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Série idealizada por Úrsula Corona desvenda o impacto da ditadura sobre a cultura do nordeste

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação.

Trinta e sete anos após a redemocratização brasileira, o fantasma da Ditadura Civil-Militar que assolou o país por mais de duas décadas ainda se faz presente. Entendendo que rememorar o passado é a melhor maneira de evitar revivê-lo, a série documental “O Silêncio Que Canta por Liberdade” é Idealizada por Úrsula Corona – que também assina a direção – e Omar Marzagão, da Sete Artes Produções – responsável pela direção geral – a série, que tem trilha sonora original de Daniel Gonzaga, estreia com exclusividade dia 16 de setembro no canal Music Box Brazil.

Contada em oito episódios através das vivências de compositores, jornalistas e artistas nordestinos renomados, como Moraes Moreira, Alceu Valença, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico César, Caca Diegues, Capinam e Otto, entre outras personalidades importantes, a série traça um panorama do que foi a ditadura brasileira e como o movimento artístico nordestino sofreu com as repressões e censuras à sua arte.

Os depoimentos trazem a autoridade moral daqueles que lutaram pela liberdade de expressão e por suas vidas durante a ditadura, oferecendo ensinamentos à nova geração de brasileiros sobre o valor da democracia e da arte como veículo de resistência. “Fico muito honrada de estarmos juntos realizando essa série para deixar esse legado para outras gerações . Nossa história não será apagada. Um retrato desconhecido de uma região única com talentos inenarráveis que transborda música e dor. Cada episódio traz ao espectador o mundo de dentro de cada artista e de como a sua arte foi fundamental para a ressignificação e superação de tempos tão difíceis. A música foi a ferramenta fundamental para o silêncio ser superado. Eu, como filha de nordestina e neta de índio fulnio, fico emocionada de aprender tanto nessa jornada e concretizar esse projeto feito com tanta entrega”, afirmou Úrsula Corona.

“Para Sete Artes, preservar a memória cultural do nosso país através dos nossos projetos é um dos pilares que sustentam nossa produtora. Acreditamos que só através desse olhar sobre o nosso passado podemos olhar para o futuro, nos oferecendo uma chance para refletir sobre nossa história e ter consciência para não repetir os mesmos erros. ‘O Silêncio que canta por liberdade’ nos dá a oportunidade de fazer perguntas diferentes sobre o passado e aprender coisas novas sobre nossa história e sobre nós mesmos”, afirmam Omar Marzagão e Úrsula Corona.

Conheça abaixo a sinopse dos episódios:

1 – Primeiro episódio da série “O Silêncio que Canta por Liberdade”, “O Desacato à Liberdade” retrata o panorama do que foi a ditadura brasileira e como o movimento artístico sofreu com as repressões e censuras à sua arte. Paralelo a isso, explora os preconceitos que os artistas nordestinos sofriam no Brasil meridional. Contudo, é neste momento que a cultura nordestina ganha efervescência, através das vozes de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

2 – No berço do Brasil, onde o país começou, os artistas baianos compartilham a importância da matriz africana para a influência da música local e a riqueza desta simbiose natural desde a colonização, além de relatar as violências sofridas no período da ditadura militar.

3 – O episódio “Somos Todos Iguais” faz justiça à pluralidade musical da Bahia, denunciando a censura sofrida em suas composições durante a ditadura. Dentre as sonoridades baianas, nesse episódio se destaca o axé, o ritmo afro-brasileiro industrial da Bahia, que por vezes foi marginalizada por ser considerada um ritmo comercial. Histórias inéditas reveladas através da coragem em cada relato.

4 – No episódio 4, é a vez do “Pessoal do Ceará” compartilhar suas experiências durante a ditadura, com relatos de artistas que vivenciaram a prisão e a violência sem abrir mão de manifestar e militar através de sua arte, tendo como um de seus precursores Belchior.

5 – Com tantos estilos musicais, tradições e culturas, Pernambuco é o berço de várias influências na cultura brasileira, sob a regência de Luiz Gonzaga. Neste episódio, artistas compartilham a efervescência da cultura pernambucana durante a ditadura militar.

6 – A pluralidade musical pernambucana segue sendo abordada no sexto episódio da série. Artistas relembram os movimentos importantes do estado, como a Feira de Música Experimental, conhecida como o Woodstock Pernambucano. O movimento psicodélico e de contravenção foi um dos alvos do regime militar, através da censura e da repressão.

7 – A resistência dos artistas paraibanos é a protagonista deste episódio, cujo movimento forte e politizado ocupou os espaços culturais como um ato de resistência à ditadura militar. É em meio a este movimento efervescente que nasce a identidade musical paraibana.

8 – O último episódio da série proporciona um encontro entre a geração que viveu a ditadura e a nova geração de artistas nordestinos. O desfecho analisa o impacto da riqueza musical brasileira, desde a sua origem indígena às diversas influências rítmicas, que juntas romperam o Silêncio para oxigenar o respeito à diversidade em busca da liberdade.

Disponível nas principais operadoras de TV por assinatura, o Music Box Brazil pode ser acessado também – em formato linear – através da plataforma de streaming Box Brazil Play, dedicada exclusivamente ao conteúdo nacional.

Serviço:

Série “O Silêncio Que Canta Por Liberdade”

Onde: canal Music Box Brazil

Estreia dia 16 de setembro, às 22h

Episódios: 8

Reprises dia 17, às 10h20 | dia 19, às 14h05 | dia 20, às 1h55 | dia 21, às 19h | dia 22, às 7h05 | dia 24, às 10h | dia 26, às 14h | dia 27, às 1h45 | dia 28. às 19h | dia 29, às 7h10 |

Duração: 30 minutos por episódio

Classificação indicativa: Livre.

(Fonte: Casa do Bom Conteúdo)