
Dr. George Mantese: tratamento da andropausa ainda é um tabu entre o público masculino. Foto: Divulgação.
Ao contrário da menopausa, que atinge o público feminino, a andropausa ainda é pouco conhecida entre os homens, além de enfrentar tabus. Trata-se de uma condição fisiológica caracterizada pela diminuição gradual dos níveis de testosterona, que provocam sintomas como a fadiga crônica, irritabilidade, ganho de peso abdominal e queda na libido. Segundo estimativas mundiais, até 25% do público masculino acima de 40 anos podem estar com andropausa. No Brasil, calcula-se que 21,3 milhões de homens sejam afetados pela condição fisiológica. Na região, de Campinas, estima-se 121.400 homens na andropausa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a “menopausa masculina” é a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), caracterizada pela queda progressiva da testosterona após os 40 anos de idade.
George Mantese, médico de Família e Comunidade Doutorando em Educação e Saúde (USP), especialista em Longevidade, Anti-Aging e Wellness, além de fundador e diretor do Instituto Mantese, explica que a andropausa é uma epidemia ignorada, já que 30% dos homens afetados não têm um diagnóstico do problema. “Dados da Sociedade Brasileira de Urologia revelam que 3 em cada 10 homens acima de 50 anos têm DAEM, mas menos de 20% recebem tratamento”, alerta ele. “O tabu e a falta de campanhas públicas agravam o problema e elevam os riscos, sendo que homens com baixa testosterona têm três vezes mais risco de depressão”, acrescente o médico especialista.
PREVENÇÃO
George Mantese afirma que é de extrema importância o homem fazer os exames assim que alguma das manifestações da andropausa surgirem. O primeiro passado, explica o especialista, é ter um diagnóstico do problema, através de exames. “A dosagem de testosterona deve ser feita entre 7h e 10h, em jejum, e combinada com avaliação clínica. Novos exames, como a testosterona livre por ultrassensibilidade, aumentam a precisão dos resultados”, conta.
Outras prevenções citadas pelo médico são o estilo de vida que preserva a testosterona. “Estudo da Universidade de Harvard comprovou que homens com dieta rica em zinco (castanhas, carne magra) e exercícios regulares têm 30% menos risco de desenvolver DAEM precoce”, explica George Mantese.
Mantese também faz um alerta importante. “A terapia com testosterona só é indicada para casos comprovados, mas a procura por automedicação cresceu 40% pós-pandemia.”
Homens na andropausa: Considerando que cerca de 20% da população são homens acima de 40 anos, estima-se que: • Campinas: aproximadamente 121.400 homens na andropausa. • Região Metropolitana de São Paulo: aproximadamente 2.165.000 homens na andropausa. • Porto Alegre: aproximadamente 148.800 homens na andropausa.
(Com Marcelo Oliveira/Comunicação Estratégica Campinas)