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Pavão Cultural recebe mostra fotográfica “Diverso/Diversão” no próximo dia 28

Campinas, por Kleber Patricio

Exposição marca inauguração do instituto, localizado no distrito de Barão Geraldo. Fotos: Ivan Moretti.

Cinco olhares, um tema – com obras de Ana Angélica Costa, Hélio Carvalho, Durvile Cavalcanti, Ivan Moretti e Renato Araújo, o Instituto Pavão Cultural abre suas portas com vernissage para convidados no dia 28 e, para o público em geral, na sexta-feira, 1º de março. Ótima opção para quem quer passar longe da folia do Carnaval, também lá será possível, pela perspectiva dos artistas, curtir a preguiça, o ócio e a deambulação – pois é disso que tratam as imagens da exposição Diverso/Diversão, composta de 30 trabalhos em tamanhos variados, inclusive ampliações em grandes dimensões. “A fotografia é um olhar atento e com filtros. Afora o mundo dos espelhos de Narciso e de outras ‘publicidades’, fotografar nossas andanças, então, seria um dos exercícios do ócio de quem fotografa”, diz o arquiteto Mário Braga, que dirige e faz a curadoria do Pavão em sociedade com a também arquiteta Teresa Mas.

Braga conta que a ideia do tema veio da lembrança de uma conversa com amigos em que surgiu uma citação do dramaturgo alemão Gotthold Ephraim Lessing, usada como epígrafe por Paul Lafargue em seu livro O Direito à Preguiça: “Sejamos preguiçosos em tudo, exceto em amar e em beber, exceto em sermos preguiçosos”. “Veio então o Pavão e, junto, a vontade de mostrar as pessoas e o olhar de quem fotografa por prazer e registra momentos e situações diversas na sua diversão (etimologicamente, afastar-se, apartar-se, ser diferente, divergir)”, comenta o sócio proprietário do instituto.

Sem que as palavras se façam essenciais nomeia a série de Renato Araújo. Natural de Bauru e radicado em Nova Iorque, esse arquiteto de formação tem obras no Brasil e no exterior, além de espaços públicos e privados em diversas categorias construtivas. É afiliado ao American Photographic Artists e ao Professional Photographers of America. Publicamente reconhecido nos EUA, integrou a seleção do júri no The Powerhouse Arena e venceu o The World in Focus da revista PND. Na Itália, foi o segundo colocado no Cittá in Azione. Mais do seu trabalho pode ser visto em rfdaphoto.com.

A artista visual, pesquisadora e produtora cultural Ana Angélica Costa, de Campinas, traz para o Pavão a série Paisagens Desobjetivas, uma amostra de seus experimentos em câmeras pinhole e obscura. Suas obras foram publicadas nos catálogos Rio Ateliê, Novos Talentos da Arte Brasileira e Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea, entre outros. Possui obras na Coleção Joaquim Paiva, atualmente em comodato no MAM-RJ. Desde 2017 faz a gestão da Casa de Eva, espaço de criação e aprendizagem também localizado em Barão Geraldo.

Ivan Moretti, de Piracicaba, se define um fotógrafo com a pretensão de “tornar visível” o essencial: o ser, a ação, o original e o construído. Sua série Multiplicidade reflete o trabalho de campo como responsável por imagens na área educacional de arquitetura e urbanismo há mais de vinte anos. Moretti tem participação em publicações sobre patrimônio regional material e imaterial, em mostras fotográficas internacionais sobre arquitetura em Paris e na Ilha da Madeira e realizou exposições individuais e foi jurado em concursos fotográficos e salões de artes no Brasil.

Durvile Cavalcanti, de São Paulo, é arquiteto de formação e atuou como artista plástico por quase toda a carreira. Hoje se dedica à fotografia, predominantemente de paisagem, e ao design gráfico, tendo um site para a divulgação de suas obras (www.dcfoto.com.br). Expõe no Pavão a série Praias motivado pelo fascínio e o simbolismo da água. Em 2015 foi selecionado pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo para integrar a mostra Nova Fotografia. Foi premiado em concursos internacionais como o Monochrome Awards, PX3, IPA e TIFA, entre outros.

