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No Dia dos Povos Originários, Museu da Língua Portuguesa exibe documentário ‘Línguas da Floresta’

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: cenas do filme ‘Línguas da Floresta’.

O filme ‘Línguas da Floresta’ é uma das atrações da programação do Dia dos Povos Indígenas do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A exibição do documentário será no dia 19 de abril, às 16h, no Miniauditório.

Após a sessão, haverá um debate com Luciana Storto, especialista no estudo de línguas indígenas, e Aloisio Cabalzar, antropólogo do Instituto Socioambiental (ISA) – os dois foram entrevistados para o documentário. A mediação será de Cecília Farias, pesquisadora do Centro de Referência do Museu. Para assistir ao filme, o ingresso custa o mesmo valor da entrada ao Museu às sextas-feiras: R$20 (inteira) e R$10 (meia).

Com direção de Juliana de Carvalho e Vicente Ferraz, ‘Línguas da Floresta’ contém imagens feitas em ‘Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação’, exposição sobre as línguas indígenas que esteve em cartaz no Museu entre outubro de 2022 e abril de 2023. O filme aborda questões relacionadas ao apagamento, documentação e preservação das línguas dos povos originários do território brasileiro.

No filme, Storto e Cabalzar, entre outros linguistas entrevistados, apresentam um histórico dos trabalhos realizados no país a partir do início do século 20, de forma mais sistemática, para a formatação do vocabulário e da gramática de línguas indígenas, como a nheengatu. A função foi desempenhada por naturalistas e missionários estrangeiros nas primeiras décadas do século passado. Imagens de arquivo, em preto e branco, revelam o contato – muitas vezes marcado por imposição, controle e violência – dessas pessoas com os povos indígenas.

Já Ana Vilacy Galucio, linguista do Museu Paraense Emílio Goeldi, explica, também em entrevista para o filme, como funciona a tarefa de registrar as línguas indígenas atualmente. Segundo ela, uma das dificuldades é encontrar pessoas mais velhas de determinados povos indígenas que possam elucidar a própria língua. Por terem ficado décadas sem falá-las, muitos já a esqueceram, inclusive. Outros já morreram, mesmo.

‘Línguas da Floresta’ também destaca o protagonismo dos próprios indígenas no processo de valorização das línguas dos povos originários nos dias de hoje. Michael Tupã, coordenador cultural e liderança da aldeia Aldeia Tekoa Pyau, em São Paulo; Herara Urutahu, professor de língua e cultura Tupi-Guarani na Universidade Indígena da Aldeia Maracanã, e André Fernando Baniwa, coordenador de promoção da cidadania e combate ao racismo no Ministério dos Povos Indígenas, são alguns dos convidados do projeto.

Todos eles têm colaborado na preservação das línguas indígenas e na transmissão deste conhecimento às novas gerações. O documentário, inclusive, abre com uma cena em uma escola da Aldeia Yamado, no Alto Rio Negro (AM), de um professor ensinando às crianças como se diz os números de 1 a 10 nas línguas baniwa e nheengatu.

O documentário ‘Línguas da Floresta’ foi produzido com os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, por meio da parceria BRDE e Ancine, e pode ser visionado com exclusividade no canal CineBrasil TV.

A mostra ‘Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação’ contou com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras e o apoio de Mattos Filho – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Contou, ainda, com a cooperação da Unesco, no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas, e das instituições Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.

Mais programação:

‘Quem civiliza quem?’ é o título da visita mediada especial que o Núcleo Educativo promove em 13 e 20 de abril (aos sábados), às 10h, para lembrar o Dia dos Povos Indígenas (19 de abril). A atividade visa destacar a presença da cultura indígena em nosso cotidiano por meio do conteúdo da exposição principal do Museu. Grátis (grupos serão formados 15 minutos antes do início do passeio, perto da bilheteria do Pátio A).

Em Belém, no Museu Paraense Emílio Goeldi, segue em cartaz a exposição ‘Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação’. A mostra na capital paraense sobre línguas indígenas do Brasil é uma realização do Museu da Língua Portuguesa, com articulação e patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. A curadoria é da artista indígena e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano, e a cocuradoria é da antropóloga Majoí Gongora. Há uma versão on-line da exposição que esteve em cartaz no Museu da Língua Portuguesa entre outubro de 2022 e abril de 2023: para visitá-la, basta acessar este link.

Serviço: 

Documentário ‘Línguas da Floresta’ + debate com a linguista Luciana Storto e o antropólogo Aloisio Cabalzar

Dia 19 de abril (sexta-feira), às 16h

No Miniauditório do Museu da Língua Portuguesa

R$ 20 (inteira); R$ 10 (meia) – valor da entrada do Museu

Quem civiliza quem? – Visita mediada pelo Núcleo Educativo 

Dias 13 e 20 de abril (sábado), das 10h às 11h

Grátis (grupos são formados 15 minutos antes, perto da bilheteria do pátio A)

Exposição itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação – Belém (PA) 

Museu Paraense Emílio Goeldi – Centro de Exposições Eduardo Galvão

Av. Magalhães Barata, 376 – São Braz – Belém (PA)

De 7 de fevereiro a 28 de julho de 2024 – de quarta a domingo, inclusive feriados

Até maio – das 9h às 14h, com bilheteria até 13h

Depois de junho – 9h às 16h, com bilheteria até 15h

R$3,00 (inteira) e R$1,50 (meia) e gratuidades garantidas por Lei

Exposição principal do Museu da Língua Portuguesa 

De terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)

R$20 (inteira); R$10 (meia)

Grátis para crianças até 7 anos

Grátis aos sábados

Acesso pelo Portão A

Venda de ingressos na bilheteria e pela internet:  https://bileto.sympla.com.br/event/90834/

Museu da Língua Portuguesa 

Praça da Língua, s/nº – Luz – São Paulo

Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

Patrocínios e parcerias | A temporada 2024 conta com patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale e da John Deere Brasil; com apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA. Conta ainda com a parceria das empresas Instituto Votorantim, Epson, Machado Meyer, Verde Asset Management e Paramount Têxteis. Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux são parceiros de mídia. A EDP é patrocinadora máster da reconstrução do Museu. A reconstrução e a temporada 2024 são uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

(Fonte: Museu da Língua Portuguesa – Comunicação)