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Bienal Sesc de Dança 2023 abre inscrições para duas residências artísticas

Campinas, por Kleber Patricio

“Barricada”. Foto: Pedro Ivo.

A Bienal Sesc de Dança 2023 está com inscrições abertas para as residências artísticas e apresentações das performances “Barricada”, coordenada pelo bailarino e coreógrafo Marcelo Evelin e Plataforma Demolition; e “Ka’adela”, com a Plataforma Ka’adela. As atividades são gratuitas, com vagas limitadas e abertas a artistas e não artistas. A seleção será feita mediante envio de carta de interesse para o e-mail formativas.bienal@sescsp.org.br até 28 de agosto colocando no assunto do e-mail o título da atividade. Acompanhe a seguir o descritivo de cada trabalho e inscreva-se.

Barricada

Por meio desta residência artística, o bailarino e coreógrafo Marcelo Evelin reúne pessoas interessadas em participar da recriação de sua performance “Barricada”. Durante seis dias, Marcelo e os artistas Bruno Moreno e Marcio Nonato conduzem os participantes nas práticas que alicerçam o trabalho. Nele, um conjunto de corpos encadeados se articula e desarticula em cena, propondo pensar a proximidade como forma de resistência e estratégia de defesa e o ato de estar juntos como posição política.

Foto: Marcelo Evelin.

A imersão é aberta a artistas e não artistas, com ou sem experiência anterior em dança, que se interessem por corpo, política e coletividade. Os participantes devem estar dispostos a serem tocados exaustivamente pelos outros e a participar de todo o período da residência e das apresentações.

Minibio

Marcelo Evelin é bailarino, coreógrafo e pesquisador. Leciona na Escola Superior de Artes de Amsterdã (Holanda) e é doutor honoris causa pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Bruno Moreno é artista residente do Campo Arte Contemporânea. Suas criações oscilam entre a instalação, a performance e o vídeo.

Marcio Nonato é performer, iluminador, educador e gestor. Tem encontros, atravessamentos e processos como potências de seu interesse artístico.

Ka’adela – Ação Coletiva de Contra-ataque

Ka’adela – Ação Coletiva de Contra-Ataque. Foto: Kanaykõ Xakriabá.

Ao longo de cinco dias, os artistas da Plataforma Ka’adela partilham seus principais elementos de criação nesta residência artística. A partir dos eixos centrais com os quais o grupo trabalha, como a ocupação do espaço urbano, a coralidade (coro sem heróis, com figuras anônimas) e o mascaramento de si e dos monumentos, o encontro propõem a criação e a apresentação, durante a Bienal, da performance “Ka’adela – Ação coletiva de contra-ataque”.

O trabalho nasce do desejo do coletivo de ocupar as ruas e seus monumentos com pessoas interessadas em realizar a ação junto a eles. É um convite para olhar a cidade como um grande museu de arte colonial a céu aberto e, a partir disso, contra-atacar seus símbolos no campo das artes da presença.

Minibio

Plataforma Ka’adela é um coletivo que realiza pesquisas e experimentações em performance. Seu principal dispositivo cênico-performativo é a ocupação de monumentos coloniais como modo de questionar as imagens e as memórias que ocupam as cidades.

Serviço:

De 17 a 22/9

Residência artística “Barricada”

De 17 a 22/9. Domingo a sexta, das 14h às 18h, na Sala dos Toninhos – Estação Cultura. (Av. Francisco Teodoro, 1050, Vila Industrial)

Apresentação da performance nos dias 21 e 22/9, quinta e sexta, às 19h, na Estação Cultura

Para pessoas a partir de 18 anos.

Inscrições limitadas por seleção. Interessados: enviar carta de interesse no e-mail formativas.bienal@sescsp.org.br até 28/8, colocando “Barricada” no título do e-mail.

Grátis.

De 15 a 19/9

Residência artística “Ka’adela”

De 15 a 19/9. Sexta a terça, às 14h, no MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas (Rua Regente Feijó, 859 – Centro)

Apresentação da performance nos dias 20 e 21/9, quarta e quinta, às 16h30, no Monumento à Mãe Preta/ Igreja São Benedito (Rua Cônego Cipião, 772 – Centro)

Para pessoas a partir de 18 anos

Inscrições limitadas por seleção. Interessados: enviar carta de interesse no e-mail formativas.bienal@sescsp.org.br até 28/8, colocando “Ka’adela” no título do e-mail.