Hélio Carvalho, de Campinas, encontrou na rua a inspiração para o início da carreira e sua série Street People retrata essas experiências. Teve trabalhos expostos em eventos como o Festival de Fotografia Hercule Florence, Inter Foto Itu, Valongo Festival Internacional da Imagem e BC Photo Festival, entre outros. Em 2018 foi premiado no concurso fotográfico do Instituto Liberdade, do Rio Grande do Sul, com uma exposição e publicação no livro 30 Perspectivas de Liberdade.

O Instituto Pavão Cultural

Localizado em um prédio com fachada coberta de lambe-lambes em tons de verde e rosa flúor criados pelo muralista Haroldo Paranhos (do Coletivo SHN, de Americana, SP), o Pavão sediará exposições de artes visuais, performances cênicas, apresentações de música e dança, oficinas e atividades educativas abertas a escolas e ao público em geral. Além de ampla área de exposição com suporte para obras de grande porte, haverá, em breve, um pequeno palco para apresentações.

Os proprietários do Instituto Pavão Cultural, Mário Braga e Teresa Mas.

O andar superior da construção com imenso pé direito soma-se ao espaço expositivo e também acolherá oficinas que o Instituto promoverá em parceria com artistas. Atuará ainda na área educativa, com convênios com escolas e entidades de assistência social para promover visitas mediadas por profissionais de educação e artistas às exposições – os agendamentos podem ser realizados por professores ou coordenadores pedagógicos.

A maioria das obras expostas no Pavão poderá ser comprada – basta reservar a peça mediante um sinal para recebê-la ao final da mostra. Se for uma reprodução (fotografia, gravura) e houver uma cópia, o comprador poderá levá-la na hora. O Pavão manterá um catálogo virtual das obras disponíveis.

Em breve haverá uma lojinha que comercializará principalmente itens personalizados com a logomarca do instituto, além de reproduções de obras em artigos como cadernos, lápis, ímãs, camisetas e pôsteres e uma curadoria de peças autorais como joias, bijuterias e cerâmicas desenvolvidas por artistas convidados. Futuramente, um café funcionará para servir bebidas e comidinhas aos visitantes durante as mostras.

Funcionamento

A ideia é que o Instituto Pavão receba quatro exposições ao ano, com duração aproximada de dois meses e períodos para desmontagem e remontagem entre elas. Durante os intervalos serão promovidos eventos especiais. E a segunda mostra já está confirmada: será uma individual do artista plástico Sérgio Niculitcheff, professor do Instituto de Artes da Unicamp, prevista para o início de maio.

O instituto abrirá ao público de quarta à sexta-feira, das 13h às 20h e, aos sábados, das 11h às 17h. Também atenderá com hora marcada, inclusive para visitas guiadas a exposições para grupos. As oficinas, palestras e espetáculos terão horários, datas e divulgação específicas.

Serviço:

Instituto Pavão Cultural

Endereço: Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, Barão Geraldo – Campinas, SP

Telefone: (19) 3397-0040 (atendimento das 10h às 18h)

Facebook e Instagram: @pavaocultural

Para agendamento de atividades e visitas mediadas para escolas e entidades de assistência social: educativo@pavaocultural.org ou (19) 99118-0337 (com Paula Monterrey).

Mostra Diverso/Diversão (coletiva, fotografia) 

De 28 de fevereiro (vernissage para convidados) a 13 de abril, de quarta à sexta-feira, das 13h às 20h e, aos sábados, das 11h às 17h.

Artistas participantes: Ana Angélica Costa, de Campinas (Paisagens Desobjetivas – fotografia analógica com a técnica pinhole); Durvile Cavalcanti, de São Paulo (Praias – fotografia digital em preto e branco); Hélio Carvalho, de Campinas (Street People – fotografia digital em preto e branco); Ivan Moretti, de Piracicaba (Multipli(cidade) – fotografia digital em cores com múltiplas exposições) e Renato Araújo, de Bauru, radicado em Nova Iorque, EUA (Sem que as palavras se façam essenciais – fotografia digital com tratamento cromático).