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Festival Brasil de Cinema Internacional chega à sétima edição

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Pedro Almodóvar e Tilda Swinton, diretor e protagonista de “A Voz Humana” – 7º Festival Brasil de Cinema Internacional.

Enquanto o cinema é impactado pela pandemia da Covid-19, a sétima arte segue viva e com muito a dizer – prova disto é a realização do 7º Festival Brasil de Cinema Internacional, no Rio de Janeiro, de 5 a 13 de abril de 2021. O festival contará com mostra competitiva, com filmes de países como África do Sul, Cuba, Colômbia, México, Portugal e Inglaterra, além de apresentações de 20 películas na mostra Panorama. As exibições serão realizadas online e em salas de cinema, de acordo com os protocolos vigentes no período. O evento tem os patrocínios do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Governo Federal / Lei Aldir Blanc. A programação está disponível no site http://www.7fbci.com.br/.

Além das mostras Competitiva e Panorama, o 7º Festival Brasil de Cinema Internacional fará duas exibições especiais. O cineasta Neville D’Almeida será homenageado pelo conjunto da obra e ganhará o prêmio 7º Festival Brasil de Cinema Internacional durante a cerimônia de abertura do festival, dia 5 de abril, no Kinoplex Tijuca. Após a entrega do troféu, assinado pelo arquiteto João Uchoa, será exibida a versão restaurada de Rio Babilônia (1982). Ainda durante a première do festival, La Voz Humana (A Voz Humana), do realizador espanhol Pedro Almodóvar, será exibido pela primeira vez no país.

Criado em 2013, o festival tem como objetivo a difusão e promoção da produção audiovisual mundial e o encontro dos profissionais e amantes do cinema, possibilitando o intercâmbio entre produtores, distribuidores e exibidores, no intuito de promover a indústria, formar plateia e aproximar os realizadores do seu público. Este ano, o festival, produzido pela Bardini Produções Cinematográficas, tem a curadoria do ator e diretor André Di Mauro. Federico Bardini é o produtor e tem Carolina Paiva ao seu lado na produção executiva. O júri é formado por Isabella Thiago de Mello (Brasil), Natividad Jaén (Panamá), Otávio Júnior (Brasil) e Mariano Ananía (Argentina).

Nesta 7ª edição, o festival realiza mostra competitiva com 13 filmes, que premiará longas e curtas-metragens em 15 categorias: Melhor Longa Brasileiro, Melhor Curta Brasileiro, Melhor Longa Internacional, Melhor Curta Internacional, Melhor Filme Universitário, Melhor Ator Principal e Coadjuvante, Melhor Atriz Principal e Coadjuvante, Melhor Diretor, Melhor Diretor de Arte, Melhor Produção, Melhor Diretor de Fotografia, Melhor Edição, Melhor Figurino, Melhor Desenho Sonoro e Melhor Música.

Os Vencedores do Deserto (México), O Cinema é Minha Vida (Brasil) e Molina’s Margarita (Cuba) são destaques na mostra competitiva | A mostra competitiva, exibida nas salas Kinoplex Tijuca e São Luiz, será marcada por duas estreias mundiais. Uma delas será Os Vencedores do Deserto (México), de Ernesto Fundora. O longa retrata o conflito entre os governos federal e estadual e os fazendeiros-pecuaristas do estado de Chihuahua localizados na fronteira com os Estados Unidos sobre a administração da água. Um testemunho da luta entre os sindicatos agrários, governos e as máfias locais pelo controle do recurso hídrico em uma área desértica, colocando em risco a estabilidade econômica da região e as relações bilaterais entre o México e os EUA.

“Os Vencedores do Deserto” – 7º Festival Brasil de Cinema Internacional.

O Cinema é Minha Vida (Brasil) também fará sua estreia no festival. O novo filme do prolífico realizador independente Cavi Borges tem a co-direção de Patrícia Niedermeier e Rodrigo Fonseca. A produção reuniu três devotos de François Truffaut. Na trama, um pouco antes de sua morte, Truffaut, vivido no palco por Niedermeier, se prepara para conversar com um jornalista. A partir daí, em três tempos – camarim, entrevista e epifania –, memórias, insights e o profundo amor do cineasta francês pela sétima arte e as mulheres preenchem a tela.

Confira a programação da mostra competitiva do 7º Festival Brasil de Cinema Internacional:

5 de abril, segunda-feira

14:00 | Kinoplex Tijuca | The Sound of Masks (O Som de Máscaras) / Dir. Sara CF de Gouveia (África do Sul, Portugal) 70 min.

