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A Prezada Companhia de Teatro, com direção de José Fernando Peixoto de Azevedo, estreia ‘oresteia.br’ no TUSP

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Caio Oviedo.

Com direção de José Fernando Peixoto de Azevedo, textos de Ésquilo, Eurípides e Pier Paolo Pasolini, a Prezada Companhia de Teatro estreia ‘oresteia.br’ dia 16 de março de 2023, às 19h no TUSP – Teatro da Universidade de São Paulo (R. Maria Antônia, 294 – Vila Buarque, São Paulo). A temporada vai até 09 de abril com apresentações de quinta a domingo, com ingressos a R$40 e R$20 (meia).

oresteia.br nasce da tentativa de elaborar algumas perguntas, em meio a tanta perplexidade a nos tomar. O que ainda podemos fazer juntos? Quem integra o coro? Qual o valor de uso da mentira? Como pronunciar palavras propícias? Ao texto de Ésquilo somamos trechos de Eurípides (Ifigênia em Áulis) e de Pasolini (Pílades), compondo um material que nos permite cravar na encruzilhada-Brasil nossos corpos em estado de combate.

“Olhar no olho da tragédia” – assim Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, esboçava os termos de um programa de trabalho (interrompido pela morte precoce em 1974) que visava à compreensão daquilo que, à época, chamavam “vida nacional”. Agora, em 2023, voltamos à tragédia e, certamente, é com os olhos do presente que lançamos nossas perguntas ao material. Isto, num momento em que as práticas de extermínio confrontam as perspectivas democráticas. Na contramão da visão trágica grega, a “nossa tragédia” evidencia: o sofrimento nada ensina.

Para o diretor José Fernando Peixoto de Azevedo, “resta-nos um pouco de uma certa consciência trágica: reconhecer a distância que separa aquilo que imaginamos ser daquilo que nos tornamos e escolher seguir. Alguns ainda dão, a essa fratura, o nome de Brasil”. Carmina Juarez, diretora musical da peça, acredita que “oresteia.br é uma travessia de resistência pelas invocações: do prelúdio às bengaladas, do balbucio às vociferações”.

A Prezada Companhia de Teatro surgiu a partir de um processo de montagem na Escola de Arte Dramática da USP. A peça era a “Oresteia”, de Ésquilo, e a direção era de José Fernando Peixoto de Azevedo.

José Fernando Peixoto de Azevedo foi fundador e diretor artístico do Teatro de Narradores; escreveu e dirigiu trabalhos com o grupo Os Crespos. Seus mais recentes trabalhos no teatro são “Um inimigo do povo”, “Navalha na Carne Negra” e “As mãos sujas”, com projetos também em Berlim.

Mostra Teatro Pós-Trauma

A mostra Teatro Pós-Trauma, um projeto do TUSP – Teatro da Universidade de São Paulo, faz uma amostragem de espetáculos recentes que, em comum, se originaram dentro da Universidade de São Paulo e que tratam verticalmente dos traumas recentes do país. Entre março e junho de 2023, a mostra traz à sede do TUSP na capital três espetáculos gerados em diferentes âmbitos dentro da USP, que, por distintos olhares, encaram de frente a crise da democracia no Brasil e o horror dos últimos anos. Além de oresteia.br, da Prezada Companhia de Teatro, “Um Memorial para Antígona”, com direção de Vicente Antunes Ramos, e “Verdade”, do grupo Tablado SP e direção de Alexandre Dal Farra, integram a programação, que vai até junho de 2023.

Sinopse | Em cena, a saga dos Átridas, desde o sacrifício de Ifigênia pelo pai, o rei Agamêmnon, como condição para a partida das frotas até a destruição de Tróia e o resgate de Helena, sequestrada por Páris. Dez anos depois, em seu retorno, Agamêmnon é assassinado pela rainha Clitemnestra e seu amante Egisto, como vingança pela morte da filha. Tempos depois, o filho, Orestes, com a ajuda da irmã, Electra, vinga a morte do pai assassinando a mãe, o que o leva a um julgamento no contexto de um novo tribunal, instaurado pela deusa Atena.

Ficha Técnica

Textos: Ésquilo, Eurípides e Pier Paolo Pasolini

Espaço de cena, dramaturgia e direção geral: José Fernando Peixoto de Azevedo

Elenco: Bruno Vaz, Caio Nogali, Daiane Gomes, Luisa Silva, Filippe Rosenno, Julio Aracack, Thai Muniz, Tricka Carvalho

Direção musical e práticas da voz: Carmina Juarez

Piano: Natália Nery

Câmera em cena/Imagens: André Voulgaris

Desenho de luz : Denilson Marques

Trilha Sonora: José Fernando Peixoto de Azevedo, Carmina Juarez, Prezada Companhia

Operação de imagens: Alex Brito

Operação de luz: Felipe Mendes e Geovanna Moreira

Operador de som: Camilo Muñoz e João Pedro Feijó

Figurino: José Fernando Peixoto de Azevedo, Prezada Companhia e Silvana Carvalho

Confecção de Figurino: Silvana Carvalho

Cenotécnica: Nilton Ruiz e Zito Rodrigues

Adereços/Objetos de cena: Paulo Basílio

Edição de vídeo: Caio Nogali

Preparação corporal e assistência de direção (Primeira Fase): Fernando Vicente

Preparação corporal (Segunda Fase): Ana Maria A. Miranda

Trabalho com máscaras: Bete Dorgam

Estilização de máscaras: Thai Muniz

Consultoria teórica: Beatriz de Paoli, JAA Torrano, Milena Faria e Sandra Sproesser

Traduções: Oresteia, de Ésquilo – Manuel de Oliveira Pulquério; JAA Torrano; Ifigênia, de Eurípides – JAA Torrano; Pílades, de Pier Paolo Pasolini – Alex Calheiros, Oresteia, o canto do bode – adaptação de Reinaldo Maia

Projeto gráfico: Dalua Criações

Fotografia: Caio Oviedo e Andréa Menegon

Colaboraram durante o processo (vídeo): Gabriel Siviero, Diego Oliveira, Igor Barreto e Rai do Sol

Produção: Corpo Rastreado, José Fernando Peixoto de Azevedo e Prezada Companhia

Apoio: Escola de Arte Dramática – EAD/ECA-USP

Espetáculo realizado originalmente no contexto da Escola de Arte Dramática.

Serviço:

oresteia.br

Temporada: 16 de março a 9 de abril de 2023

Quintas, sextas e sábados, 19h às 23h; domingos, das 17h às 21h

TUSP – Teatro da Universidade de São Paulo

Centro Universitário Maria Antônia

Rua Maria Antônia, 294 – Vila Buarque, São Paulo (SP)

Duração: 240 min (com dois intervalos) | 16 anos | 70 lugares

Ingressos: R$40 (inteira) + R$20 (meia)

Instagram: https://www.instagram.com/prezadaciadeteatro.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)