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DAN Contemporânea traz obras inéditas de Knopp Ferro para exposição Levitating Colour

São Paulo, por Kleber Patricio

Linienschiff Kap 22:26. Aço inoxidável, bastões, revestimento em pó vermelho, 2016. Foto: Divulgação.

As esculturas suspensas do cinético Knopp Ferro vão ocupar a Dan Galeria Contemporânea em ‘Levitating Colour’. A individual apresenta obras inéditas entre desenhos e os marcantes móbiles que desafiam a gravidade e orbitam levemente em movimento contínuo. As esculturas dançantes, confeccionadas com hastes metálicas pretas ou de cores vibrantes, convidam o público a experimentar diferentes pontos de vista e sensações. A abertura da exposição aconteceu em 23 de março, ocasião em que ocorreu o lançamento do livro de mesmo nome reunindo um conjunto das obras de mais de duas décadas do trabalho do artista austríaco.

No início de sua trajetória, Knopp Ferro fez experimentações buscando um material que pudesse se encaixar melhor com seu processo artístico. O fascínio pela maneira com que o calor e a soldagem criam ligações, deformações e fusões o aproximou rapidamente do metal.

Knopp Ferro. Foto: Acervo do artista.

“Em contraste com o peso específico do ferro, busquei leveza com o material até a dissolução da gravidade diante do campo de visão. Isto está ligado à busca da redução, ao jogo com linhas verticais e horizontais e aos espaços resultantes. Com isso, novas perspectivas da escultura surgem constantemente e novos espaços são criados. Portanto, elas nunca estão concluídas, mas sempre em processo”, afirma o artista, que também faz referência ao livro “Obra Aberta”, de Umberto Eco.

“A tensão estética incorporada nas esculturas suspensas criadas por Knopp Ferro (…) está relacionada com uma questão fundamental na história do modernismo artístico, em geral, e na escultura abstrata em particular”, destaca Matthieu Poirier, historiador e autor de texto presente no livro “Levitating Colour”. As hastes metálicas são pintadas inteiramente numa só cor — geralmente em tons fortes, como vermelho ou laranja neon, mas por vezes em alguns tons calmos, como azul ultramarino — e são organizadas em propostas variadas de ativação do espaço e das relações a serem estabelecidas com ele.

A exposição convida o público para um ambiente submersível onde se experimenta a dimensão do processo artístico de Knopp Ferro. Até mesmo os títulos das obras são pensados para expressar o espaço e o tempo nos quais o artista confeccionou as peças.  A aparência das esculturas pode ainda remeter a algumas formas pacíficas, como árvores e bambuzais ao vento – um universo cinético único que se reconstrói.

Escultura de Knopp Ferro. Foto: Ana Pigosso.

A escultura de Knopp Ferro é concebida para ser um conjunto de planos e espaços virtuais e articulados que se reconfiguram e se desenham a cada movimento no espaço. Enquanto Lygia Clark constrói formas articuladas e de movimentos variados (BICHOS), mas pré-estabelecidos, Knopp Ferro reconstrói virtualmente os planos e espaços que se transformam numa variação quase infinita de opções e possibilidades.

Sobre a galeria

A Dan Contemporânea surgiu como um departamento de Arte Contemporânea da Dan Galeria. Em 1985, Flávio Cohn, filho do casal fundador, juntou-se à Dan, criando o Departamento de Arte Contemporânea que ele dirige desde então. Assim, foi aberto espaço para muitos artistas contemporâneos, tanto brasileiros, como internacionais, fortemente representativos de suas respectivas escolas. Posteriormente, Ulisses Cohn também se associa à galeria, completando seu quadro de direção.

Nos últimos vinte anos, a galeria exibiu Macaparana, Sérgio Fingermann, Amélia Toledo, Ascânio MMM, Laura Miranda e artistas internacionais: Sol Lewitt, Antoni Tapies, Jesus Soto, César Paternosto, José Manuel Ballester, Adolfo Estrada, Juan Asensio, Knopp Ferro e Ian Davenport. Mestres de concreto internacionais também fizeram parte da história da Dan, tais como Max Bill, Joseph Albers e os britânicos Norman Dilworth, Anthony Hill, Kenneth Martin e Mary Martin.

Escultura de Knopp Ferro. Foto: Ana Pigosso.

A Dan Galeria incluiu mais recentemente em sua seleção importantes artistas concretos: Francisco Sobrino e François Morellet. O fotógrafo brasileiro Cristiano Mascaro; os artistas José Spaniol, Teodoro Dias, Denise Milan e Gabriel Villas Boas (Brasil); os internacionais, Bob Nugent (EUA), Pascal Dombis (França), Tony Cragg (G. Bretanha), Lab [AU] (Bélgica) e Jong Oh (Coréia), se juntaram ao departamento de Arte Contemporânea da galeria. A Dan Galeria sempre teve por propósito destacar artistas e movimentos brasileiros desde o início da década de 1920 até hoje. Ao mesmo tempo, mantém uma relação próxima com artistas internacionais, uma vez que os movimentos artísticos historicamente se entrelaçam e dialogam entre si sem fronteiras.

Serviço:

Exposição Levitating Colour

Período Expositivo:  23 de março a 18 de maio

Local: DAN Galeria Contemporânea – Rua Amauri 73, Jardim Europa, São Paulo, SP

Horário: das 11h às 17h, de segunda a sexta; das 11h às 19h, aos sábados

Entrada gratuita

Classificação indicativa: livre

Acesso para pessoas com mobilidade reduzida

E-mail: info@dangaleria.com.br.

(Fonte: A4&Holofote Comunicação )