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Investimento em produtos e tecnologia melhora qualidade da água em Indaiatuba (SP)

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Fotos: Eliandro Figueira.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas (SP), buscando melhorias e aprimoramento no processo de tratamento da água, acaba de adotar duas iniciativas que merecem destaque: a implantação de dióxido de cloro nas Estações de Tratamento de Água I e III (Vila Avaí e Pimenta) e a contratação de uma empresa especializada na implantação de sistemas de alta capacidade de dosagem de carvão ativado.

A água distribuída pelo SAAE sempre atendeu ao padrão de potabilidade estabelecido pelo Ministério da Saúde. As medidas que estão sendo adotadas visam aperfeiçoar ainda mais os processos adotados nas estações de tratamento, principalmente quanto à remoção de substâncias com potencial de causar gosto e odor na água, substâncias produzidas por gêneros específicos de algas que não apresentam toxidade ao consumo, mas que podem apresentar odor característico, mesmo em baixíssimas concentrações, e ser notado por consumidores com mais sensibilidade (gosto e odor são parâmetros medidos em uma escala de 0 a 6).

O dióxido de cloro, um oxidante e desinfetante de grande reputação que está sendo implantado nas ETAs, é um composto que se destaca por sua alta reatividade, residual relativamente persistente, baixa formação de compostos organo-halogenados, capacidade de inativar microrganismos e eficácia na remoção de compostos que podem causar gosto e odor, tornando a água mais agradável ao paladar.

Outra medida importante é a contratação de uma empresa especializada na implantação e operação de sistemas de alta capacidade de dosagem de carvão ativado nas ETAs, produto utilizado no processo de adsorção que possui eficiência comprovada na remoção de substâncias orgânicas que causam gosto e odor e remoção de subprodutos da oxidação, entre outros. O carvão ativado já é utilizado nos sistemas de tratamento de água do SAAE há décadas; no entanto, a atual contratação é para a implantação de sistemas com alta capacidade de preparo e dosagem, visando atender futuras demandas em períodos críticos e prolongados de estiagens.

Para o superintendente do SAAE, Engº Pedro Claudio Salla, essas iniciativas refletem o compromisso da autarquia de continuar fornecendo água de qualidade aos consumidores e o comprometimento de manter a água segura e potável.

(Fonte: SAAE Indaiatuba)

Toquinho e João Bosco levam o show “Amigos e Canções” ao Qualistage, no dia 4 de novembro

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

João Bosco. Fotos: Marcos Hermes.

Dois dos maiores expoentes do violão brasileiro têm um encontro marcado entre si e com o público carioca no dia 4 de novembro: Toquinho e João Bosco apresentam no Qualistage, às 21h, o show “Amigos e canções” com participação da cantora Camilla Faustino.

Antônio Pecci Filho, o Toquinho, nasceu em São Paulo em 1946 e, entre muitos predicados, é o parceiro mais frequente do Poetinha Vinicius de Moraes, com quem compôs obras-primas da música brasileira como “Aquarela”, “Onde anda você?”, “Tarde em Itapuã”, “A tonga da mironga do kabuletê” e muitas outras. Com Jorge Ben Jor, ele compôs apenas “Que maravilha”. Aos 77 anos, Toquinho é um dos grandes nomes da música brasileira, com centenas de músicas gravadas, sempre mantendo-se ativos nos palcos e nos estúdios.

Toquinho.

O mineiro João Bosco de Freitas Mussi também nasceu em 1946 (uma semana depois de Toquinho, aliás; João é do dia 13 de julho e, o amigo, do dia 6), em Ponte Nova e depois de passar pela faculdade de Engenharia em Ouro Preto, desembarcou no Rio com seu virtuoso violão para fazer História com nomes como Clementina de Jesus e Aldir Blanc numa parceria que rendeu clássicos como “O bêbado e a equilibrista”, “Atrás da porta”, “Dois pra lá, dois pra cá” e “O mestre-sala dos mares”.

