensinar a divisão, mas nunca a generosidade. O teatro pode.

Com fortes inspirações no Teatro do Absurdo, “Gagá” trata de temas controversos e pouco usais para o teatro infantil que nós conhecemos. O texto busca questionar nosso mundo contemporâneo, que atravessa esta terrível época sob forte influência religiosa (como sempre, aliás), conservadora (como sempre, aliás) e niilista (para alguns, como sempre, aliás) – entre outras – discutindo nossa eterna incapacidade de dar sentido à vida.

Foto: Maria Clara Diniz.

Questões que podem parecer filosóficas demais para uma plateia jovem, mas que apostamos possíveis, já que o teatro feito para crianças tem o poder de voar mais alto, com força de assumir uma posição artística capaz de dialogar com todas as faixas etárias e expondo ao espectador diversas camadas de sentidos que podem ser assimiladas conforme cada um.

Encenação

Os personagens passeiam pelo absurdo e pelo patético, alternando humor, memória e lirismo para mostrar que todo tempo é um grande movimento circular da vida. O cenário representa um não-lugar, onde tudo é branco porque a memória é branca: uma cama de ferro branca, um alto-falante branco e uma escada branca que leva ao céu. “Este é um espetáculo que pretende se comunicar com todas as idades, pois a cada pessoa é oferecida uma camada de entendimento. É uma peça divertida que fala sobre o cuidar, a atenção com o outro, que flerta com a filosofia e com o teatro do absurdo. As cenas reúnem gags e a encenação não tem medo de investir em silêncios. A comicidade é muito marcante na montagem e traz uma reflexão sobre o sentido da vida, sobre as semelhanças entre a velhice e a infância através de metáforas e simbologias”, fala Marcelo Romagnoli.

O espetáculo reforça a pesquisa de uma dramaturgia para crianças que envolva toda a família e que considera o teatro para crianças uma arte que vai além do entretenimento. Sua linguagem pretende ser o conjunto de um pensamento artístico que converse com diferentes públicos em vários níveis ou camadas de entendimento.

Na percepção dos artistas envolvidos em “Gagá”, a dramaturgia para crianças no Brasil vem se aprofundando muito nos últimos anos. É notável a evolução artística dos espetáculos para a infância que ocorre em São Paulo e no país. Este projeto, portanto, faz parte de uma pesquisa de linguagem iniciada com o premiado espetáculo “Terremota”, de 2012, composto por grande parte desta mesma equipe.

No elenco, Jackie Obrigon, atriz formada pela EAD em 1994 com mais de 30 espetáculos na carreira – entre eles, “Terremota”, “Os Collegas”, “Assembleia dos Bichos”, “O Tesouro do Balacobaco”, “A Falecida”, “Boca de Ouro”, “A Alma boa de Setsuan” e “Galileu Galilei”. Completam o elenco, Guto Togniazzolo, da Cia. do Feijão e Fausto Franco, também formado pela EAD em 1992 e com longo currículo de espetáculos em SP.

Na equipe principal de criação, o figurinista Chris Aizner, que transita entre a ópera, o teatro adulto e o infantil; a iluminadora e cenógrafa Marisa Bentivegna, integrante de Cia. Hiato, Banda Mirim e outros grupos da cidade e o músico, cantor e compositor Morris Picciotto, e o Dr. Morris, da Cia Barracão Cultural.

Ficha Técnica   

Texto e direção: Marcelo Romagnoli

Com Jackie Obrigon, Guto Togniazzolo e Fausto Franco

Cenário e Luz: Marisa Bentivegna

Figurinos: Chris Aizner

Trilha Sonora: Morris Picciotto

Operação de Som e luz: Bruno Garcia

Contrarregra: Mauro Felex

Produção: Corpo Rastreado

Idealização do projeto: Cia Bendita

Duração: 50 minutos

Instagram.

Cia. Bendita – 10 anos

A Cia. Bendita é um premiado grupo paulistano, destacando-se na produção de espetáculos de teatro para toda família. Em 2022, a Cia. Bendita chega aos 10 anos de existência. Com foco na pesquisa de novas dramaturgias voltadas para infância, reúne artistas com trajetórias próximas numa intensa e amorosa troca criativa: Jackie Obrigon, Marcelo Romagnoli, Guto Togniazollo, Fausto Franco, Chris Aizner, Marisa Bentivegna, Bruno Garcia e Dr. Morris. Atualmente o grupo tem uma sólida parceria com a Corpo Rastreado na produção de seus projetos.

Seu repertório inclui os espetáculos:

Terremota (2012), que recebeu os prêmios de Melhor Texto 2012 da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA); Prêmio Femsa de Teatro Infantil 2012 Melhor Texto Marcelo Romagnoli e Melhor Atriz Jackie Obrigon;

Gagá (2017), sucesso de crítica e público produzido por meio do Prêmio Zé Renato, que possibilitou realizar montagem, estreia e circulação por unidades dos CEUs. Ganhador do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem de Melhor Cenário e do APCA para Marcelo Romagnoli (autor e diretor) e Marisa Bentivegna (cenógrafa e iluminadora);

Elagalinha (2019), espetáculo de rua com música ao vivo, uma coprodução com o SESC-SP e o Projeto Dramaturgias do Sesc Ipiranga, que estreou com novas parcerias. Recebeu o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo de Rua.

Fábula (2022), estreou em abril, em parceria com o Sesc Pinheiros. Fábula narra a saga de Hari, um pequeno leão que foi criado por uma família de carneiros. Sua estranheza diante do mundo faz com que deixe o rebanho e parta numa jornada de encontros extraordinários em busca de sua verdadeira natureza.

Gagá

De 13 a 28 de janeiro de 2024 – sábados e domingos, 12h; quintas, 16h.  Sessão extra no dia 25 às 16h.

Local: Teatro (374 lugares)

Ingressos: R$30,00 (inteira); R$15,00 (meia entrada); R$10,00 (Credencial Plena do Sesc).

Recomendação etária: Livre

Duração: 50 minutos

Sesc Belenzinho 

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento

De terça a sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 9h às 20h.

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.

Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho  )