Grátis.

(Fonte: Assessoria de Imprensa | Sesc Campinas)

Carminho faz turnê do novo disco “Portuguesa” em cinco cidades brasileiras

Brasil, por Kleber Patricio

Cantora e compositora faz show dia 26/8 na Sala São Paulo, com a Orquestra Jazz Sinfônica e participação do Silva. Foto: Fernando Tomaz.

O novo álbum de Carminho, “Portuguesa”, fala sobre a identidade tanto do fado quanto da própria artista. A escolha do título resume a forma como a cantora olha para a poesia, para a palavra, para a língua portuguesa, como ela se percebe enquanto mulher, enquanto artista e, consequentemente, deságua na forma como lida e se doa ao fado. É nessa busca pelas palavras, pelas pessoas e por si mesma, que ela continua a praticá-lo diariamente.

Não por acaso, a primeira música, “O quarto (fado pagem)”, composição de Alfredo Marceneiro com letra da artista, representa essa busca por suas raízes e pelas origens do fado, estilo musical escolhido por Carminho – ou que a escolheu – ainda na infância. Com apenas 12 anos, Carminho cantou pela primeira vez no palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e ali descobriu pertencer ao fado. “Os meus amigos não entendiam por qual motivo eu cantava fado, mas foi graças a ele que pude criar uma identidade, onde fui ganhando confiança e assumindo quem eu sou”, conta a cantora. Dessa construção contínua, que envolve o velho e o novo, o tradicional e o contemporâneo, foi criado “Portuguesa”, sexto disco da fadista, que está em turnê mundial e aporta em águas brasileiras dia 26 de agosto, passando por cinco cidades: São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Ilhabela. O primeiro show da turnê, na Sala São Paulo, contará com os acordes sinfônicos da Orquestra Jazz Sinfônica e participação do cantor Silva.

Essa identidade que permeia suas músicas atravessa fronteiras geográficas e familiares. Filha da conceituada fadista Teresa Siqueira, Carminho nasceu no meio das guitarras e das vozes do fado e, ao longo da vida, criou uma profunda relação com a música brasileira, que já lhe rendeu grandes amizades e parcerias com nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Marisa Monte e Milton Nascimento, um álbum inteiro cantando Tom Jobim. “Algumas das minhas maiores referências são sem dúvida a minha mãe, as também fadistas Beatriz da Conceição e Amália Rodrigues, mas também outros artistas fora do fado, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Lou Reed, Leonard Cohen, os Beatles e Queen”, comenta.

Carminho veio ao Brasil pela primeira vez aos 19 anos e desde então vem criando uma relação de pertencimento com o país, com o povo e com a língua, que lhe é comum. “Cantar no Brasil para mim é cantar em casa, eu sinto-me em casa, sinto-me recebida. Tenho muitos amigos, tenho lugares aonde vou porque já são meus de alguma maneira, também fazem parte da minha rotina e isso faz com que nós consigamos construir um universo nosso, onde não nos sentimos só visitantes, sentimo-nos parte. E é isso que eu sinto porque a língua nos abraça. Mas, sobretudo, porque tenho um olhar curioso e apaixonado pelo fado e por aquilo que tem acontecido com os meus concertos nas várias cidades por onde tenho passado. Fico muito orgulhosa e feliz.”

Capa do álbum.

Mais recentemente, a fadista fez, em parceria com Marcelo Camelo, a música “Levo o meu barco no mar”, para o disco Portuguesa. “Marcelo Camelo é um dos compositores da língua portuguesa que eu mais admiro e que tive o privilégio de poder partilhar vários momentos de composição e de procura por uma canção. Na verdade, esta canção foi ele quem me enviou, porque sentiu que seria para mim. A construção do repertório tem a ver também com o gosto, com a linguagem, com o imaginário, não necessariamente precisa ser um fado tradicional na sua estrutura mais técnica. Há muitas canções que são fados reais e para mim esta é um grande fado, não só pela forma como foi produzida, mas sobretudo pela essência que ela já tinha. Essência de superação e de persistência”, define a cantora.

