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Inventário revela a riqueza de fauna e flora na Serra do Japi

Serra do Japi, por Kleber Patricio

Declarada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco, a Serra do Japi é um berço de espécies da fauna e flora no interior paulista. Foto: Flávio Grieger.

A Serra do Japi é um dos últimos grandes trechos restantes de Mata Atlântica do Brasil ainda preservado em uma região densamente ocupada. O território de mais de 350 km², declarado Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco, reúne uma diversidade florística sem igual, assim como uma rica fauna em uma área de vital importância no interior paulista. Para conhecer as espécies e suas interações com o ambiente natural, a empresa de consultoria ambiental Pró Ambiente, por solicitação do Consórcio PCJ e alinhado às atividades do projeto Olhos da Serra, realizou o Inventário de Fauna e Flora da Serra do Japi. “As informações reunidas no relatório constituem um documento importante para apoiar a preservação do ecossistema, orientar a gestão do território e fundamentar iniciativas de educação ambiental”, afirma Andréa Borges, gerente técnica do Consórcio PCJ.

O Olhos da Serra, iniciativa do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), tem o patrocínio da Coca-Cola Brasil e da Coca-Cola FEMSA Brasil. O projeto elenca ações com foco prioritário na preservação da Serra do Japi. Para obter as informações sobre fauna no território, o inventário toma por base estudos acadêmicos, artigos, publicações e projetos científicos, listas faunísticas, sites de pesquisas científicas e estudos para manejo de áreas ou levantamentos da fauna silvestre realizados na região da serra, assim como o Plano de Manejo da Reserva Biológica (Rebio) da Serra do Japi.

A compreensão da flora, evidenciada no relatório, é essencial para entender a influência humana sobre o ambiente e suas consequências para a floresta.

Urubu-rei (Sarcoramphus papa) wikiaves.com.br. Acesso: janeiro/2024.

Identificar espécies compreendendo padrões de distribuição contribui para estratégias de conservação e sustentabilidade da vegetação da Serra do Japi.

O inventário destaca a predominância de flora nativa no território, com presença pontual de espécies exóticas e naturalizadas. O impacto humano, evidenciado principalmente por espécies exóticas invasoras, sinaliza desafios significativos para a preservação do ecossistema.

No que diz respeito à fauna, a análise abrange vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) e artrópodes. No levantamento, o foco principal é a fauna da Rebio da Serra do Japi. “Da mesma forma que o relatório de flora da região, as informações sobre os animais que ocorrem no território são cruciais para apoiar a preservação do remanescente”, destaca Vânia Plaza Nunes, superintendente da Fundação Serra do Japi.

Fauna da Serra do Japi em números

O relatório identifica 251 espécies de avifauna, 77 de mastofauna, 74 de herpetofauna e 50 de artrópodes. A riqueza da fauna tem relação com a grande estrutura florestal existente e a preservação, principalmente na região da Rebio. Uma das descobertas mais relevantes realizadas na Serra do Japi é a rãzinha-da-correnteza (Hylodes japi), espécie única que ocorre somente neste ambiente.

Rato-do-mato (Delomys sublineatus) animaldiversity.org. Acesso: janeiro/2024.

A presença de animais sensíveis e ameaçados, a exemplo de 5 espécies de aves – entre elas, o urubu-rei (Sarcoramphus papa) e 27 espécies de mamíferos, com destaque para o sagui-da-serra-escura (Callithrix aurita) e o rato-do-mato (Brucepattersonius igniventris), “ampliam a responsabilidade das ações para a preservação do território, como as do Projeto Olhos da Serra”, conclui Andréa Borges. Para mais informações sobre o relatório basta acessar www.agua.org.br/olhosdaserra.

Projeto Olhos da Serra | Conduzido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com patrocínio de Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil, o Olhos da Serra tem o propósito de conservar os recursos hídricos na região. Como prioridade total no projeto, a preservação dos recursos naturais compreende, entre outras atividades, o combate a incêndios, com formação de brigadistas e aplicação de curso de capacitação profissional pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a educação ambiental, o monitoramento de invasões humanas, a promoção de ações de reflorestamento e saneamento rural, com a implantação de uma propriedade modelo com tratamento de efluentes, gestão de resíduos e de água cinza. O Olhos da Serra também conta com a parceria das seguintes instituições: Prefeitura Municipal de Jundiaí (Diretorias de Meio Ambiente, de Agronegócios e de Parcerias Estratégicas, Guarda Municipal – Divisão Florestal e Defesa Civil), Fundação Serra do Japi, DAE Jundiaí, Fundação Florestal, Embrapa, Instituto Cerrados, Associação dos Amigos dos Bairros de Santa Clara, Vargem Grande, Caguassu e Paiol Velho (SAB Santa Clara), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Conselho Gestor da Serra do Japi (CGSJ), Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun) e Aliados pela Água.

Consórcio PCJ | O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) é uma associação de usuários de água de direito privado e sem fins lucrativos integrada por 41 municípios e 23 grandes empresas. A entidade possui independência técnica e financeira para a realização de atividades de recuperação e preservação dos mananciais das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, as Bacias PCJ (UGRHI 5). Segundo o presidente da entidade e prefeito de Limeira (SP) Mario Botion, “nossa visão é a de contribuir para uma sociedade mais justa, economicamente viável e sustentável que respeite a água em todos os seus usos e potenciais em atenção às mudanças climáticas. Desta forma, nossa missão é a de integrar todos os setores da sociedade em prol da gestão eficiente da água, do saneamento e do meio ambiente”. O Consórcio PCJ é referência nacional e internacional na gestão de recursos hídricos, membro de importantes instituições ligadas à área, como o Conselho Mundial da Água, as Redes Internacional, Latina e Brasileira de Organismos de Bacias (Riob, Relob e Rebob), além de ser o único representante das Bacias PCJ no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

(Fonte: MXP Comunicação)