“Não se combate a violência com um único modelo de enfrentamento. Cada geração exige uma abordagem diferente”, segundo advogado criminalista Davi Gebara


São Paulo
Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp recebe na Sala São Paulo nesta semana dois convidados brasileiros, entre quinta (31/ago) e sábado (2/set): o maestro José Soares, fazendo sua estreia com a Orquestra, e o pianista Jean-Louis Steuerman. O programa terá duas obras de Johann Sebastian Bach (“Passacaglia e Fuga em Dó Menor” e “O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross”); as “Bachianas Brasileiras nº 3”, de Heitor Villa-Lobos; e a emocionante “Pinheiros de Roma”, de Ottorino Respighi. Vale lembrar que a performance de 1/set às 20h30 será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Pouco depois de atingir a maioridade, é bem provável que Johann Sebastian Bach (1685–1750) já tivesse assimilado com destreza a prática improvisatória dos grandes organistas que o antecederam, imprimindo traços pessoais à linguagem de um instrumento por si só tão variado em coloridos e sonoridades. Numa obra como a “Passacaglia e Fuga em Dó Menor”, de maneira lógica, os mínimos fragmentos musicais servem de material para suas ornamentações por todos os registros do órgão. Enquanto isso, o tema se mantém imperioso, gerando cada uma das 20 variações sobre um mesmo baixo melódico repetido em ostinato. Nas mãos de Ottorino Respighi (1879–1936), um dos grandes orquestradores do século XX, a obra pôde se espraiar também pelo tecido sinfônico, ora com maior fluidez, ora com uma insistência rítmica quase marcial.
Os anos que marcaram o retorno de Heitor Villa-Lobos (1887–1959) ao Brasil, após temporada em Paris durante a década de 1920, foram permeados por um movimento geral de enaltecimento da figura de Bach, abrindo espaço para uma admiração pelo mestre de Leipzig cultivada desde jovem no seio familiar. Composta entre 1930 e 1945, a série de Bachianas Brasileiras ilustra a proximidade entre os chorões cariocas do começo do século e a estética setecentista, de contrapontos e improvisos. Com orquestra equiparável à do arranjo de Respighi, ouvido anteriormente, essas terceiras Bachianas destacam um piano concertante, que transita entre os diferentes virtuosismos dos séculos XVIII e XIX.
Um maior lirismo vocal de Bach reassume o enredo do programa com a versão para cordas do prelúdio “O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross”, proposta pelo também alemão Max Reger (1873–1916). Intérprete das obras de seu conterrâneo – “começo e fim de toda música, sobre quem repousa e de quem se origina todo progresso real” (Die Musik, 1905) –, o deslumbre de Reger por Bach vem, assim, não só da análise ou da composição. “Ó, Humanidade, Lamenta Teu Grande Pecado” é um hino luterano extensivamente elaborado no Pequeno Livro de Órgão, que serviu de fonte para esta transcrição com harmonias refinadas e inusuais, habilidosas ornamentações e passagens virtuosísticas no desenvolvimento de cada um de seus versos.
Em “Pinheiros de Roma”, agora tendo Respighi de fato como compositor, o conjunto orquestral se nutre de cantigas infantis que as típicas árvores romanas teriam ouvido, quando de um passado não tão distante. Um dia de novembro, no ano de 1920, o maestro pediu que sua esposa, Elsa, cantasse algumas das melodias entoadas enquanto brincava e dançava pelos jardins que frequentou em sua juventude. Transcritas e enriquecidas, serviram de matéria-prima para o primeiro movimento deste poema sem palavras. Parte de uma trilogia de cenas sobre a “cidade eterna”, que inclui suas fontes e festas, a obra caminha em um único plano-sequência desde a Villa Borghese até a Via Appia, entre jogos e marchas.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp | Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Em 2016, a Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê na China. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira. Em outubro de 2022, a Osesp estreou no Carnegie Hall, em Nova York, realizando dois programas – o primeiro, como convidada da série oficial de assinaturas da casa e, o segundo, com o elogiado projeto Floresta Villa-Lobos.