“No canto escuro da noite /No seio desta madrugada

Sou esta canção e mais nada / Encontro um caminho pra ir

Levo o meu barco no mar”

(Trecho de “Levo o meu barco no mar”)

Para a artista, a música é um hino transatlântico, que conecta continentes e é no caminho entre esses portos que ela tem interesse. Esse olhar para estilos musicais diferentes do fado fez com que ela adotasse novas referências no seu repertório, criando uma identidade única, que se comunica com diferentes gerações. “Acredito que a geração atual acaba acompanhando algo antigo através do que está sendo feito agora. Penso ser uma ponte, não o destino. Espero que a partir de mim os jovens passem a conhecer o que veio antes, o fado tradicional”, explica Carminho.

Portuguesa conta com 14 composições, várias com letras e músicas suas, entre outros autores. A compositora e intérprete assume a produção do álbum bem como a composição de fados tradicionais originais. Usa poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, David Mourão-Ferreira ou Manuel Alegre, mas também de Marcelo Camelo, Luísa Sobral, Joana Espadinha e Rita Vian. O trabalho gráfico foi realizado por Giovanni Bianco. “Tive a grande alegria de perceber que, na verdade, a maioria dessas canções foram escritas por mulheres, tenho muita admiração por todas elas”, comenta a artista.

Datas da turnê no Brasil:

26/8 – São Paulo – Sala São Paulo – Orquestra Jazz Sinfônica e participação do Silva (ingressos esgotados)

30/8 – Porto Alegre – Teatro Bourbon Country

31/8 – Rio de Janeiro – Vivo Rio

1/9 – Belo Horizonte – Sesc palladium

2/9 – Ilhabela (SP) – Teatro Vermelhos.

Faixas do álbum “Portuguesa”

1 – “O quarto” (fado Pagem) | Letra: Carminho | Música: Alfredo Marceneiro

2 – “As flores” (fado Flores) | Letra e Música: Carminho |

3 – “As fontes” (fado Sophia) | Letra: Sophia de Mello Breyner Andresen | Música: Carminho

4 – “Praias desertas” | Letra e Música: Carminho

5 – “Marcha de alcântara de 1969” | Letra: José da Silva Nunes | Música: Jorge d’Ávila

6 – “Fado é amor” | Letra e Música: Joaquim Frederico de Brito

7 – “Palma” | Letra: David Mourão-Ferreira | Música: Carminho

8 – “Simplesmente ser” | Letra e Música: Rita Vian

9 – “É preciso saber porque se é triste” (fado Soneto) | Letra: Manuel Alegre | Música: Carminho

10 – “Sentas-te a meu lado” | Letra e Música: Luísa Sobral

11 – “Ficar” | Letra e Música: Joana Espadinha

12 – “Pedra solta” | Letra: António Campos | Música: Carminho

13 – “Levo o meu barco no mar” | Letra e Música: Marcelo Camelo

14 – “Meu amor marinheiro” | Letra: António Campos | Música: Joaquim Pimentel.

(Fonte: Lupa Comunicação)

Guerreiro do Divino Amor inaugura exposição “Mausoléu Superficcional” em agosto

São Paulo, por Kleber Patricio

“Supercomplexo” – still 2. Fotos: divulgação.

Guerreiro do Divino Amor (1983) apresenta “Mausoléu Superficcional”, exposição individual na Sala 2 da Galeria Marilia Razuk, de 19 de agosto a 7 de outubro de 2023. A mostra reúne quatro filmes do projeto Superficções, no qual cada um tem um determinado local como protagonista: “SuperRio”, de 2015 (Rio de Janeiro), “Supercomplexo Metropolitano Expandido”, 2018 (São Paulo), “Cristalização de Brasília”, de 2019 (Brasília) e “O Mundo Mineral”, de 2020 (Minas Gerais).

Guerreiro do Divino Amor foi selecionado como artista representante do Pavilhão Suíço na Bienal de Veneza em 2024, e o filme “O Milagre de Helvetia” fará parte do projeto que o artista exibirá na Bienal de Veneza.

“Brasília” – still 1.

