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Laboratório de Imagem e Som da Unicamp celebra 15 anos

Campinas, por Kleber Patricio

Oficialmente, foi em 2002 a inauguração oficial do Laboratório de Imagem e Som (LIS) da Unicamp. Sua instalação física, em espaço contíguo ao Centro de Convenções da universidade, foi iniciativa dos professores Carlos Roberto Fernandes, coordenador executivo e autor do projeto das instalações e Wilson Antonio Lazaretti, coordenador associado e responsável pela disciplina de Animação Cinematográfica, com colaboração do Professor José Mário de Martino (FEEC).

Para comemorar os 15 anos do LIS,  Carlos Roberto Fernandes e Wilson Lazaretti estão à frente de uma programação bastante especial no dia 14 de junho. Às 16h30, será aberta a exposição Traço & Cor de Will Eisner no ano de seu centenário, com curadoria do Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes. Às 19h, no auditório, Wilson Lazaretti faz exibição do seu longa metragem de animação História Antes de uma História, que estreou nos cinemas no mês de março e que teve seus primeiros traços nascidos no LIS.

O laboratório, que em 2011 ganhou o nome oficial de Laboratório de Imagem e Som ‘Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes’, fica junto ao Centro de Convenções da Unicamp, na R. Elis Regina, 131 – Cidade Universitária, Campinas. Os eventos são abertos.

Agenda – 15 Anos do LIS – Laboratório de Imagem e Som “Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes”

Data: 14 de junho de 2017

Exposição Traço & Cor de Will Eisner, no ano de seu centenário

Abertura: 14 de junho, 16h30

Estúdio do LIS – Laboratório de Imagem e Som – Unicamp – Centro de Convenções da Unicamp, na R. Elis Regina, 131 – Cidade Universitária

Exibição de filme: História Antes de uma História

Horário: 19h

Auditório do LIS – Centro de Convenções da Unicamp, na R. Elis Regina, 131 – Cidade Universitária

Saiba Mais:

História Antes de Uma História

“O LIS comemora 15 anos de existência e foi lá que iniciamos o longa”, relembra Wilson Lazaretti, diretor do filme que ficou em produção por 12 anos. “Não se trata de uma produção comercial, mas é o desejo de toda a equipe que ele seja assistido por todos os amantes da arte da animação e da inquietação humana”, convida o animador. O filme conta a história de Dr. K, um velho senhor que gosta muito de caminhar. No decorrer de uma de suas andanças, encontra pelo caminho vários objetos que o ajudarão a desvendar os grandes mistérios da técnica da animação. Como um desenho animado aprende a ‘andar’? O que acontece quando uma personagem é criada sem um coração? O que animar primeiro: um ovo ou uma galinha?

Seguindo o percurso de Dr. K, o público vai mergulhando no mágico mundo da animação, em todas as suas etapas. A aventura conta também com o menino Matias, a garota Laurinha e a galinha Melodia, entre outros personagens. A trilha traz canções nas vozes de Elza Soares, que interpreta duas músicas da ‘Feiticeira’, Ná Ozetti, que faz a voz da “Folha Branca” e inúmeras referências a grandes compositores clássicos como Bizet, Bach e Carlos Gomes, entre outros, com participação da Orquestra da Unicamp.

O filme é uma realização do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, tem distribuição pela Polifilmes com codistribuição da Spcine, empresa de desenvolvimento audiovisual da Prefeitura de São Paulo.

Trailer de História Antes de uma História: https://youtu.be/C7IduS-ah6g

Site: http://www.ncacampinas.org.br/hauh/

Facebook: @HistoriaAntesDeUmaHistoria

Exposição: Traço e Cor de Will Eisner, no ano do seu centenário

A exposição apresenta o grande mestre dos quadrinhos que, durante sete décadas, trabalhou para o reconhecimento das HQs como forma de arte diferenciada, uma literatura apoiada em desenhos, com temas variados e leitura para todos os públicos.

As imagens foram reproduzidas do acervo de revistas e livros do curador, Professor Carlos Fernandes e são apresentadas em 4 módulos:

The Spirit, o personagem mais famoso de Eisner, publicado originalmente de 1940 a 1952, mostrado nas capas de 16 edições da editora Abril Jovem, na década de 90.

Um Contrato com Deus, primeira graphic novel (romance gráfico), publicada em 1978, que inaugura uma nova maneira de narrativa gráfica. A reprodução das 60 páginas do conto completo estão em 10 pranchas.

– Capas de suas edições de graphic novels, em 12 imagens

-Reprodução de Arte Final de P’Gell, vilã das histórias de Spirit desenhada em 1947 e editada como gravura na década de 80 e as capas de seus livros didáticos Narrativas Gráficas e Quadrinhos e Arte Sequencial.

– Cartum cenográfico Presença de Will.

Outras informações sobre Will Eisner:

Will Eisner, 1917/2017, centenário de nascimento

O Criador: Menino, nascido no Bronx em 6 de agosto de 1917, vivenciou a Grande Depressão enquanto adolescente e, para ajudar a família, vendia jornais em Manhattan em frente ao número 37 da Wall Street, onde anos depois instalaria seu escritório. Nas sete décadas seguintes fez das lembranças desses anos a fonte inspiradora de sua obra.

