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Polo Astronômico de Amparo faz sessão especial para observação do eclipse lunar total

Amparo, por Kleber Patricio

Foto: NASA.

O Polo Astronômico de Amparo, no interior de São Paulo, abre o complexo ao público para a sessão especial de observação do eclipse lunar total, considerado o maior evento astronômico de 2022. A programação ocorre entre a noite de domingo (15) e a madrugada de segunda-feira (16). A visibilidade, com céu aberto, será de 100%.

As atividades começam às 21h de domingo (15) e se estendem até por volta das 3h, já na segunda-feira (16). O ingresso para acompanhar a sessão completa custa R$80 (inteira), com desconto de 50% (R$40) para a compra antecipada até sábado (14). A meia-entrada, para estudantes, professores, idosos e portadores de necessidades especiais, custa R$40. O estacionamento sai por R$12.

Os ingressos podem ser comprados exclusivamente pelo site www.poloastronomicoamparo.com.br. Outra opção é adquiri-lo pelo WhatsApp oficial do Polo Astronômico – (19) 99295-9586. As estradas não serão vendidas no dia do evento. A noite de observação do eclipse será limitada a 250 pessoas. No caso de chuva, o evento será cancelado e o dinheiro devolvido. “Será um espetáculo único para estudiosos, para quem gosta de observar o céu como hobby ou é apaixonado por fenômenos astronômicos. Outro eclipse como este, com visibilidade total, só voltará a acontecer no dia 14 de março de 2025”, lembra o diretor do Polo Astronômico de Amparo, o professor Carlos Eduardo Mariano.

Sessão no Planetário abre ‘vigilia’ à espera do fenômeno

A extensa programação que antecede o início do eclipse lunar total no Polo Astronômico de Amparo começa às 21h de domingo (15). Os portões do complexo serão abertos a partir das 20h15.

Foto: divulgação.

Nas modernas instalações do Planetário acontece a apresentação do céu noturno, com explicações sobre a Lua e os eclipses. Depois disso, começam as observações da Lua no estágio que antecede o fenômeno e dos aglomerados de estrelas. Seis telescópios estarão disponíveis para o público durante a noite e a madrugada.

A previsão é que a fase parcial do eclipse comece às 23h28, quando todos os equipamentos estarão voltados para o satélite natural da Terra. O início da totalidade está previsto para as 0h30, com o fim do espetáculo às 2h55.

Além do eclipse lunar, será possível ainda observar Saturno e seus anéis por volta das 1h30 de segunda-feira (16). Para enfrentar a “maratona astronômica”, o restaurante do Polo Astronômico terá um cardápio especial com caldos, chocolate quente e pão de queijo. O consumo não está incluso no valor do ingresso.

Sobre o eclipse

Foto: NASA.

O professor Carlos Eduardo Mariano, diretor do Polo Astronômico de Amparo, explica que o eclipse lunar ocorre sempre na fase cheia da Lua, com o alinhamento do Sol, da Terra e da Lua. A Terra estará entre a Lua e o Sol.  “Primeiro, temos que lembrar que a Terra e a Lua são astros sem luz própria. São iluminados pelo Sol e projetam sombra no espaço. Como a Lua gira em torno da Terra, as vezes que fica perfeitamente alinhada com a Terra e o Sol, ela entra na sombra que a Terra projeta no espaço. Quando isso acontece, temos o eclipse lunar”, diz o professor.

Conforme Carlos Mariano, a Lua pode entrar parcialmente na sombra da Terra (eclipse lunar parcial) ou pode atravessar totalmente a sombra. “É exatamente isso que vai ocorrer entre domingo e segunda-feira, 15 e 16 maio, quando teremos o esperado eclipse lunar total”, acrescenta.