O artista – que trabalha com videoarte, instalações e publicações – desenvolve há quase 20 anos o projeto Atlas Superficcional Mundial, um panorama que por ora conta com seis capítulos, sendo que o primeiro, referente a Bruxelas, cidade onde o artista se formou em arquitetura, e os quatro capítulos seguintes, citados acima, serão expostos em “Mausoléu Superficcional”. As Superficções de Guerreiro exploram temáticas complexas da nossa sociedade contemporânea por meio de filmes com ares de ficção científica, cheios de efeitos especiais, com tom apocalíptico e cores vibrantes. Imagens reais atreladas a personalidades conhecidas escancaram a realidade de problemas sociais envolvendo política, capitalismo, religião e racismo. A pergunta que fica é: não seriam, portanto, as Superficções uma super-realidade?

Minibio

Guerreiro do Divino Amor (Genebra 1983, vive e trabalha no Rio de Janeiro) é mestre em arquitetura. Seu trabalho investiga as Superficções, forças ocultas que interferem na construção do território e do imaginário coletivo, construindo um universo de ficção científica a partir de fragmentos de realidade. Sua pesquisa toma forma de filmes, publicações, objetos e instalações de grande escala.

Foi vencedor do prêmio PIPA 2019 e da bolsa-prêmio do DAAD Artists-in-Berlin (Berliner Künstlerprogramm) em 2021-2022, finalista do Prêmio Swiss Art em 2008 e 2017. Em 2022, realizou a exposição individual retrospectiva “Superctional Sanctuaries” no Centre d’Art Contemporaine em Genebra e representará a Suíça na próxima Bienal de Veneza, em 2024. Guerreiro do Divino Amor participou de exposições na Fundação Iberê Camargo, na Pinacoteca de São Paulo, no MAR, no CAC de Vilnius (Lituânia) e do Arte Pará 2018, entre outras. Foi residente na FAAP Lutetia e no Pivô-Pesquisa em São Paulo, na CAL em Brasília, e participou do Bolsa Pampulha 2019. Seus filmes foram exibidos e premiados em várias mostras e festivais nacionais e internacionais.

Serviço:

Guerreiro do Divino Amor

Exposição: 19/8/23 – 7/10/23

Local: Galeria Marilia Razuk – Sala 2

Rua Jerônimo da Veiga, 62 – Itaim Bibi, São Paulo (SP)

Horário de funcionamento: segunda a sexta, 10h30 – 19h; sábado, 11h-16h

Entrada gratuita

https://www.galeriamariliarazuk.com.br

www.instagram.com/galeriamariliarazuk/.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)

Teatro Temec recebe o consagrado “Irmã Selma” em agosto

Itu, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Provavelmente você já deve ter dado boas gargalhadas com a clássica personagem Irmã Selma, protagonizada pelo talentoso ator Octávio Mendes. Se você ama uma boa comédia e bom humor, não pode perder o espetáculo “Irmã Selma”, que acontecerá na sexta-feira, dia 25 de agosto, às 20h30, no Teatro Temec, localizado na Rua Cuiabá, 61, Bairro Brasil, em Itu-SP. Indicação: 12 anos.

“Irmã Selma” é um show de humor estrelado, escrito e dirigido por Octávio Mendes. Sucesso em São Paulo, ficou em cartaz no Teatro Gazeta por dois anos e está em turnê. O espetáculo reúne os inesquecíveis personagens criados pelo ator, como a Mônica Goldstein – uma apresentadora de um programa sensacionalista; o Ex Gay – um cara que “mudou” de vez; a Maria Botânica – atriz e cantora e a personagem que dá nome ao espetáculo, Irmã Selma – uma freira humorista.

Mendes participou do espetáculo “Terça Insana” desde o início, onde permaneceu por quatro anos e criou alguns dos personagens do show.

Octavio Mendes

Ator, diretor e autor de vários espetáculos, Octávio Mendes é formado na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD-ECA-USP). Participou do programa “A Praça é Nossa”, com o personagem Seu Memê. Participou da temporada de “A Bela e a Fera”, o musical da Broadway, que esteve em cartaz no Teatro Abril em São Paulo. É um dos fundadores do espetáculo “Terça Insana”, onde permaneceu por quatro anos e criou personagens como Irmã Selma, Maria Botânica e Xanaína. Largou o “Terça Insana” para trabalhar ao lado do comediante Sérgio Rabello, onde permaneceu por dois anos em cartaz com o espetáculo “Humor de Quinta”.

