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Sesc Carmo organiza espetáculo teatral “Shangri-Lá, Uma Distopia Tecnobrega” na Praça da Sé

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Fellipe Oliveira.

No dia 28 de fevereiro, quarta-feira, a partir das 15h, o grupo Desembargadores do Furgão apresentará o espetáculo teatral “Shangri-Lá, uma distopia tecnobrega”. O evento acontecerá de forma gratuita na Praça da Sé, ao lado da Catedral, e é organizado pelo Sesc Carmo.

Com direção de André Sun, o espetáculo traz, de forma lúdica, a reflexão sobre a violência de regimes autoritários ao imaginar como seria uma distopia pós-apocalíptica ambientada no Brasil. A trama se passa em um futuro não tão distante no Reino de Déjà Vans y Bregança, um território infértil que antes era conhecido como Brasil. Lá, quem governa é um rei autoritário que manda prender Jonas, um pregador em busca de fiéis para a sua nova religião. Ao saber da prisão, os frequentadores do Bar Shangri-Lá – espécie de boteco, pensão e karaokê – armam um plano para libertá-lo. Assim, o espetáculo homenageia as pessoas que, para resistir às dificuldades cotidianas, lançam mão de uma série de práticas e gambiarras para sobreviver e ajudar umas às outras.

A encenação é construída na articulação dos múltiplos universos tratados: as máscaras balinesas e sua alta estilização e intensidade corporal, a violência e crueza das distopias e o brega enquanto matriz musical, estética e sentimental, com clássicos e novos hits cantados ao vivo pelo elenco.

A partir dessa combinação heterogênea de elementos, o espetáculo pretende refletir por meio da comédia sobre temas urgentes da sociedade contemporânea brasileira e estabelecer um vínculo com o público em uma celebração coletiva.

Ficha Técnica

Concepção, Direção e Dramaturgia: André Sun

Elenco: Amanda Schmitz, Ana Pessoa, Marcelo Moraes e Mariana Rhormens

Direção Musical, Trilha Original e Operação de Som: Max Huszar

Direção de Arte: Antonio Apolinário

Cenografia: Maria Zuquim

Assistente de Direção: Artur Mattar

Apoio: Desembargadores do Furgão.

Serviço:

Shangri-Lá, uma distopia tecnobrega

Quando: 28/2/2024, quarta, das 15h às 16h

Local: Praça da Sé – São Paulo (SP)

Gratuito | Classificação: Livre – Autoclassificação

Sesc Carmo: Rua do Carmo, 147 – Sé – Centro de São Paulo/SP

(11) 3111-7000.

(Fonte: Sesc Carmo)

Caixa Cultural São Paulo recebe exposição “Pequenas Utopias – Revistas de Artista no Brasil”

São Paulo, por Kleber Patricio

Pulga, São Paulo, 2013 – Coleção Livro de Artista. Foto: divulgação.

A Caixa Cultural São Paulo apresenta, de 20 de fevereiro a 31 de março, a exposição “Pequenas utopias – revistas de artista no Brasil”. A mostra revela dezenas de revistas de artista editadas entre 1960 e 2021 de forma independente e em diferentes formatos, como artes gráficas, arte-postal, arte sonora e zines, entre outras. A entrada é gratuita.

A edição de revistas, jornais e outras publicações seriais por artistas constitui, a partir dos anos 1960, uma forma de atuação artística que sempre buscou aproximar as obras de um público mais amplo, possibilitando novos circuitos de produção e consumo. Produzida a partir de diferentes linguagens, a revista de artista surge num momento histórico em que os artistas reivindicavam o papel de mediadores de suas obras com o público, lugar antes ocupado por críticos, curadores e professores de arte. Para o curador da mostra, Amir Brito Cadôr, “essas revistas trazem de modo implícito certa utopia, de seus editores, de que a arte seja acessível, que ela faça parte do cotidiano e possa ser produzida e consumida por mais pessoas. Mas elas também são utópicas no sentido de criar espaço, físico ou mental, para o debate e a apresentação de obras contemporâneas de jovens artistas que encontram dificuldade para chegar na grande mídia ou que manifestam desinteresse em participar do sistema de galerias”.

