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Fundação Bienal de São Paulo anuncia a lista dos participantes da 36ª edição da Bienal

São Paulo, por Kleber Patricio

Heitor dos Prazeres, Sem Título, 1958. Coleção Lêo Pedrosa. Cortesia MT Projetos de Arte. Foto: Jaime Acioli.

A Fundação Bienal de São Paulo anuncia a lista dos participantes da 36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática, que acontecerá de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em São Paulo, com visitação gratuita.

Com conceito criado por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, ao lado dos cocuradores Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, da cocuradora at large Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus, a próxima edição se inspira no poema Da calma e do silêncio, da poeta Conceição Evaristo, e tem como um dos principais alicerces a escuta ativa da humanidade enquanto prática em constante deslocamento, encontro e negociação.

Adama Delphine Fawundu An Offering at Kongo River, 2025. Cortesia da artista. Foto: Adama Delphine Fawundu.

Os artistas participantes da 36ª Bienal de São Paulo são Adama Delphine Fawundu, Adjani Okpu-Egbe, Aislan Pankararu, Akinbode Akinbiyi, Alain Padeau, Alberto Pitta, Aline Baiana, Amina Agueznay, Ana Raylander Mártis dos Anjos, Andrew Roberts, Antonio Társis, Behjat Sadr, Berenice Olmedo, Bertina Lopes, Camille Turner, Carla Gueye, Cevdet Erek, Chaïbia Talal, Christopher Cozier, Cici Wu, Cynthia Hawkins, Edival Ramosa, Emeka Ogboh, Ernest Cole, Ernest Mancoba, Farid Belkahia, Firelei Báez, Forensic Architecture, Forugh Farrokhzad, Frank Bowling, Frankétienne, Gê Viana, Gervane de Paula, Gōzō Yoshimasu, Hajra Waheed, Hamedine Kane, Hamid Zénati, Hao Jingban, Heitor dos Prazeres, Helena Uambembe, Hessie (Carmen Lydia Đurić), Huguette Caland, I Gusti Ayu Kadek Murniasih (Murni), Imran Mir, Isa Genzken, Joar Nango com a equipe de Girjegumpi, Josèfa Ntjam, Juliana dos Santos, Julianknxx, Kader Attia, Kamala Ibrahim Ishag, Kenzi Shiokava, Korakrit Arunanondchai, Laila Hida, Laure Prouvost, Leiko Ikemura, Leila Alaoui, Leo Asemota, Leonel Vásquez, Lidia Lisbôa, Lynn Hershman Leeson, Madame Zo, Madiha Umar, Malika Agueznay, Manauara Clandestina, Mansour Ciss Kanakassy, Mao Ishikawa, Márcia Falcão, Maria Auxiliadora, María Magdalena Campos-Pons, Marlene Almeida, Maxwell Alexandre, Meriem Bennani, Metta Pracrutti, Michele Ciacciofera, Ming Smith, Minia Biabiany, Moffat Takadiwa, Mohamed Melehi, Moisés Patrício, Myriam Omar Awadi, Myrlande Constant, Nádia Taquary, Nari Ward, Nguyễn Trinh Thi, Noor Abed, Nzante Spee, Olivier Marboeuf, Olu Oguibe, Oscar Murillo, Otobong Nkanga, Pélagie Gbaguidi, Pol Taburet, Precious Okoyomon, Raukura Turei, Raven Chacon com Iggor Cavalera & Laima Leyton, Rebeca Carapiá, Richianny Ratovo, Ruth Ige, Sadikou Oukpedjo, Sallisa Rosa, Sara Sejin Chang (Sara van der Heide), Sérgio Soarez, Sertão Negro, Sharon Hayes, Shuvinai Ashoona, Simnikiwe Buhlungu, Song Dong, Suchitra Mattai, Tanka Fonta, Thania Petersen, Theo Eshetu, Théodore Diouf, Theresah Ankomah, Trương Công Tùng, Tuần Andrew Nguyễn, Vilanismo, Werewere Liking, Wolfgang Tillmans e Zózimo Bulbul.

Outros cinco participantes integram a 36 a Bienal como parte do programa de Afluentes na Casa do Povo, com curadoria de Benjamin Seroussi e Daniel Blanga Gubbay: Alexandre Paulikevitch, Boxe Autônomo, Dorothée Munyaneza, Marcelo Evelin, MEXA.

Maria Auxiliadora, Velório da noiva, 1974. Coleção MASP/ Cortesia Pedro Ivo Silva e MASP. Foto: Eduardo Ortega.

A equipe conceitual inspirou-se nos fluxos migratórios das aves como guia metodológico para a seleção dos participantes, incluindo os trajetos do gavião-de-cauda-vermelha entre as Américas, do pássaro combatente entre Ásia Central e Norte da África, ou do trinta-réis-ártico em seus longos percursos polares. As trajetórias dessas aves, que cruzam continentes e zonas climáticas com precisão, servem como metáfora para a própria curadoria: assim como as aves, também carregamos memórias, experiências e linguagens ao cruzar fronteiras. Migramos não apenas por necessidade, mas como forma de transformação contínua.

“Este processo metodológico nos ajudou a evitar as classificações a partir dos Estados-nação e das fronteiras. Por meio dos sentidos de navegação dos pássaros, de seu impulso de deslocamento por terras e águas, de seu senso de sobrevivência, de sua compreensão expandida de espaços e tempos, assim como de suas urgências e agências, pudemos nos envolver com práticas artísticas em diversas geografias, enquanto refletimos sobre o que significa unir a humanidade, no contexto da 36ª Bienal de São Paulo”, afirma Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.

Os participantes desta Bienal também vêm de regiões perpassadas por rios, mares, desertos e montanhas, cujas águas e margens acompanham histórias de migração, resistência e convivência. Rios como o Tâmisa, o Amazonas, o Hudson, o Limpopo ou o Essequibo, e a Baía de Matanzas orientam o mapeamento simbólico da origem e das rotas dos artistas, valorizando práticas de múltiplos territórios e em suas águas compartilhadas.

Malika Agueznay, Le Soleil, 1970. Cortesia da artista e Amina Agueznay.

A lista inclui participantes que exploram linguagens como performance, vídeo, pintura, som, instalação, escultura, escrita e experimentações coletivas e musicais, entre outras. Muitos participantes também propõem investigações baseadas em práticas comunitárias, ecologias, oralidades e cosmologias não ocidentais.

A 36ª Bienal de São Paulo iniciou-se com o programa das Invocações, que percorreu diferentes continentes entre novembro de 2024 e abril de 2025 e estabeleceu diálogo com saberes e práticas locais em Marrakech, Guadalupe, Zanzibar e Tóquio.

36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas / Da humanidade como prática [Not All Travellers Walk Roads / Of Humanity as Practice]

Curador geral: Bonaventure Soh Bejeng Ndikung / Cocuradores: Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza / Cocuradora at large: Keyna Eleison / Consultora de comunicação e estratégia: Henriette Gallus

6 set 2025 – 11 jan 2026

Pavilhão Ciccillo Matarazzo

Parque Ibirapuera · Portão 3 · São Paulo, SP entrada gratuita

Fundação Bienal de São Paulo

O título da 36ª Bienal de São Paulo, Nem todo viandante anda estradas, é formado por versos da escritora Conceição Evaristo.

(Com Christina Almeida/Index Assessoria)