Exibições especiais:

Rio Babilônia / Dir. Neville D’Almeida 108 min.

La Voz Humana (A Voz Humana) / Dir. Pedro Almodóvar (Espanha) 30 min.

6 de abril, terça-feira

14:00 | Kinoplex Tijuca | 4 Bilhões de Infinitos / Dir. Marco Antonio Pereira (Brasil) 12 min.

Sidnei Tendler, Artista em Quarentena / Dir. Felipe David Rodrigues (Brasil) 26 min.

Molina’s Margarita / Dir. Jorge Molina (Cuba) 45 min.

Las Siete Paradas (As Sete Paradas) / Dir. Walter Rojas (Colômbia) 78 min.

8 de abril, quinta-feira

14:00 | Kinoplex São Luiz | Hijo de Perro (Filho de Cão) / Dir. Fabrizio Prada (México) 7 min.

Graves e Agudos em Construção / Dir. Walter Fernandes Jr. (Brasil) 15 min.

Avó Dezenove e o Segredo do Soviético / dir. João Ribeiro (Portugal/Brasil) 94 min.

Cleft Lip (Lábio Leporino) / Dir. Erik Knudsen (Inglaterra) 84 min.

9 de abril, sexta-feira

14:00 | Kinoplex São Luiz | Você Já Tentou Olhar Nos Meus Olhos / Dir. Tiago Felipe (Brasil) 4 min.

Ela que mora no andar de cima / Dir. Amarildo José Martins (Brasil) 15 min.

O Cinema é minha vida / Dir. Patricia Niedermeier, Rodrigo Fonseca e Cavi Borges (Brasil) 61 min.

Los vencedores del Desierto / Dir. Ernesto Fundora Hernández (México) 105 min.

A premiação será transmitida ao vivo, dia 13 de abril, às 16h, no site do festival: http://www.7fbci.com.br/.

Já a mostra Panorama apresentará 20 filmes, contemplando obras produzidas em países como Quênia, Suazilândia, Alemanha, Argentina, Brasil e Bolívia. As transmissões online ocorrerão no site do festival, durante os dias de programação.

Confira a lista completa de obras da mostra Panorama:

Diário Isolamento 121 / Dir. Elder Fraga (Brasil)

Inspirações / Dir. Ariany de Souza (Brasil)

Me cuidem-se / Dir. Bebeto Abrantes e Cavi Borges (Brasil)

O Mundo Parou – Covid em Foco / Dir. Elder Fraga (Brasil)

Para Todes / Dir. Victor Hugo, Samara Garcia e equipe (Brasil)

Quarta, Dia de Jogo / Dir. Clara Henriques e Luiza França (Brasil)

Um Café e 4 Segundos / Dir. Cristiano Requião (Brasil)

Atrás dos Olhos das Meninas Sérias / Dir. Carlos Canela (Brasil)

Ogum / Dir. Yuri Costa (Brasil)

Jasmim / Dir. Marcelo Zambelli (Brasil)

Skull, A Máscara de Anhangá / Dir. Armando Fonseca, Kapel Furman (Brasil)

Nós / Dir. Dario Gularte e Fábio Brandão (Brasil)

Onde o Homem Vira Bicho e O Bicho Vira Homem / Dir. Erick Cindra (Brasil)

Saltos Altos Na Lama (Tacos Altos en el Barro)/ Dir. Rolando Pardo (Argentina)

Polis / Dir. Rafael Baptista (Brasil)

Ainda Somos Os Mesmos / Dir. Jonathan Rodrigues e equipe (Brasil)

Liyana / Dir. Aaron Kopp & Amanda Kopp (Suazilândia)

Em Busca (In Search) / Dir. Beryl Magoko & Jule Katinka Cramer (Alemanha / Quênia)

Sapo / Dir. Miguel Valverde Botello (Bolívia).

Mais informações e acesso à programação online no site http://www.7fbci.com.br/.

Globo Livros lança “Trans – Histórias reais que ajudam a entender a vida das pessoas transexuais desde a infância”

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

A Globo Livros lança Trans – histórias reais que ajudam a entender a vida das pessoas transexuais desde a infância. A obra dos jornalistas Renata Ceribelli e Bruno Della Latta é baseada na série “Quem sou eu?”, do Fantástico, que ganhou o prêmio Vladimir Herzog, dado às melhores produções jornalísticas que tratam do tema da anistia e dos direitos humanos.