No Teatro, estreou no espetáculo “Camila Backer, Lives in Concert”, que lhe rendeu vários prêmios de Melhor Ator. Protagonizou, ao lado de Ney Latorraca, o espetáculo “O Médico e o Monstro”, com direção de Marco Nanini; esteve ao lado de Paulo Autran em “Rei Lear”, com direção de Ulysses Cruz. Fez o musical “Ela é Bárbara”, ao lado de Tônia Carreiro e direção de Cecil Thiré. E voltando para a comédia musical, esteve em “Sonho de Uma Noite de Verão”, com direção de Cacá Rosset, no papel de Tisbe, entre outros.

Participou de várias novelas da Rede Globo; entre elas, “Mulheres Apaixonadas” e “Da Cor do Pecado”. No SBT fez a novela “O Direito de Nascer”, com direção de Roberto Talma, além da participação em vários programas de diversas emissoras.

Como autor e diretor, entre várias peças, se destacam “Air Fly” e “Sacrilégio” (vários prêmios de Melhor Texto).

Serviço:

Irmã Selma

Dia 25 de agosto – sexta-feira – 20h30

Criação e interpretação: Octávio Mendes

Direção de Produção: Fentanes Produções

Informações e vendas de ingressos: Debora Nunes – (11) 98107-0018

Indicação classificativa: 12 anos

Teatro Eleazar de Carvalho (Temec)

Rua Cuiabá, 61 ITU – telefone (11) 4022-0206

Ingressos: R$40,00 meia entrada – Inteira R$80,00 – R$55,00 Inteira antecipada

Sites de vendas: https://www.megabilheteria.com/evento?id=20230804114919.

(Fonte: Pino Assessoria de Imprensa Cultural)

“Vestido de Noiva”, do Grupo Oficcina Multimedia (GOM), estreia temporada no CCBB em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Netun Lima.

Depois de uma temporada de estreia com sessões esgotadas no CCBB de Belo Horizonte, chega a São Paulo “Vestido de Noiva”, obra do dramaturgo Nelson Rodrigues, nova montagem do Grupo Oficcina Multimédia (GOM) com direção de Ione de Medeiros. As apresentações acontecem de 18 de agosto a 24 de setembro de 2023, quintas e sextas, às 19h; sábados e domingos, às 17h. Os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB SP ou pelo site bb.com.br/cultura.

Com patrocínio e apresentação do Banco do Brasil e realizado pelo Governo Federal , a montagem integra as comemorações dos 45 anos de atuação cultural ininterrupta do Grupo Oficcina Multimédia (GOM) e os 40 anos de direção artística de Ione de Medeiros.

Há exatamente 80 anos, “Vestido de Noiva” deu início ao processo de modernização do teatro brasileiro. “A peça lida com o inconsciente e com a falta de uma ordem cronológica, o que nos desafiou a construir uma dinâmica de montagem que pudesse levar o público à compreensão destas camadas de acontecimentos e diálogos que se relacionam”, diz Ione de Medeiros, diretora.

No elenco, estão Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso, que se revezam nas cenas entre personagens masculinos e femininos, sem distinção de sexo, numa performance que dá continuidade à proposta de duplos e trios como no espetáculo anterior da companhia, “Boca de Ouro” (2018/2019).

Após a temporada paulistana, o Grupo Oficcina Multimédia circula com Vestido de Noiva pelos CCBBs Rio de Janeiro (4 a 29/10) e Brasília (9/11 a 3/12).

O espetáculo

O ponto de partida de “Vestido de Noiva” é a história de Alaíde, personagem que após ser atropelada por um carro em alta velocidade se vê numa mesa de cirurgia, entre a vida e a morte. A partir desta cena, se desenrola a trama, que utiliza em sua dramaturgia e cenário três planos que se intercalam: o da realidade, o da alucinação e o da memória. O plano da realidade é tratado pelo fato de Alaíde estar em uma mesa de cirurgia com diagnósticos médicos, procedimentos cirúrgicos e tensões refletidas a partir de um ambiente frio composto basicamente de cadeiras, mesas e macas hospitalares de aço inox nas cores prata, branco e preto. Um cenário com aspecto duro, gélido e higienizado que remete aos ambientes assépticos de salas de cirurgia e corredores de hospitais.