A goiana Camilla Faustino é uma das promessas da nova MPB, que surpreendeu público e crítica com o disco “Bossa sempre nova” (2019), em que relê clássicos do gênero como “Corcovado”, “Samba de verão” e “Canto de Ossanha”. Ao lado dos mestres Toquinho e João Bosco, ela entregará mais uma noite memorável.

Serviço:

Toquinho e João Bosco

Data: 4 de novembro (sábado)

Horário: 21h

Local: Qualistage – Av. Ayrton Senna, 3000 – Barra da Tijuca – RJ

Venda de ingressos: https://qualistage.com.br/eventim/137/toquinho-e-joao-bosco-amigos-e-cancoes

A partir de R$140,00

Classificação etária: 18 anos – menores somente acompanhados dos pais ou responsáveis legais

Capacidade: 9 mil pessoas em pé ou 3.500 sentadas

O espaço possui acessibilidade

A casa segue os protocolos de segurança, como disponibilizar álcool em gel, e o local é periodicamente higienizado. Tudo para garantir a diversão com segurança

(Fonte: Rozangela Silva Assessoria de Comunicação Integrada)

Caravana de Natal da Coca-Cola FEMSA Brasil chega a Indaiatuba em 19 de novembro

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Fotos: Lening Abdala.

No dia 19 de novembro, a Caravana Iluminada da Coca-Cola FEMSA Brasil chega a Indaiatuba. Tradicional ação da companhia para a época natalina, a caravana tem uma operação de 58 dias, com passagem por 70 municípios, em 7 estados e 38 paradas em pontos de vendas parceiros. Em Indaiatuba, o desfile começa no Tenda Atacado (Polo Shopping), onde a caravana chegará a partir das 18h, e vai até a Rua Prata, 255, no Distrito Industrial, após um percurso estimado em quase duas horas pela cidade.

Com cinco caminhões representando mensagens do Natal e momentos de consumo do portfólio da Coca-Cola FEMSA Brasil, a atração itinerante traz ambientes instagramáveis, ilusionismo, dois espaços de cenografia – sendo um deles a casa do Papai e da Mamãe Noel – e ativações com inteligência artificial. A agenda ESG da companhia, trabalhada durante todo o ano, também estará presente por meio da utilização de placas de energia solar, compensação de carbono e uso de materiais recicláveis nos caminhões, além de mulheres na condução de dois veículos.

A caravana está inserida no mote “Desperte o Papai Noel que Há em Você”, escolhido pela companhia neste ano para transmitir a mensagem de que todos têm o poder de resgatar e fortalecer a magia do Natal. “A Caravana Iluminada é uma ação muito representativa – por meio dela, conseguimos estar próximos das pessoas nas diversas localidades em que atuamos. Dessa forma, a mensagem de positividade e espírito natalino se fortalece cada vez mais. Estão todos convidados para sentir a magia da nossa caravana de Natal”, explica Luciano Sá, gerente de Experience & Prestige Accounts da Coca-Cola FEMSA Brasil.

Neste ano, a ação será viabilizada com a Volkswagen Caminhões e Ônibus. “A parceria entre Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Coca-Cola FEMSA Brasil não é recente. A fabricante foi um dos primeiros clientes a adquirirem o e-Delivery, caminhão VW 100% elétrico. E estamos felizes de agora poder participar de uma ação tão especial. Os caminhões VW Meteor, com toda sua robustez, são ideais para cruzar os sete estados brasileiros”, comenta Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Mais informações sobre a Caravana Iluminada 2023 e rotas a serem percorridas estão disponíveis em https://www.coca-cola.com.br/natal.

Caso a cidade ainda não esteja aparecendo no roteiro, basta ficar atento às atualizações, pois novas caravanas serão incluídas no site. Os percursos poderão eventualmente ser alterados pela organização sem aviso prévio.