José Soares | José Soares é Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores. Como integrante, entre 2016-17, do Festival de Inverno de Campos do Jordão, recebeu o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da Temporada 2018. Integrou o programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021). Ao fim de 2021, recebeu o prêmio da crítica na categoria “Jovem Talento” da Revista Concerto. Em 2022, regeu as Orquestras Sinfônicas NHK de Tóquio e MÁV Symphonie Orchester em Budapeste. Em 2023, faz sua estreia como convidado da Osesp, da New Japan Philharmonic, da Sinfônica de Hiroshima e da Filarmônica de Nagoya, no Japão.
Jean-Louis Steuerman | Jean-Louis Steuerman ganhou grande reconhecimento como artista internacional após conquistar o 2º segundo lugar no Concurso Johann Sebastian Bach, em Leipzig, Alemanha, em 1972. Foi solista nas mais importantes orquestras do mundo sob a regência de maestros consagrados. Steuerman se apresentou com a Sinfônica de Londres, sob regência de Claudio Abbado; e com a Royal Philharmonic, sob a batuta de Lord Menuhin e Vladimir Ashkenazy. Participou de importantes turnês na Europa, América do Norte e Japão, apresentando-se nas principais séries de concerto. Como camerista, tem tocado com os mais renomados músicos internacionais. Suas gravações para a Philips incluem obras de Alexander Scriabin, Felix Mendelssohn Bartholdy e as Seis Partitas de Johann Sebastian Bach, pelas quais recebeu o prêmio Diapason d’Or (França).
PROGRAMA
TEMPORADA OSESP: JOSÉ SOARES E JEAN-LOUIS STEUERMAN
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOSÉ SOARES regente
JEAN-LOUIS STEUERMAN piano
Johann Sebastian BACH | Passacaglia e Fuga em Dó Menor, BWV 582 [Orquestração de Ottorino Respighi]
Heitor VILLA-LOBOS | Bachianas Brasileiras nº 3
Johann Sebastian BACH | O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross, BWV 622 [Orquestração de Max Reger]
Ottorino RESPIGHI | Pinheiros de Roma.
Serviço:
31 de agosto, quinta, às 20h30
1º de setembro, sexta, às 20h30 – Concerto Digital
2 de setembro, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$39,60 e R$258,00 (preços inteiros*)
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
* Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
(Fonte: Secretaria de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas)
O artista visual Alexandre Ignacio Alves apresenta a mostra solo “Ascensão” a partir do dia 2 de setembro de 2023 (sábado), às 12h, no FAMA Museu, em Itu, interior de São Paulo. Com texto crítico de Tiago Gualberto, a exposição revela dez pinturas de grande formato com personagens da sua família. Anteriormente, ela foi apresentada no MIS-Campinas e na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em 2022, em São Paulo. O projeto foi contemplado pelo ProAC 10/2022 – Artes Visuais/Circulação de Exposição e tem apoio institucional do FAMA Museu, produção da CAIS, apoio da cachaça Tie e realização do Governo do Estado de São Paulo.
Mesmo o título da mostra tendo referência religiosa – momento em que Jesus Cristo foi elevado às alturas diante de seus discípulos – o artista promove reencontros não apenas com seus familiares retratados, mas sobretudo com a capacidade de atenção do olhar, driblando a profusão de imagens do mundo contemporâneo e do estereótipo e preconceito que ainda rondam a vida das pessoas negras no Brasil.
Três décadas de produção
No ano em que comemora 30 anos de carreira, Alexandre Ignacio Alves participa de quatro exposições quase que simultâneas, sendo elas duas solos (“Ascensão” no FAMA Museu, em Itú, e “A Sorte está Lançada” na Casa do Olhar Luiz Sacilotto, em Santo André, com curadoria de Ana Avelar) e duas coletivas (“Aquisições Recentes – Coleção de Arte da Cidade” no CCSP e “Jaraguá1135M” – com curadoria de Laerte Ramos, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, ambas em São Paulo).
