Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Grupo de voluntários atua no desenvolvimento de projetos arquitetônicos para a Fraternidade sem Fronteiras

São Paulo, por Kleber Patricio

Grupo conta com 10 profissionais arquitetos que atuam em prol da elaboração de espaços sanitários, de lazer e moradia às comunidades menos favorecidas. Fotos: divulgação.

Com sede em Campo Grande (MS), a organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), que tem atuação brasileira e internacional, possui 53 polos de trabalho, mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara. Todos esses trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento.

Nesse contexto, são muitos os voluntários que se unem em ações transformadoras de pessoas e que direcionam recursos a quem mais precisa. É o caso do grupo Arquitetos sem Fronteiras (ASF), de São Paulo (SP), que desde 2017 desenvolve ações junto à FSF com o objetivo de exercer o trabalho humanitário a partir da elaboração de projetos de arquitetura, artes e construção.

As atividades foram iniciadas pela voluntária e arquiteta Priscila Alexandre e, posteriormente, Dante Furlan e Daniella Matavelli se juntaram para contribuir com as propostas e ações. Atualmente, o grupo conta com 10 profissionais; são eles, além dos já mencionados: Fran Benevides, Lais Santos, Bruno Milan, Marina Garcia, Renata Davi, Fernado Sunao e Renata Evaristo. Nesse período, o ASF já desenvolveu projetos em Canudos, em Moçambique, no Malawi e em Madagascar, onde diversos deles estão em andamento. Em 2019, por exemplo, o grupo organizou uma caravana técnica ao centro de acolhimento da FSF em Madagascar e, com a proposta de auxiliar na melhoria sanitária da região de Ambovombe, construiu sistemas de banheiros secos e de sistemas de captação de água da chuva. Além disso, os arquitetos prestaram consultoria para que os moradores da região ficassem responsáveis pela manutenção das obras.

Para a arquiteta Marina Garcia, o grupo surgiu porque os profissionais envolvidos descobriram entre si que as suas afinidades técnicas e conhecimentos na área de arquitetura poderiam ser usados para um bem maior, impactando a vida de outras pessoas sem acesso à moradia. “Nossas causas visam trazer o lazer, o conforto e o acolhimento para as pessoas que não têm acesso a bons espaços em seu cotidiano. Nós nos reunimos, discutimos e avaliamos junto à FSF os locais que mais precisam de ajuda e executamos. Penso que participar dessas ações é poder levar um pouco de nós para essas pessoas, mas, sobretudo, é trazer um pouco de cada pessoa para dentro de nós. É gratificante”, avalia.

Daniella Matavelli explica que os projetos arquitetônicos desenvolvidos pelo ASF são voltados, prioritariamente, para a melhor qualidade de vida dos envolvidos e objetivam em oferecer condições mais dignas às pessoas, seja no Brasil, na África ou qualquer lugar do mundo. “Ser voluntário ou voluntária é uma forma de retribuir ao mundo o quanto somos abençoados e nós nos alimentarmos do sorriso de quem está sendo auxiliado. Pensamos sempre no quanto podemos ser úteis à coletividade, nacional e internacionalmente. Nossos projetos são pensados e arquitetados sempre com muito carinho e focamos em melhorar a qualidade de vida das pessoas, atribuindo mais dignidade à vida humana”, argumenta.

A arquiteta conta ainda que, neste final de ano, o grupo resolveu encarar o desafio de projetar e arrecadar fundos para a construção de uma biblioteca para a Nação Ubuntu, projeto da FSF, no Campo de Refugiados de Dzaleka no Malawi. “Estamos divulgando essa causa e esperamos que novos doadores possam colaborar para que realizemos esse sonho. Tenho certeza de que vamos conseguir e em breve essa construção será uma realidade”, projeta Daniella.

Devido à pandemia, as reuniões do grupo são feitas diariamente por Whatsapp e telefone e as reuniões mais estratégicas são feitas quinzenalmente via Zoom. A ASF em breve inaugurará uma subsede em SP, ligada à FSF, para encontros presenciais e com o propósito de receber mais profissionais que contribuam com a causa.

Para fazer parte e ser um voluntário da organização humanitária, basta endereçar e-mail para voluntarios@fraternidadesemfronteiras.org.br.

Projeto Ação Madagascar | A Fraternidade sem Fronteiras chegou à ilha de Madagascar em fevereiro de 2017 e encontrou famílias vivendo na extrema miséria, sofrendo com a fome e a sede, sem também um mínimo de higiene. Sem acesso à água, as crianças tomam banho só quando chove e metade delas tem desnutrição aguda. As famílias vivem em casas muito precárias e a falta de higiene e desnutrição grave acarretam doenças como a teníase, neurocisticercose e bicho-do-pé, entre outras. Atualmente, são nove Centros de Acolhimento com atendimento a quatro mil crianças, principalmente no tratamento nutricional. Na cidade da Fraternidade, são 100 casas construídas. A instituição oferece projetos de biocarvão, costura e artesanato, ferramentas de metal, padaria, produção de sabão e agroecologia.

Projeto Fraternidade na Rua | O projeto Fraternidade na Rua atua de forma expansiva na criação, manutenção e ampliação de diversas frentes de trabalho na transformação de pessoas em situação de rua no Brasil. É mantido pelo sistema de apadrinhamento, doações e mobilização de voluntários sensíveis à causa.

Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fraternidadesemfronteiras.org.br.