Eclipse lunar total – programação

Domingo, 15 de maio

20h15: Abertura dos portões

21h: Início das atividades

– Simulações no Planetário

– Apresentação do céu da noite

– Explicações sobre a Lua e eclipses

– Observação da Lua na fase pré-eclipse e de aglomerados de estrelas por meio de telescópios

Fases do eclipse

23h28 – Início da visibilidade (fase parcial)

Segunda-feira (16 de maio)

0h30: Início da totalidade

1h13: Meio da totalidade

1h54: Fim da totalidade

2h55: Fim da visibilidade e da fase parcial

Observação de Saturno

Segunda-feira (16 de maio)

Horário: 1h30.

O telescópio de 650mm. Foto: Carlos Mariano.

Área privilegiada para observar o céu | O Polo Astronômico, construído em 60 mil metros quadrados às margens da Serra da Mantiqueira, em Amparo, foi inaugurado em setembro de 2015 em uma área privilegiada a cerca de 1.000 metros de altitude. A região é livre de qualquer tipo de poluição luminosa direta. Por meio de uma lei municipal em vigor desde o início das atividades, todo o arredor do complexo foi declarado “Sítio para Observações Astronômicas”, o que proíbe a presença de luz artificial.

Sessões às sextas e aos sábados

As estações do outono e do inverno são consideradas ideais para a observação do céu. Na alta temporada, o Polo Astronômico de Amparo promove sessões às sextas-feiras, às 20h30h, e em dose dupla aos sábados, às 19h e às 21h. A programação completa pode ser encontrada no site www.poloastronomicoamparo.com.br.

O observatório está totalizado a 15 minutos do perímetro urbano de Amparo, com acesso no Km 29 da Rodovia Benevenuto Moretto (SP-95), que liga Amparo a Bragança Paulista, no bairro Sertãozinho. O complexo conta com estacionamento completo e serviço de restaurante.

Serviço:

Polo Astronômico de Amparo

Endereço – Rodovia Benevenuto Moretto (SP-95), Amparo-Bragança Paulista, Km 29, Bairro Sertãozinho, Amparo-SP

Informações: www.poloastronomicoamparo.com.br

Telefone: (19) 3326-8264

WhatsApp: (19) 99295-9586 ou (19) 99412-1902

Sessão Especial: Eclipse Lunar Total

Dias 15 e 16 de maio, domingo e segunda-feira

Horário: a partir das 21h de domingo (15/5)

Ingresso: R$80 (inteira) e R$40 na compra antecipada até o dia 14 de maio (sábado); R$40 (meia-entrada)

Onde comprar: www.polostronomicoamparo.com.br ou pelo WhatsApp (19) 99295-9586

Estacionamento: R$12.

(Fonte: Rota Comunicação e Assessoria)

Instalação no Museu da Língua Portuguesa homenageia José Saramago

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Ciete Silvério.

Uma enorme barca inflável ocupa o Saguão B do Museu da Língua Portuguesa, instituição do Governo do Estado de São Paulo. A obra, criada pela companhia Pia Fraus, é livremente inspirada no livro “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, e fica em cartaz gratuitamente até 24 de julho. A instalação “O Conto da Ilha Desconhecida” é mais uma homenagem que o Museu da Língua Portuguesa faz ao centenário do escritor, o único em língua portuguesa a receber o Nobel de Literatura.

O projeto tem como foco as crianças e jovens, que, muitas vezes, não são considerados leitores da obra de Saramago. Ele é o autor de clássicos como “A Caverna” e “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. A ideia da instalação é proporcionar uma experiência cenográfica imersiva, que poderá ser usufruída de forma lúdica pelo público, principalmente as crianças.

Todo o ambiente do Saguão B foi construído e desenvolvido pela companhia teatral Pia Fraus, que tem uma trajetória reconhecida de performances para o público infantil. Durante todo o período de exposição, será promovida uma série de oficinas e atividades dialogando com a barca cênica e as temáticas abordadas em “O Conto da Ilha Desconhecida” e outras obras de Saramago.