“Alexandre Alves dispensa a convencional literalidade da imagem fotográfica para enveredar por seu profundo interesse nas imagens do passado, em especial àquelas vinculadas ás tradições artísticas ocidentais; entre elas, as antigas esculturas em pedra e as técnicas de pinturas monocromáticas. Essas tradições alimentam o artista de um repertório dedicado a construção de volumes a partir de um cuidadoso uso de tonalidades sutis e nuances”, afirma o curador Tiago Gualberto no texto crítico.
Sobre o artista
Alexandre Ignácio Alves nasceu em 1968, em São Paulo, onde vive e trabalha. Estudou educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, em 1998. Participou de três mostras coletivas que obtiveram destaque em 2022: 40ª edição Arte Pará – Casa das Onze Janelas, Belém, que ficou entre as três melhores exposições do ano pela votação popular da revista SeleCT; Coleção MAR Mais Enciclopédia Negra – Museu de arte do Rio, Rio de Janeiro, que obteve enorme visitação de público e cobertura da imprensa local carioca, e “+100 = 22/Quantos patos na lagoa? ” – Galeria Virgílio/ SP e Galeria Conviv’Art | UFRN, que comemorou o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
Entre as suas principais mostras, estão “Margens de 22: Presenças Populares” no Sesc Carmo; “Entre Paisagens e Estados da Alma” – Galeria B_arco – SP-Arte Viewing Room, em 2020; “Arte Invisível” – Oficina Cultural Oswald de Andrade – São Paulo e “Abraço coletivo” – Atelier
397 – São Paulo, ambas em 2019; “Pictura Ut Diversitas” Memorial da América Latina, em 2007; Exposição inaugural do Museu Afrobrasil – São Paulo e 33 anos do Salão Bunkyo – São Paulo, ambas em 2004; Arte em Movimento – SESC Pompeia – São Paulo, em 1998; Circuito Interno versão 3 – MAB FAAP – São Paulo e Tannan International Art Competition – Fukui, Japão, ambas em 1996; Salão Bunkyo – São Paulo e 25a Anual da FAAP – São Paulo, ambas em 1995.
Realizou a curadoria da mostra “Metropolis: Contenitori di quali contenuti?” – Rome Film fest 2007 – Seleção dos artistas brasileiros – Roma, além de ter obras em acervo públicos como o Sesc, Museu da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, Pinacoteca do Estado São Paulo, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS e no Museu de Arte do Rio – MAR.
Sobre o FAMA Museu
É um dos maiores museus de arte da América Latina, aberto ao público desde 2018. Ocupa uma área de 25.000 m² no centro histórico da cidade de Itu, interior de São Paulo (Brasil), onde por muitos anos funcionou a Companhia Fiação e Tecelagem São Pedro, indústria têxtil de grande relevância econômica nacional.
Oferece grandes exposições, editais públicos e atividades de mediação cultural. O acervo, com foco na arte brasileira, inclui obras de artistas fundamentais do moderno ao contemporâneo, contemplando diversas linguagens artísticas – escultura, gravura, desenho, instalações, pinturas e fotografia.
Com mais de oito salas expositivas, destacam-se os jardins e galpões, onde a arquitetura do início do século XX envolve o visitante em uma experiência única em que o patrimônio dialoga com a arte brasileira.
Serviço:
Mostra solo “Ascensão” de Alexandre Ignacio Alves – texto crítico Tiago Gualberto
Abertura: 2 de setembro de 2023 (sábado), a partir das 12h
visita: 2–30/9/2023 (quarta a domingo, 11h às 17h)
Local: FAMA Museu
Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9
Vila São Francisco – Itu – São Paulo (SP)
Tel: (11) 4022-4828
Site: http://www.famamuseu.org.br
Valor: gratuito
Faixa etária: livre
Redes sociais:
Alexandre Ignacio Alves: @alexandre_ignacio_alves | Tiago Gualberto: @tiagogualberto | FAMA Museu: @famamuseu.