(Fonte: PCN Press)

2º Morretes Blues Festival anuncia line-up, que contará com 16 atrações

Morretes, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Nos próximos dias 4 e 5 de novembro, a cidade de Morretes, no litoral paranaense, será mais uma vez transformada na capital nacional do blues. Durante o final de semana, o município vai sediar a segunda edição do Morretes Blues Festival, festival multicultural que reuniu milhares de pessoas em 2022 e, agora, volta a agitar o calendário de eventos da região em 2023. Promovido pela Planeta Brasil Entretenimento em parceria com a rede Porks – Porco & Chope e com o Bar Crossroads, o evento, que une música e gastronomia em espaços ao ar livre, promete ser a principal atração cultural do mês de novembro no litoral paranaense, ocupando diversos pontos do centro histórico da tradicional e encantadora cidade.

A segunda edição do Morretes Blues Festival, que tem apoio institucional da Prefeitura de Morretes, contará com apresentações de grandes nomes do gênero no Paraná, além de trazer, pela primeira vez, atrações musicais nacionais. O evento vai oferecer, também, gastronomia diversa e atividades para toda a família, movimentando a economia local e levando uma nova opção de entretenimento para os moradores da região e turistas. Durante os dois dias do evento, o público poderá acompanhar vários shows que prometem conectar o cenário paradisíaco com o blues em um fim de semana repleto de experiências únicas e inesquecíveis.

Com uma curadoria musical de excelência, a programação de shows vai oferecer o melhor do blues em dois palcos montados no icônico centro histórico da cidade. No palco principal, se apresentam Gralha Blues Trio, Jamy’s Quartet, Gui Tosin, Grumpy Groovers, Crooked Trio, Emerson Caruso Trio, Bernardo Manita Quarteto, Sonora Blus e Tony Caster & The Black Mouth Dogs. Já o coreto recebe os shows de Lonesome Captain, Maracujinas, Marina Costa, Duo Famiglia, Lely Duo, Julio Mallaguthi (Rock Nomad) e Mamba Blues Trio.

“Morretes nos recebeu tão bem e o sucesso da primeira edição foi o aval que precisávamos para transformar o Morretes Blues Festival em uma tradição da cidade. Em sua primeira edição, o evento já chegou como o maior festival multicultural do litoral paranaense. Agora, queremos aumentar os nossos números e alcance. Temos certeza que a edição de 2023 será ainda maior e melhor”, comenta Patrik Cornelsen, diretor da Planeta Brasil Entretenimento e um dos idealizadores do Morretes Blues Festival.

Além de muita música de qualidade, o evento contará com opções de chopes artesanais, drinks especiais e muita gastronomia. Serão diversas operações gastronômicas temporárias que irão se unir aos bares e restaurantes tradicionais da cidade para oferecer diversos preparos saborosos. “Estamos montando uma programação incrível para o público aproveitar muito. Além da curadoria musical, estamos selecionando com muito carinho as opções gastronômicas que irão potencializar a experiência do Morretes Blues Festival”, completa Patrik Cornelsen.

A segunda edição do Morretes Blues Festival vai acontecer nos dias 4 e 5 de novembro, sábado e domingo, em palcos e espaços espalhados pelo centro histórico da cidade de Morretes (PR). Mais informações no perfil oficial do evento no Instagram: @morretesbluesfestival.

(Fonte: P+G Comunicação)

MASP apresenta seminário gratuito sobre a relação da obra de Claude Monet com a ecologia

São Paulo, por Kleber Patricio

Claude Monet, “A canoa sobre o Epte” [The Canoe on the Epte], c. 1890, acervo [Collection] MASP.

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, apresenta, no dia 9 de novembro de 2023, o seminário “A ecologia de Monet”, antecipando a exposição do MASP dedicada ao artista no ano de 2025, como parte de um programa anual inteiramente voltado às Histórias da Ecologia. O encontro, online e gratuito, reúne estudiosos que apresentam novas perspectivas acerca da complexa relação da obra do pintor impressionista Claude Monet (1840–1926) com a ecologia e o meio ambiente.