“Nas narrativas que compõem o plano das alucinações de Alaíde, ela passa a debater com a enigmática Madame Clessi em busca de reconstruir sua própria identidade. Já nos momentos de memória, Alaíde se depara com sua história familiar e a conturbada relação com a irmã e o marido”, conta a diretora Ione de Medeiros, que ressalta a contemporaneidade da obra de Nelson Rodrigues e sua genialidade.

A abstração da narrativa perpassa por uma dramaturgia fragmentada e de teor intenso para reprodução da mente da personagem entre suas memórias e alucinações. Por este argumento absolutamente inusitado, a peça traz uma perspectiva não linear e aparentemente caótica, o que foi um desafio para o GOM. No espetáculo, um narrador em vídeo conduz a história e ajuda o público a ir conectando peças como num quebra-cabeça. “Para trazer dinamismo, misturamos vídeos com material cênico dialogando com os atores, trazendo mais riqueza para a montagem. Esses desafios tornam o processo de criação mais complexo e, ao mesmo tempo, mais vibrante e interessante de ser produzido”, relata Ione de Medeiros.

O espetáculo mantém a dramaturgia original da peça de Nelson Rodrigues e incorpora soluções cênicas que são marcas da identidade do GOM, tais como as movimentações de cenário e objetos. “O material cênico tem rodinhas e alturas variadas, o que possibilita aos atores se posicionarem em níveis diferentes, conferindo à cena uma atmosfera de flutuação e, ao cenário, uma mobilidade fluida”, explica Ione.

Além disso, a narrativa dialoga entre o texto, o vídeo, o material cênico, a trilha sonora e as coreografias. Algumas vezes separadamente, outras com ações simultâneas. “O Multimédia tem este perfil multimeios desde sua origem, o que se define pela multiplicidade das informações na encenação, os diferentes usos do espaço, a tecnologia, a diversidade das referências para as montagens e ênfase na criatividade, sempre fiel à experimentação e ao compromisso com o risco”, relembra Ione.

Uma curiosidade é que, como o espetáculo começou a ser concebido antes da pandemia, os ensaios adentraram o período de isolamento físico de forma remota e on-line. “Descobrimos as infinitas possibilidades de criar cenas em vídeo usando somente os recursos que tínhamos à disposição em casa. Diante de um fundo verde, os atores gravavam as cenas usando as câmeras de seus próprios celulares. Posteriormente, editamos essas cenas e incluímos os atores em cenários diferentes, utilizando a técnica do chroma key. Gravamos os diálogos pelo Google Meet para que os atores utilizassem como guias em suas falas. A iluminação era feita com os abajures e luminárias que cada um possuía em casa e o áudio, captado pelos fones de ouvido dos celulares dos próprios atores”.

A diretora, responsável pelo processo criativo, conta que diante da precariedade dos tradicionais recursos off line, foi preciso muita criatividade para criar, em vídeo, uma proposta coerente com a linguagem multimeios do GOM e sintonizada com a atmosfera rodrigueana da obra. “No final, acredito que a concentração nesse trabalho de vídeo experimental não só serviu para aprofundarmos ainda mais a compreensão da obra de Nelson Rodrigues, como nos ajudou a atravessar a pior fase da pandemia, possibilitando adquirir novos conhecimentos de técnicas audiovisuais, o que também faz parte da proposta do GOM”.

Alguns trechos gravados à época foram mantidos na montagem que chega agora aos palcos paulistanos. “Fizemos ensaios on-line todas as noites durante um ano e meio. Mesmo consolidando uma versão experimental da peça em vídeo, não tínhamos a intenção de apresentá-la como um espetáculo on-line”, explica a diretora.

45 anos de GOM

Além de marcar as celebrações dos 45 anos do Grupo Oficcina Multimédia e 40 anos de direção teatral de Ione de Medeiros, “Vestido de Noiva”, a 24ª montagem, dá continuidade a uma proposta de imersão na obra de Nelson, iniciada com “Boca de Ouro” (2018/2019), que teve temporadas em Belo Horizonte (CCBB BH) e São Paulo (SESC Santo Amaro) com apresentações com ingressos esgotados.

