Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Retorno de público a eventos será na mesma velocidade que o de bares e restaurantes, aponta estudo

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de Justin Kilian por Pixabay.

O retorno de público aos eventos de cultura e entretenimento, paralisados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), será semelhante e no mesmo ritmo que o apresentado por bares e restaurantes, que já retomaram as atividades em quase todo o País. Isso é o que aponta novo estudo da Abrape – Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, financiado pela Ambev e realizado em parceria com a consultoria Provokers para avaliar qual é a expectativa da população sobre a volta aos eventos promovidos pela indústria de cultura e entretenimento.

De acordo com a pesquisa, realizada entre os dias 15 e 23 de setembro em todo país, o número de pessoas que já frequentaram bares e restaurantes no período atingiu a marca de 41%, um crescimento de seis pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, feito entre os dias 4 e 10 do mesmo mês. “O estudo revela que 46% dos entrevistados têm intenção de frequentar eventos conforme forem sendo liberados. Cruzamos os dados e verificamos que o fluxo para atividades de cultura e entretenimento será no mesmo ritmo”, explica o empresário e presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior.

Já quando questionados sobre os tipos de eventos que os entrevistados voltariam a frequentar, feiras e exposições ficam em primeiro lugar (61%). Os índices apresentados por outros setores foi o seguinte: eventos esportivos (46%), shows e festivais de música (40%) e festas e eventos em casas noturnas (28%). “As promotoras e produtoras estão preparadas para retomar as atividades seguindo todos os protocolos de saúde e há um público disposto a frequentá-los. É hora de voltar com segurança e evitar o desemprego que assola o nosso setor, o mais impactado pela pandemia”, reforça Doreni.

“Estamos acompanhando as expectativas e os sentimentos dos consumidores para nos planejarmos e garantirmos que, quando o retorno gradativo dos eventos começar a acontecer, tudo seja feito com a segurança e os protocolos necessários. Mais do que pensar no retorno, nesse momento o mais importante é ouvir as autoridades de saúde e os maiores interessados nisso tudo, que são os nossos consumidores”, afirma Felipe Bratfisch, head de Marketing de Experiências e Patrocínios da Ambev.

Segurança | Esta nova pesquisa apresentou uma mudança de percepção do público em relação às medidas de segurança que devem ser tomadas pelas promotoras de eventos, em comparação com os resultados anteriores. O uso de máscara, com 68%, ainda é a mais citada pelos entrevistados. No entanto, aparecem na sequência a redução de capacidade máxima, apontada por 42% (aumento de 10 pontos), e bilheteria online, por 24% (aumento de sete pontos), superando assim a distribuição de álcool gel (24%) e medição de temperatura (17%).

O levantamento apurou que 86% dos entrevistados sentem falta de eventos; no entanto, 85% ainda acham muito arriscado ir a eventos. Então, para tornar a experiência segura, 64% das pessoas afirmam preferir eventos realizados apenas a céu aberto, sendo que 71% escolheriam eventos com até 500 pessoas.

A Abrape, em parceria com a Ambev, vai continuar promovendo a pesquisa quinzenalmente pelos próximos meses. Desde julho já foram desenvolvidos seis levantamentos. O setor de cultura e entretenimento é responsável por 4,32% do PIB nacional e reúne um universo de aproximadamente 60 mil empresas. Caso permaneçam paralisadas, o desemprego no segmento, entre formais e informais, pode atingir 3 milhões de pessoas neste mês de outubro.