Foi o grande decano dos quadrinhos. Esteve presente desde o nascimento da indústria, na década de 30, com títulos iniciais como Black Hawk e Shena, a Rainha das Selvas. Esse período, dos 18 aos 22 anos, aparece no seu conto ilustrado O sonhador, indubitavelmente autobiográfico.

Uma nova fase aos 23 anos: Em 1940, aceita proposta para produzir um suplemento dominical para vários jornais. Em vez de tiras diárias, três histórias completas, sintetizadas em sete páginas cada, uma por semana, quatro por mês, 50 por ano.

O personagem Spirit, sua obra prima: em 1940, inova, criando personagem ímpar no meio de muitos super-heróis da época. Denny Colt é um homem comum, um criminalista com obsessão em desvendar crimes, colocando-se para isso próximo ao Comissário Dollan, da polícia de Central City. Numa de suas aventuras, na tentativa de capturar o vilão, Denny Colt morre devido à exposição a produtos químicos. Então, morto e enterrado, ‘ressuscita’ de estado cataléptico, mas prefere continuar tido como morto, assumindo nas sombras sua nova entidade: O Espírito.

Will Eisner, de 1940 a 1952, produziu mais de 600 histórias do personagem, que nas décadas seguintes continuou a ser publicado como revista mensal Coleções Especiais, redesenhado pelos grandes do quadrinho em edições bem cuidadas, até mesmo requintadas como peças gráficas, chegando até os dias de hoje.

Anos 60, 70: Incansável na sua luta pela valorização dos quadrinhos, depois da perseguição da censura imposta por várias comissões no estilo  do Macarthismo, (Joseph Raymond McCarthy 1909-1957), Eisner dedica-se à produção editorial de livros didáticos e manuais diversos, evidentemente, todos com muita ilustração.

Eisner, professor: Em 1972, Eisner, convidado para lecionar na School of Visual Arts, de Nova York e na New University da Flórida, dedica-se por 18 anos a esse projeto, onde consolida seu trabalho, apresentando-o como as disciplinas Quadrinhos e Arte Sequencial e Narrativas Gráficas, documentadas na edição de dois livros didáticos, publicados em vários idiomas.

1978, a invenção de um gênero literário: Um contrato com Deus, e outras Histórias de Cortiço, sua primeira graphic novel, publicada em 1978, surge como grande contribuição à causa dos quadrinhos, agora revigorado em trabalhos de dezenas de páginas, com temas adultos e apoiados em roteiros  bem estruturados.

Até 2005, ano de sua morte, Will Eisner produziu, desenhou e editou quase duas dezenas de romances gráficos, sendo que, o último, O Complô, A História Secreta Dos Protocolos dos Sábios de Sião, que teve introdução de Umberto Eco, foi terminado em dezembro de 2004, dias antes de sua morte.

1987, troféu Eisner:  o Oscar dos Quadrinhos. Desde 1987, na cerimônia de gala do Eisner Awards, um troféu instituído em homenagem ao mestre Will Eisner é atribuído para os melhores trabalhos da indústria norte-americana de quadrinhos. Palavras do administrador do evento, Jackie Estrada: “A intenção primária destes prêmios é chamar a atenção e celebrar o melhor que a arte dos quadrinhos tem a oferecer. O ponto é que ler HQ pode ser uma experiência recompensadora para pessoas com gostos distintos e de qualquer idade”.

1999, no Brasil: Em 1999, Eisner esteve mais uma vez no Brasil, país que admirava e gostava de visitar. Foi homenageado com uma exposição de seus trabalhos e uma enorme instalação, baseada em seus inúmeros desenhos dos prédios do bairro do Bronx (projeto de Gualberto Costa), que mostrava um beco de Nova York com edifício de quatro andares, escada de incêndio, hidrantes, latas de lixo e o principal, muitos personagens eisnerianos.

Ainda neste dia, deu-se o lançamento do documentário Will Eisner, Profissão Cartunista, de autoria de Maria Furtado Oliveira e Paulo Serran, produção da TV Senac SP.

Uma notícia que emocionaria Will Eisner: “Principal prêmio literário do País, o Jabuti, realizado pela Câmara Brasileira do livro (CBL), abrirá inscrições para sua 59ª edição dia 18 de maio (prolongadas até 18 de junho). A edição deste ano virá com algumas novidades, incluindo duas novas categorias: História em Quadrinhos e Livro Brasileiro Publicado no Exterior.”

Roseani Rocha, 3 de maio de 2017 – Meio & Mensagem.

Serviço:

Exposição: Traço e Cor de Will Eisner, no ano do seu centenário

Local: Estúdio do LIS – Laboratório de Imagem e Som

Abertura: 14 de junho de 2017, às 16h30

Ficha Técnica:

Produção: LIS – Laboratório de Imagem e Som “Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes”.

Curadoria e Projeto Expositivo: Carlos Fernandes

Montagem: Joaquim Antunes Barbosa

Apoio: DAP – Departamento de Artes Plásticas – IA – Instituto de Artes.