Dois anos após o fim da série, Renata e Bruno procuraram os personagens e atualizaram as histórias que reúnem neste livro. Incluem também histórias que não foram ao ar e inéditas. “Fomos atrás de todos para saber que rumos suas vidas tomaram. Se os sonhos a curto prazo ficaram mais difíceis ou se realizaram; se o mundo que hoje acelera o acesso à informação está tratando melhor quem nasce transexual. Fizemos este trabalho para entender os efeitos que uma maior visibilidade na mídia está trazendo em suas vidas”, conta Renata.

O livro é um extenso trabalho jornalístico de pesquisa, apuração e entrevistas que busca mostrar ao leitor a realidade e a vida dessas pessoas. “Montamos um retrato das pessoas que questionam seu gênero hoje, com todos os seus conflitos, seus dramas, suas lutas, suas derrotas e suas vitórias”, comenta Bruno.

Bárbara Aires, consultora de gênero que trabalhou durante toda a produção da série junto à equipe do Fantástico, participa do livro como consultora e também personagem. “O Brasil é o líder no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans e também é a nação que mais consome pornografia trans no mundo. E por que eu apresento esses dois dados? Para mostrar o lugar em que a sociedade nos enxerga e compulsoriamente nos coloca. Dessa forma, fica mais evidente o porquê de nos considerarem à margem da sociedade e facilita entender as vivências que você lerá a seguir, como a minha, e a importância em ocuparmos outros espaços, como ocupei, por exemplo, como consultora da série de um programa do porte do Fantástico. Você verá que minha trajetória não foi fácil e que ser a consultora da série foi uma de tantas vitórias que obtive na vida”, diz Bárbara. Ela ainda completa: “Acredito que a comunidade trans vá receber o livro muito bem e de forma positiva, pois a equipe de produção da série teve a preocupação em ter uma pessoa trans como colega, entenderam o lugar de escuta e refletiram sobre o que foi passado. Isso reflete no livro, na forma como a Renata e o Bruno apresentam as histórias. E, sem dúvida, o resultado final, tanto da série quanto do livro, só foi possível porque a equipe teve essa sensibilidade”.

Sobre os autores:

Renata Ceribelli nasceu em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, em 1964. Graduada em jornalismo pela PUC-Campinas, iniciou como repórter nos anos 1980. Fez toda a sua carreira em televisão, principalmente na TV Globo, estreando no Fantástico em 1998. Sua dedicação a reportagens em defesa dos direitos humanos lhe rendeu alguns prêmios. Foi vencedora duas vezes do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog e indicada ao Emmy Internacional de Jornalismo. Apaixonada pela profissão, encara o jornalismo como uma missão de vida.

Bruno Della Latta nasceu em Bebedouro, interior de São Paulo, em 1980. É jornalista e roteirista. Graduado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em cinema pela MetFilm School de Londres, há nove anos é editor do programa Fantástico, dedicando-se a fazer reportagens principalmente sobre direitos humanos. Nesse período, foi indicado ao Emmy Internacional de Jornalismo e vencedor de prêmios jornalísticos importantes como o Líbero Badaró, o Vladimir Herzog e o Tim Lopes.

Título: Trans – Histórias reais que ajudam a entender a vida das pessoas transexuais desde a infância

Autores: Renata Ceribelli e Bruno Della Latta | Páginas: 232 | Formato: 14 x 21 cm

ISBN: 9786586047240 | Preço: R$39,90.

Galeria Kogan Amaro recebe mostra online da artista Mirela Cabral

São Paulo, por Kleber Patricio

“Pedra”, 2021, Mirela Cabral.

Espaços vazios de uma casa, cantos com vasos de plantas, nichos desocupados e a natureza reduzida ao jardim, com muito mato e um lago quase seco — o cenário cotidiano durante o isolamento social e sua incessante funcionalidade quase secreta explodem em obras que compõem O Rebento, exposição inédita de Mirela Cabral em cartaz no site da Galeria Kogan Amaro.

Ao longo de oito meses de 2020, Mirela Cabral morou no interior de São Paulo. Acompanhada de sua pequena família, aplicou-se a leituras extensas, estudou catálogos, praticou rituais diários e passou a observar a casa que habitava, constatando que tudo ao seu redor, como plantas, insetos e fungos, está prestes a rebentar ou em movimento. Esta consciência a levou a trabalhar durante madrugadas em desenhos, pinturas e bordados exuberantes e expressivos.

“RebentoII”, 2021, Mirela Cabral.