A exposição reúne importantes títulos publicados em diferentes períodos, de norte ao sul do Brasil, como Artéria (1975), Qorpo Estranho (1976-1982), À Margem (1986-2001), Comunicarte (1991-2010), Malasartes (1975-1976), Testarte (1974-1980), Sofá (2003-2011), Vírgula (1972), Arte em São Paulo (1981-1987) e Reticências (2007), entre outras.

As obras foram distribuídas em nove núcleos temáticos, mapeados conforme as práticas artísticas veiculadas nas últimas décadas: arte postal, arte sonora, escritos de artista, ensaios gráficos, exposição portátil, poesia visual, revista-montagem, revistas de uma página e zines. Essas categorias cumprem um caráter didático, com o propósito de destacar a diversidade e as características das publicações. Ao visitar a exposição Pequenas utopias – revistas de artista no Brasil, o público terá a oportunidade de explorar um universo de revistas alternativas que não imaginava existir, já que muitas das publicações são pouco conhecidas fora do círculo especializado.

Sobre o curador da mostra | Amir Brito Cadôr é artista, pesquisador, professor de Artes Gráficas da Escola de Belas Artes e curador da Coleção Livro de Artista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Realizou a curadoria de mais de vinte exposições temáticas de livros de artista entre 2009 e 2022, entre as quais destaca-se Prima Facie (University of West of England, Bristol, 2021), Conceptual Comics (Cabinet du Livre d’Artiste, Rennes, 2020), Pensamento Impresso (Centro Cultural UFMG, 2014) e O desenho como instrumento (Sesc Pompeia, 2014). Como pesquisador, tem artigos sobre livros de artista publicados nos principais periódicos internacionais especializados (Journal of Artist’s Books, Sans Niveau Ni Mètre, The Blue Notebook) e textos em catálogo sobre os livros de Raymundo Colares e Paulo Bruscky.

Serviço:

[Artes Visuais] Pequenas utopias – revistas de artista no Brasil

Local: Grande Salão da Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro Histórico de São Paulo – São Paulo/SP

Período: de 20 de fevereiro a 31 de março de 2024

Visitação: terça a sábado, das 10h às 18h; domingo, das 9h às 17h

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Entrada gratuita

Acesso para pessoas com deficiência

Patrocínio: Caixa e Governo Federal.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CAIXA)

Brumadinho: crianças expostas a poeira de mineração têm três vezes mais chance de desenvolver alergias respiratórias

Brumadinho, por Kleber Patricio

Comunidades ainda sentem efeitos na saúde do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) em 2019. Foto: Ricardo Stuckert.

Mesmo cinco anos após a tragédia, completados em janeiro, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais, ainda impacta a saúde da população local. Crianças expostas à poeira de resíduos de mineração da região tiveram três vezes mais chance de desenvolver alergias respiratórias em comparação a crianças não expostas a esse ambiente. Os dados, coletados em 2021, são de estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado na segunda (26) na revista científica “Cadernos de Saúde Pública”.

Os pesquisadores do Projeto Bruminha compararam 217 crianças, expostas e não expostas a poeira de mineração, com dados coletados em 2021, ou seja, dois anos após o rompimento da barragem em Brumadinho. As 119 crianças expostas pertenciam às comunidades do Córrego do Feijão, do Parque da Cachoeira e de Tejuco, e as 98 crianças não expostas eram da comunidade de Aranha. Por meio de um questionário, foram coletadas informações socioambientais e clínicas, abordando dificuldade para respirar, congestão nasal, pneumonia, bronquite e alergias respiratórias.

A equipe notou um aumento de aproximadamente 60% nas queixas relacionadas a problemas nas vias aéreas e sintomas respiratórios em crianças do grupo exposto. Além disso, houve quase duas vezes mais relatos de alergia respiratória neste grupo em comparação com o grupo não exposto. “Crianças menores de 5 anos de idade são mais sensíveis aos efeitos tóxicos das substâncias químicas quando comparadas aos adultos”, destaca o pesquisador e autor do estudo Renan Duarte, da UFRJ. Até mesmo as atividades de remediação do desastre de Brumadinho aumentaram a poeira suspensa, algo comum em ambientes afetados por rejeitos minerais. O tráfego de veículos e as faxinas nos domicílios também permitiram a dispersão dessa poeira.