A instalação “O Conto da Ilha Desconhecida” é uma parceria do Museu da Língua Portuguesa com a Companhia das Letras, editora de Saramago no Brasil, e a Fundação Saramago, que apoia as ações do centenário do autor em todo o mundo.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa 

Localizado na Estação da Luz, o MLP tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

Patrocínios e parcerias 

A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.

A Temporada 2022 conta com patrocínio do Grupo Volvo, do Instituto Cultural Vale e do Itaú Unibanco, apoio da Booking.com e do Grupo Ultra e das empresas parceiras Cabot, Marsh McLennan, escritório Mattos Filho, Verde Asset Management, Faber-Castell e Bain&Company. Rádio CBN, Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux são seus parceiros de mídia. A Temporada é realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Serviço: 

Instalação “O Conto da Ilha Desconhecida” 

Em cartaz até 24 de julho

Terça a domingo, das 9h às 18h

Saguão B do Museu da Língua Portuguesa

Grátis.

(Fonte: Museu da Língua Portuguesa – Comunicação)

Arraiá na megalópole: tradicional Festa Junina de Moema está de volta

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Cauê PiLLS/Pixabay.

Uma das festas juninas mais tradicionais de São Paulo retorna depois de dois anos de pandemia. O Arraiá de Moema acontece nos dias 4 e 5 de junho (sábado e domingo) a partir das 10h na Praça Nossa Senhora Aparecida – ao lado do Metrô – e conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo, da Subprefeitura da Vila Mariana e do Sebrae.

“A Prefeitura de São Paulo apoia todas as manifestações culturais e a Festa Junina é um dos grandes eventos de cultura popular. E esta, promovida pelo Moema Festas, é também um meio de promover o comércio local, que sofreu muito durante o período de pandemia. A confraternização entre vizinhos também atrai famílias de outros bairros, o que incentiva uma integração maior na cidade de São Paulo”, comenta Luis Felipe Miyabara, subprefeito de Vila Mariana.

Com uma localização privilegiada, com fácil acesso ao metrô Moema (Linha Lilás) para quem for de transporte público e estacionamento nas proximidades para carros, o local possui acessibilidade para cadeirantes, banheiros químicos, segurança, bombeiros, ambulância com UTI e médico durante todo o evento para maior conforto e segurança de quem for aproveitar a festa.

O evento conta também com espaço pet e espaço kids para levar a família toda, apresentações artísticas com músicas e danças típicas, shows sertanejos e sanfoneiros, sorteios e a verdadeira quadrilha junina com um típico casamento caipira.

Para ajudar nessa movimentação, neste ano o Sebrae vai proporcionar duas mentorias gratuitas de marketing e finanças para os comerciantes que estarão no Arraiá como parte de uma iniciativa para melhorar ainda mais o atendimento aos visitantes do evento e aumentar suas vendas.

“Estamos muito felizes com a retomada do evento após dois anos e ter o apoio do Sebrae é maravilhoso para nossos comerciantes que precisavam desse auxílio no pós-pandemia. Agora é momento de comemoração e espero ver todos se divertindo nesses dois dias de Arraiá”, comenta Mariana Ribeiro, uma das idealizadoras da festa.

“Ter o Arraiá de Moema de volta após esse tempo, é gratificante para nós. Esperamos ver todo mundo aproveitando esse evento que fazemos com tanto carinho e dedicação”, finaliza Eliana Mastandréa, uma das criadoras do evento.

Serviço:

Arraiá de Moema

Datas: 4/6 (sábado) e 5/6 (domingo)

Horários: sábado das 10h às 22h e domingo, das 10h às 20h

Local: Praça Nossa Senhora Aparecida de Moema.

(Fonte: Tudo em Pauta)

Exposição propõe viagem pelos biomas brasileiros e alerta para preservação ambiental

Porto Alegre, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Os principais biomas brasileiros – Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, Pampas, Cerrado e Caatinga – serão apresentados na instalação “ECOARt”, que será inaugurada no dia 10 de maio simultaneamente no Farol Santander Porto Alegre e na Plataforma ZYX (www.zyx.solutions).  Idealizada pelo artista multimídia Ricardo Nauenberg utilizando tecnologia de última geração, a exposição é composta por uma grande instalação imersiva que mostra a beleza dos biomas brasileiros e alerta para a importância da preservação ambiental.

