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Unindo poesia e artes visuais, Pinacoteca inaugura mostra panorâmica de Lenora de Barros

São Paulo, por Kleber Patricio

Lenora de Barros – “Fogo no Olho”, 1994. Impressão jato de tinta sobre papel de algodão (Haahnmühle Photo Rag) 60 x 80 cm. Foto: Ciro Coelho.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a mostra “Lenora de Barros: minha língua”, que ocupa as três galerias temporárias do segundo andar da Pinacoteca Luz. Com curadoria de Pollyana Quintella, a exposição tem um recorte conceitual que foca nas obras que discutem as relações entre corpo e linguagem, num arco que agrega desde trabalhos do início de sua trajetória até um comissionamento produzido especialmente para a ocasião, incluindo ainda produções icônicas como “Poema” (1979) e a série “Procuro-me” (2003).

Reunindo cerca de 40 obras da artista visual paulistana, que usa a fotografia, o vídeo, a instalação e a performance como suporte, a mostra reúne peças como “Homenagem a George Segal” (1975-2014) – obra emblemática da sua produção, fruto de um trabalho escolar que criticava a sociedade de consumo tomando como inspiração as expressões das obras do escultor homônimo, além de apresentar um trabalho inédito comissionado especialmente para a mostra intitulado “A cara. A língua. O ventre.” (2022), um vídeo composto de três atos (em p&b e cor) em que Lenora explora diferentes situações com argila em diálogo com seu próprio corpo, partindo de significantes que já compõem o repertório de sua obra, como o rosto expressivo, a língua ambígua (a um só tempo órgão e idioma) e o ventre feminino.

A exposição foi organizada em estreito diálogo com a mostra “Pinacoteca: acervo” – que consiste na nova montagem do acervo do museu, inaugurado em outubro de 2020, levando em conta que, em 2022, o país celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário de sua Independência. “Trata-se de ocasião propícia para, como propõe a

instituição, olharmos criticamente para o legado dos modernistas e nos perguntarmos qual história da arte brasileira se deseja contar”, cita Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca. Um dos destaques é a obra “Poema” (1979), que faz parte do acervo do museu, doação dos Patronos da Arte Contemporânea da Pinacoteca de São Paulo 2018. Espécie de síntese de inúmeras questões que a artista investiga, a obra é constituída de uma série fotográfica em seis atos que documentam um encontro íntimo e conflituoso entre corpo e máquina.

A exposição “Lenora de Barros: minha língua” tem patrocínio do Bradesco. A exposição está acompanhada de um catálogo bilíngue, vídeo com participação da curadora e artista e tour virtual.

Sobre Lenora de Barros

Lenora de Barros nasceu em1953, em São Paulo, onde vive e trabalha. Tem como suporte a fotografia, vídeo, instalação e performance. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições conceituadas ,como o Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo), o Paço Imperial (Rio de Janeiro), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Casa Daros (Rio de Janeiro), o Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza), a Fundação Proa (Buenos Aires), a Trienal Poli/Gráfica de San Juan de 2012, a Bienal de Lyon de 2011, as 29ª, 24ª e 17ª Bienais de São Paulo, a 7ª e 5ª Bienais do Mercosul (Porto Alegre) e o Museu da Cidade de Lisboa. Suas obras fazem parte das coleções do Museu d’Art Contemporani de Barcelona, da Daros Latinoamerica, do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Centro Cultural São

Paulo.

Formada em linguística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) na década de 1970, Lenora inicialmente explorou a palavra em forma de texto. Trabalhou em importantes veículos de comunicação, como o Jornal da Tarde, em que, entre 1993 e 1996, escrevia semanalmente uma coluna experimental.

Sobre a Pinacoteca de São Paulo

A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.

Serviço:

Lenora de Barros: minha língua

Período: 8/10/2022 a 9/4/2023

Curadoria: Pollyana Quintella

Edifício Pinacoteca Luz

Praça da Luz, 2, São Paulo, SP, 2º andar

De quarta a segunda, das 10h às 18h – gratuito aos sábados

R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada)

Ingressos no site oficial ou na bilheteria do museu

Redes sociais da Pinacoteca de São Paulo: Instagram | Facebook | Twitter.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)