(Fonte: Marmiroli Comunicação)
A Mostra de Cinemas Africanos chega a mais uma edição, desta vez com programação em São Paulo (SP), de 5 a 13 de setembro – no Cinesesc e no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – e em Salvador (BA), de 13 a 18 de setembro – no Glauber Rocha e Saladearte do Museu. Neste ano, o festival reúne 13 longas e 16 curtas de 12 países, com destaque para o cinema do Senegal e vários títulos inéditos no Brasil, além da presença de convidados do continente africano em debates, masterclasses e painéis. Em São Paulo, o Cinesesc sedia as exibições de filmes, enquanto no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc acontecem três mesas e uma masterclass com a participação de cineastas africanos. Os ingressos para assistir aos filmes custam R$24,00 (inteira), R$12,00 (meia) ou R$8,00 (credencial plena), enquanto as atividades paralelas têm entrada franca. A programação de Salvador e outras informações podem ser consultadas no site mostradecinemasafricanos.com.
Entre as atrações deste ano está o drama fantástico “Mami Wata” (2023), de C.J. Obasi, inédito no Brasil. O longa nigeriano em preto e branco ganhou o prêmio de melhor direção de fotografia, assinada pela brasileira Lílis Soares, no Festival de Sundance (EUA). A trama é baseada em um mito do oeste africano. Quando um acontecimento trágico perturba a paz de uma comunidade, duas irmãs lutam para salvar sua aldeia e restaurar a glória de Mami Wata, deusa das águas. Diretor e fotógrafa estarão em São Paulo para a Mostra.
Outro ponto alto desta edição é o encontro de duas gerações de grandes realizadores do Senegal: o jovem Alassane Diago e o veterano Moussa Sène Absa, que vem ao festival com o apoio da Embaixada da França no Brasil. Serão exibidas retrospectivas do trabalho de ambos. Três filmes sobre emigração e conflitos familiares do documentarista Alassane Diago serão projetados. É dele “As Lágrimas da Emigração” (2010), que conta a história de sua mãe que espera o marido há 20 anos. Quase dez anos depois, Diago decide ir ao Gabão para confrontar o pai no longa “Conhecendo meu Pai” (2018). Também será apresentado seu trabalho mais recente, “O Rio não é uma Fronteira” (2022), no qual testemunhas relembram os massacres de 1989 na fronteira entre a Mauritânia e o Senegal. Todos os títulos são inéditos no Brasil.
A Mostra vai exibir a trilogia das mulheres senegalesas de Moussa Sène Absa, que começa com o drama “Tableau Ferraille” (1997), sobre duas mulheres que se relacionam com um político em ascensão que deseja filhos. Segue com “Madame Brouette” (2002), no qual uma senegalesa luta para manter sua independência. “Xalé – As Feridas da Infância” (2022), que fala sobre relações familiares e tradição, encerra o trio.
Mais filmes em exibição
Do Benin surge “O Panteão da Alegria” (2023), musical protagonizado por crianças e dirigido por Jean Odoutan. O filme discute de forma bem-humorada o sonho de viver na Europa que continua a crescer entre os jovens africanos. Único representante do Norte da África desta edição, “O Kafta Azul” (2022), da diretora Maryam Touzani, lança um olhar generoso para as mulheres do Marrocos. O filme lida com questões LGBTQIAPN+ em um país que se recusa a tocar no assunto.
“As Lágrimas da Emigração” (Les larmes de l’émigration, Senegal, França, 2010). Crédito: Corto Pacific #02.
No drama “Maputo Nakuzandza” (2022), da brasileira Ariadine Zampaulo, uma rádio de Moçambique anuncia o desaparecimento de uma noiva enquanto a vida ao redor parece transcorrer sem sobressaltos. A cineasta também participa de uma mesa de discussão que aborda parcerias entre Brasil e África.
Primeiro longa de Pape Bouname Lopy, “A Ovelha de Sada” (2023), trata de um tema delicado no Senegal, o Tabaski, celebração religiosa do Islã que envolve o sacrifício de ovelhas. Em “No Cemitério do Cinema” (2023), o cineasta da Guiné Conacry, Thierno Souleymane Diallo, sai em busca de um filme perdido, que teria sido realizado no seu país em 1953, mas do qual ninguém tem registros. No drama feminista “Sira” (2023), de Apolline Traoré, uma jovem nômade se posiciona contra o terror islâmico após um ataque brutal na região do Sahel.