“Acredito que a melhor forma de se sensibilizar o público em uma mensagem pró-preservação é pela beleza e não pela destruição… Um passeio imersivo pela diversidade da natureza, com suas paisagens espetaculares e alertando que se providências e cuidados não forem tomadas, essas ‘joias’ irão desaparecer, é um alerta bastante forte feito de forma positiva e lúdica”, ressalta Ricardo Nauenberg.

A instalação é composta por totens monumentais em formato cilíndrico com tamanhos que chegam a 8 metros de diâmetro por 6 metros de altura, onde serão projetados filmes de cada bioma, feitos a partir da animação de imagens de importantes fotógrafos, como Araquém Alcântara (Amazônia e Pantanal), Cássio Vasconcellos (Mata Atlântica), Tadeu Vilani (Pampas) e André Dib (Cerrado e a Caatinga). Completando a experiência imersiva, o público poderá caminhar por estes espaços, andando sobre um chão coberto de folhas secas, sentido os barulhos, texturas e cheiros.

Na exposição, QR Codes levarão o público à plataforma ZYX, com textos e vídeos sobre cada bioma, com narração e comentários do biólogo Gustavo Martineli, Doutor em Ecologia pela University of St. Andrews, Reino Unido. A mostra também poderá ser vista por meio da plataforma ZYX, de forma 3D, ampliando a experiência e tornando-a acessível a pessoas em qualquer parte do mundo, ecoando a mensagem de preservação de forma universal.

A instalação, diferentemente de outras, acontece em “dois ecossistemas” de igual peso e importância: a física, construída dentro do Farol Santander, e a digital, na plataforma ZYX, que aprofunda o tema e transforma a instalação em um projeto sem fronteiras, uma vez que pode ser integralmente visitado em qualquer local do Brasil ou do planeta. As iniciativas são complementares. Dentro da plataforma ZYX, o conteúdo é veiculado dentro de um canal sobre sustentabilidade, também chamado ECOARt (https://www.zyx.solutions/cópia-canais-zyx-3), onde o conteúdo ficará disponível permanentemente, e que colecionará novos conteúdos ao longo do tempo.

O nome da exposição faz uma analogia entre as palavras eco (ecossistema) e arte, que, juntas, formam a palavra ecoar, passando uma ideia de preservação ambiental através da arte, ecoando uma mensagem de preservação do planeta.

Sobre o idealizador

Ricardo Nauenberg é artista multimídia com atuações no cinema, videoarte, instalações e fotografia, tendo começado na pintura, estudando com Ivan Serpa no Centro de Arte Bruno Tausz. A partir da técnica de colagens, onde precisava achar ou produzir imagens para inserção nas pinturas, aconteceu o primeiro contato com a fotografia. Aos 13 anos foi estagiar no famoso Estúdio Plug, de Antônio Guerreiro e David Zingg, onde se aproximou da fotografia de moda e publicidade. Três anos mais tarde, montou um estúdio próprio trabalhando para as principais revistas do mercado, como Vogue, jornais, como O Globo e agências de publicidade, com fortes influências de um grafismo minimalista, coerentes com sua formação na pintura de arte.

Ex-diretor da Rede Globo, onde trabalhou inicialmente como diretor de arte e posteriormente como diretor de programas por 12 anos, seus trabalhos lhe renderam prêmios internacionais nos Festivais de Nova York e no Projeto Leonardo, em Milão. No mesmo período, fundou sua produtora, a Indústria Imaginária, com a qual produziu e dirigiu filmes longas-metragens, séries de TV e documentários, além de ter desenhado exposições de arte e publicado livros de fotografia.