Para sua primeira exposição individual na Galeria, com curadoria do professor e crítico Agnaldo Farias, foram selecionadas 20 obras com suporte sob papel ou tela, compostas por materiais e técnicas diversas: uma linha que começa com seu corpo enunciado por pastel oleoso, passa para o grafite, depois carvão, transmuta-se em tinta a óleo, enquanto todo o tempo pode ser acompanhada por nanquim. “O que importa são as linhas, a exuberância do grafismo, o modo peculiar como a artista plasma e pensa sua expressão. Esvisceradas as formas, dilacerados os contornos, as linhas, por elas, assumiram a preponderância do processo. Não lhes cabia mais representar nada, passaram a ter vida própria”, pontua o curador Agnaldo Farias.

A curiosidade em experimentar outra prática artística, com um tempo mais lento – distinto da alta velocidade em que a artista “rebentava” em papéis e telas – a levou até o bordado, experimentando engrossamentos de linhas, mudanças súbitas de cor, planos texturados e formas sutis. “Eu sempre achei meus desenhos explosivos e queria entender se eles eram mesmo ou não. Quando eu vi que eu também explodia no bordado, só que levava bem mais tempo, eu entendi que era esse trabalho que eu queria ter, eu realmente tinha decidido isso. Assim, eu comecei a entender o tempo das coisas, a existência da desaceleração. Foi uma espécie de pesquisa rítmica do meu próprio corpo em ação com a matéria”, esclarece Mirela.

As obras permitem entrever-se uma figura, uma planta, um objeto ou uma paisagem. No entanto, a forte característica de irromper o que é referente, prezar pela descontinuidade de composições e de faturas coerentes, por meio de linhas interrompidas, entrecortadas e fraturadas, tornam suas obras singulares e aproximam o espectador do que há de selvagem em si.

“Aquática III, 2020, Mirela Cabral.

Sobre Mirela Cabral | Mirela Cabral nasceu na cidade de Salvador – Bahia em 1992. Formou-se como bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela FAAP e paralelamente frequentou cursos artísticos em escolas como Parsons Paris, NYFA e UCLA. No Brasil, teve aulas com Agnaldo Farias, Manoel Veiga, Leda Catunda, Rubens Espírito Santo e Charles Watson. Hoje, dedica-se ao desenho, pintura e bordado como suas principais mídias de investigação, interessada em pesquisar como se interagem e se complementam entre si.

Sobre a Galeria Kogan Amaro | Localizada nas cidades mais populosas do Brasil e da Suíça, as unidades da galeria Kogan Amaro no bairro dos Jardins, em São Paulo, e no centro cultural Löwenbräu-Kunst, de Zurique, têm como norte a diversidade de curadoria e público: com portfólio composto por artistas de carreira sólida, consagrados internacionalmente, e também emergentes que já se posicionam no mercado de arte como promessas do amanhã. Sob gestão da pianista clássica Ksenia Kogan Amaro e do empresário, mecenas e artista visual Marcos Amaro, a galeria joga luz à arte contemporânea com esmero ímpar e integra as principais feiras de arte do mundo.

Serviço:

Exposição O Rebento, individual de Mirela Cabral

Curadoria: Agnaldo Farias

Local: site da Galeria Kogan Amaro

Período expositivo: até 30 de abril de 2021

Instagram: GaleriaKoganAmaro

Facebook: galeriakoganamaro

https://www.galeriakoganamaro.com.

FGV Editora lança livro “O elo perdido: cultura, produtividade e competitividade”

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Imagem de Free-Photos por Pixabay.

A Editora FGV, em parceria com a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV Ebape), lançou ontem (29) o livro O elo perdido: cultura, produtividade e competitividade. Depois de duas décadas dedicadas a atividades de pesquisa aplicada, consultoria em cultura, fatores humanos da competitividade e gestão de riscos, os organizadores da obra, Carmen Migueles e Marco Tulio Zanini, apresentam a conclusão dessa experiência de trabalho. A gestão da cultura é o elo perdido que conecta o potencial do Brasil como nação à sua capacidade de produzir riquezas.

Há uma grande interrogação sobre o Brasil: temos abundantes riquezas naturais, uma grande quantidade de pessoas com excelente qualificação, mas amargamos posições ruins nos rankings globais de competitividade, produtividade e inovação. Como isso é possível?

Buscando responder a essa questão, o livro é o resultado da pesquisa que tenta compreender e desvendar o enigma da baixa competitividade do Brasil no cenário global e a dificuldade de resolver problemas internos às organizações que se apresentam como entraves à prosperidade. É a busca pelo “elo perdido” que possa conectar o potencial do Brasil como nação à capacidade de produzir riquezas.

A grande contribuição da obra é identificar os elementos da cultura que explicam as dificuldades históricas do Brasil em ocupar um lugar dentre as economias mais desenvolvidas. Há uma desconexão entre o potencial do país, considerando seus recursos (naturais, humanos) e a sua capacidade produtiva. Fala-se muito em inovação e geração de valor, mas existe grande dificuldade para coordenar ações coletivas e promover o associativismo, quando nos comparamos com outros países desenvolvidos.

