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Livros: ‘Bastidores da Ciência’ desmitifica estereótipos que envolvem o mundo científico

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro.

Como você imagina um cientista? Provavelmente em um laboratório, com jalecos brancos, livros espalhados, óculos de proteção ou com ‘fundo de garrafa’ e alguns equipamentos sofisticados. Um cenário bastante comum em filmes na TV. E as grandes descobertas são sempre do tipo ‘momento Eureka’. Tudo isso acaba negligenciando o fato de que este profissional trabalha incansavelmente horas a fio, durante muito tempo, até conseguir chegar a um resultado mais diferenciado. Para desmitificar esse e outros estereótipos, Leandro Lobo lança, pela editora ICH, o livro ‘Bastidores da Ciência’, no dia 8/4, às 19h, na Livraria Janela do Shopping da Gávea.

Com uma linguagem clara e acessível, para divertir além de instruir, a obra dá luz a esses bastidores para mostrar a vida mais cotidiana e real de cientistas e pesquisadores. Além disso, apresenta pesquisas e resultados que impactam tanto a ciência mundial como no dia a dia de todos.

O autor é o microbiologista e imunologista Leandro Lobo, professor no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da UFRJ e pesquisador na área de bacteriologia médica. “É comum recebermos a notícia de algum grande feito da ciência seja um produto tecnológico ou uma nova equação que nos ajuda a entender o universo, mas muitos não sabem que, para cada descoberta, houve centenas, talvez milhares, de tentativas fracassadas. Cientistas também cometem erros, mas esses erros nos ajudam a aprender e o bom cientista sabe valorizar esses erros. Esse livro conta histórias de erros, acasos e situações inesperadas na ciência. São histórias incomuns, às vezes bizarras e muitas vezes engraçadas, que vão fazer o leitor enxergar o trabalho do cientista de uma maneira completamente diferente, muito mais mundana e divertida”, explica.

Dividido em seis partes, a obra traz capítulos sobre Histórias e curiosidades que não nos contam, como um método inusitado de produzir a vacina contra o tifo serviu para libertar judeus na Segunda Guerra; Pequenas e grandes invenções que mudaram nosso dia a dia, como a insulina e o inventor da lâmpada Thomas Edison e, O acaso nas descobertas, como a toxina botulínica, de veneno a tratamento estético. Também traz Personagens curiosos e admiráveis, como Vital Brazil e Bertha Lutz, além de uma parte dedicada aos equívocos em Cientistas também erram, como, por exemplo, a de um químico, duas vezes prêmio Nobel que errou ao propor uma estrutura tridimensional do DNA. Por fim, Em busca de seu merecido lugar traz um espaço dedicado a histórias de cientistas que deixaram de receber crédito por suas descobertas.

Uma pesquisa de percepção da ciência brasileira feita pelo Datafolha de 2015 apontou que 63% dos entrevistados afirmaram ter interesse por ciência e tecnologia, mas 77% não souberam nomear um instituto de pesquisa ou até mesmo uma universidade no Brasil, ainda que quase todos os entrevistados (99%) acreditassem que a ciência é fundamental para o desenvolvimento do país. “Se as pessoas têm tanto interesse em ciência, por que os materiais de divulgação científica são pouco consumidos? É claro que grande parte do problema tem origem na dificuldade dos cientistas em adaptar a linguagem acadêmica para uma mais compreensível, com analogias e metáforas, que prendam a atenção e favoreçam o entendimento do assunto para que pessoas não especializadas possam participar do debate”, afirma Lobo.

Serviço:

Bastidores da Ciência

Lançamento: dia 8/4, às 19h, com sessão de autógrafos

Local: Livraria Janela do Shopping da Gávea Rio de Janeiro – RJ.

(Com Kadygia Ferreira/Danthi Comunicação)