Nas últimas décadas, pesquisas realizadas por historiadores da arte, acadêmicos, artistas e curadores apresentaram análises renovadas das obras de Monet abordando as inter-relações dos campos da arte, da cultura e da natureza.

O objetivo deste seminário é levar ao público essas novas perspectivas, que incluem temas como os impactos das transformações ocorridas nos meios de produção e nas dinâmicas sociais na construção do imaginário impressionistas, a percepção do mundo natural como uma economia complexa e interdependente e o princípio de uma consciência ecológica que pode se referir tanto à biologia quanto à fenomenologia.

As duas obras mais importantes do artista na América Latina – “A canoa sobre o Epte” (c. 1890) e “A ponte japonesa sobre a lagoa das ninféias em Giverny” (1920-24) – integram o acervo do MASP. Ambas as pinturas dialogam com os temas apresentados no seminário.

Claude Monet, “A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny” [Japanese Bridge over the Water], 1920-24, acervo [Collection] MASP.

O encontro será transmitido por meio do perfil do MASP no YouTube com tradução simultânea para Libras, português e inglês. Para receber o certificado de participação, é necessário realizar um cadastro por meio de um link que será fornecido durante o seminário.

A iniciativa tem a organização de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP.

PROGRAMAÇÃO

10h30—10h40: Introdução – Fernando Oliva, curador, MASP

10h40—12h: Mesa-redonda – Caroline Shields – “A ecologia industrial de Monet” | Enquanto vivia em Argenteuil, Monet retratou fábricas, pontes ferroviárias e o rio Sena com um cuidadoso equilíbrio entre a natureza, as atividades humanas e a indústria. Seria essa harmonia uma visão do que atualmente chamamos de “ecologia industrial”? Sabemos que o Sena, imaculado e cintilante nas mãos de Monet, na verdade era muito poluído nos anos em que ele viveu em Argenteuil — o sonho que ele imaginou já estava se esvaindo. Em suas pinturas do terminal rodoviário de Paris Gare Saint-Lazare, a relação entre a humanidade e a indústria não é vista à distância, mas encarnada — essas pinturas afetivas e carregadas em termos sensoriais tensionam a experiência do corpo humano em meio a máquinas enormes. Após isso, Monet abandonou o tema da indústria por décadas, voltando a ele apenas em Londres, onde os subprodutos da indústria impregnam o ar. A observação das pinturas de Monet em Argenteuil, Paris e Londres através das lentes da ecologia industrial permite analisar as diferenças na relação do artista com a natureza e com a indústria entre esses trabalhos.

Caroline Shields é curadora de Arte Europeia na Art Gallery of Ontario (AGO), em Toronto. Possui doutorado em História da Arte pela Universidade de Maryland, tendo analisado em sua tese as naturezas-mortas de Paul Gauguin e a história da memória.

Marianne Mathieu – Monet jardineiro e paisagista: a visão da Arcádia e o romantismo da poluição | A figura de Monet — pintor e jardineiro — líder do impressionismo por um lado e criador do famoso jardim de Giverny, por outro, tornou-se um símbolo da ecologia no contexto cada vez mais grave da crise climática mundial. Por meio da evocação de seu trabalho como jardineiro e pintor, a palestra propõe lançar luz sobre a relação de Monet com a natureza como um todo — e com a paisagem em particular — a fim de destacar dois elementos antagônicos de sua abordagem: a celebração de uma natureza árcade e a atração por certos aspectos poluentes do “mundo moderno” em uma abordagem que poderia ser descrita como romântica.

Marianne Mathieu é historiadora de arte que criou o Departamento de Relações Internacionais do Musée d’Orsay. É também autora de ensaios e livros sobre Claude Monet e o impressionismo.

