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Peça “Dzi Croquettes Sem Censura” traz história nunca contada do grupo teatral

São Paulo, por Kleber Patricio

Peça Dzi Croquettes Sem Censura. Foto: Ronaldo Gutierrez.

Amados por uns, odiados pela ditadura militar e, muitas vezes, esquecidos pela própria classe teatral, os Dzi Croquettes chegam ao teatro, como nunca se viu, na peça “Dzi Croquettes Sem Censura”. A dramaturgia é de Ciro Barcelos, um dos membros fundadores da trupe nos anos de 1970. A realização do espetáculo é da TMX Produções.

A peça estreia em curta temporada em São Paulo (SP), no dia 12 de junho, de quinta a domingo, às 20h30min, e no mês de julho, sábado e domingo, às 20h30min, no Teatro Itália (Av. Ipiranga, 344 – República). “Falar do Dzi Croquettes hoje tem uma importância histórica, pois o Dzi não tem só uma história para ser contada – ele é a história. É mostrar a importância do grupo enquanto fenômeno cultural de luta e resistência ao regime militar. Sua influência nas mudanças dos costumes e comportamento de toda uma geração está expressa nos dias de hoje através das conquistas legais de direitos humanos e liberdade de expressão”, explica Ciro, que contou com colaboração dramatúrgica de Julio Kadetti.

O espetáculo une teatro, dança e música, guardando a linguagem teatral peculiar do grupo que veio a influenciar toda uma geração de artistas, criando um novo vocabulário cênico. Com aprimorada consistência técnica, irreverência, criatividade e bom humor, o Dzi Croquettes surgiu com uma proposta inovadora e competente, agregando seguidores que fizeram deles um símbolo de resistência e luta pela liberdade de expressão.

Dzi Croquettes Sem Censura traz a trajetória deles em primeira pessoa, abordando não apenas a vida nos palcos, mas também a convivência entre 13 pessoas que dividiram também uma casa, uma história que nunca foi contada, revelando os bastidores no processo de montagem do grupo, a relação humana entre eles, suas alegrias e tristezas. São artistas em torno de um mesmo ideal de arte e resistência que os manteve unidos mesmo nos momentos mais difíceis, como a perseguição que sofreram pelo regime militar, levando-os a um exílio do país. “O Dzi Croquettes está para sempre tatuado no meu destino. Foi uma experiência única, determinante na minha vida pessoal e profissional. Minha régua e compasso”, define.

A partir do olhar de Ciro Barcelos, ator, coreógrafo e diretor teatral, remanescente do grupo original Dzi Croquettes, fundado em 1972 por Wagner Ribeiro e o bailarino Lennie Dale. O espetáculo reconstrói, pela primeira vez, os bastidores de um dos grupos mais instigantes e provocativos do teatro brasileiro em meio a ditadura militar daqueles tempos sombrios.

Ciro, que já assinou o espetáculo Dzi Croquettes Em Bandália, resgata sua própria vivência, trazendo histórias que não pode contar até hoje. “A minha experiência tendo feito parte da formação original do grupo é fundamental para recontar essa história vivida por mim, pois não existem muitos registros detalhados do que verdadeiramente foi e significou o encontro de 13 atores vivendo em comunidade em torno de um mesmo ideal”.

Ciro interpreta a si mesmo e Lennie Dale, no espetáculo, que também traz Daniel Suleiman, no papel de Ciro na juventude; Fernando Lourenção, como Bayard Tonélli; Akim, como Carlinhos Machado; Celso Till, no papel de Claudio Gaya; Jonathan Capobianco faz o Rogério de Polly; Kaiala, atriz não binária, mostrará os dois lados vivendo Nêga Vilma e Benê; Feccini como Reginaldo de Polly; André Habacuque como Claudio Tovar; Bruno Saldanha é Paulette; e, por fim, Juan Becerra interpreta Wagner Ribeiro. “Alguns atores foram convidados, outros selecionados em audições. Foi difícil devido ao fato de ser um espetáculo biográfico, e eu fiz questão de escolher integrantes com semelhança física aos integrantes do grupo original, que fossem bailarinos, atores e cantores“, explica Ciro, que também é responsável pela coreografia, concepção cênica e direção geral.

Serviço:

Estreia Dzi Croquettes Sem Censura | curta temporada | São Paulo (SP)

Onde: Teatro Itália (Av. Ipiranga, 344 – República)

Estreia: dia 12 de junho, de quinta a domingo, às 20h30min; e no mês de julho: sábado e domingo, às 20h30min

Classificação indicativa: 16 anos

Ingressos: R$ 160 (inteira)

Informações: @dzicroquettes.

Sinopse | Dzi Croquettes Sem Censura reconstrói a história viva de um dos grupos mais revolucionários do teatro brasileiro. Em tempos de censura e repressão, eles criaram liberdade com seus próprios corpos, e 50 anos depois, a verdadeira história dos Dzi Croquettes volta aos palcos com esse espetáculo que mergulha nos bastidores de um dos coletivos artísticos mais provocativos e inovadores do país. Fundado em 1972 por Wagner Ribeiro e Lennie Dale, o Dzi Croquettes não apenas desafiou o regime militar, mas também expandiu as fronteiras da arte brasileira ao combinar teatro, dança e música em uma linguagem cênica que atravessou gerações. Mais do que relembrar um sucesso de público, o espetáculo revela a complexidade da vida em comunidade, a coragem diante da censura e o legado afetivo de uma geração que ousou sonhar e lutar.

Ficha Técnica

Texto – Ciro Barcelos

Colaboração de dramaturgia – Júlio Kadetti

Direção – Ciro Barcelos

Supervisão Cênica – Kleber Montanheiro

Assistente de direção – Talita Franceschini

Preparação de elenco – Liane Maya

Direção de Produção: Tiago Xavier

Elenco – André Habacuque, Akim, Bruno Saldanha, Celso Till, César Viggiani, Ciro Barcelos, Daniel Suleiman, Fernando Lourenção, Jonathan Capobianco, Juan Becerra, Kaiala

Iluminação – Gabriele Souza

Cenografia – André Habacuque

Desenho de maquiagem: Shary Camerini

Figurino Concepção – Ciro Barcelos

Criação e Execução de figurino: – Henrique Versoni – ⁠Su Martins – ⁠Acrides Júnior – ⁠Fernando Callegaro

Costureira: Sônia Oliveira

Direção Musical e Arranjos – André Perine

Direção Vocal – Bruno Santos

Preparação Vocal – Glaucia Verena

Produção executiva: Bruno Aredes , Isabella Mello e Tiago Xavier

Diretor de Marketing e comunicação: Tiago Xavier

Designer – Felypso Cipelli

Redes sociais – Mariah Gabriela e Bruno Saldanha

Assistente de produção – Fernando Callegaro

Coreografia – Ciro Barcelos

Coreografia Bolero – Ronaldo Gutierrez

Assistente de Coreografia – Akim

Preparação Física – Christian Andrade

Catering – Casa 12

Idealização – Ciro Barcelos.

(Com Isidoro B. Guggiana)