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, foi um dos maiores desastres ambientais do país, vitimando 270 pessoas e causando danos ambientais e sociais para a região. A evolução das condições de saúde das crianças afetadas pela tragédia é acompanhada pela equipe do Projeto Bruminha e pode gerar dados para orientar as tomadas de decisão direcionadas a essa população. “A produção de conhecimento sobre a exposição infantil a poeiras oriundas de áreas de mineração é fundamental para ações efetivas no âmbito da saúde pública, principalmente considerando esse grupo mais vulnerável”, comenta Duarte.

O pesquisador lembra que existem diversas comunidades que vivem em áreas próximas a atividades de mineração em todo o Brasil e que podem ser expostas a poeiras de resíduos. Neste sentido, ele espera que os resultados obtidos pelo estudo sobre as condições de saúde de crianças em contato com essas toxinas possam contribuir para estruturar serviços de assistência e vigilância em saúde nestas diferentes regiões.

(Fonte: Agência Bori – Pesquisa indexada no Scielo)

‘Ignorantes’ e ‘ineficientes’: instrução normativa do RS é influenciada por estereótipos negativos sobre pescadores artesanais

Rio Grande do Sul, por Kleber Patricio

Pescadores artesanais são retratados de forma negativa por documentos consultados por técnicos para elaboração da Instrução Normativa Conjunta 2004 sobre pesca no RS. Foto: Sevval Kaynak/Pexels.

Ideias preconceituosas sobre pesca e pescadores artesanais influenciaram ato administrativo do Ministério do Meio Ambiente sobre pesca artesanal no estado do Rio Grande do Sul. Constatado por estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de São Paulo (USP), o uso de estereótipos que retratam pescadores como ignorantes e adeptos de práticas predatórias danosas ao meio ambiente dificulta a criação de propostas eficazes e justas de regulamentação do setor. A análise está publicada em artigo científico da edição de sexta (23) da revista “Ambiente & Sociedade”.

Os pesquisadores investigaram estereótipos sobre pesca artesanal contidos em publicações científicas ligadas a técnicos que participaram da formulação da Instrução Normativa Conjunta de 2004 sobre a atividade de pesca no estuário da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, implementada durante a gestão da ministra do meio ambiente Marina Silva, no governo Lula. Com um levantamento bibliográfico e entrevistas com seis profissionais que participaram da criação da política, eles identificaram 22 documentos científicos ligados aos técnicos participantes, como artigos científicos, teses e livros.

A imagem estereotipada que estes técnicos tinham sobre as comunidades pesqueiras influenciaram a construção da norma. A pesquisa identificou nove tipos de discursos negativos sobre os pescadores artesanais nestes documentos. Eles descrevem esses sujeitos como brancos, totalmente dedicados à pesca, ignorantes, avessos a mudanças, desordeiros, isolados, ineficientes, competitivos e adeptos de práticas predatórias danosas ao meio ambiente.

Para o pesquisador Gustavo Goulart Moreira Moura, da UFPA e autor do estudo, a criação desse perfil negativo sobre pescadores não é uma coincidência isolada e, muito menos, uma prática nova. “A construção de uma imagem depreciativa desses grupos sociais se inicia no século XIX, se consolida ao longo do século XX e continua a vigorar no século XXI, pois é parte de um projeto de destruição de territórios tradicionais, de conquista dos mares por meio da modernização capitalista da pesca”.

O trabalho enfatiza que utilizar discursos baseados em estereótipos negativos sobre a pesca artesanal para a formulação de normas pode levar à reprodução de discursos de ódio contra comunidades pesqueiras e, também, gerar ações que limitam seu acesso a territórios. “Esta lógica vai subsidiar políticas públicas feitas de forma autoritária, violenta e restritiva, porque os povos e comunidades tradicionais de pesca são vistos como ignorantes, marginais e destruidores do meio ambiente”, relata Moura.

De acordo com Moura, a reformulação da INC 2004 vem sendo discutida há algum tempo, mas ainda não foi efetivada. Um dos problemas da norma apontados pelo pesquisador é a sua falta de dinamismo, que não acompanha a rotina da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos. “As comunidades tradicionais têm um sistema de manejo da pesca com abertura e fechamento de safras flexível baseada nas condições ambientais e na localidade ano a ano, ao contrário do que propõe a norma”.

