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O Brasil antes do Brasil: Alana reúne especialistas para repensar narrativa histórica a partir do olhar dos povos originários e de novas descobertas arqueológicas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Estúdio Barbarella/Divulgação/Instituto Alana.

No mês que marca o 525º ano da chegada dos colonizadores portugueses, o Museu do Ipiranga — símbolo da independência brasileira — se transformou em um espaço de escuta, reflexão e reconexão com as raízes mais antigas do território que hoje chamamos de Brasil. O evento ‘A.IF_Alana Ideia Fest: ORIGINÁRIOS – O Brasil antes do Brasil’, realizado pelo Alana, reuniu ali 200 formadores de opinião das áreas de educação, cultura, comunicação e política com um propósito transformador: ampliar conversas essenciais sobre a história do Brasil e dos povos originários à luz de descobertas arqueológicas que oferecem novos entendimentos sobre como era o nosso país muito antes da chegada dos portugueses.

O evento, no último dia 14, promoveu um ambiente de trocas e valorização dos conhecimentos ancestrais, destacando que a Amazônia já abrigou civilizações complexas que moldaram a floresta e construíram redes urbanas sofisticadas — ainda mais antigas do que maias, incas e astecas. Essa história, preservada na memória dos povos indígenas por gerações, permaneceu ofuscada por uma visão colonial que descrevia a floresta como ‘selvagem e intocada’ – e que escondia uma realidade fascinante: as vastas redes de assentamentos, a agricultura sofisticada e o profundo conhecimento ecológico desenvolvidos pelos povos originários.

Um dos momentos centrais do encontro foi o lançamento do episódio especial ‘O Brasil antes de 1500: A história que você nunca aprendeu’, fruto da parceria entre o Canal Nostalgia, Maria Farinha Filmes, YouTube e Alana. Apresentado por Felipe Castanhari — influenciador com quase 15 milhões de seguidores em seu canal Nostalgia, no YouTube, e reconhecido por seu trabalho de divulgação científica e histórica —, o episódio especial de 60 minutos convida o público a revisitar criticamente a história oficial do país, desconstruindo a ideia de uma Amazônia praticamente inabitada.

Ao longo do dia, especialistas, lideranças indígenas e personalidades discutiram como os saberes ancestrais têm contribuído para descobertas arqueológicas recentes – e podem inspirar soluções sustentáveis diante dos desafios ambientais do presente. O evento ressaltou que práticas tradicionais de convivência com a natureza, transmitidas oralmente por séculos, agora encontram respaldo em pesquisas científicas contemporâneas. Entre os presentes estavam a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; a deputada federal Célia Xakriabá; o pesquisador Carlos Augusto da Silva – o Dr. Tijolo, doutor em arqueologia pela Universidade Federal do Amazonas –, o arqueólogo Eduardo Neves, da Universidade de São Paulo, e a cantora Ivete Sangalo. “Mais que um encontro de especialistas, o evento fomentou conexões e se tornou um chamado à ação para práticas futuras. Foi um dia intenso, com muitas trocas e momentos de escuta, nos quais refletimos sobre como incorporar esses novos entendimentos históricos em setores como educação, cultura, comunicação e políticas públicas. É fundamental construirmos pontes entre os diferentes saberes, promovendo o diálogo entre a ancestralidade indígena e as expressões contemporâneas da cultura brasileira”, afirmou Marcos Nisti, vice-presidente do Alana.

Sobre o Alana

O Alana é um ecossistema de organizações de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. Um mundo sustentável, justo, inclusivo, igualitário e plural. Um mundo que celebra e protege a democracia, a justiça social, os direitos humanos e das crianças com prioridade absoluta. Um mundo que cuida dos seus povos, de suas florestas, dos seus mares, do seu ar. O Alana é um ecossistema de organizações interligadas, interdependentes, de atuação convergente, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O encontro de um Instituto, uma Fundação e um Núcleo de Negócios de Entretenimento de Impacto. Um combinado único de educação, ciência, entretenimento e advocacy que mistura sonho e realidade, pesquisa e cultura pop, justiça e desenvolvimento, articulação e diálogo, incidência política e histórias bem contadas.

(Com Nayanne Moura/2PRÓ Comunicação)