Mediação: Fernando Oliva, curador, MASP

12h—13h: Intervalo

13h30—15h: Mesa-redonda – Nicholas Mirzoeff – Mudança para o vermelho: o anestésico de Monet para o Antropoceno (1870–1877) | Nos sete anos que se seguiram a seu retorno da fumaça de Londres, onde havia se abrigado durante a Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Paris (1870-1871), Claude Monet transformou a arte moderna. Suas paisagens urbanas de Le Havre, Paris e Argenteuil foram criadas por meio de uma combinação de pontos de vista elevados e estáticos com o que a curadora Anne Roquebert denominou “escrita automática”. Monet encontrou uma nova realidade para além do que havia sido conhecido ou percebido anteriormente. Em 1877, Monet viu vapor azul e branco na Gare Saint-Lazare, em vez de fumaça preta. A tarefa proposta pela palestra consiste em desfazer e desaprender os anestésicos automáticos de Monet para recuperar a mudança para o vermelho.

Nicholas Mirzoeff é professor de Mídia, Cultura e Comunicação na Universidade de Nova York.

Stephen Eisenman – Pinturas em série: Monet e a imagem da mudança climática | As pinturas de Monet são um verdadeiro livro didático da natureza, cujo significado se altera conforme a relação de cada geração com o mundo geofísico e sociopolítico. Para o público que vivia em uma França cada vez mais industrializada, poluída e instável em termos políticos e econômicos no final do século 19, a série de pinturas deve ter correspondido ao tão desejado alívio das pressões sociais e do mercado. Atualmente, entretanto, as pinturas de Monet sugerem uma crise diferente: o desafio existencial do aquecimento global. Elas não se referem propriamente às mudanças climáticas — o artista poderia ter apenas uma compreensão mínima sobre o fenômeno —, mas Monet era uma espécie de cientista natural, e sua arte, uma investigação sobre o caráter material e óptico do mundo geofísico. Assim, suas pinturas sugerem duração, transformação, deterioração e intervenção humana nos sistemas ecológicos. Além disso, incentivam os espectadores da atualidade a considerarem as causas e os impactos catastróficos das mudanças ambientais e do aquecimento global, assim como as ações que podem ser tomadas para impedi-los.

Stephen Eisenman é professor emérito de História da Arte na Northwestern University e autor de diversos livros.

Mediação: Laura Cosendey, curadora assistente, MASP.

15h—16h30 – Mesa-redonda – Géraldine Lefebvre – Monet: primeiras explorações do território normando

“São tão belos, o mar e o céu, os animais, as pessoas e as árvores da forma como a natureza os criou” – Boudin a Monet. Ecologia, um termo cunhado em 1866 pelo biólogo darwinista Ernst Haeckel, estuda as relações de todos os seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem. Em seus primeiros anos, Claude Monet prestou muita atenção ao ambiente natural no qual cresceu. Juntamente com Eugène Boudin, ele aprendeu a trabalhar “no campo”. Para o jovem caricaturista, isso foi uma revelação. Ele entendeu a natureza e passou a analisá-la de uma maneira quase científica, “com um lápis em suas formas”. Por meio do estudo do primeiro caderno de esboços, desenhado no verão de 1856, a conversa se concentra na cartografia da Normandia produzida pelo artista (de Sainte-Adresse à Ingouville, de Montivilliers à Harfleur). Em seguida, por meio da análise de suas primeiras pinturas, será analisado como ele reuniu os elementos que constituem seu cenário natural, ao desenvolver sua própria forma de consciência ecológica.

Géraldine Lefebvre é formada pela École du Louvre, em Paris, e doutora em História da Arte pela Universidade Paris Nanterre.