O Elo Perdido traz essa reflexão essencial para ocuparmos uma posição melhor nos rankings de competitividade, produtividade e inovação. Está nas empresas e na atividade empreendedora a capacidade de promover uma mudança sustentável em direção à maior competitividade e produtividade.

O elo perdido: cultura, produtividade e competitividade

Organizadores: Carmen Pires Migueles e Marco Tulio Fundão Zanini

Impresso: R$46

Ebook – R$33

Editora FGV.

Luzz Cacau: especialização em chocolates “tree to bar” alavanca negócios

Bahia, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O cacau é uma fruta nobre e tradicional da agricultura brasileira. Ele tem função medicinal como diurético, energético e lenitivo nas inflamações e está presente como componente de diversos cremes e pomadas cicatrizantes. Consagrado no mundo inteiro por fornecer a matéria prima do chocolate a partir da torra de sua amêndoa, o doce mais amado da história surgiu há centenas de anos e existem muitas variações de produção e consumo dele.

Uma das mais recentes novidades neste universo é bean to bar, que significa “do grão à barra”. O movimento, que surgiu no final da década de 1990 nos Estados Unidos, no Estado da Califórnia, tem feito muito sucesso no Brasil e atualmente mobiliza 5% do mercado mundial. Foi sabendo desta informação que a fundadora da Luzz Cacau, Josiane Luz, passou a se interessar pelo assunto.

Filha de um cacauicultor do Sul da Bahia, a chocolate maker e fundadora da Luzz Cacau, Josiane Luz, trabalhava como gestora em uma multinacional. Josiane afirma que sempre ouvia seu pai dizer que cacau dava prejuízo e um dia, já morando em São Paulo, recebeu uma informação sobre o tamanho do mercado. O assunto despertou sua atenção e ela enxergou a oportunidade de alavancar o negócio que sustentou a família por anos.

A história da Luzz Cacau, que vem muito antes do acesso ao fantástico mundo das barras de chocolate, inicia quando um lavrador, que dedicou sua vida ao cultivo do cacau no centro-sul da Bahia, ensina o que significa sustentar uma família com o fruto da terra. “Muitas vezes, não prestamos atenção na forma que os negócios nascem, mas com a Luzz Cacau não foi assim, pois ela se mistura com a nossa história de vida. No cultivo, dedicação, valor e tradição no fruto”, conta.

Josiane foi a fundo sobre o beneficiamento das amêndoas, estudou todo o processo e quando já dominava o assunto precisou enfrentar um novo desafio: convencer o pai a mudar o formato do negócio, em que atuava há décadas. O resultado, como já sabemos, foi positivo e a Luzz Cacau tem 26 pontos de venda por todo o País, loja online da marca e também de parceiros.

A empresa, que surgiu em 2020, é especializada em chocolates “tree to bar”, termo utilizado para designar produção realizada pelo mesmo fabricante, desde o cultivo até a produção da barra. O “tree to bar” consiste em produtos de que se sabe todo o processo, desde o cultivo da terra, plantação do cacau, colheita, secagem da amêndoa, processamento e a produção do chocolate.

Os chocolates Luzz Cacau são feitos de maneira artesanal com grãos selecionados do cacau fino, advindo de agricultura familiar com apenas três ingredientes. “O nosso chocolate não é apenas um produto disponível na gôndola para compra. Ele é uma história de família repleta de sustentabilidade e consciência de mundo”, afirma a CEO da empresa que monitora 100% da rota de produção.

Chocolateria de origem | O cuidado em toda a produção, somado às modernas técnicas de produção, de modo a posicionar o cacau como o verdadeiro “ouro” nacional, proporciona uma experiência degustativa única. Logo no primeiro ano de operação, a Luzz Cacau já conquistou o terceiro lugar no pódio dos melhores chocolates brasileiros, prêmio “bean to bar”, com o produto barra ao leite.

O projeto de expansão já começa a ganhar forma e deve deslanchar ainda em 2021. Atualmente no leque de produtos é possível encontrar seis sabores: Chocolate Intenso 71%, Chocolate Intenso 62%, Chocolate Intenso 52%, Chocolate Intenso 62% com Pitanga Nativa, Chocolate Branco 36% com Açaí e Chocolate Branco 36% com Gengibre. “Todos os nossos chocolates são 100% naturais e prezamos sempre pelo sabor de maneira saudável”, finaliza Josiane Luz.