A curadoria de longas é assinada por Ana Camila Esteves e pelo cineasta e crítico nigeriano Dika Ofoma. “A nossa seleção deste ano nos deu a oportunidade de pensar em outros critérios que não levassem em conta somente as seleções dos grandes festivais”, observa Ana Camila. “Neste sentido, ficamos felizes de manter a nossa linha curatorial que privilegia títulos que muitas vezes não chegam no Brasil nem nos festivais do final do ano, muito menos nos circuitos comerciais”, conclui.
Três programas formam a seleção de curtas-metragens. O primeiro, em parceria com o Festival StLouis DOCS, traz documentários do evento sediado na ilha de Saint-Louis no Senegal. Já “Nova Onda Cabo Verde: Viagens Possíveis” terá sessão apresentada por Tela D’Pano Terra e tem curadoria do cineasta português Pedro-José Marcelino. A última, Sessão de curtas: Durban International Film Festival (África do Sul), vem com uma seleção de filmes dirigidos por jovens sul-africanos em parceria com o maior festival de cinema do país. A programação inclui ainda dois curtas da distribuidora senegalesa WawKumba Films que serão exibidos antes dos longas do país.
Convidados e atividades paralelas
Com realização do Sesc e apoio da Embaixada da França no Brasil, a mostra traz este ano três convidados internacionais. Os cineastas africanos Alassane Diago e Moussa Sène Absa do Senegal, e C.J. ‘Fiery’ Obasi, da Nigéria. O festival também vai receber Sakhile Gumede, curador do Durban International Film Festival (África do Sul) que vem acompanhado de jovens estudantes cineastas, além das realizadoras brasileiras Ariadine Zampaulo e Lílis Soares, para participarem dos debates, masterclasses e painéis. A programação é inteiramente gratuita e conta com a parceria do Projeto Paradiso Multiplica.
As atividades paralelas serão desenvolvidas nos dois primeiros dias do evento. Na terça-feira (5), às 10h, acontece a mesa “Parcerias entre Brasil e África no cinema: cenários e perspectivas” com C.J. Obasi, Lílis Soares, Bartolomeu Luiz, Sakhile Gumede e Ariadine Zampaulo. Às 15h, é a vez de Mercados internacionais e colaborações Brasil/África com Bartolomeu Luiz, Vilma Carla Martins, Julia Alves e C.J. Obasi. O dia 6 (quarta), às 10h, começa com a masterclass “Documentário em primeira pessoa”, com Alassane Diago. A partir das 15h, acontece o debate “Recepção crítica de filmes africanos no Brasil”, com Ceci Alves, Lilis Soares, Moussa Sène Absa, Alassane Diago.
Nascida na Bahia em 2018, a Mostra de Cinemas Africanos tem circulado por diversos estados brasileiros. O recorte curatorial é voltado para filmes de curta e longa-metragem contemporâneos realizados por pessoas africanas na África e na diáspora. Além da programação de filmes, o evento traz cursos, encontros, debates e a publicação de catálogo com artigos científicos, ensaios e entrevistas, disponíveis no site oficial do festival. Com 13 edições, a Mostra já exibiu mais de 180 filmes e projetou títulos de cerca de 30 países africanos. O evento também é responsável pelo lançamento de seis publicações.
A Mostra de Cinemas Africanos 2023 tem realização do Sesc São Paulo, idealização de Ana Camila Comunicação & Cultura e apoio cultural da Embaixada da França no Brasil e do Projeto Paradiso Multiplica.
Serviço:
Mostra de Cinemas Africanos em setembro
São Paulo (SP): 5 a 13 de setembro: Cinesesc e Centro de Pesquisa e Formação do Sesc
Filmes: 9 dias, 14 sessões, 13 longas, 16 curtas e 12 países
Cineastas africanos convidados: Moussa Sène Absa (Senegal), Alassane Diago (Senegal) e C.J. “Fiery” Obasi (Nigéria);
Ingressos para os filmes: R$24,00 (inteira), R$12,00 (meia), R$8,00 (credencial plena);
Atividades paralelas: entrada franca
Programação: mostradecinemasafricanos.com.