Maria Grazia Messina – Uma ecologia da visão: as pinturas de Monet na Normandia | As campanhas de pintura ao ar livre promovidas por Claude Monet na costa da Normandia entre 1881 e 1885, frutos de suas caminhadas e aventuras nos penhascos de Étretat, foram vistas como os primeiros sinais de uma consciência ecológica. Monet oferece uma visão intocada desses locais que ele vivencia como uma espécie de reserva natural e paisagística não contaminada, retirando de maneira sistemática todos os aspectos da indústria pesqueira e do turismo contemporâneos em expansão. Essa abordagem supostamente ecológica deve ser vista de modo mais pertinente, não tanto em termos da comum percepção de uma relação orgânica e desejável com a natureza, mas em termos de uma ecologia estrutural e efetiva da visão. No caso de Monet, isso pode ser comprovado por uma nova abordagem de suas obras, assim como por fontes escritas e documentação crítica. As pinturas de Monet testemunham uma forma complexa de ver, na qual um enérgico fluxo de informações é compilado por meio do movimento e com a participação de todo o sistema psicomotor, em sua adaptação e orientação em um contexto ambiental envolvente.

Maria Grazia Messina tem como principal área de pesquisa as ligações entre artes, crítica e literatura nos séculos 19 e 20.

Mediação: Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP.

16h30—18h: Mesa-redonda

Michael J. Call – A ciência de Darwin e a evolução da estética de Monet | A técnica artística madura de Monet, assim como a teoria de Darwin, enfatiza a relação de parentesco da humanidade com todos os seres vivos. No mundo de Darwin, a humanidade compartilha uma origem comum com todos os outros organismos; como deles descendemos, estamos então ligados a eles em uma espécie de parentesco biológico. Em oposição à arte pós-renascentista, que prioriza a presença humana tanto na representação quanto no ato de ver, a arte de Monet cria um senso de igualdade virtual e visual, de unidade e uniformidade entre todos os fenômenos observáveis. Portanto, o ser humano — e, por extensão, o espectador — não é representado de forma separada da natureza, como um observador desinteressado ou uma criação única, nem como se fosse superior a ela, mas, sim, incorporado a ela e em condição de igualdade em relação a todas as outras formas de vida orgânica que o cercam. Essa abordagem, ao mesmo tempo em que reflete a admiração quase reverencial que Darwin exprime em seus escritos sobre a natureza e suas leis, também relembra a humanidade de sua própria fragilidade e das difíceis escolhas que devem ser feitas para evitar a extinção.

Michael J. Call é professor emérito de Ciências Humanas Interdisciplinares na Brigham Young University (BYU) em Provo, Utah (EUA).

Ana Gonçalves Magalhães – “Um jardim de cores, mais do que de flores”: Monet em Giverny e suas pinturas do MASP | O estabelecimento de Monet e sua família em Giverny inaugurou um novo período na sua produção artística que culminou com suas famosas séries de pintura e seu projeto decorativo das ninfeias, hoje instalado no Musée de l’Orangerie. Ao comprar uma propriedade ali, às margens de um pequeno afluente do rio Sena, o pintor projetou um jardim com plantas exóticas, empregou vários jardineiros e desviou o curso do afluente, moldando a natureza no seu entorno à sua vontade de artista. Neste sentido, Magalhães abordará as duas obras de Monet no acervo do MASP, no contexto desse “paraíso artificial” que ele criou para si, tomando por modelo aquilo que os europeus do século 19 entendiam como um povo e um território intactos, isto é, o Japão — plasmado nas imagens da coleção de estampas japonesas do artista. A partir dessas premissas, a fala pretende problematizar a noção de ecologia que circulava naquele momento — algo que as várias sociedades indígenas do mundo hoje compreendem como característico de uma cultura branca e colonialista.

Ana Gonçalves Magalhães é historiadora da arte, Professora Livre-docente, curadora e, atualmente, diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Mediação: David Ribeiro, assistente curatorial, MASP.

Serviço:

Seminário A ecologia de Monet

Organização: MASP

Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP e Fernando Oliva, curador, MASP

9.11.23

10h30—18h

Canal de YouTube do MASP

Gratuito

Site oficial | Facebook | Instagram.

(Fonte: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)