Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Eventos pós-pandemia: especialista acredita que formato presencial será protagonista novamente

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Antenna/Unsplash.

Você consegue lembrar a sensação de estar em um show, ouvindo e vendo seu artista favorito cantando ao vivo? Quando foi a última vez que você marcou presença em um evento empresarial para fazer networking? A pandemia de Covid-19 alterou brutalmente o setor de eventos. Mas, isso tudo um dia vai passar. Com a vacinação caminhando, mesmo que a passos lentos no Brasil, em breve será possível “aglomerar novamente”.

O setor teve muitas perdas financeiras. As estimativas apontam para uma representação de 13% do Produto Interno Brasileiro (PIB), com cerca de 60 mil empresas ligadas diretamente ao segmento. Segundo o Sebrae, o setor teve um prejuízo de R$270 bilhões – somente entre março e dezembro de 2020 – com o cancelamento de cerca de 98% dos eventos.

Volta gradativa | Segundo a estudiosa na área e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) Tânia Teixeira Pinto, a volta dos eventos presenciais será gradativa, respeitando as normas de segurança. “O retorno deve iniciar em formatos menores quando estivermos livres desta pandemia. Estamos reprimindo nossas relações pessoais: os seres humanos são sociais, precisam de pessoas e de confraternização; os eventos proporcionam isso e voltarão mais fortes para atender à necessidade das pessoas”.

Lives devem perder força | A professora diz que os eventos, como shows, representam experiência e sensações. Por isso, as lives, que ficaram tão populares como forma de aproximar as pessoas durante o distanciamento social, devem perder força. “O on-line não substitui como as pessoas se sentem. Um happy hour virtual, por exemplo, não é igual ao encontro presencial, sempre tem alguém rindo atrasado de uma piada por causa do delay da conexão da internet. Um show em formato live tem a mesma sensação de assistir a um show gravado na TV; é ok, mas não tem cheiro, emoção, suor, pessoas, gargalhadas. Não é igual. Este está sendo o grande aprendizado; eventos são e envolvem pessoas e sensações, é sensorial, não dá para ser à distância.”

Contudo, segundo a especialista, as lives serão usadas para os fãs assistirem seus ídolos à distância. “Os grandes nomes da música certamente vão usar o híbrido para aquelas pessoas que estão longe e, também, para mostrar como aqueles fãs que estão presentes se divertem muito mais, divulgando e criando necessidade naqueles que não puderam estar presencialmente.”

Hora de recuperar o prejuízo | Todas as áreas estão paradas e mesmo os shows que foram substituídos pelas lives tiveram um retorno financeiro muito abaixo do esperado.

Eventos corporativos foram substituídos por reuniões virtuais e, em alguns casos, com a locação de estúdios para transmissão de um ou mais palestrantes. Um evento corporativo que antes alugava um espaço de 1.000 m² e uma equipe de 100 pessoas, agora conta com um estúdio de 50 m² e uma equipe de 10 pessoas. “O Brasil, antes da pandemia, era um dos países que mais realizavam e promoviam eventos no mundo. Aqui, temos as melhores e mais capacitadas empresas e profissionais do setor. Sem dúvida alguma, estamos preparados para qualquer tipo de evento”, finaliza.

Foto: divulgação.

A especialista | Tânia Teixeira Pinto é Doutoranda em Letras pela PUC-SP, Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA/USP), com extensão universitária em Gestão da Comunicação Organizacional pela ECA/USP e graduação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.

Atualmente, é docente dos cursos de graduação em Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da Fecap e também do curso de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. É a responsável pelo site e páginas no Facebook e Instagram do grupo musical Secos & Molhados.

Possui experiência profissional no Banco do Brasil há 30 anos nas áreas de comunicação organizacional, assessoria de imprensa, eventos e marketing esportivo. Especializações: social media, social networking, educational technology, hipermidia, hypermedia, marketing interativo, marketing digital, redes sociais, mídias sociais, comunicação empresarial, comunicação organizacional e planejamento de eventos.

Sobre a Fecap | A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) é referência nacional em educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade em todos os seus cursos: Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos. Dentre os diversos indicadores de desempenho, comprova a qualidade superior de seus cursos com os resultados do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e do IGC (Índice Geral de Cursos), no qual conquistou o primeiro lugar entre os Centros Universitários do Estado de São Paulo. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.