(Fonte: Isidoro B. Guggiana Assessoria de Imprensa)
A primeira etapa do projeto Teatro de Fantoches, realizado pelo Grupo Primavera e voltado à valorização da infância e ao uso dos bonecos como instrumento importante na prática pedagógica, acontece a partir desta semana com a capacitação de 88 educadores. Cerca de 9 mil crianças de instituições conveniadas à Secretaria Municipal de Educação serão beneficiadas pelo projeto.
Nesta etapa, os educadores terão o primeiro contato com os fantoches durante capacitação teórica e prática nos dias 29 de agosto, 2 de outubro e 7 de novembro. Será o momento de chamar a atenção e encantar os profissionais para o uso dos bonecos, conhecendo os tipos de fantoches existentes, a forma de manipular, os cenários, as posições do narrador e dos personagens. Na sequência, irão ingressar no mundo dos fantoches e das histórias, entendendo como abordar cada tipo de história com as crianças.
Ao totalizar 16 horas de capacitação, os educadores receberão um certificado com a carga horária realizada. Com um kit completo de fantoches produzido pelo Primavera, formado por 16 bonecos, os profissionais estarão aptos a utilizar diferentes métodos de manipulação e contação de histórias. Será então o momento de surpreender as plateias de crianças. “Uma das prioridades da Secretaria de Educação é investir na formação dos profissionais. Certamente, isso irá refletir em mais qualidade de ensino para os nossos alunos”, afirmou o secretário municipal de Educação, José Tadeu Jorge. A capacitação dos educadores acontecerá no auditório do Cemapa (Centro Multidisciplinar de Apoio, Pesquisa e Assessoria a Educação Especial Inclusiva), à Rua Carolina Florence, 1145, no bairro Guanabara, em Campinas.
Aprovado pela Lei Rouanet, o Teatro de Fantoches foi criado pelo Grupo Primavera e utiliza o lúdico no processo de aprendizagem. O projeto, já realizado em 15 cidades brasileiras, conta na edição de 2023 com o patrocínio das empresas DHL, EagleBurgmann, LibraPort, TozziniFreire Advogados, Pronutrition, Cerâmica Carmelo Fior e Fundação Educar. Educadores de Valinhos e Cordeirópolis também foram contemplados com o projeto e estão passando pela capacitação. “O objetivo do projeto é capacitar o agente cultural para que, com o uso dos fantoches, desenvolva com as crianças a aprendizagem, criatividade, socialização, respeito, expressão oral e artística, com interação e imaginação constantes, por meio da contação de histórias, confecção e manuseio dos fantoches e, também, de pesquisa e criação das histórias e apresentações teatrais”, explica a gestora executiva do Primavera, Ruth Maria de Oliveira. “Trabalhar com fantoches não é somente manipular o boneco, cantar uma música ou mesmo brincar com eles. Envolve técnicas de narração oral cênica, entendendo o processo de interatividade com o público e a criatividade na construção e adaptação de histórias”, diz.
Nas mãos do professor e da criança, os fantoches são um instrumento poderoso: ao usá-lo, o brinquedo cria vida e consegue entrar na imaginação da criança de forma rápida e prazerosa. Levar essa experiência às crianças pode atrair a atenção, despertando o interesse, a motivação e o envolvimento no conteúdo abordado. “O que fazemos é apresentar o projeto de forma alegre e lúdica para cativar o educador com o material e, posteriormente, ele irá encantar seus alunos”, diz a gestora da instituição.
Para Cristiane Stefanelli, gestora da Fundação Educar, “a parceria com o Grupo Primavera para compartilhar a ferramenta fantoches com educadores está alinhada ao trabalho que a Educar realiza há mais de 20 anos, por meio dos Projetos Leia Comigo! e Além do Encantamento, fortalecendo a missão de contribuir para a formação de leitores no Brasil”. Segundo Cristiane, a Fundação Educar acredita e promove a contação de histórias como estratégia de compreensão de mundo e desenvolvimento pleno.