O trabalho destaca a importância de se levar em conta os conhecimentos tradicionais de pescadores na elaboração de leis e normas mais equitativas e eficientes. O esforço passa por quebrar estereótipos sobre estas comunidades, o que requer, segundo Moura, uma ação coordenada entre setores da sociedade. “Por exemplo, é preciso sensibilizar a grande mídia para não espalhar preconceitos contra esses grupos sociais e para ajudar a cobrar dos tomadores de decisão a elaboração de leis sejam feitas dentro do marco dos direitos humanos. Os tomadores de decisão deveriam escolher consultores que compartilhem valores compatíveis com o Estado Democrático e de Direito”, conclui.

(Fonte: Agência Bori – Pesquisa indexada no Scielo)

Instituto Anelo abre inscrições para audições do Combo Anelo

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Edis Cruz.

O Instituto Anelo, associação sem fins lucrativos que há 23 anos oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), abre inscrições para interessados em compor o Combo Anelo, formação destinada a estudantes de músicos que já possuem domínio intermediário ou avançado de instrumentos. As inscrições vão de 26 de fevereiro (segunda-feira), às 8h, a 8 de março (sexta-feira), às 23h59, e serão realizadas de forma online.

Os inscritos serão acionados, a partir de 10 de março, por e-mail para realização de agendamentos para audições. As audições terão a música ‘Alvorada’, de Cartola, como obra de avaliação, estando as partituras e guias de áudio da obra, disponíveis no link  https://bit.ly/ComboAnelo2024. O aluno pode tanto usar a partitura, quanto tirar a música de ouvido usando as guias de áudio.  A apresentação da obra escolhida (‘Alvorada’, de Cartola) é imprescindível para a realização da audição.

As inscrições abrangem todos os instrumentos presentes no Combo Anelo, que hoje é composto por artistas de diversos instrumentos, sendo: piano, guitarra/violão, cavaco, baixo elétrico, bateria, percussão, acordeom, flauta, violino, violoncelo, saxofone alto, saxofone tenor, trompete, trombone, voz masculina e voz feminina. No momento da inscrição, o candidato deverá subir o link de um vídeo em que esteja executando uma música de livre escolha.

Combo Anelo

O Combo Anelo é um dos grupos musicais de alunos ligados ao Instituto Anelo, associação sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, em Campinas (SP). Criado em 2021, o grupo faz parte do projeto Prática de Banda, que incentiva o fazer musical em grupo, sendo integrado por alguns dos melhores alunos da instituição sob a direção do saxofonista, flautista, clarinetista, arranjador e professor Vinícius Corilow.

Com foco na música de gafieira, o Combo Anelo trabalha os diferentes estilos presentes no gênero, tais como o samba, o samba-rock, o samba-choro instrumental e ritmos nordestinos, ao mesmo tempo que integra a improvisação e a sonoridade das big bands, criando assim uma verdadeira gafieira jazz. Fazem parte do repertório do grupo as composições “Alvorada”, de Cartola; “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa e Vadico; “Palladium”, de Ed Lincoln; “Estatuto da Gafieira”, de Billy Blanco; “Viva o Samba”, de Altamiro Carrilho; e “Feitiço”, de Veca Avellar e Kico Zamarian, “Sambacolá” de Luccas Soares, entre outros.

Patrocínio | As atividades do Combo Anelo são realizadas através dos projetos Música e Cidadania e Anelo na Comunidade, que tem como patrocinadora master a CPFL Energia, por meio de parceria com o Instituto CPFL, e conta com o patrocínio do Instituto Omni, Unimed Campinas Agibank, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O Instituto Anelo conta ainda com o apoio da Associação Beneficente Maria e Tsu Hung Sieh, do Instituto Alok e Buckman.

Serviço:

Inscrições – Combo Anelo

Link para Inscrição: Será disponibilizado no endereço bit.ly/comboanelo24

Período: 26 de fevereiro (segunda-feira), às 8h, a 8 de março (sexta-feira), às 23h59.

(Fonte: Instituto Anelo)