O Grupo Oficcina Multimédia, da Fundação de Educação Artística, foi criado em 1977 pelo compositor Rufo Herrera no XI Festival de Inverno da UFMG. Sob a direção de Ione de Medeiros desde 1983, o Grupo montou 24 espetáculos. Além de Ione de Medeiros, Jonnatha Horta Fortes e Henrique Mourão integram o GOM. Paralelamente à sua atividade teatral, o Grupo realiza em Belo Horizonte (MG) eventos culturais como Bloomsday, Bienal dos Piores Poemas e Verão Arte Contemporânea – este último completou sua 15ª edição em 2023.

Ione de Medeiros acaba de lançar um livro contando a trajetória do Grupo pelo selo Lucias da SP Escola de Teatro. Disponível nos sites www.oficcinamultimedia.com.br e www.spescoladeteatro.org.br/biblioteca/selo-lucias.

Sinopse | Vestido de Noiva é uma peça teatral de Nelson Rodrigues na qual o autor mescla realidade, memória e alucinação para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde visa reconstruir sua própria história e, aos poucos, seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Quem vai ajudá-la nesse processo é a enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, ela conduz Alaíde na busca pela reconfiguração de sua própria identidade. “Vestido de Noiva”, escrita em 1943, mantém-se atual: o que poderia parecer um drama familiar revela-se uma tragédia de alcance universal. Nessa obra, dividida em três atos, Nelson Rodrigues conta uma história a partir da análise do interior da mente da personagem, ou seja, de seu espírito, de sua psique, de sua alma.

Sobre o Grupo Oficcina Multimédia (GOM)

O Grupo Oficcina Multimédia da Fundação de Educação Artística foi criado em 1977, pelo compositor Rufo Herrera no XI Festival de Inverno da UFMG. Sob a direção de Ione de Medeiros desde 1983, o Grupo montou 24 espetáculos, configurando um perfil multimeios, que se define pela multiplicidade das informações na encenação, diversidade das referências para as montagens e ênfase na criatividade, sempre fiel à experimentação e ao compromisso com o risco.

Em julho de 2022, o GOM completou 45 anos de atuação cultural ininterrupta na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Neste ano, foram celebrados também os 40 anos de início da carreira de Ione de Medeiros como diretora teatral. Nessa trajetória, o GOM conquistou o respeito do público e participou, com vários espetáculos, de festivais nacionais e internacionais, como 12° Festival Le Manifeste 2015, na França; Festival Internacional de Caracas, na Venezuela; 3º Festival do Teatro Brasileiro – Cena Mineira, em Brasília (DF);  Festival Internacional de São José do Rio Preto/SP (2006); 2º Circuito de Festivales Internacionales “El Teatro del Mundo en Argentina” e o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – FIT BH.

Paralelamente à sua atividade teatral, o GOM realiza em Belo Horizonte os eventos culturais Bloomsday, Bienal dos Piores Poemas e Verão Arte Contemporânea. Este último completou sua 15a edição em 2023.

Ione de Medeiros | Ione de Medeiros nasceu em Juiz de Fora em 1942 e se mudou para Belo Horizonte em 1967. Em 1977, participou da criação do Grupo Oficcina Multimédia, que dirige há 40 anos. Além de diretora, é pianista, atriz, figurinista, cenógrafa, curadora, produtora cultural e educadora artística. À frente do GOM, realizou a montagem de 24 espetáculos, tendo como foco a continuidade da pesquisa multimeios, que envolve o trabalho de corpo, voz, Rítmica Corporal e material cênico na encenação teatral. Recebeu cinco prêmios; entre eles, o Bonsucesso de Melhor Direção, com o espetáculo “Zaac e Zenoel”. Foi homenageada pelo SESC/SATED MG, pela iniciativa de criação e realização do Verão Arte Contemporânea, e recebeu a Medalha de Honra da Inconfidência de Minas Gerais, pelo conjunto de atividades culturais realizadas como artista e pedagoga. É idealizadora e coordenadora dos eventos culturais Verão Arte Contemporânea, Bloomsday e Bienal dos Piores Poemas que o GOM realiza.