Sobre o Grupo Primavera | Em 41 anos de existência, o Grupo Primavera atingiu a marca de mais de 11 mil atendidos por meio de seus programas de educação complementar, cultural e profissional, com o objetivo de reduzir os riscos sociais aos quais estão expostos, capacitando-os e trabalhando para torná-los cidadãos ativos na sociedade. Oferece aos atendidos conteúdos pedagógicos inovadores e princípios relevantes como pontualidade, respeito, participação, colaboração, organização, disciplina, iniciativa e empreendedorismo.
A instituição, fundada em 1981, recebe crianças, adolescentes e jovens de 6 a 18 anos do entorno do Jardim São Marcos. O ingresso no Primavera segue critérios como perfil socioeconômico vulnerável e a necessidade dos atendidos estarem matriculados na rede pública de ensino.
(Fonte: Carol Silveira Assessoria de Comunicação)
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro abre as portas para mais uma masterclass gratuita, agora sob o comando do maestro chileno Victor Hugo Toro. Com o patrocínio Oficial Petrobras, serão selecionados quatro cantores com idade entre 18 e 40 anos para a aula, que acontecerá no dia 6 de setembro, quarta-feira, das 13h às 16h, na Sala Mário Tavares, no anexo do Municipal.
As inscrições estão abertas até 1º de setembro e devem ser feitas pelo e-mail master.tmrj@gmail.com. Para fazer parte da seleção é necessário enviar o nome completo, a data de nascimento, uma biografia resumida, as partituras, em PDF, das duas árias a serem apresentadas e dois links do YouTube com gravações para que a comissão artística faça a seleção dos participantes. Os escolhidos deverão levar duas cópias impressas de cada ária. A masterclass será aberta ao público. Cantores e estudantes de canto, estudantes de regência e de acompanhamento ao piano também podem ingressar na aula como ouvintes.
Sobre Victor Hugo Toro
Nascido em Santiago do Chile, realizou estudos de regência orquestral e formou-se na Faculdade de Artes da Universidade do Chile. Foi vencedor do II Concurso Internacional de Regência Orquestral – Prêmio Osesp, organizado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – e tem sido convidado a reger as mais importantes orquestras de seu país. Além da Osesp, onde foi regente assistente e apresentou importantes peças do repertório universal junto a primeiras audições de repertório brasileiro, tem sido convidado a reger a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Sinfônicas de Campinas, Paraná, Porto alegre, Bahia, Espírito Santo, Amazonas Filarmônica, Orquestra do Teatro Massimo de Palermo e da Arena de Verona (Itália), Orquestra estável do Teatro Colón (Argentina), Sinfônicas do Sodre (Uruguai) e de Xalapa (México), além das filarmónicas de Montevidéu, Mendoza, Buenos Aires, Oltenia (Romênia) e da Universidade Nacional Autônoma do México e de Xiamen (China), entre muitas outras.
Além de desenvolver importante trabalho com orquestras jovens de seu país, Victor Hugo Toro é também compositor e suas obras têm sido interpretadas por diversos grupos sinfônicos e de câmara. Ele foi escolhido um dos 100 líderes jovens do Chile pelo jornal “El Mercúrio” e recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de São Paulo pelo seu trabalho em prol da música, a sociedade paulistana e o acercamento cultural entre Chile e Brasil. Laureado pela Sociedade Brasileira de Artes Cultura e Ensino com a Ordem do Mérito Cultural “Carlos Gomes” no grau de comendador, recebeu de parte da Câmara Municipal de Campinas a medalha “Carlos Gomes” e a medalha “Samuel Lisman” de Artes, conferida pela Academia Campineira de Letras e Artes (ACLA) pelos relevantes serviços prestados à cidade. Foi regente principal da Orquestra Sinfônica do SODRE, em Uruguai, regente residente da Companhia Brasileira de Opera e assessor da direção artística do Teatro Municipal de São Paulo. Desde 2011 é diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.
Serviço:
Masterclass com Victor Hugo Toro
Data: 6 de setembro – quarta-feira
Horário: entre 13h e 16h
Local: Sala Mário Tavares (Anexo ao Theatro)
Endereço: Av. Almirante Barroso, 14/16 – Centro
Entrada franca
Inscrições abertas até 1º de setembro pelo e-mail master.tmrj@gmail.com
Patrocínio Oficial: Petrobras.
(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)