Com direção cênica de Fernanda Vianna, a nova edição do projeto Ópera Fora da Caixa apresenta “O Afiador de Facas”, uma obra composta por Piero Schlochauer, que também é co-diretor cênico e assina o libreto com Beatriz Porto. As apresentações acontecem na Central Técnica de Produções Chico Giacchieri, localizada na Rua Pascoal Ranieri, 75, no bairro do Canindé, na sexta-feira, 27/6, às 17h, sábado, 28/6, às 17h, domingo, 29/6, às 19h, quinta-feira, 3/7, às 19h, sexta-feira, 4/7, às 17h, e sábado, 5/7, às 17h. Os ingressos custam R$30, a classificação é livre e a duração de 60 minutos, sem intervalo.
Realizada em parceria com a Cia Ópera São Paulo, a obra apresenta uma história original com quatro personagens: A Filha, interpretada por Cecília Massa, A Mãe, que será feita por Edneia Oliveira, O Filho, papel de Julián Lisnichuk, e O Afiador de Facas, interpretado por Flávio Borges.
O ponto de partida é o personagem homônimo, que anuncia sua passagem pela rua e oferece seus serviços. Em uma narrativa apresentada de maneira não linear, o enredo acompanha o cotidiano de uma família composta onde as memórias de vida e a realidade se emaranham durante o processo de luto. A figura dos afiadores de facas costuram a obra como metáfora, sendo uma profissão de séculos, mas que a cada ano desaparecem mais.
Vencedora do concurso do Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto (FB-ODM), teve estreia em Ribeirão Preto, em 2024. A montagem atual tem direção musical de Leonardo Labrada, que regerá a Orquestra Experimental de Repertório, cenografia Renato Bolelli Rebouças, design de luz de Aline Santini, e figurino de Olintho Malaquias.
No aspecto musical, a obra se inspira em um material harmônico baseado no apito utilizado pelos afiadores de facas. Existe um jogo na orquestração entre as memórias que se repetem e instrumentos que desaparecem aos poucos, tornando o som cada vez menos denso e orquestrado com o andamento da ópera.
O autor Piero Schlochauer conta que através da experiência com o alzheimer de seu avô surgiu a inspiração de montar uma ópera original com o tema da memória. “É um enredo inspirado pelo processo de luto. Tenho uma sensação muito particular de ver uma história tão pessoal e complicada ser erguida a tantas mãos na montagem”, explica o compositor.
Incorporando o tema da memória na linguagem da criação, ele explica que a própria cenografia da montagem acompanha a ideia do esquecimento por meio de elementos cênicos que vão sumindo, e de um palco que ficará cada vez mais vazio. “Toda memória tem esse outro lado da moeda, que é a sua vida útil. A lembrança existe até a última pessoa que lembrar, quando ela vai embora sobram apenas os ecos”, pontua.
A apresentação ganha outro sentido por ser especialmente representada na Central Técnica, onde está localizado o acervo dos figurinos das produções líricas e de dança do Theatro, formando uma relação do público entre a peça artística e o uso do local. “Está sendo muito bonito ver a ideia da construção deste espetáculo na Central Técnica, dentro desse santuário de memórias do Theatro”, explica Fernanda Vianna, diretora cênica. “Vamos montar um cenário que é como se fosse um cérebro cheio de memórias. Assim que o público entrar, poderá ver um lugar que já imprime muita história guardada”, finaliza.
Serviço:
O Afiador de Facas
Ópera de Piero Schlochauer com libreto de Piero Schlochauer e Beatriz Porto
Sexta-feira, 27/6, às 17h
Sábado, 28/6, às 17h
Domingo, 29/6, às 19h
Quinta-feira, 3/7, às 19h
Sexta-feira, 4/7, às 17h
Sábado, 5/7, às 17h
Direção musical: Leonardo Labrada
Direção cênica: Fernanda Vianna
Co-direção cênica: Piero Schlochauer
Cenografia: Renato Bolelli Rebouças
Design de luz: Aline Santini
Figurino: Olintho Malaquias
Elenco:
Cecília Massa — A Filha
Edineia Oliveira — A Mãe
Julián Lisnichuk — O Filho
Flávio Borges — O Afiador de Facas
Espaço Central Técnica Chico Giacchieri
Classificação etária livre para todos os públicos
Duração aproximada de 60 minutos
Ingressos a partir de R$30,00 (inteira).
(Com Letícia Santos/Assessoria de imprensa Theatro Municipal)