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Instituto Tomie Ohtake apresenta Manfredo de Souzanetto – As montanhas

São Paulo, por Kleber Patricio

Manfredo de Souzanetto, Série Olhe bem as montanhas, 1973-1974, Ecoline, aquarela, lápis de cor e nanquim sobre papel, 4 peças 62 x 79, 62 x 82, 62 x 88, 62 x 88 cm. Fotos: Estúdio em Obra.

O Ministério da Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e o Instituto Tomie Ohtake apresentam Manfredo de Souzanetto – As montanhas, exposição com patrocínio do Nubank, mantenedor do Instituto Tomie Ohtake, e com apoio da galeria Simões de Assis. Sob curadoria de Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, a mostra ficará em cartaz de 13 de junho a 3 de agosto de 2025, paralelamente às exposições Teatro Experimental do Negro nas fotografias de José Medeiros, Manuel Messias – Sem limites e Casa Sueli Carneiro em residência no Instituto Tomie Ohtake.

Propondo um mergulho na formação poética e crítica de um dos nomes mais singulares da arte contemporânea brasileira, a mostra reúne cerca de 50 obras produzidas entre as décadas de 1970 e 1990. São sobretudo desenhos, fotografias e pinturas — a grande maioria advindas do acervo de Souzanetto, que as guardou por décadas, como se antevisse a importância desses trabalhos na constituição da sua trajetória.

Manfredo de Souzanetto, 17.1993, 1993, pigmentos naturais e resina acrílica sobre tela colada em madeira, 175 x65x2 cm.

Nascido em 1947 no norte do Vale do Jequitinhonha, Manfredo teve uma infância marcada pelas paisagens montanhosas e pelas riquezas naturais da região, especialmente as pedras, cerâmicas e pigmentos terrosos — elementos que mais tarde se tornariam centrais em sua produção artística. As obras selecionadas revelam o processo de amadurecimento do artista, acompanhando a sua produção artística durante o percurso que o levou de Minas Gerais ao Rio de Janeiro, passando por Belo Horizonte, Paris e Juiz de Fora.

Ainda que tenha se deslocado por diferentes centros urbanos e circuitos artísticos, Souzanetto manteve uma profunda conexão com sua terra natal. Em sua obra as montanhas mineiras não são apenas formas geográficas, mas entidades afetivas e políticas, evocadas em cores, volumes e superfícies que desafiam fronteiras entre escultura, pintura e intervenção paisagística. Como Miyada afirma no texto curatorial, “As montanhas, aqui, são muitas e nenhuma. Elas são memória atávica e pensamento junto da paisagem, articuladas de modo visual, material, cromático. Elas, as montanhas, são parte do que constitui este mundo, essas obras e esse artista”, conclui.

Mais do que um panorama histórico, a exposição convida o público a revisitar o gesto de olhar para a paisagem — como já propunha o artista em sua juventude com o emblemático adesivo “Olhe bem as montanhas”. Em um momento em que os territórios naturais enfrentam ameaças crescentes, as obras de Manfredo oferecem uma reflexão sobre permanência, destruição e pertencimento. É um chamado para ver, com outros olhos, aquilo que insiste em permanecer: a paisagem como memória viva e a arte como forma de resistência.

Programa Público

Manfredo de Souzanetto, Sem título, 1976, Guache e grafite sobre papel, 76 x 56cm.

A esta exposição soma-se um programa público de encontros, oficinas e vivências, com programação atualizada pelo site e redes sociais do Instituto ao longo do período expositivo. No dia 13 de junho, sexta-feira, haverá uma programação concebida especialmente para professores das redes pública e privada, com visita à exposição e prática no ateliê acompanhadas pela equipe de educadores da instituição. A participação no evento acontece mediante inscrição prévia e está sujeita a lotação.

Amigo Tomie

O Programa de Amigos do Instituto Tomie Ohtake quer aproximar o público de um dos espaços de arte mais emblemáticos da cidade de São Paulo. Além de apoiar, o Amigo Tomie fará parte de uma comunidade conectada à arte, contará com benefícios especiais e experiências únicas. São três categorias de apoio, contribuindo com novas exposições, programas educativos, orçamento anual e manutenção do Instituto.

Serviço:

Manfredo de Souzanetto – As montanhas

Abertura: 12 de junho, às 19h

Em cartaz de 13 de junho a 3 de agosto de 2025

De terça a domingo, das 11h às 19h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros SP

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – Amarela

Fone: (11) 2245 1900.

(Com Martim Pelisson/Instituto Tomie Ohtake)