Montagens sob a direção de Ione de Medeiros nos últimos 40 anos

2023 – Vestido de Noiva

2018 – Boca de Ouro

2016 – Macquinária 21

2013 – Aldebaran

2012 – Play It Again

2010 – As últimas flores do jardim das cerejeiras

2007 – Bê-a-bá BRASIL

2005 – A Acusação

2001 – A casa de Bernarda Alba

2000 – In-Digestão

1998 – Zaac & Zenoel

1997 – A rose is a rose is a rose

1995 – BaBACHdalghara

1994 – Happy Birthday to You

1993 – Bom Dia Missislifi

1991 – Alicinações

1990 – Epifanias

1989 – Navio-noiva e Gaivotas

1988 – Sétima Lua

1987 – Quantum

1986 – Decifra-me que eu te devoro

1985 – Domingo de Sol

1984 – K

1983 – Biografia

Livro de 45 anos do Grupo Oficcina Multimédia | Para mais detalhes sobre a história do GOM, de Ione de Medeiros e a história de cada montagem, acesse aqui gratuitamente o livro “Grupo Oficcina Multimédia – 45 anos” de Ione de Medeiros, lançado em 2023 pelo selo Lucias da SP Escola de Teatro.

FICHA TÉCNICA

Direção, Concepção Cenográfica e Figurino: Ione de Medeiros

Assistência de Direção, Figurino e Preparação Corporal: Jonnatha Horta Fortes

Elenco: Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso

Elenco em vídeo: Alana Aquino, Heloisa Mandareli, Henrique Torres Mourão, Hyu Oliveira, Jonnatha Horta Fortes e Thiago Meira

Texto: Nelson Rodrigues (1943)

Criação de luz: Bruno Cerezoli

Coordenação de Montagem de Luz: Piccolo Teatro Meneio

Operação de Luz: Cyntia Monteiro

Concepção de Trilha Sonora: Francisco Cesar e Ione de Medeiros

Mixagem e finalização de áudio: Henrique Staino | Sem Rumo Projetos Audiovisuais

Operação de Trilha Sonora: Eduardo Shiiti

Vídeo – Concepção e edição: Henrique Torres Mourão e Ione de Medeiros

Finalização de vídeo: Daniel Silva

Citações no vídeo: Performance “Ophelia”, vídeo de Gabriela Greeb |”Ondina”, performance de Luanna Jimenes, vídeo de Gabriela Greeb |Coreografia “Tango Queer” – Tango Fem Buenos Aires (Nancy Ramírez y Yuko Artak)

Operação de vídeo: Daniel Silva

Projeto Gráfico: Adriana Peliano

Fotografia: Netun Lima

Assistente de fotografia: Yan Lessa Lema

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto

Gerenciamento Financeiro e Prestação de Contas: Roberta Oliveira — MR Consultoria

Produção Executiva: Corpo Rastreado e Grupo Artes/Eventos Multimédia (Grupo Oficcina Multimédia)

Apresentação e Patrocínio: Banco do Brasil

Realização: Governo Federal.

Serviço:

Vestido de Noiva, texto de Nelson Rodrigues

Montagem: Grupo Oficcina Multimédia

Temporada: de 18 de agosto a 24 de setembro de 2023, sempre de quinta a domingo

Horário: quinta e sexta às 19 horas, sábado e domingo às 17h

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – CCBB SP

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – São Paulo (SP)

Próximo à estação São Bento do Metrô

Duração: 90 minutos

Recomendação: 14 anos

Ingressos: R$30 (inteira) / R$15,00 (meia-entrada)

Vendas: bilheteria do CCBB BH ou pelo site bb.com.br/cultura

Informações: bb.com.br/cultura | (11) 4297-0600 | Redes sociais: instagram.com/Ccbbsp | facebook.com/ccbbsp |  @oficcinamultimedia

CCBB SP – Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças

Estacionamento conveniado: Rua da Consolação, 228, com traslado gratuito até o CCBB. Parada no Metrô República no trajeto de volta. Consulte horário de funcionamento nas redes sociais

R$14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)