Apesar de o cinema e da televisão serem suas principais atividades, desenvolve trabalhos com fotografia com o projeto “Entre Terra”, que resultou em uma exposição individual no Centro Cultural dos Correios e um livro de arte. Em 2020, concluiu “Superfícies”, um ensaio sobre o deserto do Arizona e Utah. As instalações são também uma forma de sua expressão, onde a montagem é sempre a criação de uma escultura para apresentar conteúdos fortes muitas vezes homenageando a expressão de outros artistas. ECOARt é um exemplo desse conceito.

Serviço:

Exposição ECOARt

Farol Santander Porto Alegre e Plataforma ZYX

Abertura: 10 de maio de 2022

Exposição: até 24 de julho de 2022

Farol Santander Porto Alegre

De terça a sábado, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 11h às 18h.

Rua 7 de setembro, 1028 – Centro Histórico – Porto Alegre – RS

R$15 (inteira), R$7,50 (meia), R$13,50 (cliente Santander).

Plataforma ZYX

www.zyx.solutions

Gratuito.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

Diabetes e obesidade crescem entre indígenas no Pará

Pará, por Kleber Patricio

Foto: Marcelo Seabra/Agência Pará.

As doenças crônicas, como a obesidade, diabetes tipo II e hipertensão, são multifatoriais e atingem boa parte da população brasileira. Estudo publicado na revista “Genetics and Molecular Biology” na quarta (11) identifica o surgimento dessas doenças crônicas também em grupos indígenas da região do Xingu e do polo de Marabá, sudoeste do Pará. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apontam para um processo inicial de mudanças metabólicas e nutricionais e dos padrões de doenças característicos dessas populações.

O estudo de campo foi conduzido por uma equipe multiprofissional junto a aldeias de povos indígenas da região do rio Xingu, em Altamira, e na Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, no Estado do Pará, entre 2007 e 2014. Participaram do estudo 628 indígenas dos grupos Arara, Araweté, Asurini do Xingu, Parakanã, Xikrin do Bacajá e Gavião Kyikatêjê. “A maioria dos exames para coleta dos dados foi feita na própria aldeia. Coletávamos amostras de sangue após a autorização dos povos para realização da pesquisa e a análise era feita ali mesmo, com equipamentos que eram levados pelas equipes. Os resultados eram dados aos indígenas no mesmo dia, junto das orientações e medicamentos para tratamento das doenças”, explica o médico e cientista João Guerreiro, um dos autores do estudo.

Fora do campo, os pesquisadores realizaram apenas as análises genéticas. “As doenças infecciosas ainda são predominantes, mas pudemos perceber o aparecimento das doenças metabólicas crônicas nas etnias analisadas”, explica Guerreiro. A transição pode ser atribuída a predisposições genéticas dos indivíduos e a mudanças na alimentação. “Cada vez mais, observamos a inclusão de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura, na dieta indígena, se assemelhando à dieta ocidental”, aponta o autor.

Os pesquisadores também constataram que diversos genes descritos como fatores de risco para as doenças metabólicas na população europeia, africana e asiática não podem ser utilizados como referências para populações indígenas. “Observamos que nem sempre é possível utilizar os dados europeus como referenciais para populações indígenas, pois estas possuem suas diferenças biológicas e suscetibilidade para doenças”, explica João Guerreiro. “Os processos de transição epidemiológica diferem entre populações. É provável que existam variações genéticas características da população indígena”, acrescenta o cientista.

A pesquisa, que faz parte de um projeto piloto, auxilia na identificação do perfil genético dos indígenas. O objetivo é possibilitar, no futuro, uma medicina personalizada para essa população. “A partir do nosso trabalho, ao identificarmos os genes da população indígena, podemos estender esses resultados para a população brasileira em geral, visto que é uma população miscigenada, possibilitando, cada vez mais, uma medicina personalizada”, conclui o pesquisador.

(Fonte: Agência Bori)